1.9 milhão de brasileiros fora da extrema pobreza

Taí o podcast de ontem, escrito por Pedro Daltro e editado por Cristiano Botafogo.
Os episódios você ouve lá na Central3.
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E com assinatura ou não eu e o Cristiano queremos agradecer imensamente a todos os ouvintes, que são muito mais do que poderíamos imaginar. Cês são fodas : )
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1. A fuga de Abraham

Era óbvio, mas agora é oficial:
“O Itamaraty pediu à Embaixada dos Estados Unidos um visto de entrada no país para Abraham Weintraub com dados do passaporte diplomático que ele havia recebido por ser ministro da Educação.” [O Globo]

Alguma dúvida que a passagem foi paga com dinheiro público?
“O pedido foi feito no mesmo dia em que Weintraub anunciou sua saída do cargo que lhe conferia o benefício do passaporte diplomático. Documentos e informações liberados pelo Itamaraty via Lei de Acesso à Informação (LAI) mostram que Weintraub informou que queria deixar o país com a “brevidade possível”.”
Precisou-se recorrer à LAI já que o governo se fazia de surdo e não respondia aos questionamentos.
“Também por meio da LAI, o Itamaraty informou que não há registro de devolução do passaporte de Weintraub, o que reforça a suspeita de que ele utilizou o documento para entrar nos Estados Unidos. As informações e documentos liberados pelo Itamaraty foram em resposta a dois pedidos de acesso à informação e estão disponíveis no repositório de pedidos via LAI da Controladoria Geral da União (CGU). Os documentos não informam, porém, se o visto solicitado foi concedido pelo governo norte-americano. O GLOBO questionou a Embaixada dos Estados Unidos sobre o episódio, mas até o momento, não recebeu retorno. Caso o visto tenha sido concedido, o processo entre a solicitação e a concessão da permissão de entrada durou pouco mais de 24 horas.”
A prova do crime, em papel timbrado do Itamaraty:
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Sim, o ministro demitido no mesmo dia foi em missão diplomática… até o fim do ano! Onde já se viu minstro em missão diplomática por seis fucking meses?!
“De acordo com as informações, Weintraub pediu a intervenção do MRE para que ele conseguisse entrar nos EUA. No dia 18 de junho, segundo o órgão, o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, foi informado por Weintraub sobre sua indicação ao cargo de diretor-executivo do Banco Mundial, em Washington, feita pelo Ministério da Economia. A comunicação ocorreu, segundo o Itamaraty, no mesmo dia em que Weintraub anunciou sua saída do cargo de ministro da Educação em um vídeo publicado em redes sociais ao lado do presidente Jair Bolsonaro. No vídeo, Weintraub ainda chegou a prometer que, nos “próximos dias”, faria a transição do cargo para o futuro novo ministro, mas viajou no dia seguinte. A Ernesto Araújo, Weintraub disse que gostaria de deixar o Brasil rapidamente. “O Senhor Weintraub limitou-se a indicar a intenção de viajar a Washington com a brevidade possível”, diz trecho da resposta enviada pelo Itamaraty.”
“Mais de um mês depois, porém, Weintraub ainda não assumiu a vaga. Isso porque é preciso que a indicação feita pelo governo brasileiro seja votada por um grupo de nove países. A tendência é que a indicação seja aprovada. Segundo o Itamaraty, a atuação do ministério foi “habitual”. “Trata-se aqui de procedimento habitual em casos de designação de representantes do governo brasileiro junto a organismos internacionais”, disse o Itamaraty em resposta ao pedido de acesso a informação. Em um pedido de informação feito pelo GLOBO, o Itamaraty disse que não há registros de que Weintraub tenha devolvido seu passaporte diplomático.”
E esse erro do governo é por demais maravilhoso, nem exonerar ministros eles conseguem, eles tiveram que retificar as saídas de Moro e Abraham, não é pouca merda não:
“A viagem de Weintraub aos Estados Unidos logo após o anúncio de sua saída do ministério e a psosibilidade de ele ter usado o passaporte diplomático para deixar o país foi alvo de críticas de partidos de oposição e é objeto de um pedido de investigação feito pelo Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (MP-TCU). Isso porque Weintraub anunciou sua saída do ministério no dia 18, viajou aos Estados Unidos no dia 19, mas sua exoneração só foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) no dia 20. Após a repercussão negativa, o governo publicou uma nova portaria, desta vez, indicando que a sua exoneração teria validade desde o dia 19.”
“As suspeitas são de que ele usou o passaporte diplomático para driblar as restrições impostas pelo governo do presidente Donald Trump que havia proibido a entrada de viajantes oriundos do Brasil por conta da epidemia do novo coronavírus. A determinação previa algumas exceções como diplomatas, funcionários governamentais e funcionários de organizações internacionais em visita temporária aos Estados Unidos para fins governamentais. Tecnicamente, porém, Weintraub ainda não era funcionário de organização internacional no momento em que entrou nos Estados Unidos. A reportagem enviou questionamentos às assessorias de imprensa do Itamaraty e da Embaixada dos Estados Unidos, mas até o fechamento desta matéria, não recebeu respostas.”
Esse silêncio do lado americano diz muito.
E que diabos virou a diplomacia brasileira?! Além de criminosa é escandalosa:
“Jair Bolsonaro deu impulso a um lobby assumindo o risco de criar uma crise nas relações com Angola. Ele pediu a interferência do presidente João Lourenço na disputa local da Igreja Universal do Reino de Deus, uma sociedade angolana de direito privado. Lourenço respondeu-lhe na semana passada: “(O caso) terá o tratamento cabível na Justiça”.” [O Globo]
Que paulada, senhoras e senhores. Bolsonaro conseguiu a proeza de ofender, duma vez só, o presidente angolano, a justiça angolana e Angola. Tudo isso para bajular Edir Macedo!
“A Universal enfrenta um cisma em Angola. Mês passado 85 templos foram assumidos por pastores angolanos em rebelião contra a liderança brasileira. Há sete meses 320 deles justificaram a separação com denúncias de delitos da hierarquia brasileira. As investigações seguem. Rupturas fazem parte da paisagem da Universal nos EUA, Reino Unido, Bélgica e Zâmbia. Ela emergiu no Rio no vigor do movimento evangélico, que cresceu 540% em três décadas, para 42,2 milhões (Censo de 2010). Floresceu no televangelismo da teologia da prosperidade, num amálgama de interesses entre igreja, partido, banco e rede de rádio e televisão. Aportou em Angola há 28 anos, na expansão africana iniciada por Marcelo Crivella, prefeito do Rio, coordenador do partido Republicanos e visto como herdeiro do tio, Edir Macedo, líder nos negócios da igreja.
Candidato à reeleição, trouxe ao partido da Universal um par de filhos de Bolsonaro. O pai, sem partido, hesita na adesão por incerteza sobre a reação de outras alas evangélicas como a Assembleia de Deus. Bolsonaro usou o cargo e o Itamaraty para intervir no cisma da Universal. Justificou a Lourenço sua “preocupação” — legítima —com 65 brasileiros. Mas foi além. Tomou parte na briga da sociedade privada angolana. Classificou a disputa nos templos como “invasões” e qualificou dissidentes como “ex-membros” da igreja. Inflou um lobby em Brasília, que já prepara uma comitiva do Senado a Luanda em defesa dos interesses da Universal. Desta vez, ao usar organismos de Estado para defender negócios de aliados, Bolsonaro pôs em risco um legado diplomático de 45 anos na África, consolidado pelo Itamaraty no regime militar, quando o Brasil foi o primeiro a reconhecer a independência de Angola.”
Essa ironia final aí é matadora. Em muitos temas Bolsonaro consegue ser mais retrógados que os ditadores verde-oliva.
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2. Malditos milicos

Boa entrevista com o Piero Leirner, antropólogo e pesquisador das Forças Armadas há mais de 20 anos e professor da Universidade Federal de São Carlos:
“ A campanha de Bolsonaro começou nos quartéis em 2014, basta ver o que ocorreu em formaturas da AMAN (Academia Militar das Agulhas Negras) desde essa época. Então vamos desconstruir a visão ingênua de que os militares embarcaram nessa candidatura de última hora. Juntando várias peças, eu diria que eles pensaram nela como parte de um projeto de transformação do Estado, uma “reinicialização” deste, pensando numa metáfora computacional.” [O Globo]
Sim, desde 2014, incentivado por Villas-Bôas, então comandante do Exército.
“Que no prazo deste governo teremos uma espécie de “Pentágono à brasileira” que estabelecerá as possibilidades de ação política do Estado. Os militares assumem o controle de informações que produzirão efeitos na política, e também o controle dos orçamentos que a política executa. Mas isso deve ser feito com um controle que “roda em segundo plano”. Não creio que esse protagonismo militar que estamos vendo agora se pretenda eterno; se isso acontecer é porque está dando errado. Os militares perdem se ficarem expostos. Para que a “máquina” funcione como querem, é preciso haver a crença de que as instituições são fortes, que existam “freios e contrapesos”, e que somos uma democracia. Podemos ver isso agora, ao notar que algumas das instituições seguem uma espécie de roteiro, agindo reflexivamente em relação a Bolsonaro. Os militares do Planalto ficam no meio disso como chaves comutadoras, ou seja, operando o controle dessa narrativa, oscilando entre um lado e outro, e às vezes emitindo sinais contraditórios para ambos os lados.”
Essa parte aqui é a chave ó:
“Os militares já entenderam que qualquer coisa gera mil interpretações, especialmente na imprensa, e ficam jogando com essas contradições. Mas temos que olhar para os elementos estruturais dessa relação. E quais são esses elementos? São os vários fatos que se inserem numa espécie de “looping”, onde quem produz o problema apresenta-se como a única solução viável para ele.”
Qualquer semelhança com a interpretação exótica do 142 não é mera coincidência.
“O político Bolsonaro é um “problema” criado por um consórcio de militares, que é “resolvido” pelos “militares moderados” e outros satélites, como “judiciário”, “dissidentes” e “forças do centro”. O general Mourão desde o começo se porta como uma “resolução prática e racional” que agrada a vários lados.”
Pergunta sobre olavistas e os militares e…
“Para colocar de uma maneira bem simples, acho que a contradição entre eles é um “telecatch”, uma luta ensaiada. E por que (os militares) fazem isso? Porque precisam continuar empenhando a visão (internamente, inclusive) de que estão numa espécie de “missão de salvação”. Militares emulam uma contradição colocando olavistas em um feudo delirante, e olavistas produzem um feedback positivo que alimenta sua falsa posição “antissistema”, o que garante o preenchimento de um lugar que, se tomado por forças de esquerda, pode se tornar potencialmente explosivo. Ou seja, as forças reacionárias garantem a ocupação do espectro total da ação política.”
E essa aqui do Braga Netto é inacredtiável:
“Cobrado por colegas de farda sobre o fato de sua filha quase ter sido nomeada para um cargo na ANS, Braga Netto insiste que não houve pedido de cargo ou indicação de sua parte. Ela teria procurado emprego e recebido ofertas, a que preferiu “calhou” de ser a da agência.” [Estadão]
Aham, a ANS escolheu uma pessoa sem qualquer aptidão para o cargo, que aceitou um cargo fora de sua área de atuação e que precisava da aprovação do papai. Braga Netto ofendeu de forma acintosa a inteligência de seus colegas fardados.
“Até ontem o ministro não havia se manifestado publicamente.”
Eis a única razão do Olavão: os generais são um “BANDO DE CAGÕES“.
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3. Extrema-pobreza

Isso aqui é espantoso:
“Com quase metade da população recebendo o auxílio emergencial em junho, a proporção de pessoas vivendo abaixo da linha de extrema pobreza nunca foi tão baixa em pelo menos 40 anos.” [Valor]
Isso aí é brutal. E mostra como era possível transformar o país, era só querer, não precisava de pandemia pra isso. Isso não é gasto nem fodendo, isso é investimento. Investimento civilizatório, o mais certo e lucrativo dos retornos. Com Lula sobrava diheiro e aprovação e NADA foi feito, nada!
“O fim da distribuição do benefício neste segundo semestre tende, porém, a provocar um repique no indicador. Levantamento do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV) mostra que 3,3% da população vivia em junho com renda domiciliar per capita de US$ 1,90 por dia – o equivalente a R$ 154 mensais por membro da famílias. São 6,9 milhões de pessoas. Um mês antes, em maio, a proporção da população vivendo abaixo da linha de extrema pobreza era de 4,2%, o equivalente a 8,8 milhões de pessoas, conforme o levantamento, que se baseou na Pnad Covid, pesquisa do IBGE que acompanha os impactos da pandemia no mercado de trabalho brasileiro. Outras pesquisas do IBGE – com metodologias diferentes e limitações comparativas – sugerem que a miséria está no menor nível desde, ao menos, o início da década de 80. O melhor momento até então havia sido em 2014, quando estava em 4,2%, a mesma proporção de maio deste ano.
“A Pnad passou a ter cobertura nacional total a partir de 2004. Antes, a área rural da região Norte não era tão bem coberta. Mas é bem aceito que nunca o Brasil teve taxas de pobreza tão baixas”, disse Daniel Duque, pesquisador do Ibre/FGV e autor dos cálculos. O economista acrescentou que o auxílio tem forte impacto na extrema pobreza por seu alcance e valor elevado, de R$ 600 mensais. Em uma família de três pessoas, por exemplo, o valor per capita do benefício seria de R$ 200, acima da linha de pobreza extrema. “Existem famílias que recebem cota dupla do benefício, como mães e pais solteiros, chegando a R$ 1.200. Nesse caso, mesmo que tenha quatro integrantes, a renda per capita dessa família vai superar a linha de corte de R$ 154 mensais”, disse o pesquisador do Ibre/FGV, autor dos cálculos. Conforme dados divulgados pelo IBGE, a renda do trabalho da parcela mais pobre da população também melhorou em junho, na comparação a maio, mas de maneira tímida. O principal fator foi o aumento da proporção de pessoas recebendo auxílio, de 43% em maio para 49,5% em junho. “O auxílio mostrou que não é preciso criar uma linha de pobreza de elegibilidade para beneficiar os mais pobres. O auxílio teve dois mecanismos que o tornaram naturalmente progressivo: beneficiar informais e desempregados; e permitir benefício duplo para mães solteiras”, disse Duque.”
A nossa sorte é que Bolsonaro e Guedes são inrivelmente burros e ainda não atentaram pra isso, repare:
“Na reformulação e ampliação do Bolsa Família, o governo prepara um levantamento de quantas famílias no Brasil recebem mais de um benefício social. A ideia é limitar essa acumulação e, dessa forma, conseguir abrir espaço no Orçamento para o programa que vem sendo desenhado pela equipe do ministro Paulo Guedes (Economia), chamado de Renda Brasil.” [Folha]
ATENÇÃO, PAULO GUEDES!
O Brasil é um Robin Hood esquizofrênico que rouba dos mais pobres para dar aos mais pobres. Os gênios vão tirar dinheiro do pessoal logo acima da linha da pobreza, é duma escrotidão sem par.
“O governo já tem em mãos um estudo elaborado pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) no ano passado que mostra que 15,4 milhões de famílias recebem o abono salarial e também o salário-família. Esses benefícios estão na mira da equipe econômica para bancar o Renda Brasil. O abono salarial, cujo valor é de até um salário mínimo (R$ 1.045), é uma espécie de 14º salário pago pelos cofres públicos a trabalhadores com carteira assinada. O salário-família é pago a trabalhadores formais e autônomos que contribuem para a Previdência Social. O valor varia de acordo com a quantidade de filhos. Os dois benefícios, portanto, atendem a pessoas que, na avaliação do governo, estão acima da linha de pobreza. Por isso, a ideia é usar parte desses recursos no Renda Brasil, que ampliaria a cobertura da parcela mais vulnerável da população.
Se tivessem entendido a dimensão desses R4 600 tinham tirado dinheiro até dos milicos pra financiar isso até a eleição de 2022.
“Com o novo programa social, o governo não vai propor ampliação de gastos na área social.”
Na moral, isso consegue ser mais absurdo que o Guedes prometer zerar o déficit em um mísero ano, querer definir o orçamento de 2019 em… 2019 ou prometer “aniquilar o coronavírus com 3, 4, 5 bilhões“. Como é que você fala em criar um programa desse naipe sem aumentar o gasto social? Eles confessam sem qualquer pudor que vão remanejar verba, dar um novo nome e propagandear a generosidade do mais vil dos presidentes.
“O argumento é que há restrição orçamentária e que esse tipo de gasto já é alto, mas mal focado. Para convencer o Congresso a alterar programas sociais já existentes e fundi-los ao Renda Brasil, portanto, o governo pretende usar o argumento de que os recursos precisam ser mais bem distribuídos. O orçamento do abono salarial é de R$ 20 bilhões por ano. O salário-família custa em torno de R$ 3 bilhões por ano. Já a verba anual do Bolsa Família é de R$ 32,5 bilhões. Outro benefício social que deve ser revisto pelo governo é o seguro defeso, auxílio pago ao pescador artesanal. O orçamento do programa é de aproximadamente R$ 2 bilhões por ano.”
E lá vem mais refroma trabalhista por aí:
“Além de ampliar o Bolsa Família, o governo estuda a criação de um programa de emprego exclusivo para famílias de baixa renda atendidas pelo Renda Brasil. Com regras trabalhistas mais flexíveis, o beneficiário poderia começar a ingressar no mercado de trabalho e continuar recebendo —parcialmente— a assistência social do governo até conseguir uma vaga sob as regras da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho). A ideia é que essas pessoas, que terão acesso à nova Carteira Verde e Amarela (alguns técnicos chamam inclusive de Carteira Azul), também façam parte de um regime especial de Previdência. Os depósitos a serem feitos nesse regime poderão ser sacados apenas quando o trabalhador se aposentar ou, se não completar os requisitos (o que deve ser bastante comum), passar a receber o BPC (benefício assistencial pago a idosos carentes). Portanto, seria uma complementação. Esse modelo vem sendo comparado a uma versão do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço). Na flexibilização das normas trabalhistas para tentar incentivar a formalização de trabalhadores de baixa renda, o governo avalia reduzir encargos pagos pelos patrões, inclusive o próprio FGTS. Isso não representaria uma queda na arrecadação federal, mas sim para o trabalhador, pois o fundo é do empregado.”
Patrão sofre muito, né?
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4. Pouco, muito pouco

Em qualquer país minimamente sério as cabeças do ministro da Justiça e do chefe da SEOPI teriam graciosamente rolado…
… e o presidente estaria rezando fervorosamente pelo seu mandato.
“Sete deputados de partidos diferentes protocolaram à Mesa Diretora da Câmara um pedido de convocação do ministro com caráter de urgência. Os parlamentares querem que ele explique o porquê o Ministério da Justiça e Segurança Pública promoveu investigações sigilosas contras professores universitários e estudantes, supostamente, identificados como integrantes de movimentos antifascita, conforme revelou o jornalista Rubens Valente. Assinam o pedido os deputados Fábio Trad, Rubens Bueno, Raul Henry, Gustavo Fruet, Arnaldo Jardim, Gastão Vieira e Samuel Moreira.” [O Globo]
Se a primeira pegunta de um parlamentar não for “que nome se dá a quem persegue antifascistas?” é porque falhamos miseravelmente.
“O procurador regional dos Direitos do Cidadão Enrico Rodrigues de Freitas oficiou a Secretaria de Operações Integradas, do Ministério da Justiça e Segurança Pública, para que, em até dez dias, preste informações sobre a ação do órgão de investigar e produzir relatórios sigilosos a respeito de opositores políticos do presidente Jair Bolsonaro – entre eles um dossiê contra 579 servidores federais e estaduais da área de segurança e professores identificados como integrantes do ‘movimento antifascismo’. O relatório de inteligência sigiloso foi revelado pelo jornalista Rubens Valente, do UOL. Na lista de investigados, cuja existência foi confirmada pelo Estadão, constam servidores da área da segurança, como policiais, e da docência de todas as regiões do País. O pedido de informações foi feito após o procurador instaurar notícia de fato para buscar informações preliminares sobre ação da Seopi, que foi criada na gestão do ex-juiz Sérgio Moro com a missão de integrar operações policiais contra o crime organizado, redes de pedofilia, homicidas e crimes cibernéticos.
No entanto, como mostrou o repórter Patrik Camporez, as atribuições do órgão passaram por mudanças após a nomeação de André Mendonça como ministro da Justiça, no dia 28 de abril deste ano. Depois de tomar posse, o ex-AGU nomeou um delegado da Polícia Civil do Distrito Federal para comandar a secretaria e, cerca de um mês depois, teria solicitado uma investigação completa de movimentos que poderiam colocar em risco a ‘estabilidade política do atual governo’. No ofício enviado ao órgão, o procurador pede informações sobre o monitoramento dos opositores do Bolsonaro: sua base legal; o objeto do relatório de inteligência e motivação de sua instauração; fato originador do relatório de inteligência; informação sobre a sua difusão; indicação de órgãos; autoridades e pessoas que tiveram acesso ao relatório de inteligência; e decretação de sigilo do referido relatório.
A Rede Sustentabilidade levou o dossiê contra os servidores identificados como integrantes do ‘movimento antifascismo’ ao Supremo Tribunal Federal. A legenda pediu que a Corte determine a abertura de inquérito na Polícia Federal para investigação do caso. “O que se vê é um aparelhamento estatal em prol de perseguições políticas e ideológicas a partir de uma bússula cujo norte é o governante de plantão: quem dele discorda merece ser secretamente investigado e ter sua imagem exposta em dossiês ‘da vergonha’ perante suas instituições laborais”, apontou o partido no pedido ao Supremo.” [Estadão]
Se o Brasil fosse um país sério a resposta viria dos presidentes da Câmara, do Congresso e do STF, em ação conjunta, e o ministro da Educação pediria pra sair em protesto pelo absurdo. Mas até aqui nada.
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5. Fuck You

Trump pisa no Bolsonaro, critica sempre que pode a atuação do presidente na pandemia pra se livrar as críticas à sua atuação e os Bolsonaro continuam fazendo campanha aberta pelo presidente cuja reeleição parece cada vez mais distante:
“O presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Estados Unidos pediu que a família Bolsonaro fique fora da eleição presidencial americana de 3 de novembro. Em uma postagem no Twitter, o deputado democrata Eliot Engel fez críticas ao compartilhamento no domingo, pelo deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), de um vídeo da campanha à reeleição do presidente Donald Trump em que ele ataca liderança democratas. “Já vimos esse roteiro antes. É vergonhoso e inaceitável. A família Bolsonaro precisa ficar fora da eleição americana”, escreveu Engel.” [O Globo]
Mas convenhamos, político americano falando que já viu esse roteiro antes só pode ser mea-culpa, né?
“Na vídeo, aparecem a candidata derrotada por Trump na última eleição, Hillary Clinton, o ex-presidente Bill Clinton e o antecessor de Trump na Casa Branca, Barack Obama. Entre imagens de Trump, há a seguinte mensagem: “Primeiro eles te ignoram. Depois, riem de você. Depois o chamam de racista. Seu voto vai mostrar que eles estão todos errados”.”
Imagine, Trump racista?!
E esse aí seria o embaixador em Washington, puta que pariu, o sujeito que não sabia quem era Henry Kissinger!
“O próprio presidente Bolsonaro disse mais uma vez, na semana passada, que torce pela reeleição de Trump, mas que tentará estabelecer uma relação produtiva com o democrata Joe Biden se ele vencer a disputa.”
Porra, isso passou batido por mim, constrangedor. Eu e o Bolsonaro. E pelo visto esse é o talking point do governo, veja o Ernesto:
“Tenho certeza que, em um eventual governo democrata, com certos ajustes a gente conseguiria manter uma agenda muito positiva.Os presidentes Bolsonaro e Trump têm uma relação muito próxima, que tem trazido avanços muito importantes, mas esses avanços são entre Brasil e EUA, não entre os dois presidentes.” [UOL]
“Certos ajustes”?! Bem, pra começar os trabalhos, só pra aquecer, as saídas do Ernesto e do Embaixador em Washington, aquele que conseguiu a proeza de ser o único embaixador qa questionar os protestos anti-racistas, o Foster não só saiu em defensa do Trump como bateu sem dó nos democratas, de forma completamente gratuita.
E essa diplomacia alucinada começa a colher o que plantou – ATENÇÃO, PAULO GUEDES!
“The investment arm of northern Europe’s largest financial services group has dropped JBS, the world’s biggest meat processer, from its portfolio. The Brazilian company is now excluded from assets sold by Nordea Asset Management, which controls a €230bn (£210bn) fund, according to Eric Pedersen, its head of responsible investments. The decision was taken about a month ago, over the meat giant’s links to farms involved in Amazon deforestation, its response to the Covid-19 outbreak, past corruption scandals, and frustrations over engagement with the company on such issues. “The exclusion of JBS is quite dramatic for us because it is from all of our funds, not just the ones labelled ESG,” Pedersen said.” [The Guardian]
Malditos comunistas!
“ESG stands for the “environmental, social and governmental” standards used to evaluate a company’s sustainability and societal impact for investors. A third of Nordea Asset Management’s investments are classified as ESG, Pedersen said. Nordea was one of 29 international financial institutions managing $3.7tn (£2.9tn) worth of funds that warned the Brazilian government last month over rising deforestation. Last year, Nordea suspended the purchase of Brazilian government bonds after the Amazon fires crisis.”
E repare como os adultos mexem suas peças diplomáticas:
“Algumas autoridades brasileiras deveriam aprender regras de negociações com EUA e China. Mesmo durante uma nova onda de guerra fria, os dois países avançam na comercialização de produtos agrícolas. Os americanos buscam vender o quanto podem para os chineses, enquanto estes, apesar de fechamento mútuo de consulados, aceleram as compras porque necessitam dos alimentos dos EUA. No Brasil, um dos principais fornecedores de produtos agrícolas e de carnes para a China, ainda há quem misture política com negociações comerciais e busque frear essa corrente de comércio, essencial para o Brasil. Mesmo em um momento de acirramento de tensões entre os dois líderes mundiais, os chineses já encomendaram 8 milhões de toneladas de soja dos americanos da safra 2020/21, que ainda está na lavoura. No mesmo período do ano passado, as compras eram inferiores a 200 mil.
Os chineses, na verdade, estão fugindo dos custos do produto brasileiro e, com isso, avançam no acordo comercial da chamada fase 1 que fizeram com os americanos. O produto brasileiro está ficando muito caro e escasso. De janeiro a junho, o Brasil exportou 60,3 milhões de toneladas de soja, 38% mais do que no ano passado. Os chineses levaram 43,4 milhões de toneladas dessa soja. Neste mês, deverão sair mais 9 milhões dos portos brasileiros. Daniele Siqueira, da AgRural, diz que os chineses levam em consideração as condições de mercados e, neste momento, só os Estados Unidos têm grande volume de soja. O Brasil termina julho com vendas externas de 69 milhões de toneladas da oleaginosa, podendo chegar a 80 milhões no ano. Resta, portanto, pouca soja para os próximos cinco meses, o que encarece o produto tanto para a indústria nacional quanto para as exportações, segundo a analista. A China, que está recompondo o rebanho de suínos, muito afetado pela peste suína africana, necessita de matéria-prima para a produção de ração.
Mas o país asiático também vem de uma crise provocada pelo coronavírus, e o consumidor teve perda de renda. A redução de custos nas importações é essencial. O Brasil continua sendo o grande mercado para os chineses, mas os preços internos elevados neste ano diminuem a competitividade brasileira neste segundo semestre. A saca de soja em Cascavel (PR) está próxima de R$ 107, e, em Sorriso (MT), de R$ 94. Com isso, diferentemente do que ocorreu em 2018, neste ano a política fica de lado, e os americanos, cuja colheita ocorre neste segundo semestre, passam a ser os fornecedores dos chineses.” [Folha]
E o Brasil, Costinha?!
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5. STF em bloco

No caso um bloco de concreto sendo atirado na cabeça presidencial – é bonito esse governo demencial unindo o STF assim.
“A decisão do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes que tirou do ar perfis de bolsonaristas das redes sociais incomodou parte dos magistrados da corte, mas tem grandes chances de não ser alvo de contestação interna. O futuro imediato da medida tomada por Moraes no inquérito das fake news está na mão do ministro Edson Fachin, que tem relatado manifestações de defensores sobre ações autorizadas no inquérito relatado por Moraes. Fachin vai analisar a Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) ajuizada no sábado (25) pelo presidente Jair Bolsonaro, com respaldo da AGU (Advocacia-Geral da União), em que pede liminarmente ao plenário do Supremo a suspensão de quaisquer decisões judiciais que tenham bloqueado, interditado ou suspendido perfis de redes sociais até o julgamento final da ação. O documento não cita diretamente a decisão que bloqueou perfis de apoiadores de Bolsonaro, medida determinada na véspera por Moraes, mas diz que não há respaldo jurídico para que “suspendam previamente o exercício da liberdade de expressão em plataformas de redes sociais”.
Figuras como o ex-deputado Roberto Jefferson (PTB), Sara Giromini (conhecida como Sara Winter), o blogueiro Allan dos Santos e os empresários Luciano Hang (da Havan) e Edgard Corona (das academias Smart Fit), alvos de investigação no âmbito do inquérito das fake news, tiveram suas contas suspensas. Nos bastidores, a avaliação reservada feita por ministros do STF e do STJ (Superior Tribunal de Justiça) e auxiliares próximos de outros dois magistrados do Supremo é a de que nem Fachin nem o plenário do Supremo dão sinais de que vão desautorizar Moraes. Em sua decisão, Moraes afirma que o bloqueio foi determinado “para a interrupção dos discursos com conteúdo de ódio, subversão da ordem e incentivo à quebra da normalidade institucional e democrática”.” [Folha]
Em condições normais (e qualquer governo que antecedeu Bolsonaro nas últimas décadas se enquadra aqui) isso seria perigosíssimo, mas eu já abracei o caos e não terei dó dessa galera que vomita fascismo por aí.
“Em gabinetes no STF, houve a avaliação de que o ministro pode ter se excedido na decisão e ferido a liberdade de expressão dos bolsonaristas. Na avaliação de ministros e auxiliares da corte, porém, o sentimento de autoproteção do tribunal tem falado mais alto no debate sobre as contestações ao inquérito das fake news. Outro ponto que deve esfriar a discussão é a sinalização dada pelo presidente da corte, Dias Toffoli, a colegas de plenário, de que não tem a intenção de pautar a Adin protocolada por Bolsonaro. O mesmo se espera do seu sucessor no cargo, Luiz Fux, que assume em setembro. Em junho, por 10 votos a 1, o STF decidiu pela legalidade das investigações que apuram a disseminação de notícias falsas e ameaças a integrantes da corte. Contudo, avaliam auxiliares de ministros ouvidos pela Folha, não é possível prever como agirá Fachin. Em outros casos, o ministro foi contra o pensamento majoritário do julgamento e se posicionou a favor da liberdade de manifestação. Em 14 de março de 2018, em sessão da 2ª Turma, enquanto Toffoli, Celso de Mello e Gilmar Mendes defendiam a tese de que o abuso no exercício da liberdade de expressão não pode ser tolerado no caso de um pastor, Fachin votou a favor de um habeas corpus do religioso que usava o YouTube para ataques nas redes. À época, o ministro alegou o direito do réu se manifestar. Fachin foi voto vencido, e o STF manteve a condenação do pastor em 3 anos e 1 mês em regime aberto.
A tese de censura prévia é questionada por ministros do STF e investigadores ouvidos pela Folha. De acordo com eles, já havia caracterização de crime anterior à medida cautelar. Para um magistrado, o que Moraes fez foi tirar a “metralhadora da mão do atirador”. Um ministro acha que a decisão de Moraes é valida porque há um vácuo legal sobre as responsabilidades dos servidores e das empresas de redes sociais em relação às postagens feitas em seus ambientes virtuais. A discussão está em tramitação no Congresso. A depender das regras de moderação que o projeto de lei sobre fake news impuser às redes sociais, especialistas consultados pela Folha acreditam que a medida poderia dar às plataformas um papel que, na verdade, cabe ao Judiciário. Entre os exemplos mencionados que entrariam nesta hipótese estão desde a previsão de remoção obrigatória de determinado conteúdo até a criação de um direito de resposta àqueles que se sintam ofendidos por determinada postagem. O procurador-geral da República, Augusto Aras, se manifestou contra o bloqueio de perfis nas redes sociais em pelo menos duas manifestações enviadas ao STF.”
Eu comecei a ler essa matéria com os dois pés atrás, já que a busca em quetão havia sido autorizada pelo STF, ao contrário da operação no gabinete do Serra.
“A Câmara dos Deputados entrou com uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) contra a operação de busca no gabinete da deputada federal Rejane Dias (PT-PI) ocorrida na última segunda-feira, 27. A ofensiva contra a primeira-dama do Piauí, que teve o aval da ministra Rosa Weber, do STF, investiga suspeita de desvios de recursos da Educação no Estado. Na prática, a Câmara quer impedir que juízes da primeira instância sigam determinando operação de busca e apreensão em gabinetes do Congresso. Ao contestar a operação contra Rejane Dias, a Câmara pede que seja firmado o entendimento de que cabe ao STF determinar medidas cautelares contra parlamentares que possam afetar ou restringir o exercício do mandato. A Câmara também quer que todo o material apreendido pela Polícia Federal na investigação da petista seja encaminhado ao Supremo. Preocupados com as últimas ações da Operação Lava Jato, líderes do Centrão vêm pressionando o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), a recorrer ao Supremo para impedir buscas e apreensões da PF em dependências da Casa, conforme informou o Estadão na semana passada. A cobrança aumentou depois que o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), conseguiu suspender a diligência da Polícia Federal, na última terça-feira, 21, no gabinete do senador José Serra (PSDB-SP). No caso de Serra, o presidente do STF, Dias Toffoli, barrou a operação no gabinete do tucano, determinada pela Justiça Eleitoral, apontando o risco de as provas colhidas na investigação (como dados armazenados em computadores) incluírem objetos ligados ao exercício do atual mandato. A operação contra a deputada Rejane Dias foi determinada por um juiz de primeira instância. Consultada em razão do envolvimento da deputada, Rosa Weber, segundo a PF, entendeu que o juiz deveria tocar o caso, já que os fatos sob apuração se deram quando Rejane era secretária de Educação do Piauí (entre 2015 a 2018), ou seja, antes de exercer o mandato parlamentar.” [Estadão]
Hora do ippon lógico:
“Um dos pontos levantados pela Câmara é que há parlamentares que são conhecidos por denunciar crimes praticados por milícias e grupos de extermínio ou irregularidades praticadas no próprio Judiciário. Esses parlamentares, afirma a Câmara, recebem informações, fazem anotações e produzem arquivos de computador. Dessa forma, uma eventual operação de busca e apreensão em gabinetes poderia colocar em risco não apenas o exercício do mandato do parlamentar, mas a segurança dos autores de denúncias.”
Porra, como discordar disso aí?! Na hora pensei no Freixo e o tanto de gente que ia ficar com o cu na mão de seus dados vazarem para milicianos.
“Na avaliação da Câmara, não se trata de reconhecer a prerrogativa do foro privilegiado em função do local (no caso, o gabinete da parlamentar), e sim a “garantia de pleno exercício do mandato popular”. Para a Câmara, medidas cautelares contra parlamentares em questões penais somente podem ser determinadas pelo Supremo Tribunal Federal, devendo depois serem analisadas pela respectiva Casa do parlamentar.”
A pergunta que não quer calar: o parlamento aceitará as ordens do STF?
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6. O xadrez

As peças se movem no tabuleiro:
“O DEM e o MDB vão oficializar, nos próximos dias, o desembarque do Centrão, bloco liderado na Câmara pelo deputado Arthur Lira (Progressistas-AL). Os dois partidos já atuam de forma independente em torno do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), mas acabam ficando a reboque de Lira no encaminhamento de votações, como antecipou o Estadão/Broadcast. O divórcio mostra os rumos antagônicos que as bancadas vão tomar em votações futuras, como na reforma tributária e na sucessão de Maia, em 2021. Conhecido como “blocão”, o grupo conta, atualmente, com Progressistas, PL, PSD, MDB, DEM, Solidariedade, PTB, PROS e Avante e tem 221 deputados federais, o maior da Casa. Foi formalizado em 2019 para a formação da Comissão Mista de Orçamento (CMO) e permitiu ao Centrão ter 18 assentos no colegiado mais cobiçado do Congresso. Não sem motivo: a CMO é responsável por preparar o orçamento federal e definir a destinação das emendas parlamentares. A aliança abrigava, ainda, PSL, PSDB e Republicanos, que formalizaram a saída anteriormente. Os últimos embates no plenário, porém, revelaram o racha no bloco. A tentativa de Lira de retirar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do Fundeb da pauta, na semana passada, a pedido do Palácio do Planalto, irritou o DEM e o MDB. “Isso foi bem simbólico e a gente entendeu que era hora, realmente, de partir em linha própria”, afirmou o líder do DEM na Câmara, Efraim Filho (PB), ao Estadão/Broadcast.
Horas antes da votação, no entanto, o Centrão recuou e decidiu apoiar a prorrogação do Fundeb. Esse tipo de requerimento só pode ser apresentado por um líder de bloco, o que, na prática, faria o DEM e o MDB se submeterem à estratégia capitaneada pelo governo. “Foi bom enquanto durou, mas é hora de escolher um caminho próprio”, disse Efraim. A aproximação do Centrão com o presidente Jair Bolsonaro e a disputa pelo comando da Câmara, marcada para fevereiro de 2021, racharam o “blocão”. Juntos, DEM e MDB têm 63 deputados. Agora, os dois terão autonomia em posicionamentos formais da Câmara, como na apresentação de requerimentos para votação de emendas em projetos de lei, pedidos para acelerar determinadas votações e até para solicitar a retirada de alguma proposta da pauta. O alinhamento de Lira com Bolsonaro, dando as cartas sobre indicações para cargos no Executivo, acirrou a divisão e reforçou a decisão do desembarque. “Nós temos total independência. Então, não vamos a reboque de ninguém”, argumentou o líder do MDB na Casa, Baleia Rossi (SP). Lira, por sua vez, minimizou o movimento dos colegas no Centrão. “O bloco foi formado para o Orçamento e, naturalmente, se desfaz imediatamente após a aprovação. Esse bloco era para ter sido desfeito em março. Só não foi por conta da pandemia”, declarou ele, por meio de sua assessoria.
A saída do DEM e do MDB do grupo escancara também a divisão dos partidos da Casa em votações cruciais, como a reforma tributária. Enquanto o Centrão de Lira age para emplacar o projeto do ministro da Economia, Paulo Guedes, Maia e as bancadas do DEM e do MDB patrocinam a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) apresentada por Baleia Rossi. O mesmo confronto é esperado na sucessão de Maia, que está a seis meses de deixar a presidência da Câmara. Lira é pré-candidato ao posto e tem a simpatia do Planalto, embora Bolsonaro também goste do deputado Marcos Pereira (Republicanos – SP), vice-presidente da Câmara e bispo licenciado da Igreja Universal do Reino de Deus. Maia não apoia Lira e quer fazer seu sucessor, lançando outro candidato com apoio do DEM e do MDB. “Esse bloco permanece com uma candidatura mais ligada ao Planalto e nós pretendemos ter uma candidatura com um pouco mais de independência, ligada à liderança Rodrigo Maia”, argumentou Efraim.” [Estadão]
Qual o pior cenário para Bolsonaro? Maia reconduzido à presidência.
Qual cenário que nós queremos? Maia reconduzido à presidência.
“A movimentação anunciada por DEM e MDB na Câmara nesta segunda (27), se mantida, indica que Bolsonaro e o centrão terão dificuldade de emplacar o sucessor de Rodrigo Maia (DEM-RJ) em fevereiro. Isso porque oposição e independentes somam dois terços da Casa. O sinal é de que a maioria não pretende entregar o comando para um parlamentar com alinhamento forte ao presidente. Dependendo de quantos partidos o PSL conseguir carregar para o novo bloco que tenta formar na Câmara, a liderança de Arthur Lira (PP-AL) pode ficar mais enfraquecida. Algumas das siglas hoje estão no centrão. A expectativa da ex-legenda de Bolsonaro é chegar a 109 parlamentares.” [Folha]
Mas Maia, ao que parece, não quer a reeleição:
“DEM, MDB e PSDB querem formar um grupo de centro independente em torno de algum nome respaldado pelo atual presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Há aliados, inclusive, que ainda não perderam a esperança em uma reeleição de Maia autorizada pelo Poder Judiciário — mas o próprio Maia se declara contrário à ideia. Um nome forte no grupo de Maia é Baleia Rossi (SP), líder e presidente do MDB.” [O Globo]
Essa parte é hilária:
“Um grupo formado por Solidariedade, PROS, PTB e PSL ainda busca seu candidato para a corrida e tem Arthur Lira como favorito, desde que ele dê demonstrações claras de independência do Poder Executivo. Nesse sentido, um requisito citado pelas lideranças em busca de um candidato é que o governo não declare apoio a ele. Marcos Pereira (SP), presidente do Republicanos, tem se esforçado para cativar o mesmo grupo. Para isso, ele vem se distanciando de Lira e se esforçando para exibir a “independência” exigida pelos partidos pretendentes. Os filhos de Jair Bolsonaro Flávio e Carlos, porém, pertencem ao partido, o que é visto como uma desvantagem.”
E o Doria tá por trás da movimentação:
“A montagem de uma candidatura de centro para a Presidência em 2022, hoje focada na figura do governador João Doria (PSDB-SP), é o pano de fundo para a movimentação disparada pelo atual chefe da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Não é uma costura vertical, dado que não há um ator com peso político suficiente para impor sua vontade, e vem ocorrendo desde o ano passado. Mas hoje Doria é o principal beneficiário final dos acordos em curso. O tucano sonha com uma união de forças de centro que marque diferença com a direita bolsonarista e a esquerda petista.” [Folha]
Centro é o caralho!
“Depois que ficou evidente que não seria apoiado em sua pretensão de buscar um terceiro mandato consecutivo, Maia passou a trabalhar contra o favorito do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para sua cadeira, Arthur Lira (Progressistas-AL). Alguns nomes surgiram como potenciais candidatos, o principal deles o do presidente do MDB, Baleia Rossi (SP). Marcos Pereira (Republicanos-SP) e Aguinaldo Ribeiro (Progressistas-PB) também são citados, mas eles não se encaixam tão bem no plano geral para 2022 pela proximidade excessiva com o governo federal. Já Rossi encarna a promessa do MDB de se manter equidistante dos polos. Ele tem bom trânsito até com a esquerda da Casa, assim como Maia. Com 130 votos, essa oposição não faz nada sozinha, mas tem peso para compor maiorias. Além disso, Maia trabalha em boa sintonia com Rossi, o que é visto como uma garantia de continuidade. O presidente da Câmara, por sua vez, tem o futuro especulado de diversas formas —entre as mais citadas, como eventual vice numa chapa com Doria, apesar de seu perfil legislativo.
O acordo se espraia para outras áreas. Há um mês, Maia e Rossi estiveram com o prefeito paulistano, Bruno Covas (PSDB). Das discussões saiu a ressurreição de um nome apoiado pelo MDB, ou talvez do próprio partido, para ocupar a desejada posição de vice na chapa do tucano. Hoje, o prefeito é favorito à reeleição nas sondagens internas de partidos aliados e adversários do tucano. Assim, emergiu novamente a figura do apresentador José Luiz Datena, que submergiu após desistir oficialmente de disputar a prefeitura, sugerir apoio a Covas e filiou-se ao MDB. Aliados dele o consideram pronto para entrar na campanha. Como o DEM ocupa a vice de Doria hoje, com Rodrigo Garcia, por essa lógica a tríade dos partidos ficaria consolidada no principal estado do país, visando 2022. O fator oculto, até por uma questão de bons modos políticos, é a saúde de Covas, que combate um câncer. Se ele precisar se ausentar da prefeitura, a figura do vice tende a se consolidar como central na maior cidade do país. O tucano era vice de Doria, assim como Kassab era de José Serra (PSDB), e foi reeleito.”
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7. Covid-17

Do Andreazza:
“Temos um remédio santificado entre nós. Não importarão quantos estudos lhe indicarem a ineficiência, temos — teremos, ecoando no zap profundo — um medicamento santificado, glorificado, comungado no altar do Alvorada. A cloroquina salva. A cloroquina salva. A cloroquina salva. O próprio retrato de um Brasil — mui influente — que é teórico da conspiração e negacionista.
Não interessa a ciência — essa senhora formal — que testa, pondera e contraindica. A ciência que prudentemente informa, com base na experiência, assim: são muitos os indicativos de que não sirva — podendo até fazer mal se aplicado — para combater a Covid-19. Não importam os estudos. A fotografia do estado espiritual de nossa sociedade vai toda nesta inabalável afirmação de fé: a hidroxicloroquina é a salvação negada pelos que torcem pela doença e contra Bolsonaro.
Então, de repente, tínhamos — temos — um remédio patriota que seria agente político da direita na luta contra o vírus chinês, o agente político inimigo conspirador comunista. A hidroxicloroquina como a própria infantaria conservadora no campo de batalha da guerra cultural, de cuja fantasia depende a existência do bolsonarismo.
Esse esquema propagandístico prosperou e prospera ainda. A cloroquina salva. A cloroquina salva. A cloroquina salva. Jair salva. E que não subestimemos a percepção popular a partir da campanha de desinformação bolsonarista: um medicamento — a solução contra a peste — que se queria ministrar para a população, que se poderia ministrar para a população, mas que foi desqualificado por uma concertação do establishment, disposto mesmo a matar brasileiros em troca de não deixar que o remédio de Bolsonaro mostrasse seu efeito curador. Tudo para que ele, Jair, não triunfasse.
O culto à desconfiança venceu.
“Deixem o homem trabalhar. Deixem a cloroquina funcionar”. Não adianta evidenciar que não trabalha; que não funciona. A mensagem — plantação do nós contra eles total — enraíza-se: “Não escutem os especialistas. Não deem ouvidos à imprensa. Estão politizando a questão”. Sim. Numa inversão tão bárbara quanto eficaz, a politização do vírus e de seu enfrentamento é atribuída aos que mostram como o projeto de poder bolsonarista avança para desacreditar os fatos de modo a que somente haja versões.
O culto à desconfiança venceu.
Bolsonaro faz aquilo que se espera de líderes populistas de sua extração: criação e difusão de mitos. Propagação do que seria, ante a pandemia, o elemento salvador; e elemento salvador — o medicamento — com caráter: acessível ao povo diretamente. Como ele, Bolsonaro: acessível ao povo diretamente. Bolsonaro, segundo a crença bolsonarista: também um remédio. Não é?
Jair salva.
Atenção ao processo discursivo personalista por meio do qual, de súbito, na eucaristia bolsonarista, o presidente e a hidroxicloroquina seriam um só, o mesmo corpo curandeiro sacrificado — aquela panaceia que prescindiria de intermediários para cuidar das pessoas.
Dirão as massas só existentes na narrativa, lá onde Bolsonaro pegaria no batente: “Deixem o homem trabalhar. Deixem a cloroquina funcionar”. Dirá o pastor: “Nós temos a cloroquina. A salvação que nos é interditada. Nós produzimos a cloroquina. A independência salvadora que nos é proibida. Nós podemos — queremos — tomar a cloroquina. Tomemos. Ela está no meio de nós”.
Jair salva. Mas não salvará aqueles que, com responsabilidade pública, legitimaram, ainda que pela omissão, o uso de um remédio como crendice para armar reacionários em cruzada. Muitos médicos. Muitas associações médicas. Muitos hospitais. Muita gente que viu vantagem. Muita gente que fez negócio. Que especulou e faturou.
E há também, triste e gravíssimo, o papel do Exército brasileiro nessa farsa. Uma instituição de Estado, de natureza impessoal, que aceitou se associar — em casamento já indissolúvel — a governo de turno; que aceitou ofertar um seu general da ativa à função de cavalo de Bolsonaro no milagre da multiplicação por meio do qual o presidente se converteu igualmente em ministro da Saúde, púlpito desde onde celebrou, com batina verde-oliva, a missa de canonização da cloroquina.
O Exército chancelou a irresponsabilidade anticientífica e anti-intelectual daquele que ora propagandeia o remédio, a comunhão, para emas.
Não houve Mandetta, um político, nem sequer Teich — aquele que viera para inexistir — que aceitassem tamanha submissão; que aceitassem que seus gogós fossem o da ema. Mas um general — da ativa — topou. O Exército topou. E não foi só. Porque o Brasil, por meio do laboratório do Exército, fabricou, gastando milhões, para satisfazer fetiche de milagreiro, milhões de comprimidos de hidroxicloroquina — resultando em que o país esteja abastecido para a eternidade. Para quê? Para a eternidade de quem? Para investigação conduzida por quem na Terra? Ou caberá somente ao Senhor?
Jair — aqui, entre os mortais — talvez se salve. Salvará o Exército?” [Estadão]
Nem fodendo. Próximo!
“O Brasil ainda não tinha alcançado a marca de 2.500 casos confirmados de coronavírus quando a Índia decretou o maior confinamento da história. Em 24 de março, o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, determinou que 1,3 bilhão de habitantes de “todos os distritos, todas as ruas, todas as vilas” do segundo país mais populoso do mundo, atrás apenas da China, estavam proibidos de sair de casa. À época, a Índia registrava 536 casos da Covid-19 e 10 mortes, números baixos para as dimensões do país. Especialistas estimavam que a cifra de infecções chegaria a 1 milhão em maio.” [Folha]
10 mortes e Modi fez lockdwon.
“A Índia de fato atingiu o valor, mas em 17 de julho, quando se tornou o terceiro país no mundo a superar 1 milhão de contágios pelo coronavírus, atrás dos Estados Unidos e do Brasil. Outra projeção, desta vez feita por pesquisadores do MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts), divulgada no começo de julho, acendeu novos alertas sobre os efeitos da pandemia no país: até o final de março de 2021, a Índia vai liderar o ranking de casos diários da Covid-19 no mundo. O MIT projeta 287 mil novos contágios por dia, mais que o triplo da previsão para os Estados Unidos, o segundo colocado da lista. Para chegar a essa conclusão, os autores do modelo matemático levaram em conta aspectos como capacidade de realizar testes, percepção de risco de contaminação e reação dos governos à pandemia em 84 países. O Brasil não aparece na lista. Apesar de estar atualmente em segundo lugar no número de casos e mortes pela Covid-19, o país foi considerado pelos pesquisadores, junto com a China, uma “notável exceção”, por não apresentar dados confiáveis sobre os índices de exames de detecção do vírus.”
“Na Índia, a reação rápida trouxe ganho de capital político ao primeiro-ministro. Segundo levantamento semanal da Morning Consult, Modi é, desde o início da pandemia, o líder com o maior índice de aprovação em todo o mundo: 77%. Na lista com dez chefes de Estado, Jair Bolsonaro é o sexto colocado, com 47%, e o americano Donald Trump, o oitavo, com 39%. Na avaliação da brasileira Karin Costa Vazquez, diretora do centro de estudos africanos, latino-americanos e caribenhos na O.P. Jindal Global University, na Índia, em contraste com Bolsonaro e Trump, Modi apostou na chamada “diplomacia da saúde” para projetar uma imagem positiva para o mundo. Ela cita o ministro das Relações Exteriores indiano, que, durante reunião virtual do Brics (grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), afirmou que seu país tem prestado assistência médica a 85 países. Brasil e Estados Unidos, por exemplo, receberam doações indianas de hidroxicloroquina, medicamento usado no combate à malária que foi propagandeado por Bolsonaro e Trump como possível tratamento contra a Covid-19, embora não haja nenhuma evidência científica de sua eficácia.”
Sim, os indianos, malandros, desovaram cloroquina pelas bandas de cá.
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8. Economia em tempos de pandemia

E esse otimismo todo?!
“Os dados recentes sobre a atividade levaram o departamento econômico do Bradesco a reduzir a estimativa da recessão este ano. O banco agora prevê queda de 4,5% em 2020, a projeção anterior era de recuo de 5,9%. A economia vai se recuperar parcialmente em 2021. A previsão é de uma alta de 3,5% no PIB do ano que vem. “Os dados de atividade seguem surpreendendo positivamente, sugerindo um recuo menos intenso do PIB neste ano. Além da melhora em diversos indicadores, há sinais de alguma estabilização no ritmo de disseminação da doença, reduzindo os temores de uma segunda onda” diz o relatório do Bradesco.” [O Globo]
Vai ver os economistas tao manjando mais que os cientistas e médicos…
“Se a tendência de melhora se mantiver, é possível que esta recessão não seja a maior da história, como é amplamente esperado atualmente. O pior resultado anual do PIB até hoje foi em 1990, no início do governo Collor, quando a economia recuou 4,3%.”
Vai passar disso COM TRANQUILIDADE. Se bobear o dobro. E não descarto queda de dois dígitos, já que essa preiv~soa í embute uma normalidade do governo.
“O banco também melhorou a previsão para a economia global. O PIB mundial deve encolher 3,6%, menos que a recessão de 4% estimada anteriormente. “A flexibilização das restrições à mobilidade ao redor do mundo tem se dado sem grandes retrocessos” explica o relatório.”
Os caras lêem jornais?! Catalunha voltou a se fechar. Europa com medo da segunda onda.
Passemos para o Dino:
“O governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), encaminhou um ofício ao presidente Jair Bolsonaro sugerindo que ele reúna governadores, presidentes de confederações empresariais e centrais sindicais para a criação de um “Pacto Nacional pelo Emprego”, com medidas emergenciais de geração de emprego e renda. A proposta foi encaminhada por Dino depois da entrevista do secretário de Política Econômica do Governo Federal, Adolfo Sachsida, para a Folha antecipando que “os índices de desemprego vão dar um repique grande” no segundo semestre.” [Folha]
Bolsonaro, claro, ironizou, o que me lembra desse diálogo maravilhoso:
E a pandemia vai demorar MUITO pra passar, com vacina ou não:
“A pandemia do novo coronavírus impactou a agricultura familiar e pode afetar a distribuição de alimentos na América Latina, segundo pesquisa realizada pelo IICA (Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura). O estudo mostrou que 93% dos agricultores familiares já percebem os efeitos da crise gerada pelo vírus à região. Entre os aspectos que afetam a atividade produtiva, 53% dos entrevistados apontaram a falta de equipamentos e protocolos de proteção. Segundo 50%, a pandemia também afetou o transporte e a distribuição de alimentos. Dificuldades como acesso a crédito (49%) e capacidade de armazenamento (43%) também foram citadas. Para 70% dos entrevistados, a renda dos agricultores familiares diminuiu durante a pandemia. A redução da demanda derrubou os preços dos produtos e o volume de vendas.
A pandemia ainda reduziu a mobilidade e o acesso aos mercados devido às medidas de distanciamento social adotadas. A maioria dos entrevistados (47%) afirma que, em geral, os preços durante a pandemia permaneceram estáveis. Para 37%, há uma tendência de queda nos valores de produtos vendidos pelos agricultores familiares. A pesquisa foi feita entre 11 e 22 de maio com 118 pessoas de 29 países da América Latina e Caribe. Entre os entrevistados, estão profissionais ligados a instituições públicas, organizações agrícolas, da academia e do setor privado. O agricultor José Raimundo de Souza, 63, viu sua renda encolher 70% durante a pandemia. Ele produz hortaliças e mandioca no Distrito Federal e contou que, com o fechamento dos restaurantes, as vendas despencaram. “Com o delivery, os restaurantes seguram somente cerca de 40% do faturamento. No inverno, sempre temos baixa, mas com a pandemia foi pior”, disse Souza. O agricultor afirmou que a pandemia não afetou a produção, mas inviabilizou a comercialização. “De 300 caixas produzidas [por colheita], se conseguimos vender 100 é muito”.
De acordo com os consultados, os produtos mais impactados pela Covid-19 (88%) se dividem em cinco grupos: grãos e cereais, vegetais, frutas, tubérculos e carnes. A pesquisa constatou que os mais afetados são tomate, cebola, repolho e produtos da aquicultura (tratamento de água para criação de peixe e crustáceos para consumo), o que pode reduzir o volume de produção desses alimentos. Já milho, feijão, cereais, batata e mandioca, na percepção dos agricultores, devem ter o volume de produção mantido ou aumentado. O estudo tem o objetivo de monitorar a produção agrícola familiar na região e busca identificar se, na opinião dos entrevistados, a pandemia já gera repercussões negativas e quais itens teriam seus volumes de produção reduzidos nos próximos seis meses. Para cerca de dois terços dos consultados, ainda não há problemas de fornecimento de alimentos importados. No entanto, alguns itens já começam a faltar dentro de certos países, como máquinas agrícolas e peças de reposição, sementes, grãos e cereais —especialmente milho e arroz—, além de algumas frutas e vegetais. “Diante de um cenário pós-pandêmico, surge a necessidade de considerar a agricultura como um setor estratégico para a reativação da economia, sendo essencial fortalecer o desempenho dos agricultores familiares e os circuitos curtos de comercialização de alimentos”, afirmou o diretor-geral do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura, Manuel Otero.​” [Folha]
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9. Emicida pra presidente!

Na mora, Emicida é uma metralhadora de lucidez, e o mais louco que não é ensaiado, sai tudo na hora
“Desde quando narrar uma determinada situação que está vinculada ao crime faz de você um apologista dessa situação? E se isso faz de você um apologista daquela situação, então você tem que começar a pegar o Datena, que faz isso todo dia na televisão. A música faz um retrato de onde as pessoas vivem.”​
“A gente precisa fazer com que a democracia no Brasil reconheça que ela é sabotada pelo racismo todos os dias. É muito importante que a gente entenda como a nossa legislação, como nosso Judiciário, como nosso sistema, nosso convívio em sociedade, percebe as pessoas não brancas. Elas são consideradas pessoas que são protegidas pela democracia?”
Vai ser inteligente assim lá na casa do caralho!
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10. O prevaricador do BB

Essa galera confessa prevaricação sem qualquer pudor, é como se eles nunca tivessem sido apresentados ao conceito:
“O economista Rubem Novaes, que pediu demissão da presidência do Banco do Brasil dias atrás, resume com a seguinte frase o ambiente político de Brasília, uma das razões que o fez pedir para sair : “Muita gente com rabo preso trocando proteção”. Para Novaes, a cultura política em Brasília piorou muito ao longo do tempo, mas ele não aceita citar casos concretos. Afirma apenas que tudo começou na reeleição do Fernando Henrique Cardoso “e piorou muito nos anos do PT com mensalões e petrolões”. Para ele, “criar dificuldades para vender facilidades é a regra”, e além disso, “temos os privilégios e compadrios”. Ele cita o presidente do PTB Roberto Jefferson como sendo hoje “o melhor cronista dos bastidores planaltinos”.” [O Globo]
“Rubem Novaes cita também, sem especificar o caso, que “a reação à privatização é um bom exemplo da resistência ao Liberalismo. Alguns realmente acreditam na importância das estatais, mas o interesse maior vem daqueles que buscam empregos, poder e bons negócios”.”
E olha o naipe do prevaricador:
“Há três semanas, o BB vendeu, sem leilão, uma carteira de crédito de R$ 2,9 bilhões pela bagatela de R$ 371 milhões. O comprador foi o BTG, que teve Guedes entre os fundadores. O ex-ministro Ciro Gomes definiu a transação como “um negócio escandaloso”. A oposição quer obrigar Novaes a explicar o que fez. No sábado, o economista disse à CNN Brasil que não se adaptou à “cultura de privilégios, compadrio e corrupção de Brasília”. A declaração é típica de quem tem histórias a contar. Mais um motivo para que ele seja convocado pelo Congresso antes de sair à francesa.” [UOL]
Aí tem, hein!
E vem mais baixa por aí
“Depois de três baixas num prazo de 30 dias, Mansueto de Almeida, Rubem Novaes e Caio Megale, a próxima poderá ser do Secretário de Desestatização, Salim Mattar. Ele próprio já falou a interlocurores do desejo de se desestatizar. Está cansado da máquina pública.” [O Globo]
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11. Líbano

Do Guga Chacra:
“A infiltração de membros do Hezbollah nas colinas do Golã (um território sírio anexado por Israel em ação não reconhecida pela comunidade internacional) não seria de interesse do Líbano. O grupo, considerado terrorista por EUA, Israel e uma série de nações europeias, pode colocar em risco toda uma nação para levar adiante a sua agenda. A fronteira entre Israel e o Líbano segue tensa há alguns dias, desde a morte de um membro do Hezbollah na Síria. O grupo, no entanto, nega ter realizado uma infiltração para atacar um alvo israelense. Já Israel diz que os militantes teriam sido alvejados por forças israelenses e retornado ao Líbano. O premier Benjamin Netanyahu, que enfrenta fortes protestos domésticos por sua criticada condução do país no combate à Covid-19, diz que responsabilizará não apenas o Hezbollah como todo o Líbano por uma ação contra os israelenses.” [O Globo]
Que escroto é o Netanyahu, ele ameaça uma nação com um cretinismo ímpar.
“O braço político do grupo xiita de fato integra o governo libanês em uma aliança com os cristãos do partido Frente Patriótica Nacional, do presidente Michel Aoun. Mas o governo libanês, em meio à crise econômica e manifestações contra corrupção, é tecnocrático. Nenhum ministro é do Hezbollah. Além disso, as Forças Armadas Libanesas são uma das raras instituições respeitadas por todos os grupos sectários libaneses e recebe ajuda da França e também dos EUA. A estratégia de Netanyahu de responsabilizar todo o Líbano entra neste contexto. O líder israelense sabe que a imensa maioria dos libaneses está mais preocupada em enfrentar a crise econômica e não tem interesse em uma guerra que devastará o país. Desta forma, cientes do risco de um conflito, buscarão agir para conter o Hezbollah. O grupo, porém, ainda prioriza sua agenda e a de seus aliados em Teerã.”
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12. Um Trump Muito Louco

Na falta de tempo vou de vídeo mesmo:
E essa foto é duma lindeza sem fim:
Passo ao Ian Bremmer:
E candidatas negras tão indo pra cima dos vovôs republicanos lá nos states:
“Agora, a mudança é também étnica e racial. Se nas eleições de 2012 as candidatas afrodescendentes e mestiças eram apenas 48, neste ano 122 mulheres concorrem a uma cadeira na Câmara dos representantes ou no Senado, constata o CAWP, organismo especializado nesse tipo de estatística. As mulheres negras representam atualmente 8% da população americana. No entanto, elas são apenas 4,3% entre as eleitas no Congresso, seja como senadoras ou representantes (equivalente de deputadas). Além da presença em alta nas listas eleitorais, a estratégia política dessas candidatas vem mudando. Historicamente, as mulheres negras concorriam apenas em regiões de maioria negra. Mas neste ano muitas delas tentam se eleger em zonas eleitorais de maioria branca e mista, inclusive em bastiões dos republicanos. Se as afro-americanas tentam cada vez mais se eleger nos Estados Unidos, elas também estão entre as mais participativas nos pleitos, como eleitoras. Entre todos os grupos de votantes, elas são as mais ativas, já que 68,1% foram às urnas na corrida presidencial de 2008 e 70,1% cumpriram seu dever cívico em 2012, dois pleitos vencidos pelo democrata Barack Obama. Mas em 2016, quando Donald Trump foi eleito, a participação das mulheres negras registrou um recuo (63,7%).” [Folha]
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>>>> E lá vamos nós – da Denise Rothenburg: “A contar pela primeira declaração depois do período de confinamento por causa da covid-19, o presidente Jair Bolsonaro vai atirar o discurso de jogar para os governadores toda a crise econômica que vão no rastro do novo coronavírus. Ao dizer a seus apoiadores que precisava voltar ao trabalho, o presidente afirmou que “tem muitos problemas para resolver, que outros fizeram para botar no meu colo. Acabaram com o emprego no Brasil, tem que trabalhar para recuperar isso aí” A declaração foi vista como o retorno do presidente à velha estratégia política, de culpar os governadores e prefeitos pelas mazelas decorrentes da pandemia. Assim, ele tenta tirar de cena a situação de risco de colapso ao sistema de saúde, situação que levou os governadores a adotarem o distanciamento social, seguindo a orientação dos infectologistas para preservar a vida das pessoas. A aposta de muitos políticos é a de que a volta de Bolsonaro ao trabalho virá junto com o retorno da tensão entre os entes federados e a União, o que respingará no Congresso. Ciente disso, o próprio presidente tratou de manter os seus apoiarem fiéis mais próximos e fez um gesto a eles, visitando a deputada Bia Kicis no último sábado. Só tem um probleminha: Se sair do estilo paz e amor, o presidente não terá apoio para levar adiante as reformas do jeito que deseja. Aí, sim, terá um problema no seu colo.” [,Correio Braziliense]
>>>> Juiz de primeira instância justificando busca e apreensão no Senado sem ok do STF: “O juiz eleitoral Marco Antônio Martin Vargas afirmou ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta segunda-feira (27) que o mandado de busca e apreensão autorizado por ele no gabinete do senador José Serra (PSDB-SP), na última semana, era restrito a informações sobre suposto caixa dois nas eleições de 2014. Segundo Vargas, a ideia era localizar equipamentos e aparelhos sobre os quais haveria “fundada suspeita de presença de informações” desse tema. Ou seja, diz o magistrado, não havia intenção de apreender materiais sobre a atuação de Serra como senador. Em resposta ao pedido de informações do STF, Vargas negou que a ordem de apreensão fosse ampla. Segundo o magistrado, não foi dada nenhuma permissão para que a PF recolhesse material relacionado ao mandato atual de Serra . Ele ressaltou que “considera forte a probabilidade de não serem armazenados no local, tão somente, objetos desta natureza [atividades de senador]”. “A referida autorização se restringia aos documentos, objetos, equipamentos e mídias relacionados ao esclarecimento dos delitos supostamente praticados durante a campanha eleitoral de 2014, caso eventualmente localizados, de modo a assegurar condições materiais plenas ao exercício independente do referido mandato eletivo”, escreveu. Martin Vargas lembrou ainda que a medida questionada na Corte ocorreu depois que o STF passou a entender que o foro privilegiado de parlamentares está restrito a ações que ocorreram ao longo do mandato e em função dele.” [G1] Sim, depois, não antes, que argumento bizarro é esse?!
>>>> Sabe aquele meme do chico buarque feliz e triste, lado a lado? É o clima do MEC: “O ministro da Educação, Milton Ribeiro, exonerou quatro assessores especiais do seu gabinete, remanescentes da gestão de Abraham Weintraub. O grupo fazia parte da chamada ala ideológica do governo. A medida foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) dessa segunda-feira. Contudo, Ribeiro manteve o coronel Paulo Roberto na vaga de assessor especial. As exonerações foram assinadas pelo número 2 da pasta, Victor Godoy Veiga, que assumiu a secretaria executiva do órgão com a saída de Antônio Vogel. Entre os demitidos estão Auro Hadano Tanaka, Eduardo André de Brito Celino, Sérgio Henrique Cabral Sant’ana e Victor Sarfatis Metta. Embora o ministro esteja promovendo mudanças, secretários da pasta como Carlos Nadalim, da Alfabetização, e Ilona Becskeházy, da Educação Básica, identificados como representantes da ala ideológica do MEC, orientados pelo guru Olavo de Carvalho, devem seguir nos cargos.” [O Globo]
>>>> Lula depende do Noronha… “O ministro João Otávio de Noronha, presidente do STJ (Superior Tribunal de Justiça), pediu informações ao ministro da Justiça, André Mendonça, sobre a colaboração entre a Lava Jato e o FBI. Ele vai julgar pedido da defesa do ex-presidente Lula para obrigar o governo a esclarecer os termos da ajuda dos norte-americanos aos procuradores brasileiros, que deveria obrigatoriamente passar pelo Ministério da Justiça. André Mendonça alegou sigilo e não respondeu aos advogados.” [Folha]
>>>> Do Maurício Stycer: “Batizado originalmente como “Liberdade de Expressão”, o quadro protagonizado pelos jornalistas Alexandre Garcia e Sidney Rezende na CNN Brasil trocou de nome na véspera da estreia, nesta segunda-feira (27). A direção do canal optou por rebatizá-lo como “Liberdade de Opinião”. É uma mudança sutil, mas busca reforçar a ideia de que as ideias expressas pelos seus novos comentaristas não refletem necessariamente a opinião do canal. Na estreia do quadro, Alexandre Garcia fez um elogio entusiasmado da hydroxycloroquina, um medicamento não recomendado pela OMS para tratamento da covid-19. O jornalista disse que o presidente Jair Bolsonaro “é a comprovação científica de que o uso da hydroxycloroquina dá certo”. O âncora do programa, Rafael Colombo, não refutou o argumento, nem mesmo mencionou que três dias antes havia sido divulgado mais um estudo, o maior já feito no Brasil, comprovando a ineficácia do medicamento. Para todos os efeitos, o comentário de Garcia sobre o medicamento foi ao ar como uma “opinião”. A conversa avançou para outros assuntos, mas cerca de 15 minutos depois foi retomada. Após ouvir Garcia elogiar a atuação do ministro Eduardo Pazuello, que tem sido questionada no Congresso, Colombo lembrou que a cloroquina “não tem eficácia reconhecida pela OMS” e perguntou ao comentarista se não seria mais adequado o Brasil ter um médico, e não um general, no comando do Ministério da Saúde. Garcia elogiou a dedicação de Pazuello e disse que tem ouvido muitos elogios de prefeitos a ele. Alguns dias antes, na CNN americana, a âncora Brianna Keilar teve uma atitude diferente. Ela estava entrevistando um assessor do presidente Donald Trump, Tim Murtaugh, quando ele começou a defender o uso da hidroxicloroquina. Keilar o interrompeu e disse: “Você está prestando um desserviço real aos americanos.” Em seguida, a jornalista chamou um médico para falar sobre o assunto.” [UOL]
>>>> Verme! “O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente Jair Bolsonaro, usou suas redes sociais para criticar a escolha de Thammy Miranda para integrar a campanha de Dia dos Pais da Natura. Sem citar diretamente Thammy, o parlamentar afirmou que escolha ‘mulher como garoto propaganda do dia dos pais e homem para o dia das mães’ representa ‘conduta totalmente atípica para padrões brasileiros’.  Thammy é pai de Bento, de seis meses, de sua relação com Andressa Ferreira.” [O Globo]
>>>> Whintey respira: “Atendendo a um pedido da defesa do governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), o presidente do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli, determinou nesta segunda-feira (27) a formação de uma nova comissão especial da Assembleia Legislativa do Rio para analisar o impeachment do político. A ação, enviada ao STF no último dia 22, argumentava que o andamento do processo continha “vícios” e que a formação da comissão “foi instituída sem votação; possui 25 membros da Alerj [ao invés de 18], não respeitou a proporcionalidade [por partido], nem tampouco exarou o necessário parecer inicial”. Toffoli concordou com os argumentos apresentados pelos advogados de Witzel. “Entendo que assiste razão jurídica à tese de violação […] ao legitimar o ato de formação da comissão especial de impeachment sem a obediência à necessária configuração proporcional dos partidos políticos e blocos parlamentares e sem a realização de votação plenária dos nomes apresentados pelos líderes, ainda que de forma simbólica”, justificou. Com a decisão liminar, também fica interrompido o prazo vigente —que terminaria nesta quarta-feira (29)— para que o governador apresente sua defesa à Alerj. Enquanto aguardava a decisão do STF, Witzel cedeu na política, com a volta de um ex-secretário, e acenou a bolsonaristas na esperança de obter votos favoráveis na Assembleia.” [Folha]
>>>> É preciso admirar a política do Rio de Janeiro: “O pedido de impeachment do governador Wilson Witzel terá um novo capítulo nesta terça-feira. O presidente da Assembleia Legislativa do Rio, André Ceciliano (PT) vai se reunir com os procuradores da casa, o presidente da comissão para o pedido, Chico Machado (PSD), e o relator, Rodrigo Bacellar (SDD). O encontro foi marcado após a decisão do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli, de mandar dissolver a comissão formada para analisar o processo contra o governador do Rio de Janeiro. A proposta inicial é de uma comissão ampla, com todos os 70 deputados estaduais. No entanto, tal formato poderia antecipar o julgamento do mérito. A mudança acontece para tentar encaixar a comissão num formato que respeite o limite da proporcionalidade, motivo pelo qual o Toffoli atendeu ao pedido da defesa de Witzel. Para a Assembleia, a participação de um deputado de cada partido atendia a esse critério.” [O Globo]
>>>> Quem tem amigo tem tudo: “Quatro desembargadores do Tribunal de Justiça de São Paulo declaram-se impedidos de participar do julgamento de processo por improbidade administrativa movido pelo Ministério Público do Estado de São Paulo contra o ex-governador Márcio França (PSB) e os ex-secretários de Educação, José Renato Nalini, e da Fazenda, Luiz Cláudio Rodrigues de Carvalho. Eles declararam suspeição ao declinar de serem relatores do processo pelas relações que possuem com Nalini, que foi presidente do TJSP. Em novembro de 2019, Ricardo Dip disse ter amizade com Nalini há 40 anos e que ele, inclusive, é padrinho de sua filha. Jarbas Gomes também retomou longo histórico de proximidade com Nalini e declarou que, “de modo a prevenir eventual alegação de parcialidade, que poderia resultar, além da nulidade do julgamento, inadmissível mácula à honorabilidade deste órgão jurisdicional”, também não poderia participar. O próximo da fila, Afonso Faro Jr., alegou ter sido assessor de Nalini por quase quatro anos, além de também serem amigos. Em junho, por fim, Oscild de Lima Júnior foi mais sucinto e afirmou que se declararia suspeito para prevenir eventual alegação de parcialidade e, possivelmente, anulação do julgamento. Nesta quarta (22), a seção de Direito Público determinou a redistribuição dos autos. Nalini e Carvalho foram acusados de improbidade administrativa pelo Ministério Público por terem utilizado R$ 3 bilhões do Fundeb para pagar aposentados e pensionistas da SPPREV (previdência paulista) em 2018. Eles ganharam em primeira instância, mas o Ministério Público recorreu.” [Folha]
>>>> A Nova Zelândia tem uma coragem admirável, crise global e os caras peitam o maior parceiro comercial: “A Nova Zelândia suspendeu o tratado de extradição que mantinha com Hong Kong por causa da nova lei de segurança nacional aprovada pela China em junho. O país é o maior parceiro comercial da Nova Zelândia, com movimentações anuais de R$ 109 bi (US$ 21 bi) entre as duas nações. Segundo o ministro das Relações Exteriores neozelandês, Winston Peters, o país não pode mais confiar que o sistema de justiça criminal de Hong Kong “é suficientemente independente” do chinês. “Se a China demonstrar no futuro a estrutura de ‘um país, dois sistemas’, poderemos reconsiderar nossa decisão”, afirmou Peters. O chanceler neozelandês anunciou também que a exportação de equipamentos militares e tecnologia para Hong Kong terão o mesmo tratamento dado às exportações para China. Além disso, o país alterou suas recomendações de segurança para viagens, alertando aos neozelandeses dos riscos trazidos pela nova lei de segurança nacional chinesa. Também nesta terça (28), a China anunciou o fim de acordos de extradição com Austrália, Canadá e Reino Unido. Esses três países já haviam suspendido esses acordos, unilateralmente, em protesto contra a nova lei adotada em Hong Kong. No fim de junho, a China apertou o cerco a Hong Kong, uma região do país que tem status especial, com sistema judicial separado do resto do país, liberdade de expressão e de imprensa. Ex-colônia britânica, Hong Kong foi devolvida à China em 1997, com a promessa de que a região teria condições diferentes do resto do país. Com isso, a área tem acordos internacionais próprios de Justiça e de comércio, entre outras áreas, que são negociados de forma separada do resto da China.” [Folha]
>>>> Foi pro arquivo! “Um dos inquéritos abertos com base na delação premiada do ex-governador Sergio Cabral tratou do pagamento de R$ 25 milhões ao advogado Eduardo Martins, filho do ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Humberto Martins. A abertura da investigação, porém, já foi arquivada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), a pedido do procurador-geral da República, Augusto Aras, como revelou “O GLOBO”. Cabral relatou em sua delação firmada com a Polícia Federal ter ouvido do ex-presidente da Fecomércio-RJ Orlando Diniz, que este pagou cerca de R$ 25 milhões ao escritório de Eduardo Martins entre 2014 e 2015. Seu objetivo seria retomar o comando do Sesc e do Senac do Rio de Janeiro. Os repasses, segundo Cabral, aconteceram via contratação do escritório pela Fecomércio-RJ. O ex-governador afirmou aos investigadores que Diniz revelou a ele que “havia gasto dezenas de milhões de reais com o pagamento de vantagens indevidas por intermédio de escritórios de advocacia que tinham interlocução com ministros do Superior Tribunal de Justiça para a retomada do comando do Senac-RJ e do Sesc-RJ”. Entre esses escritórios, segundo Cabral, estava o de Eduardo Martins, que atuava como “ponte” com seu pai e também com o ministro do STJ Napoleão Nunes Maia. O ex-governador relatou que Diniz lhe confidenciou ter repassado R$ 15 milhões ao escritório de Eduardo Martins no primeiro semestre de 2014 para retomar o comando das duas entidades, além de R$ 10 milhões no final de 2015 para reassumir a presidência do Sesc/RJ. Disse, porém, que conseguiu recuperar apenas o Senac/RJ. Procurado, Humberto Martins afirmou, por meio de sua assessoria de imprensa, que “não tem nada a declarar” e que a investigação foi arquivada a pedido de Augusto Aras. A coluna não teve retorno do ministro Napoleão Nunes Maia e do advogado Eduardo Martins.” [O Globo]
>>>> Darth Vader dando recados: “Demitido no fim de março depois de desagradar a Jair Bolsonaro, o general Eugênio Pacelli Vieira Mota ganhou abrigo no gabinete de Hamilton Mourão. Virou chefe da Comunicação Social da Vice-Presidência. Mota era o diretor de Fiscalização de Produtos Controlados do Exército, área que tem como atribuição supervisionar a produção e comercialização de armas e munições. E foi o responsável por portarias que facilitavam o rastreamento de armas e munições. Todas essas portarias foram revogadas por ordem de Bolsonaro.” [O Globo]
>>>> Brasil-sil-sil! “Quatro dias depois de ter perdido desculpa por humilhar um guarda municipal que lhe aplicou uma multa por se recusar a usar máscara, o desembargador Eduardo Siqueira acusou nesta segunda-feira, em ofício enviado ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) por seu advogado, os agentes de terem cometido “abuso de autoridade”. No documento, a defesa do desembargador argumenta que a constituição estabelece que cabe às guardas municipais proteger os bens, serviços e instalações do município. O orgão, na visão do advogado, não tem função de segurança pública e por isso não pode exercer a preservação da ordem pública. “Os guardas municipais da Guarda Civil Municipal de Santos envolvidos nos incidentes filmados com o cidadão Eduardo, e nas abordagens anteriores, a pretexto de exercerem suas funções, abusaram da autoridade que lhes atribui o a Constituição Federal (…)”, afirma Marco Antonio Rabello, advogado do desembargador. Além disso, o ofício também diz que o decreto da prefeitura de Santos que determina o uso de máscaras é inconstitucional e “tem sido usado para justificar abusos, desmandos e restrições de direitos individuais dos cidadãos”.” [O Globo]
>>>> Alô, Fux, alô, Toffoli! “Fernando Pessôa da Silveira Mello, juiz auxiliar de Dias Toffoli na presidência do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e ex-juiz auxiliar de Luiz Fux no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), foi proibido pela Justiça de se aproximar da ex-mulher e é acusado de violência doméstica. Há comprovação de atos de violência praticados pelo ofensor contra a vítima”, escreveu o desembargador Robson Azevedo, do Tribunal de Justiça do Distrito Federal, na quarta-feira 22. “Verifico risco de dano irreparável ou de difícil reparação”, continuou o desembargador, que proibiu “aproximação e contato, por qualquer meio ou pessoa interposta” de Fernando Mello, sob pena de ter a prisão preventiva decretada. A medida consta da Lei Maria da Penha. Mello foi processado no início deste ano por Ingrid França de Oliveira, com quem foi casado de 2008 a 2019. Ambos vivem em Brasília. Desde fevereiro de 2020, o juiz federal da Justiça Militar despacha na presidência do CNJ, na gestão de Dias Toffoli. Em setembro, voltará a trabalhar com Luiz Fux, de quem é próximo. Em 2018, quando presidia o TSE, Fux escolheu Mello para ser seu juiz auxiliar na corte. No ano seguinte, Fux e o juiz organizaram um livro e o lançaram em uma cerimônia no STF. A obra reúne artigos de cinco ministros do Supremo. Ingrid França de Oliveira alegou à Justiça que sofreu violências “físicas, morais e psicológicas” do ex-marido. Ela o acusou de ter comportamento “agressivo e ofensivo” e de perturbar sua tranquilidade insistentemente.” [Época]







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