Fotos com referências nazista e racista circulam na internet.
Imagens mostram caloura como 'escrava' e alunos fazendo gesto nazista.
A recepção dos calouros do curso de Direito da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) acabou se transformando em polêmica e virando assunto nas redes sociais nos últimos dias. As manifestações são contrárias ao trote dos estudantes e giram em torno de duas fotos: em uma delas, uma jovem aparece pintada de preto e tem uma placa de papel pendurada no pescoço com os dizeres “caloura Chica da Silva”, as mãos dela estão acorrentadas e um rapaz segura essa corrente; na outra imagem, três jovens, um deles com um pequeno bigode, fazem um gesto típico dos nazistas – a mão esticada para frente – ao lado de um rapaz amarrado a uma pilastra.
Segundo o Centro Acadêmico Afonso Pena (CAAP) – da Faculdade de Direito da UFMG em Belo Horizonte –, as fotografias foram tiradas na última sexta-feira (15) durante a recepção de calouros do turno da manhã. O Evento foi realizado dentro da unidade, em uma área denominada “Território Livre José Carlos da Mata Machado”.
A vice-reitora da universidade, Rocksane de Carvalho Norton, afirmou que o trote é uma prática proibida na instituição. Segundo ela, a reitoria tomou conhecimento das fotos nesta segunda-feira (18), e após uma reunião, foi decido que haverá uma apuração para esclarecer os fatos que envolvem as imagens polêmicas. “A direção da Faculdade de Direito vai iniciar um processo de apuração dos fatos e ficar responsável pela aplicação das penalidades que sejam cabíveis ao caso”, disse.
Os universitários também se mobilizam para obter mais informações sobre o acontecido. O estudante de Ciências Econômicas e coordenador-geral do Diretório Central dos Estudantes (DCE), João Vítor Leite Rodrigues, afirmou que a entidade é contra o trote. “Hoje não tem mais espaço para atitudes desse jeito, para trotes opressivos dentro da universidade”, declarou.
O CAAP tem uma reunião marcada para esta segunda-feira (18), de acordo com o presidente Felipe Franca. “Hoje vai ter uma reunião interna para averiguar os fatos e a partir disso, vamos tornar um posicionamento público”, afirmou.
Tanto a reitoria, quanto o DCE e o CAAP se posicionaram com repúdio as atitudes racistas e nazistas retratadas nas imagens. Segundo a vice-reitora, mesmo com a proibição e as campanhas promovidas contra os trotes, eles continuam acontecendo. Sobre as fotos que circulam na internet, Rocksane destacou o que impressionou a reitoria. “O conteúdo desse trote que nos chamou mais atenção pelo teor preconceituoso”, concluiu.
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