Paulo “Fuck You” Guedes

Logo menos atualizo o podcast por aqui, os episódios você ouve lá na Central3.
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1. Paulo “Fuck You” Guedes

Se prepare pois o gênio bronzeado e grisalho estava inspiradíssimo. Paulo Guedes falou, em inglês, no “Aspen Security Forum, organizado pelo Aspen Institute, um centro de estudos de Washington” e certamente deixou a platéia boquiaberta:
“Entendemos a preocupação de vocês (norte-americanos), porque vocês desmataram suas florestas. Vocês querem nos poupar de desmatar a floresta, como vocês desmataram as suas. Sabemos que vocês tiveram guerras civis, também tiveram escravidão e só pedimos para vocês sejam amáveis como somos amáveis. Vocês mataram seus índios, não miscigenaram” [Estadão]
É a diplomacia do insulto em ação.
“Guedes, que chegou a ser cortado em sua resposta final, também lançou o argumento da soberania nacional para dizer que a Amazônia é um assunto que diz respeito ao Brasil. “Os militares estão dizendo, obrigado pela preocupação, mas essa é nossa terra. Não precisamos desmatar a Amazônia para produzir produtos agrícolas”, acrescentou.”
Ontem saiu que boa parte das queimadas na amazônia é limpeza pra pasto.
“Em outro evento, mais cedo, Guedes reclamou críticas de países europeus à política ambiental do governo de Jair Bolsonaro. “França, Holanda e Bélgica usam desculpa ambiental para impedir Brasil na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). É como acusarmos a França de queimar catedrais góticas, foi um acidente”, afirmou, em referência ao incêndio da Catedral de Notre-Dame, em Paris, no ano passado.”
Caralho, se bobear zoar a aparência da primeira-dama francesa é menos deselegante que isso aí.
guedesputo
Como comparar as queimadas na Amazônia ao incêndio na igreja de Notre Damme?!
“Contrariado por perguntas sobre a política brasileira, Guedes respondeu que o Brasil tem uma democracia vibrante e respeita o estado de direito. “Nós gostamos da democracia, ao contrário do que os perdedores da última eleição têm dito pelo mundo”, completou.”
E ontem saiu uma matéria dando conta que Bolsonaro queria enviar tropas ao STF pra detituir os onze ministros.
O show para os gringos se encerra aqui mas os absurdos do Guedes não.
“O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta quarta-feira (5) que não é possível prorrogar o auxílio emergencial com valor de R$ 600 mais do que o previsto hoje. “O Brasil não aguenta muito tempo”, disse. Ele afirmou durante audiência virtual sobre reforma tributária promovida pelo Congresso que a pressão de parlamentares pela ampliação do programa limitou a duração da medida.” [Folha]
Sim, a culpa é de quem se indignou com o valor de R$ 200 proposto pelo governo.
“Houve ampliação da base e do nível de auxílio. Se fosse R$ 200, ou R$ 300, dava para segurar por seis meses, um ano. Sendo R$ 600, não conseguimos estender mais do que estamos fazendo até agora”, disse Guedes. Também nesta quarta, o presidente Jair Bolsonaro disse que o auxílio não pode durar muito. “Não dá para continuar muito porque, por mês, custa R$ 50 bi. A economia tem que funcionar. E alguns governadores teimam ainda em manter tudo fechado”, disse Bolsonaro na área interna do Palácio da Alvorada. No domingo (2), Bolsonaro já havia criticado a ideia de tornar a medida permanente. “Por mês, são R$ 50 bilhões. Vão arrebentar com a economia do Brasil”, disse o presidente.”
Disse o presidente cuja missão parece ser afugentar investidores.
“Nos bastidores, o Ministério da Economia avalia que o auxílio emergencial pode acabar sendo estendido até dezembro. Membros da pasta mencionam preocupação com o impacto fiscal da medida, mas há o entendimento que pressões políticas podem levar à prorrogação (embora defendam um valor menor, de R$ 200). Guedes defende um valor de R$ 200 porque esse valor representa aproximadamente a média recebida no Bolsa Família. Portanto, segundo essa visão, o auxílio não poderia ser maior do que isso.”
Tirou a visão do cu, só pode!
“Nos bastidores, o Ministério da Economia avalia que o auxílio emergencial pode acabar sendo estendido até dezembro. Membros da pasta mencionam preocupação com o impacto fiscal da medida, mas há o entendimento que pressões políticas podem levar à prorrogação (embora defendam um valor menor, de R$ 200). Guedes defende um valor de R$ 200 porque esse valor representa aproximadamente a média recebida no Bolsa Família. Portanto, segundo essa visão, o auxílio não poderia ser maior do que isso.”
Sim, o Robin Hood esquizofrênico vai tirar dos pobres para dar aos mais pobres:
“Outra fonte de recursos, segundo disseram nos últimos dias membros do Ministério da Economia, seria o novo imposto sobre pagamentos, a ser aplicado sobretudo ao comércio eletrônico. Conforme mostrou a Folha, ele poderia render entre R$ 20 bilhões e R$ 40 bilhões ao Renda Brasil.”
Sim, um dos planos pra financiar o Renada Brasil é  ÚLTIMA etapa da reforma tributária pois não há pressa, né?
“O déficit seria de 1% do PIB neste ano, mas vai chegar a 11% do PIB. Em 2021, voltamos à trajetória fiscal e reduzimos drasticamente o gasto” [O Globo]
A economia de JOELHOS, o mundo vivendo um choque econômico global e o governo diz que não vai fazer a economia girar.
“Como vem repetindo, Guedes afirmou que a economia brasileira estava “decolando” antes da pandemia, e disse que o governo gastou mais que o dobro da média dos países emergentes com ações de combate à pandemia.”
Guedes tem uma incrível capacidade de ofender a inteligência de seus interlocutores. Ele pode tanto ofender como ele fez com os gringos, com ataques gratuitos, ou como ele faz pelas bandas de cá, jurando que somos incrivelmente burros. E em parte ele tá certo, né?
“Ao citar o vencedor do Nobel de literatura Mario Vargas Llosa, que presidente a instituição organizadora do evento, o ministro afirmou que a agenda liberal do governo de Jair Bolsonaro não foi alterada pela crise.”
Agenda mui liberal presidida por um presidente corporativista, tá ok?
“O ministro afirmou que o governo vai fundir “três ou quatro” programas sociais “que não funcionam” para criar o Renda Brasil, que o governo desenha para substituir o Bolsa Família.”
“Que não funcionam”, porra!
“Esse programa, afirmou Guedes, vai adicionar 6 milhões de pessoas às 20 milhões que hoje recebem o Bolsa Família. Guedes disse também que o governo irá propor, em até 60 dias, a privatização de “três ou quatro” grandes empresas públicas. — Eu acho que o Congresso estará ao nosso lado — afirmou, sem citar o nome das empresas a ser vendidas.”
Ele insiste nas mesmas alucinações, qualquer pessoa sabe que nem fodendo o congresso rpassa 4 privatizações em dois meses, porra!
Sigo com a Míriam Leitão:
“O ministro Paulo Guedes vê a ação de ricos se escondendo atrás dos pobres nas críticas a um imposto sobre movimentação financeira. Na ida dele à Comissão Mista do Congresso sobre reforma tributária, o ponto mais tenso foi sempre a CPMF. Não aceitou o nome, mas diante de qualquer referência a ele Guedes ou se defendia ou atacava. Disse que só “maldade ou ignorância” levam as pessoas a comparar o imposto que ele quer criar com a velha CPMF. Ele falou isso num disparo contra o deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), relator da reforma. A senadora Simone Tebet (MDB-MS) disse que no caso dela era “ignorância” porque ignora qual é a proposta do governo, dado que ela ainda não foi apresentada.
Somando-se todas as falas, fica claro que, sim, o ministro pensa em tributar as transações financeiras. Mas ele diz que é apenas um imposto sobre as grandes empresas de tecnologia. Paulo Guedes defendeu a tese de que os ricos no Brasil falam em regressividade da CPMF para se esconder atrás dos pobres.
— Se eu falar que há alinhamento com um imposto de movimentação financeira, Deus me livre. Já caiu o Secretário da Receita, cai todo mundo que fala disso. Parece que é um imposto interditado. Muita gente não quer deixar as digitais em suas transações. Escondido atrás do pobre. Se o pobre que ganha R$ 200 de Bolsa Família, e falar que é um imposto de 0,2%, são R$ 0,40. Qualquer aumento de R$ 10 ou R$ 30 já tirou. Não dá para rico se esconder atrás de pobre. O rico é o que mais faz transações, o que mais consome serviços digitais. E está isento. Esconde atrás do pobre — disse o ministro.” [O Globo]
“A senadora Simone Tebet propôs que o governo mostrasse toda o seu projeto:
— Vossa excelência diz que quem está falando de CPMF é por maldade ou ignorância. Eu me incluo entre os ignorantes. Eu quero entender se essa contribuição vai atingir as plataformas ou qualquer um que com um cartão de crédito compre um remédio na esquina.”
“O ministro disse que “quem tem poder em Brasília” consegue pagar menos imposto e por isso “há R$ 300 bilhões de desoneração”. E quem tem dinheiro “não paga imposto e vai pra Justiça” e assim há um contencioso de R$ 3,5 trilhões. O que o ministro não explica é por que não cumpriu a promessa de campanha de acabar com os R$ 300 bilhões de renúncias fiscais e por que manteve as isenções da Zona Franca de Manaus, já que me disse que “não deixaria o Brasil todo ferrado” para manter a Zona Franca. Entre os conflitos verbais do ministro e os fatos há uma certa distância.”
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2. Ministro terrivelmente fasicsta

Mendonça, o ministro terrivelmente cínico, jurou ao STF que relatório nenhum foi feito, vai ver o coronel da SEOPI caiu porque tropeççou no meio fio, né?
“O Ministério da Justiça afirmou ao Supremo Tribunal Federal, em documento enviado nesta quinta-feira, que a Secretaria de Operações Integradas (Seopi) não produz dossiês “contra nenhum cidadão” e não instaura “procedimentos de cunho inquisitorial”. “A SEOPI reitera que sua área de inteligência atua subordinada à mais estrita legalidade, em consonância com os marcos e limites normativos impostos à atividade de inteligência e, portanto, sem qualquer viés investigativo, punitivo e persecutório”, afirmou o ministério no documento – que é um parecer, e não o relatório revelado pela reportagem do UOL.” [Yahoo]
Sim, a Carmem Lúcia pediu o relatório e o governo ergueu o dedo do meio!
“No documento, o Ministério da Justiça pondera que o compartilhamento de informações com o Judiciário poderia ter “efeitos” nos trabalhos de inteligência. “A submissão dos documentos produzidos ao Poder Judiciário, ainda que cercada de cautelas, poderia colocar em risco o sistema de salvaguardas das informações e documentos de inteligência e, por consequência, comprometer a credibilidade interna e externa da República Federava do Brasil no que se refere à estrita obediência dos parâmetros internacionais que regem a Atividade de Inteligência”, aponta.”
Alô, Carmem Lúcia, vai de voadora!
Ah, o coronel demitido da SEOPI abriu a boca, para desespero do ministro terrivelmente evangélico:
“Este é um tema que tem a regra de sigilo normal. Eu não tenho nada para comentar sobre o tema. Qualquer assunto é com o ministério. É a posição oficial ” [O Globo]
O jornalista insistiu:
“O GLOBO questionou Libório se a confecção do dossiê partiu de uma ordem do ministro da Justiça, André Mendonça; do secretário de Operações Integradas do ministério, o delegado da Polícia Civil do DF Jeferson Lisbôa Gimenes; ou se foi iniciativa do próprio coronel, quando estava no cargo de diretor de Inteligência.
– Nem que sim, nem que não, nem talvez. Estou em silêncio – limitou-se a responder.”
Era melhor o ministro terrivelmente mentiroso ter metido um “nem que sim, nem que não, nem talvez” do que ter mentido na cara dura. e Lembre-se que André jura ter pergutnado ao coronel sobre o relatório e o coronel teria negado.
E não nos esqueçamos do que fizemos nos verões passados:
“A atuação da Seopi (Secretaria de Operações Integradas) para monitoramento político de adversários e críticos do governo de Jair Bolsonaro foge de suas atribuições, mas não é completamente atípica nesse setor ligado ao Ministério da Justiça. A secretaria foi criada pelo ex-ministro da Justiça Sergio Moro com o objetivo de integrar ações de órgãos de segurança pública federais, estaduais e distrital com “vistas à prevenção e à repressão da violência e da criminalidade”. Não há, em sua estrutura organizacional, a previsão de monitoramento político. Na avaliação reservada feita por ex-ministros e ex-servidores da pasta, um relatório para investigar movimentos políticos, por exemplo, não caberia à Seopi nem ao ministério.
Reportagem do UOL da semana passada apontou que um relatório feito pela Siope teria fotografias e endereços de redes sociais sobre 579 professores e policiais identificados como antifascistas. Em resposta, o ministro André Mendonça (Justiça) anunciou a abertura de sindicância e, como revelou a coluna Painel, da Folha, demitiu Gilson Libório Mendes, que seria responsável por reunir os dados dos servidores. A ministra Cármen Lúcia (STF) disse que a informação sobre o relatório, se verdadeira, “escancara comportamento incompatível com os mais basilares princípios democráticos do Estado de Direito”.
Reservadamente, ex-integrantes do Ministério da Justiça dizem que a pasta já acompanhou grupos políticos ou organizações sociais durante eventos como Jornada Mundial da Juventude (2013), Copa do Mundo (2014) e Jogos Olímpicos do Rio (2016). De acordo com um ex-ministro da Justiça, os monitoramentos de redes sociais se intensificaram após os atos contra o aumento das passagens de transporte em 2013 e foram feitos sistematicamente nos grandes eventos nos anos seguintes.” [Folha]
Veijo, Dilma, beijo, Cardozo! Pra quem não lembra a Dilma tinha presos políticos. Presos pela polícia do Cabral com a coordenação do Ministério da Justiça do governo petista.
“Na época, foi criada uma estrutura provisória —aos moldes de uma sala de crise— para fazer as análises. O grupo era formado também por integrantes de outros órgãos como a Polícia Federal, Forças Armadas e representantes estaduais da área de segurança pública. Esse mesmo ex-ministro diz que é necessário haver pelo menos dois tipos de situações para justificar a elaboração de documentos de análises de grupos sociais. O primeiro seria o risco à realização de um grande evento. O segundo seria uma série de atos ou protestos que poderiam levar a uma convulsão social.”
Malditas Copa e Olimpíadas!
“Integrantes do atual governo dizem ter preocupação de que atos contra Bolsonaro criem um clima de instabilidade política. Os protestos que se autodenominam antifascistas realizados em junho com a presença de torcidas organizadas de futebol levaram parte do Planalto a defender o enquadramento dos manifestantes como terroristas. A avaliação feita por especialistas ouvidos pela Folha aponta para a falta de justificativa plausível para a realização do relatório da Seopi. “A competência do MJ [Ministério da Justiça] não permite o monitoramento político. Se não há qualquer tipo de ameaça pública que caracteriza a investigação, não há por que autorizar esse tipo de monitoramento”, afirmou Vera Chemim, advogada constitucionalista, mestre em direito público administrativo pela FGV. “A atuação política contrária por si só não é justificativa para monitoramento. Pessoas podem se manifestar contra governo, pedir seu impeachment ou cassação, e isso não é motivo para serem monitoradas”, disse Clara Maria Roman Borges, professora da pós-graduação de direito penal e processo penal da Academia Brasileira de Direito Constitucional.”
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3. A última do Toffoli

Beijo, Lula!
“Sem o aval da Procuradoria-Geral da República (PGR), o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) Dias Toffoli realizou nesta quinta-feira uma cerimônia de assinatura de um conjunto de novas regras para acordos de leniência (a delação premiada de empresas) que abre brecha para excluir o Ministério Público Federal dessas negociações. Além de Toffoli, o termo teve assinatura dos ministros da Controladoria-Geral da União (CGU) Wagner do Rosário, da Advocacia-Geral da União (AGU) José Levi, do ministro da Justiça André Mendonça e do presidente do Tribunal de Contas da União (TCU) José Múcio Monteiro.” [O Globo]
Por algum motivo Toffoli se meteu nessa porra e colocou no colo desse governo aí as delações de empresas! Justo ele, que tá na planilha da OAS! E um dos signatários do acordo não assinou, porra, que viagem errada do caralho é essa?!
Só o que vai acima já seria deveras absurdo, mas piora, e muito:
“O procurador-geral da República, Augusto Aras, havia pedido a Toffoli mais tempo para analisar a minuta da proposta e sugerir alterações, porque o texto desagradou o MPF. Por isso, Aras não participou da cerimônia e não assinou o acordo. A minuta estabelece que os acordos de leniência com as empresas suspeitas de ilegalidade serão negociados apenas pela AGU e pela CGU, e que o MPF receberia as provas entregues pelas empresas somente após o acordo ter sido assinado. A minuta foi revelada pelo GLOBO no último dia 31. Toffoli manteve o nome de Aras entre os signatários do acordo, mesmo sem o procurador-geral ter efetivamente assinado o documento.”
“A assessoria de Toffoli informou que Aras pode assinar o acordo posteriormente, caso deseje aderir.”
Que porra de país é esse que um acordo assinado pela Suprema Corte e instituições como AGU, CGU tem um signatário que não assinou a porra do acordo?! Que merda é essa?! Se rolar ata de reunião de condomínio assim é crime, porra!
“Isso, porém, inviabiliza que o MPF proponha alterações ao texto. A atual redação gerou duras críticas da Lava-Jato e de procuradores do Ministério Público Federal. Em seu discurso, Toffoli não citou a ausência de Aras no acordo e elogiou o procurador-geral, afirmando que ele “reconhece a necessidade de atuação conjunta com outros órgãos, sem abrir mão do relevante papel do Ministério Público nos acordos de leniência”. Negou, entretanto, que a proposta retire poderes do MPF.
— E isso é importante ressaltar novamente: este acordo de cooperação não cria nem retira competências de nenhuma das instituições envolvidas. Essas competências decorrem da Constituição e da legislação — afirmou o presidente do STF.”
Toffoli virou ventríloquo do Aras, foi?!
“O objetivo da proposta é criar um “balcão único” para que empresas acusadas de cometer ilícitos façam um único acordo, com a participação de todos os órgãos, e não precise fazer diversas negociações separadamente, como ocorre hoje. Na avaliação de fontes dos diversos órgãos, a proposta criaria um ambiente de maior segurança jurídica para os acordos de leniência. Entretanto, a ausência do MPF na assinatura da proposta significa que a insegurança jurídica permanece, porque os procuradores não precisarão seguir as diretrizes definidas no acordo e poderão continuar acionando judicialmente essas empresas.”
Sim, o presidente da Suprema corte assinou algo que gera insegurança jurídica! Por que diabos a pressa?! Por que não esperar  posicionamento oficial da PGR?!
“Aras aguardava que a 5ª Câmara de Coordenação e Revisão do MPF, órgão responsável pela área de combate à corrupção, produzisse uma nota técnica com análise sobre a minuta e a sugestão de alterações. As primeiras sugestões feitas pelo MPF, que incluíam também a participação nesses acordos de órgãos como o Banco Central, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), foram ignoradas por Toffoli, que coordenou a redação da minuta.”
E o Toffoli dizendo que o Aras concorda com tudo!
“Os grandes acordos de leniência da Operação Lava-Jato, com companhias como o Grupo J&F e a Odebrecht, foram conduzidos inicialmente por procuradores do Ministério Público, para só depois terem a adesão de órgãos como a CGU. Na longa negociação com o MPF, a J&F ofereceu inicialmente R$ 700 milhões, mas, no final, aceitou pagar R$ 10,3 bilhões de ressarcimento.”
Ficou feio para a procuradoria, hein.
“Pelas novas regras propostas, o MPF não conduzirá mais as negociações dos acordos de leniência. “Visando a incrementar-se a segurança jurídica e o trabalho integrado e coordenado das instituições, a Controladoria-Geral da União e a Advocacia-Geral da União conduzirão a negociação e a celebração dos acordos de leniência nos termos da lei nº 12.846, de 2013”, diz o texto. Isso significa que procuradores responsáveis por investigar os crimes de uma empresa podem ficar fora da análise de quais fatos criminosos essa empresa está confessando no seu acordo. De acordo com a minuta, qualquer investigação do MPF ou da Polícia Federal que constate o envolvimento de uma empresa em fatos ilícitos deveria ser enviada para conhecimento da CGU e da AGU.”
Imagine aí, uma grande empresa fazendo uma delação sobre o Doria. Ou sobre a Whitney. Ou sobre um senador filho do presidente. Pois é.
“O texto estipula uma exceção a esse padrão: que o compartilhamento não seja feito caso coloque as investigações em risco. Ainda assim, na avaliação de investigadores, o novo modelo abrirá brecha para que o governo tenha informações de diversas investigações sigilosas em andamento pelo país.”
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4. MPF – Murros, Pontapés e Facadas

Da Maria Hermínia Tavares
“A Operação Lava Jato agoniza, sufocada pelo procurador-geral da República, Augusto Aras, sob a aprovação silenciosa do conjunto de partidos e líderes políticos —de A a Z. Na origem, a força-tarefa encarnou a autonomia do sistema de Justiça em relação ao Executivo, sustentada nos poderes ampliados que lhe conferiu a Constituição de 1988. Tornou-se possível com o advento de uma nova geração de promotores e juízes que já não dependiam da patronagem, mas de seus méritos aferidos em concursos públicos, para ingressar na carreira. Faz sentido que se vissem como guardiões da lei maior ameaçada por um sistema político no seu entender irremediavelmente corrupto.” [Folha]
Nãos ei quem falou isso há alguns anos, ams certamente essa mudança geracional aí se soma à independência dos órgãos de controle dada pelo PT. Agora, essa meritocracia aí é aquele que leva Deltan a comandar a maior operação contra a corrupção do Brasil, né?
“A Lava Jato trouxe à luz a existência daquilo que, décadas antes, o cientista político americano Gordon Adams tinha chamado triângulos de ferro: arranjos informais e secretos que ligam firmas de prestação de serviços, burocratas de estatais e partidos políticos, em benefício dos envolvidos e em detrimento do interesse coletivo.”
A Lava-jato é um freakshow, mas é inegável que ter aberto as planilhas secretas das empresas é um feito. Se alguém me disse há 8 anos que teríamos acesso a todos os pagamentos, incluindo aí os apelidos dados aos políticos, eu diria se tratar de loucura pura e simples.
“De fato, os cruzados de Curitiba revelaram o poderoso triângulo de ferro incrustado na maior empresa pública nacional, a Petrobras, sólido o suficiente para sobreviver ao vaivém de presidentes e coalizões governantes, encabeçadas primeiro pelo PSDB e depois pelo PT. A Lava Jato não criou a crise política que pulverizou o sistema de partidos e abriu caminho para a ascensão da extrema direita. Mas forneceu o combustível para as campanhas da imprensa e as grandes manifestações de rua, as quais, associadas à crise econômica, à polarização política e ao desmanche da base parlamentar governista, tornaram possível o impeachment de Dilma Rousseff e tudo o que se lhe seguiu.
Os métodos reprováveis a que recorreram promotores e o juiz Sergio Moro —especialmente sua inaceitável proximidade durante a montagem dos processos— tampouco contribuíram para o aperfeiçoamento da aplicação da Justiça e a criação de instrumentos legítimos para reduzir a corrupção política. No Brasil, o discurso moralista foi componente central de todas as grandes crises políticas sob regime democrático. Apesar do retrospecto, a Lava Jato morre agora não como explosão, mas como murmúrio —e sem ninguém, entre os caciques políticos, a verter por ela uma furtiva lágrima.
Mas os triângulos de ferro do professor Adams sobrevivem a ela. Ativados e operantes, existem em empresas públicas e agências reguladoras. Por isso, a retórica anticorrupção continuará sendo um recurso da luta política. Alimentará o populismo de direita enquanto não ocupar também posição de relevo na agenda dos democratas.”
Tirou onda a Maria Hermínia!
E o aras não vai dessitir, vai ver ele se atentou que é burro e não fez o procedimento adequado ao STF, milagrosamente atendido pelo Guedes e suspenso pelo Fachin:
“A Procuradoria-Geral da República (PGR) avalia não recorrer da decisão do ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), que suspendeu a autorização para o órgão copiar os dados sigilosos das forças-tarefa da Operação Lava Jato. A cúpula do Ministério Público Federal estuda um recuo estratégico para tentar resolver a questão internamente, sem envolver mais o Supremo. Isso porque já há procedimentos em andamento na Corregedoria-Geral do MPF, no Conselho Nacional do MP e na própria PGR tratando do compartilhamento. A força-tarefa da Lava Jato no Paraná resiste em liberar o acesso indiscriminado de todos os dados, com o argumento de que há informações sigilosas. Na avaliação de procuradores ouvidos pela reportagem, dos dois lados, manter essa discussão no âmbito “doméstico” pode ser melhor para os planos de Aras, uma vez que, quando se trata de temas administrativos, a PGR é a instância máxima na instituição. Entre procuradores que não fazem parte da PGR, uma das leituras é que manter a discussão no Supremo pode resultar em alguma decisão que Aras não consiga reverter. Ao derrubar o compartilhamento, Fachin alegou questões processuais, apontando que o instrumento utilizado – uma reclamação – não era a via adequada. Mesmo integrantes da ala mais crítica aos métodos da Lava Jato na Corte avaliam que o pedido de Aras tinha falhas na sua fundamentação. “O compartilhamento é sempre específico, limitado e com finalidade definida. Não pode implicar devassa”, disse ao Estadão o ministro Marco Aurélio Mello. Se a PGR não recorrer, possibilidade que tem ganhado força internamente, pouparia o Supremo do desgaste de ter de julgar a ação de maneira colegiada, após Toffoli e Fachin terem divergido em suas decisões liminares, escancarando as divisões internas em torno dos métodos de investigação da Lava Jato. Seria, então, um problema a menos para a Corte.” [Estadão]
E olha que beleza:
“Três dias depois da decisão de Fachin, a PGR ainda não esclareceu o que vai fazer com os dados já enviados. Uma fonte no órgão com conhecimento do procedimento disse que as informações, obtidas de forma eletrônica, ainda não estão disponíveis para acesso.”
E veja como o apoio da família pega mal:
“A Lava Jato de Curitiba comemorou em privado o apoio hipotecado em público por Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) a Augusto Aras, considerado hoje o inimigo número um da temida força-tarefa. Primeiro porque repisa a ideia do alinhamento entre o procurador-geral e o clã Bolsonaro. As declarações do senador também ajudam a sedimentar na opinião pública a impressão de haver um movimento de desmonte da operação para prejudicar politicamente Sérgio Moro, opositor do presidente com grande apelo entre o eleitorado de centro-direita. Flávio Bolsonaro disse, em entrevista ao jornal O Globo, que integrantes da operação têm “interesse político” e defendeu a cruzada de Aras para impor limites à força-tarefa. Um subprocurador disse à Coluna que, em geral, elogio de investigado ninguém quer. Mas há exceções: se o investigado for filho do presidente da República e tiver influência na escolha do próximo ministro do STF, a coisa muda.” [Estadão]
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5. 2022

E lá vamos nós de Merval:
“A eleição presidencial de 2022 pode ser a mais interessante dos últimos tempos, pelo menos em termos de sociologia política. Poderão se enfrentar nas urnas o ex-juiz Sérgio Moro, que condenou Lula, o ex-presidente, que teria conseguido deixar de ser “ficha-suja”, e o presidente Bolsonaro, adversário circunstancial de Moro e inimigo figadal de Lula.” [O Globo]
“Está nas mãos do Supremo Tribunal Federal o destino do quebra-cabeças político-eleitoral que definirá a corrida presidencial de 2022, que já está em curso. A situação é mais do que retórica, é real, a começar pela possibilidade, cada vez mais concreta, de o ex-juiz Sérgio Moro ser considerado imparcial nos julgamentos em que o ex-presidente Lula foi condenado. Os ministros Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski se pronunciaram em votos pela imparcialidade de Moro, e derrotaram o relator da Lava-Jato, Edson Fachin, em julgamento da Segunda Turma na terça-feira. “
Seria duma ironia maravilhosa que um dos três não pudesse concorrar e esse um fosse justamente o Moro.
“Embora o que estivesse em julgamento não fosse a parcialidade de Moro em si, mas o pedido da defesa de que a delação premiada do ex-ministro Antonio Palocci não pudesse ser usada em ações contra Lula, por ter sido incluída nos autos fora do prazo previsto legalmente, os ministros Gilmar Mendes e Lewandowski pronunciaram-se no mesmo sentido. Moro divulgou o depoimento de Palocci dias antes do primeiro turno da eleição presidencial de 2018 com o fim de prejudicar Lula, favorecendo assim Bolsonaro, de quem viria a ser ministro da Justiça. Caso seja considerado suspeito pela Segunda Turma, o processo do triplex do Guarujá, o único em que Moro foi responsável por condenar o petista, será anulado, o que provavelmente levará à anulação de outros dois processos, o do sitio de Atibaia, em que Lula foi condenado pela Juíza Gabriel Hardt, e o do Instituto Lula, que está em andamento com o Juiz Luiz Antonio Bonat.
Se, ao contrário, apenas o processo do triplex for anulado, Lula continuará ficha-suja, pois foi condenado também em segunda instância pelo caso do sítio de Atibaia. Teoricamente o julgamento da suspeição de Moro está empatado, pois os ministros Carmem Lucia e Edson Fachin já votaram a favor dele, e entre os que faltam votar, apenas do ministro Celso de Mello não se tem uma ideia clara de como votará, embora existam informações de que ele teria ficado indignado com as revelações do site Intercept Brasil sobre o que muitos consideraram promiscuidade entre o juiz Moro e os procuradores da Lava-Jato.
Como o ministro Gilmar Mendes, que pediu vistas antes de votar, tem se declarado favorável a que o tema volte a julgamento em reunião presencial, há o risco de o ministro Celso de Mello não possa votar, pois se aposenta em novembro e o Supremo estará em reuniões virtuais até janeiro do ano que vem. Nesse caso, o novo ministro, apontado pelo presidente Bolsonaro, ocuparia o lugar do decano na Segunda Turma, aumentando a chance de Moro ser considerado parcial. Só que não nem tanto, pois será preciso medir a repercussão que um voto decisivo para tornar Lula novamente elegível terá nos apoiadores de Bolsonaro. Ou se Lula voltar ao páreo interessa ao próprio presidente “
Alguma dúvida que Bolsonaro fará de tudo para Lula ficar elegível?!
“Há uma outra possibilidade nesse xadrez. Como já aconteceu em outras ocasiões, o presidente do Supremo, que a esta altura será o ministro Luis Fux, poderá permitir que outro ministro vá para a Segunda Turma, assumindo o lugar de Celso de Mello. O ministro Fachin, por exemplo, pediu para ir para a Segunda Turma no lugar de Teori Zavascki, que era o relator da Lava-Jato. Nessas situações, o ministro mais antigo, no caso Marco Aurelio Mello, tem a prioridade para escolher. Na substituição de de Teori Zavascki, Marco Aurélio não quis mudar de turma, e Fachin tornou-se relator da Lava-Jato através de sorteio eletrônico. Desta vez, se for o caso, veremos como agirá. Como o Brasil não é para amadores, como advertia Tom Jobim, há uma outra possibilidade. O ex-juiz Sérgio Moro pode ser considerado inelegível, se a idéia de criar uma quarentena para membros do Judiciário vingar, e prevalecer a interpretação de que normas eleitorais podem retroagir, tornando-se uma espécie de “ficha-suja”, e Lula ser reabilitado pela Segunda Turma do Supremo.”
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6. Sobre o Celsão

Eu não caio nessa nem fodendo:
“A ação impetrada no STF pelo PTB de Roberto Jefferson para impedir que Davi Alcolumbre e Rodrigo Maia, ambos do DEM, disputem a reeleição no Congresso agradou, vejam só, aos aliados dos presidentes das Casas legislativas. Para eles, Alcolumbre agora pode abrir mão de apresentar questionamento à Corte sobre o tema. E mais: o relator da ação é Celso de Mello, nome que agrada ao entorno do presidente do Senado.” [Estadão]
Nem fodendo o Bob Jeff fez isso ao acaso, ao Bolsonaro interessa a recondução do Alcolumbre e Bob Jeff sabe muito bem no que daria seu pedido.
E porra, Celsão, não me venha com essa, hein?!
E o que vai abaixo era só o que me faltava:
“O ministro Celso de Mello, do STF (Supremo Tribuna Federal), está se submetendo a exames médicos em São Paulo e pode ter que passar por um novo procedimento cirúrgico. Ele recebeu alta e ficou mais um período de licença médica. Depois do retorno, trabalhou inclusive nas férias de julho. A assessoria do ministro confirmou a informação de que o ministro pode se submeter a nova cirurgia. “Em resposta à sua indagação, informo-a que o Ministro Celso de Mello, que trabalhou intensamente no período de suas férias em julho deste ano, está a submeter-se a exames cujos resultados podem recomendar novo procedimento cirúrgico”, afirmou o gabinete do magistrado.” [Folha]
Se a gente já fica puto com essa notícia imagine o Lula:
“A incerteza em relação ao julgamento da suspeição de Sergio Moro no processo do triplex de Lula, que será analisada pelo STF (Supremo Tribunal Federal), já eleva a tensão no PT e no entorno do ex-presidente. A expectativa era a de que Moro fosse julgado no segundo semestre, ainda com a presença do ministro Celso de Mello na turma que discutirá o caso. Ainda não se sabe, porém, quando o STF vai voltar a ter sessões presenciais. Celso de Mello, por outro lado, está se submetendo a exames para saber se precisa passar por um novo procedimento cirúrgico. Em janeiro, ele operou o quadril. Se recuperou e trabalhou inclusive nas férias de julho. Ainda que o voto de Mello seja considerado incerto, petistas acreditam que seria melhor debater com ele, um magistrado garantista, do que depois de novembro, quando o ministro se aposentará e Jair Bolsonaro indicará um substituto.” [Folha]
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7. O general e o Ibama

“Uma operação do Ibama contra garimpo ilegal que estava sendo feita na Terra Indígena (TI) Munduruku, na região de Jacareacanga, no Pará, foi suspensa nesta quinta-feira, 6, por decisão do Ministério da Defesa. Três helicópteros do órgão ambiental que estavam na Base da Força Aérea Brasileira na Serra do Cachimbo foram proibidos de decolar nesta quinta, conforme informações obtidas pelo Estadão. Tratava-se de uma operação do Grupo Especializado de Fiscalização (GEF), considerado a tropa de elite do Ibama. O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, foi ao local com o diretor de Proteção Ambiental do Ibama, Olímpio Ferreira Magalhães, e chegou a sobrevoar na quarta-feira as áreas de garimpo ilegal na TI acompanhado de jornalistas. A operação deveria continuar nesta quinta, mas a coordenação de fiscalização do Ibama recebeu um documento do Ministério da Defesa, suspendendo todas as ações na região. Questionado pelo Estadão, a pasta informou apenas que as operações na TI foram “interrompidas para reavaliação”. A pasta disse também que “uma delegação de representantes da região está a caminho de Brasília, em uma aeronave da Força Aérea Brasileira, para reuniões com autoridades do governo federal” e que a “Operação Verde Brasil 2, de combate a delitos ambientais na Legal, continua em andamento”.” [Estadão]
Entra em cena o Salles:
“Em sua conta no Twitter, Salles compartilhou na quarta um vídeo do sobrevôo com imagens que mostram a “extensão dos danos ambientais causados”, conforme escreveu. Na ação, de acordo com reportagem do site Poder 360, que acompanhou o ministro, foram destruídos 10 escavadeiras hidráulicas, 1 trator florestal, 15 bombas d’água, 3 acampamentos, uma motosserra, 8 tanques de 1.000 litros que são usados para armazenar combustíveis.”
“Durante a operação, um protesto de garimpeiros, do qual fazia parte alguns indígenas, chegou a fechar o aeroporto de Jacareacanga, impedindo decolagem de uma aeronave da Força Aérea Brasileira, que acompanhava a operação. Vídeos que circularam nas redes sociais mostraram Salles conversando com o grupo, que pedia o encerramento da operação do Ibama. “O Brasil vive esse dilema de reconhecer, afinal de contas, depois de tanto tempo, que os indígenas têm o direito de escolher como querem viver, têm o direito de escolher que atividade econômica querem fazer. Têm o direito de escolher fazer várias atividades, dentre elas o garimpo, seguindo a lei ambiental, com os cuidados ambientais, exatamente como qualquer outro cidadão brasileiro ou investidor estrangeiro terá o direito de fazer no Brasil”, disse Salles em um dos vídeos.
Reportagem publicada pelo jornal O Globo com base nesses vídeos afirmou que Salles se reuniu com garimpeiros e defendeu a mineração em terras indígenas. O Ministério do Meio Ambiente, em nota, rebateu a informação. “O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, e o Ibama estavam na terra Munduruku fiscalizando o garimpo ilegal feito pelos próprios indigenas, não tendo havido nenhuma reunião com garimpeiros, mas protesto dos indígenas inconformados com a fiscalização sobre o garimpo que eles mesmos realizam.” Ao Estadão, Salles afirmou que de fato defende que os indígenas devem ter o direito de garimpar, mas que isso seja feito de modo legal, o que demanda uma mudança de legislação. “Mas enquanto estiverem fazendo de modo ilegal, com destruição, nós vamos coibir. É o que eu disse quando vieram pedir para paramos as operações.”
Atividades de garimpo ilegal são intensas na terra indígena. De acordo com levantamento feito pelo Greenpeace, nos primeiros quatro meses deste ano, houve um aumento de 58% no desmatamento para garimpo na TI Munduruku, ante o mesmo período do ano anterior. Segundo a ONG, 72% de todo o garimpo realizado na Amazônia entre janeiro e abril de 2020 ocorreu dentro de unidades de conservação e terras indígenas, que deveriam ser protegidas desse tipo de atividade.”
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8. Covid-17

“Nesta quarta, o Brasil atingiu 97.256 mortes e 2.859.073 casos de infecção pelo novo coronavírus, segundo dados da pasta. Cada região, entretanto, se comportou de uma forma. Na região Sul houve aumento de 11% tanto no número de casos quanto de mortes. No Norte houve redução de 16% no número de casos e de 39% do número de mortes. Já no Centro-Oeste houve estabilização do número de casos, pois o acréscimo foi de apenas 2%, e aumento no número de óbitos de 8%. Assim como no Centro-Oeste, houve estabilização no número de casos no Nordeste, com a diminuição de apenas 3% de casos confirmados e queda de 11% no número de mortes. Houve estabilização também no Sudeste em razão da redução de apenas 3% do número de casos e queda de 8% no número de óbitos.” [Folha]
Enquanto Bolsonaro veta benefícios aos profissionais de saúde infectados…
“Em menos de dois meses, quase triplicou o número de profissionais de saúde com Covid-19 no Brasil, segundo dados do Ministério da Saúde divulgados nesta quarta-feira (5). Atualmente, são 233.912 casos confirmados e 169 mortes entre os trabalhadores dessa categoria. No dia 12 de junho, o Brasil havia registrado 83.118 profissionais infectados e 169 óbitos. Técnicos e auxiliares de enfermagem lideram a lista, com 80.287 casos. Em seguida estão os enfermeiros, com 34.196 casos, médicos, com 24.402 confirmações, agentes comunitários de saúde, com 11.346 casos, e recepcionistas de unidades de saúde, com 10.110 casos.”
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9. A última da Damares

“Damares Alves, que levou pautas da sua base evangélica (ela é pastora) para o ministério que chefia, está preparando um guia classificado como inédito para instruir municípios a fortalecer “vínculos conjugais e intergeracionais”. A pasta da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos não detalha qual será a linha que adotará na orientação. Técnicos e políticos dizem ver risco de que o governo produza algo baseado na ideologia do bolsonarismo em vez de pareceres de especialistas.” [Folha]
Chama o presidente defensor da família e pede pra ele explicar os 3 casamentos e como ele elegeu o filho de 17 anos só pra foder com a ex-esposa, que vem a ser a mãe desse mesmo filho, vai ser sucesso, Damares!
“Seria melhor que, em vez de vínculos intergeracionais, usassem vínculos de parentesco. Me parece uma expressão inadequada e excludente. A ideia é boa e bem intencionada. Espero que seja um programa que não discrimine e não exclua as novas representações sociais da família”, afirmou ao Painel Rodrigo da Cunha Pereira, presidente do Instituto Brasileiro de Direito de Família. Em nota, a pasta defendeu o programa: “Muitos problemas sociais podem ser evitados com o devido protagonismo da família, desde o preconceito até a violência, passando pelos desequilíbrios afetivos que, em muitos casos, fundamentam o recurso a drogas e outros subterfúgios”.”
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10. Malditos milicos

Tá pouco dinheiro para o Exército, tá ok?!
“O Ministério da Defesa quer ampliar em 37% o seu orçamento para investimentos no próximo ano para bancar projetos considerados prioritários, como a compra de caças, lançadores de foguetes e submarinos de propulsão nuclear.” [O Globo]
37%! Todo mundo se fodendo e os caras querem aumentar o orçamento em 1/3! Se muito eles tinham que lutar pra que o investimento se mantivesse, sem queda, mas não, eles querem mais.
“A proposta, em fase de elaboração, amplia a previsão de investimentos de R$ 6,7 bilhões, aprovada para 2020, para R$ 9,2 bilhões. Dos recursos previstos para este ano, R$ 3 bilhões já foram pagos, segundo o portal de orçamento do Senado. Integrantes da pasta, porém, admitem que será difícil conseguir o aval do Ministério da Economia para a ampliação desejada.”
Austeridade no cu dos outros é refresco.
“Esta é a verba que banca projetos como a compra de caças do projeto FX-2, que envolvem os Gripen suecos, pela Aeronáutica; de lançadores múltiplos de foguetes, pelo Exército; e de submarinos de propulsão nuclear, pela Marinha. Desde o começo do mandato de Jair Bolsonaro, as Forças Armadas vêm buscando — e conseguindo — ampliar seu orçamento. Na ofensiva mais recente, o Ministério da Defesa incluiu na Política Nacional de Defesa (PND) e na Estratégia Nacional de Defesa (END) a intenção de que o orçamento do setor chegue a 2% do PIB. Os textos foram enviados ao Congresso Nacional.”
ATENÇÃO, PAULO GUEDES! Quero ver tratar os milicos como você trata o funcionalismo público civil.
“Nos documentos, o governo passou a prever uma “rivalidade entre Estados” na esfera regional e relacionou essa “rivalidade” a uma necessidade de ampliação dos gastos militares.”
“O governo Bolsonaro já expôs suas divergências com o regime de Nicolás Maduro na Venezuela — não reconhecido pelo Brasil — e manifestou sua insatisfação com a eleição de Alberto Fernández para a presidência da Argentina. Não há citação específica aos países nos documentos. Caso a regra desejada de se alcançar os 2% do PIB já estivesse em vigor, os gastos totais com as Forças teriam alcançado R$ 146 bilhões no ano passado, R$ 49,1 bilhões a mais do que foi efetivamente desembolsado. O Ministério da Defesa, sob Bolsonaro, já teve um aumento de gastos superior ao crescimento registrado em ministérios como Educação, Saúde, Agricultura e Relações Exteriores. O grosso dos gastos das Forças é com a folha de pagamento do pessoal da ativa e da reserva.
O projeto do Orçamento da União para 2021 deve ser encaminhado neste mês ao Congresso. Apesar do pedido de mais recursos para investimentos, não há previsão de novos projetos, e os valores a mais seriam destinados aos que já estão em andamento. A pasta sustenta que o valor pedido seria condizente com uma média histórica. O orçamento de investimentos da pasta chegou a R$ 9,9 bilhões em 2017 e caiu nos dois anos posteriores, chegando a R$ 6,5 bilhões no ano passado. Além do pedido por mais recursos, os materiais enviados ao Congresso citam formalmente a meritocracia como critério para capacitação de quadros militares e novas contratações. E uma estratégia para as Forças Armadas, também na área de formação educacional, prevê o desenvolvimento de programas que despertem um “sentimento de patriotismo”.”
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11. Trump e a Rússia

Do Guy Peremulter:
“Durante praticamente toda segunda metade do século XX, dois blocos geopolíticos disputaram a hegemonia global: de um lado, a extinta União Soviética, e do outro os Estados Unidos. Os conflitos não foram apenas militares (como as guerras da Coréia, Vietnã e Afeganistão, por exemplo) – envolveram também espionagem, boicotes (como nas Olimpíadas de Moscou em 1980 e de Los Angeles em 1984), aspectos culturais e a corrida espacial, da qual já falamos aqui. Em dezembro de 1991 a União Soviética foi oficialmente dissolvida” [Estadão]
A verdade é que esse texto só virou tópico pra eu largar essa pérola do Trump:
“Russia used to be a thing called the Soviet Union. Because of Afghanistan, they went bankrupt, they became Russia, just so you do understand, okay?”
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12. Beirute

Do Guga Chacra:
““Guga, Beirute acabou. Não há mais Beirute. É apocalíptico, Guga. Parece aqueles filmes de Hollywood onde toda a cidade foi destruída. Não sobrou nada. Nada. Não tem casa em Beirute que não tenha sido danificada. É algo nunca visto antes.” A Karma, minha melhor amiga libanesa, com voz embargada, me enviou esta mensagem na madrugada de ontem. A Beirute da Karma, que é a minha Beirute, acabou. A Beirute trágica derrotou a Beirute mágica. Sei disso porque a Karma era uma apaixonada por Beirute, sua cidade natal. Cresceu durante a guerra civil, quando diferentes milícias cristãs lutavam entre si e também contra grupos palestinos, inimigos sunitas, xiitas e marxistas. De origem cristã armênia, é casada com o Hani, um muçulmano sunita. Fluente em francês, árabe, inglês e armênio, foi a quarta geração da sua família a se formar na Universidade Americana de Beirute, a mais tradicional do Líbano. Sempre mostrou otimismo, mesmo nos piores momentos de tragédia.
Nasci em São Paulo, que sempre será a minha cidade. Moro em Nova York, que é a cidade onde escolhi viver. Mas Beirute é a cidade que eu amo, desde a minha primeira visita nos anos 1990 com meus pais e irmãos, para onde vou quase todos os anos e onde fixei minha base entre 2008 e 2009 quando era correspondente no Oriente Médio. Vi essa cidade, na terra dos meus avós, ainda destruída pela guerra civil (1975-90), e a vi reconstruída. Vi bombardeada em 2006, e a vi reerguida. Vi a Beirute trágica e vi a Beirute mágica. Beirute resume o mundo. Resume ao ser a verdadeira ponte entre Ocidente e Oriente. Não é clichê. É a realidade dessa metrópole às margens do Mediterrâneo Oriental, que abre as portas para o mundo árabe de um lado e serve como porto de partida para a Europa em outro. Essa cidade que sofreu influência francesa e também árabe. Essa cidade que existe desde os fenícios, passando por impérios como o Bizantino e o Otomano.
A Beirute mágica é das pedras do Raouche no Mediterrâneo; é o das pessoas fumando narguilé e pescando no calçadão à beira-mar do Corniche. É a Beirute da colina verdejante da magnífica Universidade Americana de Beirute; é a dos restaurantes da marina de Zeituna Bay; é da piscina do Hotel Phoenicia; é dos minaretes e cruzes se misturando no centro reconstruído; é as ruas charmosas e igrejas de diferentes denominações cristãs de Ashrafyeh; é a dos bares lotados de Mar Mikhail e Gemeyzah; é dos cafés de Hamra; é das mulheres de véu amigas das meninas de biquíni; da voz da Fairuz na música Li Beirut.
E há a Beirute trágica com a sua parte pobre, onde vivem os refugiados sírios e palestinos em condições de miséria. São as cicatrizes de conflitos e dos atentados, como as ruínas do Hotel St. George, destruído na guerra civil e depois no atentado contra Hariri. A Beirute trágica é também do colapso econômico, da incompetência política, do lixo não recolhido, da falta de eletricidade, dos bombardeios. E agora, a Beirute trágica da explosão no porto. Minha primeira memória de Beirute foi aos 6 anos, vendo o Jornal Nacional, possivelmente após o atentado que matou o presidente Bashir Gemayel. Meu pai, filho de libaneses, disse que “Beirute acabou”. Era a Beirute trágica. Mas voltou a ser mágica. Minha filha de 4 anos está impactada com a “bomba no Líbano”, da Beirute trágica. Mas um dia a levarei para conhecer a Beirute mágica, da Karma. Que está destruída. Mas será reerguida como tantas outras vezes.” [O Globo]
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13. “¿Por qué no te callas?

Chávez vibra – do Ascânio Seleme
“Por princípio, reis só devem satisfação a Deus. Alguns, ao longo da história, se posicionaram até mesmo acima de Deus, ou compartilharam com ele o mesmo poder hegemônico, indiscutível e sublime. No mínimo, eram tratados como escolhidos por Deus. Em tempos remotos, dispunham sobre todas as questões terrenas, inclusive sobre a vida e a morte dos seus súditos. Hoje, são figuras ainda cultuadas por seus povos, como Elizabeth II, do Reino Unido, mas no extremo reúnem apenas alguns dos poderes de chefe de Estado, normalmente os de representação. Mesmo assim, têm todas as suas contas pagas pelo contribuinte. E mantêm séquito de empregados para cumprir as tarefas do dia dia. Nunca se viu um rei numa padaria comprando presunto.
Por isso, é quase incrível a história de Juan Carlos I. Peça-chave na redemocratização espanhola depois da ditadura do generalíssimo Franco, Juan Carlos reinou por quase 40 anos, de 1975 a 2014, abdicando em favor do filho Felipe VI quando começaram a surgir os primeiros indícios de que havia algo podre àquela altura do seu longevo reinado. Disse que deixava o trono diante de “certos acontecimentos” de sua vida privada. Não os explicitou, mas se referia ao início das investigações na Suíça que revelariam propina de US$ 100 milhões paga pela Arábia Saudita pela intermediação de um negócio com empresas espanholas. Na segunda-feira, anunciou que deixaria a Espanha para não atrapalhar o reinado do filho.
Este seria mais um caso de corrupção, como tantos outros que frequentam o noticiário global, se não tivesse sido cometido por um rei. Um rei que não deve nada a ninguém, que nem conta bancária deveria ter em seu nome. Que não precisa de carteira, pois não carrega dinheiro nem documento. Alguém já viu um rei pagando almoço em restaurante? Dando seu cartão de crédito ao garçom, digitando a senha e pedindo recibo para prestar conta? Ou apresentando seu passaporte na Imigração quando visita um país? Oras, um rei não precisa de nada disso. Então, por que ele fez lobby, recebeu propina e abriu conta secreta na Suíça? Essa é a questão que deveria ser respondida, mas não pelo rei corrupto, e sim por psicanalistas.
Juan Carlos tinha 78 anos quando foram iniciadas as investigações sobre lavagem de dinheiro e fraude fiscal de Sua Majestade. Como tinha tudo, o que faria com os US$ 100 milhões sauditas? Satisfazer a uma amante alemã, que surgiu na história, parece exagerado. Tampouco era dinheiro para campanha, porque rei não precisa se reeleger. Seu cargo é vitalício. Só perde a função com a morte ou pela renúncia. O próprio Juan Carlos costumava dizer que “reis não abdicam, morrem na cama”. Mas ele acabou abdicando diante do escândalo que ameaçava a própria coroa. Então, o que o moveu em direção ao pântano? A velha natureza humana, quem sabe?” [O Globo]
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14. Um Trump Muito Louco

Da Lúcia Guimarães – volta e meia eu oloco textos da Axios aqui e a Lúcia escreveu sobre o principal jornalista do site:
“A destruição de Beirute, que levou horror instantâneo ao mundo pelas imagens de celulares, disputou espaço na mídia americana com outro evento. Não, não foi o número recorde de mortes por coronavírus, parte integral e regular do menu de notícias nos EUA. “Magistral! Corajoso!”, exclamavam jornalistas e âncoras de TV, enquanto trechos de uma entrevista concedida por Donald Trump eram repetidos num loop contínuo. A entrevista ao jornalista australiano Jonathan Swan foi gravada na Casa Branca na última semana de julho e exibida no domingo (2). A reação de colegas aos 38 minutos de mentiras e descaso pela tragédia da pandemia revela muito mais sobre o estado do jornalismo do que sobre Donald Trump, cuja capacidade de surpreender foi deixada para trás desde que tomou posse em 2017.
Jonathan Swan, 35, chegou a Washington em 2014, numa bolsa para trabalhar no Congresso. Em Canberra, onde era repórter, foi conhecido por furos como a descoberta de um vídeo no YouTube que mostrava um político australiano fazendo guerra de cocô de canguru no quintal. Swan passou um ano ouvindo “não” de Redações até conseguir emprego no site The Hill, especializado na cobertura do Capitólio e, entre outras baixarias, infame por espalhar as falsidades que desaguaram no “Ucrâniagate”. O repórter foi um dos primeiros contratados pelo site Axios, lançado em 2017 por dois ex-jornalistas do site Politico e com DNA editorial similar. É uma visão de cobertura política não como pilar da democracia, mas uma mistura de intrigas da corte com transmissão de jogos esportivos. Swan, um incansável colecionador de furos, foi vastamente atacado por colegas em novembro de 2018, quando o Axios estreou um programa semanal na rede HBO.
Ele havia conseguido arrancar de Trump, com exclusividade, o anúncio de que o presidente queria cancelar o direito à cidadania concedido a toda pessoa que nasce em solo americano. Sem esconder a alegria, o jornalista usou a declaração de Trump como promoção do primeiro especial de TV do Axios. Ele aparece sorrindo quando Trump dá os parabéns pelo furo. Um presidente americano não tem poder de cancelar o direito à cidadania, concedido por mais de outros 30 países e sacramentado na Constituição americana desde o século 19. Mas a intenção de violar a Constituição virou aperitivo para clipe promocional. Os despautérios que Trump desfiou na nova entrevista que tanta inveja causou a jornalistas foram manchete porque Swan, um suave praticante do jornalismo de acesso (fale comigo e eu pego leve), interrompeu o presidente várias vezes com fatos, algo que não se vê com frequência nas entrevistas coletivas-comícios na Casa Branca. Embora a entrevista tenha sido embaraçosa, não foi o momento sem precedentes que Swan vendeu ao público.
O que não tem precedentes é o assalto de três anos e meio ao sistema democrático, e ele não pode ser dissociado da negligência catastrófica com a pandemia que já matou 157 mil nos EUA. A timidez da volúvel mídia americana facilitou a eleição de Donald Trump. No momento, é como se Trump não estivesse em campanha contra Joe Biden, mas em firme campanha para minar a limpeza do processo eleitoral e declarar ilegítimo o resultado em novembro.​ Apesar do brio do jornalismo investigativo que o presidente despertou, parecem faltar ferramentas e critérios editoriais para enfrentar o mais grave momento do pós-Guerra americano.” [Folha]
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>>>> Parabéns, general Azevedo: “Uma operação do Ibama contra garimpo ilegal que estava sendo feita na Terra Indígena (TI) Munduruku, na região de Jacareacanga, no Pará, foi suspensa nesta quinta-feira, 6, por decisão do Ministério da Defesa. Três helicópteros do órgão ambiental que estavam na Base da Força Aérea Brasileira na Serra do Cachimbo foram proibidos de decolar nesta quinta, conforme informações obtidas pelo Estadão. Tratava-se de uma operação do Grupo Especializado de Fiscalização (GEF), considerado a tropa de elite do Ibama. O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, foi ao local com o diretor de Proteção Ambiental do Ibama, Olímpio Ferreira Magalhães, e chegou a sobrevoar na quarta-feira as áreas de garimpo ilegal na TI acompanhado de jornalistas. A operação deveria continuar nesta quinta, mas a coordenação de fiscalização do Ibama recebeu um documento do Ministério da Defesa, suspendendo todas as ações na região. Questionado pelo Estadão, a pasta informou apenas que as operações na TI foram “interrompidas para reavaliação”. A pasta disse também que “uma delegação de representantes da região está a caminho de Brasília, em uma aeronave da Força Aérea Brasileira, para reuniões com autoridades do governo federal” e que a “Operação Verde Brasil 2, de combate a delitos ambientais na Legal, continua em andamento”. Em sua conta no Twitter, Salles compartilhou na quarta um vídeo do sobrevôo com imagens que mostram a “extensão dos danos ambientais causados”, conforme escreveu. Na ação, de acordo com reportagem do site Poder 360, que acompanhou o ministro, foram destruídos 10 escavadeiras hidráulicas, 1 trator florestal, 15 bombas d’água, 3 acampamentos, uma motosserra, 8 tanques de 1.000 litros que são usados para armazenar combustíveis.” [Estadão]
>>>> Toca o hino, porra! “O deputado Luis Miranda (DEM-DF), acusado de estelionato, presidiu parte da sessão da Câmara nesta quarta-feira (5/8) justamente enquanto a Casa votava um projeto que estabelece novos tipos de estelionato majorado. O texto, inclusive, foi aprovado.” [Estadão]
>>>> Deu ruim para o Tatto: “Porta-voz e secretário de imprensa da Presidência no governo Lula, o cientista político André Singer escreveu carta de apoio à pré-candidatura de Guilherme Boulos e Luiza Erundina (PSOL) à Prefeitura de SP. A escolha do PT por Jilmar Tatto tem sido objeto de críticas internamente. “O Brasil passa por um momento de regressão e obscurantismo. Nesta hora difícil, com graves perdas e ameaças para os trabalhadores, as candidaturas de Guilherme Boulos e Luiza Erundina em São Paulo constituem excelente notícia para as esquerdas de todos os quadrantes. Estou certo que Guilherme e Luiza, combativos e experientes, contribuirão para a resistência, a reconstrução democrática e a necessária unidade contra o fantasma autoritário”, escreveu o professor da Faculdade de Filosofia Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (FFLCH-USP).” [Folha]
>>>> Levo mais a sério a candidatura do maluco do aerotrem que a do Mamãe Falei, falo com tranquilidade: “Enquanto parte dos pré-candidatos à Prefeitura de São Paulo tenta atrair o voto de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro, bolsonaristas rejeitam os nomes postos até aqui e tentam lançar seu próprio candidato na reta final —mas admitem que será preciso apelar ao voto útil se o cenário se mantiver. O desafio dos seguidores de Bolsonaro em São Paulo é encontrar um partido que aceite seu candidato. A legenda que o presidente tenta criar, a Aliança pelo Brasil, não se viabilizou a tempo das eleições, e as siglas que passaram a abrigar bolsonaristas pelo país preferiram apostar em outros nomes na capital paulista. O PRTB, do vice-presidente Hamilton Mourão, vai lançar seu presidente nacional, Levy Fidelix, conhecido como candidato do aerotrem e agora convertido ao bolsonarismo. O Patriota cedeu seu diretório municipal ao MBL (Movimento Brasil Livre), que apresentará a candidatura do deputado estadual Arthur do Val (Mamãe Falei), um conservador crítico do presidente. Já o PSL (antiga sigla de Bolsonaro, hoje sem partido) terá como postulante a deputada federal Joice Hasselmann, inimiga dos governistas. Por fim, o Republicanos também não é opção: ou vai lançar o deputado federal Celso Russomanno ou vai abraçar a reeleição de Bruno Covas (PSDB). Por também representarem a direita liberal na economia e conservadora nos costumes, esses pré-candidatos se unem a Filipe Sabará (Novo) e Andrea Matarazzo (PSD) na briga pela preferência bolsonarista. Deputados da tropa de choque do presidente na capital paulista, como os estaduais Gil Diniz, Douglas Garcia e Frederico D’Ávilla e a federal Carla Zambelli, avaliam que nenhum dos pré-candidatos satisfaz o perfil desejado.” [Folha]
>>>> Apertem os cintos, o presidente vetou: “O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) vetou um dispositivo na MP (medida provisória) de socorro às empresas aéreas que permitiria a aeronautas e aeroviários sacarem mensalmente recursos das suas contas vinculadas ao FGTS (Fundo Garantia do Tempo de Serviço). A possibilidade do saque, até o limite do saldo da conta do trabalhador, foi incluída na MP durante a tramitação no Congresso e valeria para os profissionais que tiveram os seus contratos suspensos ou salários reduzidos durante a pandemia do coronavírus. De acordo com a Secretaria-Geral da Presidência, se fosse avalizada por Bolsonaro a medida poderia levar a uma descapitalização do FGTS, “colocando em risco a sustentabilidade do próprio fundo”. Para o governo, isso prejudicaria “não só os novos investimentos a serem contratados em habitação popular, saneamento básico e infraestrutura urbana, mas também a continuidade daqueles já pactuados, trazendo impactos significativos nas diretrizes de políticas de desenvolvimento urbano.” O Planalto também alega que o pleito não foi atendido porque trata-se de benefício a um setor específico, não estendido a outros segmentos impactados pela Covid-19. A MP foi desenhada para apoiar companhias aéreas, que viram uma queda brusca em suas receitas por causa da redução de fluxo de viagens em decorrência da pandemia do novo coronavírus. [Folha]
>>>> Tá com moral o COAF: “Sem ter sido consultado pelo Banco Central sobre a criação da cédula de R$ 200, o Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) se esquivou de responder se concorda com a iniciativa. Questionado pelo Painel, o órgão afirma que “a movimentação de dinheiro em espécie é tema de preocupação permanente dos países por envolver riscos de prevenção à lavagem de dinheiro e ao financiamento do terrorismo”.” [Folha]
>>>> Doria quis um secretariado nacional pra turbinar sua campanha e se fodeu: “Agentes da Polícia Federal cumprem na manhã desta quinta-feira mandados contra alvos suspeitos de desviarem recursos da Saúde. No total, estão sendo cumpridos seis mandados de prisão e 11 de busca e apreensão em três estados e no Distrito Federal. A ação, denominada Darnadários, tenta desarticular um esquema entre empresários e agentes públicos, que tinha por finalidade contratações dirigidas. Um dos presos em São Paulo foi o secretário estadual de transportes Alexandre Baldy. Em Petrópolis, foi preso Guilherme Franco Netto, pesquisador da Fiocruz. Baldy, ex-ministro das Cidades no governo do ex-presidente Michel Temer, é suspeito de participar do esquema antes de assumir a secretaria do governador João Doria, quando era deputado federal por Goiás. Ele foi preso em casa, nos Jardins, bairro nobre de São Paulo. O prédio da Secretaria de Transportes de São Paulo também foi alvo de buscas. Em um endereço ligado a Alexandre Baldy, em Brasília, os agentes apreenderam R$ 90 mil. No total, a PF já cumpriu três mandados de prisão em Petrópolis (RJ), São Paulo e Goiânia (GO). Os agentes tentam cumprir ainda mandados em São José do Rio Preto (SP) e Brasília (DF). Os alvos responderão pelos crimes de corrupção, peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa. A operação, desdobramento de outras ações como Fatura Exposta, Calicute e SOS, está sendo conduzida pela Delegacia de Repressão a Corrupção e Crimes Financeiros da PF, em conjunto com o Ministério Público Federal (MPF). Os investigadores chegaram aos alvos a partir da delação de ex-diretores da organização social Pró-Saúde. De acordo com o MPF, o pagamento de propina era feito para agentes que pudessem interceder em favor da OS em relação aos pagamentos do contrato de gestão do Hospital de Urgência da Região Sudoeste (HURSO), em Goiânia (GO), que foi administrado pela Pró-Saúde entre 2010 e 2017.” [O Globo]
>>>> Maia ficou triste: “Alexandre Baldy, preso hoje pela Polícia Federal, é um dos melhores amigos de Rodrigo Maia. Mais do que isso. Eles são compadres. Baldy é padrinho do filho caçula de Maia, Felipe.” [O Globo]
>>>> as: “Colombianos se manifestam nas ruas do país desde a noite desta terça-feira (4), quando a Suprema Corte ordenou a prisão domiciliar provisória do ex-presidente e atual senador Álvaro Uribe. Tomada de forma unânime, a decisão justifica que haveria risco de obstrução das investigações pelo ex-mandatário. Uribe é réu em um processo por suborno e fraude processual. A emissora Al Jazeera registrou que, na noite de terça, a notícia deixou colombianos “em choque” e que apoiadores e opositores do ex-presidente foram às ruas com a bandeira do país. Era difícil dizer, porém, “quem estava celebrando a decisão da corte e quem estava apoiando Uribe”. Nesta quarta (5), carreatas foram registradas em Medellín, e um cordão humano pela liberdade de Uribe foi formado na Calle Quinta, tradicional rua na cidade de Santiago de Cali. Segundo o jornal colombiano La Opinión, o partido Centro Democrático convocou uma carreata em Cúcuta em apoio ao ex-presidente. Uribe é líder da sigla, que também abriga o atual mandatário do país, Iván Duque. Os organizadores, segundo o jornal, pediram aos manifestantes que cumprissem as medidas de proteção contra a Covid-19. Também nesta quarta, Uribe recebeu diagnóstico de coronavírus. Com 68 anos, está no grupo de risco, mas seu partido informou à agência de notícias AFP que ele “está bem de saúde”. Líder da Colômbia de 2002 a 2010, Uribe é o primeiro ex-presidente do país a ser detido. O fato é frutode uma reviravolta em um processo movido por ele mesmo em 2012, contra um de seus maiores adversários, o senador esquerdista Iván Cepeda. ” [Folha]

>>>> Que paulada! “O balanço da Embraer é o retrato da contaminação do setor aéreo pela Covid. A receita da Embraer em sua área de aviação comercial (ou seja, aeronaves vendidas para companhias aéreas), que era o principal negócio da empresa, caiu 77% no segundo trimestre em comparação ao mesmo período do ano passado. Entre abril e junho de 2019 representava 46% da receita total e nesse segundo trimestre caiu para 20%.” [O Globo]
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