MPF – Murros, Pontapés e Facadas

Taí o podcast de ontem, escrito por Pedro Daltro e com a luxuosa e habitual produção de Cristiano Botafogo:
Os episódios você ouve lá na Central3.
Ah, e agora o Medo e Delírio em Brasília tem um esquema de asinaturas mensal, mas tenha sua calma. O Medo e Delírio continuará gratuito, se não quiser ou puder pagar tá de boa, você continuará ouvindo o podcast e lendo o blog como você sempre fez.
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E com assinatura ou não eu e o Cristiano queremos agradecer imensamente a todos os ouvintes, que são muito mais do que poderíamos imaginar. Cês são fodas : )
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1. MPF em chamas

Toffoli propôs que juizes não possam se candidatar por 8 anos e o Maia adorou:
“Nem Toffoli nem Maia citaram diretamente o ex-juiz Sergio Moro, da Lava Jato em Curitiba, mas o ex-ministro da Justiça do governo Jair Bolsonaro é tido como possível candidato à Presidência da República em 2022. O pano de fundo das críticas à politização do Judiciário envolve também o embate que a força-tarefa vem travando com o procurador-geral da República, Augusto Aras. Toffoli defendeu a quarentena de oito anos para magistrados disputarem eleições em sessão do CNJ (Conselho Nacional de Justiça). A declaração foi dada em processo envolvendo a proibição de um juiz do Maranhão de participar de debates na internet com políticos. O presidente do STF disse já ter falado sobre o tema com várias legislaturas do Senado e da Câmara. Ele sugere que se faça mudança na lei de inelegibilidade. Dessa forma, afirmou o ministro, se evitaria que a magistratura e o poder imparcial do juiz fossem usados para “fazer demagogia, aparecer para a opinião pública e, depois, se fazer candidato”. No CNJ, Toffoli disse que quem quisesse sair candidato, seja como magistrado, seja como membro do Ministério Público, deveria deixar as carreiras. “Há que haver um período de inelegibilidade, sim”, disse. “A imparcialidade [do juiz] não é só do presente, é na perspectiva do futuro.” [Folha]
É difícil discordar disso. Ou o juiz trabalha ou está em campanha. E não pode versar apenas sobre eleição, mas também convites para ministérios, né, Moro?
“Mais tarde, no Congresso, Maia concordou com Toffoli. O presidente da Câmara afirmou já haver projetos em tramitação na Casa sobre o assunto. “Acho que essa matéria está sendo amadurecida e está muito perto de chegar a um entendimento de que as carreiras não podem ser usadas como trampolim. A estrutura do Estado não pode ser usada como trampolim pessoal”, disse. Maia afirmou que a transição entre carreira de Estado e as eleições precisa de prazo. “Eu acho que o presidente Toffoli conhece a engrenagem do Poder Judiciário muito melhor do que eu. Então, certamente, sabe o impacto e propôs oito anos”, disse Maia. “Oito anos é um prazo longo, são duas legislaturas, dois mandatos para que a influência de decisões que aí muitas vezes podem ser distorcidas influenciem o processo eleitoral.”
Alô, Moro!
“Um técnico da Câmara consultado pela Folha afirmou que, se a mudança for feita até 2021, pela jurisprudência do STF, poderia atingir Moro.”
É casuísmo? É. Mas…
Maia e o Toffoli, é claro, sabem muito bem do que vai abaixo:
“Advogados e ministros do STF ouvidos pelo Painel dizem avaliar, inicialmente, que a iniciativa de criar uma quarentena para juízes que queiram se candidatar não poderia afetar Sergio Moro. Isso porque, pela Constituição, uma nova lei não pode prejudicar um direito já adquirido, ou seja, o direito que o ex-ministro da Justiça tem hoje de concorrer em eleições. “De início sim [a lei valeria somente para os que ainda estivessem na condição de juiz]. Só que os tempos são estranhos. Vale lembrar que ato normativo é editado para apanhar situações jurídicas a ele posteriores”, afirmou o ministro do STF Marco Aurélio Mello, questionado sobre o tema sem menção de nomes.” [Folha]
Mas sabe como é, Moro vai depender do STF e aí já viu, né? Digamos que Moro não fez muitos aliados na Suprema Corte.
“Enquanto autoridades dos Poderes atacaram a politização do Judiciário e do Ministério Público, Augusto Aras voltou nesta quarta a criticar a Lava Jato. Afirmou que a República “não combina com heróis”. O relato foi feito por senadores que participaram de uma reunião com o procurador-geral. “Ele disse que sofre uma oposição sistemática dentro do MP [Ministério Público], mas ele acredita que não pode haver dois MPs, um MP com a web oficial e outro com um grupo privatizado”, afirmou o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), um dos participantes do encontro. Ainda segundo os senadores, nesta quarta, Aras afirmou que pediu um laudo pericial do sistema de distribuição eletrônica de processos. Segundo o procurador-geral afirmou aos senadores, o processo “era totalmente fraudável e que poderia ter direcionamento para chegar em procuradores”. “Ele disse que até a escolha da lista tríplice era um sistema passível de fraude”, disse Rodrigues.”
Porra, Randolfe, não vai apontar o absurdo não?! Lembrando que Randolfe adorava a Lava-jato.
“As críticas de Aras foram corroboradas por Maia. O presidente da Câmara afirmou nesta quarta ter a impressão de que o Ministério Público gosta de controlar, mas não quer ser fiscalizado. Em entrevista ao apresentador José Luiz Datena, Maia concordou com o procurador-geral e afirmou que houve excessos no Ministério Público. “A crítica que eu faço é exatamente que me dá a impressão muitas vezes que o Ministério Público é um órgão fundamental para o nosso país, para a nossa democracia, para o nosso futuro, para o nosso desenvolvimento. Claro, o trabalho que eles fazem é fundamental. Mas a impressão que me dá é que não gostam de ser fiscalizados, muitas vezes”, disse. Maia criticou o fato de o procurador-geral, que é responsável por todos os Ministérios Públicos, não ter acesso a informações dentro da estrutura do órgão. Também disse que, ao contrário do que ocorre no CNJ (Conselho Nacional de Justiça), há poucas punições e afastamentos no Ministério Público.”
Isso, Maia, vamos dar as informações para o PGR escohido a dedo pelo presidente que confessou “um amor à primeira vista“. Em condições normais, com um PGR escolhido pela lista tríplice, ok. Nessa distopia escrota em que testemunhamos é receita para o desastre
Alô, Deltan do Powerpoint!
“Além da ofensiva do PGR, a Lava Jato deve sofrer novo golpe em agosto. O relator de um dos casos de Deltan Dallagnol no Conselho Nacional do Ministério Público deve defender a abertura do processo de remoção do procurador da força-tarefa. Um dos argumentos será a polêmica criação da fundação com o dinheiro da Petrobras. No voto, Luiz Fernando Bandeira deve deixar de lado a Vaza Jato e as palestras remuneradas de Deltan, o que pode facilitar consenso no órgão pelo afastamento.” [Folha]
Esse fundo bilionário é a cereja no bolo do absurdo.
“O relator deve defender que as palestras remuneradas do procurador são atividades lícitas e as mensagens reveladas pelo Intercept Brasil, que sugerem relação de proximidade indevida com o ex-juiz Sergio Moro, são provas nulas. O processo foi colocado na pauta da sessão do CNMP do dia 18 de agosto.”
E veja como Aras é burro:
“Durante a live com criminalistas anti Lava-Jato que provocou um maremoto no Ministério Público Federal anteontem, acusou os procuradores de São Paulo de escolherem processos em que vão atuar, sendo que a distribuição deve ocorrer por meio de sorteio. Disse o PGR, no bate-papo virtual: — Construiu-se uma metodologia de distribuição personalizada, onde membros escolhem os processos que querem. Além de provocar a ira dos colegas paulistas, o juízo de valor feito por Aras o colocou numa situação delicada. Há no Conselho Nacional do Ministério Público um processo que questiona justamente o procedimento de distribuição dos casos em São Paulo e, como presidente do CNMP, Aras poderá ter que julgá-lo, se a questão for levada ao plenário. Ao emitir opinião prévia sobre o tema, o PGR corre o risco de ver alguém recorrer para que ele seja declarado suspeito para julgar o caso no conselho.” [O Globo]
Porra, tivesse senso do ridículo Aras se declararia impedido de exercer as funções de PGR.
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2. Toffoli e seu brilhantismo

Toffoli tentou se explicar e Fernando Schüler o tirou para bailar:
“Foi interessante assistir ao ministro Dias Toffoli, nesta semana, em um debate promovido pelo site Poder 360, expondo com clareza seus pontos de vista sobre temas de censura e liberdade de expressão hoje em pauta no país. O ministro foi taxativo: “A Constituição veda de modo absoluto a censura prévia”. E concluiu: “Aquilo que ainda não foi tornado público pode vir a público e a pessoa vai arcar com suas consequências […] pode emitir sua ideia, seja ela qual for. Até de defender o nazismo, até de defender o fechamento do Supremo”. Dito isto, era óbvia a pergunta pendurada no ar: e os cidadãos banidos das redes sociais, no inquérito das fake news? Isto é, impedidos previamente de dizer as coisas que poderiam lhes trazer “consequências”. O que dizer?” [Folha]
Caralho, Toffoli citou a defesa do nazismo e nem se tocou no absurdo, se vale defender nazismo vale tudo, porra! Aí Toffoli tentou consertar:
“O ministro sugeriu uma distinção: uma coisa seria proibir a “expressão” de um indivíduo; outra seria proibi-lo do uso de “veículos” para se expressar. Nesta lógica, os bloqueados não teriam perdido sua liberdade. Apenas não poderiam fazê-lo no Facebook ou no Instagram. Poderiam publicar panfletos, imaginei, mas ninguém aventou a hipótese. Ato seguinte, o ministro sugeriu uma analogia entre os bloqueios e as prisões preventivas. Privação do direito de ir e vir seria muito mais grave do que perda da liberdade intelectual ou de expressão. Por que então deveria chocar mais as pessoas “meia dúzia de redes sociais paradas do que 200 mil pessoas presas provisoriamente?” De minha parte, só vejo uma resposta a esta questão: choca por que é algo que não está na lei, muito menos na Constituição. Não importa que se trate de prisão ou banimento do Twitter. Choca é o desrespeito a um princípio, que é um bem para uma sociedade democrática. O ministro foi além. Depois de se referir ao fato de que toda empresa de comunicação tem seu editor, explicou que “nós, enquanto Judiciário, enquanto Suprema Corte, somos editores de um país inteiro, de uma nação inteira, de um povo inteiro”.”
os ministros do STF como?
“Eugênio Bucci estava no debate e, com sua gentileza habitual, lembrou que sociedades não funcionam como empresas de comunicação.”
Tivesse alguma razoabilidade Toffoli diria que a conexão estava ruim, que a imagem congelou, desligaria o computador e choraria em posição fetal no chão.
“Estas pertencem ao mundo privado e podem demitir o funcionário a partir de juízos de valor. Caberia, porém, a uma instituição de Estado fazer o mesmo? Isto é, “eleger valores que definem a circulação de conteúdos”? Eis aí a questão central: sociedades abertas precisam de um “editor”? Sociedades que se definem precisamente pela diversidade de visões de mundo e por um desacordo fundamental sobre o erro e o acerto, o falso e o verdadeiro? A resposta a esta pergunta está no próprio nascimento da ideia moderna de liberdade de expressão. Foi para defender o fim do direito à censura prévia de livros que o poeta inglês John Milton, no coração da revolução inglesa, escreveu sua “Areopagítica”. Em 1644 eram os livros. Hoje são redes e blogs. A questão fundamental é a mesma. Deveríamos presumir, perguntava Milton, que aqueles que censuram “dispõem da graça da infalibilidade, acima de todos nessa terra”? Era exatamente contra a ideia do Estado editor que John Milton se batia.
Estas questões pareciam estar resolvidas há muito tempo. De uma hora para outra, a coisa mudou. Vamos nos tornando um país em que a defesa da liberdade de expressão vai surgindo como um exercício perigosamente retórico e seletivo. E estranhamente capaz de assustar as pessoas. País em que se aceita acriticamente o retorno da “absolutamente vedada” censura prévia. A lógica do “você não fala mais nada, seja bom, seja mau, seja verdade, seja mentira”, como bem lembrou o professor e amigo Marco Sabino. Os crimes cometidos na internet devem ser punidos, na forma da lei, e é saudável que se discuta mecanismos de proteção das instituições frente às novas tecnologias. O Congresso, neste exato momento, se dedica a esse debate. Nada disso, porém, admite a tutela do Estado sobre a opinião. Ainda lembro do orgulho que todos sentimos quando a ministra Cármen Lúcia lembrou canções de sua infância para dizer que o “cala a boca já morreu”. Sugiro não ressuscitá-lo.”
Parabéns pela inidcação, Lula!
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3. Atenção, Paulo Guedes!

Só nos primeiros seis meses o rombo nas contas do governo é de 417 bilhões e Guedes promete que não vai aumentar impostos e nem estourar o teto de gastos. É o ministro TelexFree.
“As contas do governo registraram rombo de R$ 417,217 bilhões no primeiro semestre deste ano, informou nesta quinta-feira, 30, a Secretaria do Tesouro Nacional. Esse é o volume em que as despesas superaram as receitas, sem incluir os gastos com juros da dívida pública. Trata-se do pior resultado para esse período desde o início da série histórica, em 1997. No mesmo período do ano passado, o déficit fiscal somou R$ 29,311 bilhões. O rombo recorde está relacionado com o aumento de despesas para combater a pandemia do novo coronavírus, e também com a perda de arrecadação decorrente do tombo no nível de atividade e do adiamento no prazo de tributos. Do lado da despesa, houve uma alta de 40,3% até junho de 2020. Os gastos realizados das medidas de combate à crise covid-19 totalizaram R$ 210,6 bilhões, de um total de R$ 404,5 bilhões aprovados até o final de junho. Somente em junho deste ano, as contas do governo apresentaram um rombo de R$ 194,7 bilhões em junho de 2020 – no que foi o pior resultado mensal da história. No mesmo período do ano passado, o déficit fiscal somou R$ 11,805 bilhões.” [Estadão]
Guedes só não pediu pra sair porque ele é burro demais pra entender que ele é a pessoa mais errada na mais errada das horas.
Essa equipe econômica joga ao vento idéias que ainda estão sendo estudadas:
“O Ministério da Economia estuda propor uma desoneração de até 25% da folha de pagamento das empresas para todas as faixas salariais. A proposta amplia a ideia mencionada anteriormente, que previa corte de impostos apenas para rendimentos equivalentes a até um salário mínimo. O assessor especial do Ministério da Economia, Guilherme Afif Domingos, afirma que os técnicos avaliam os impactos da medida. “[Estudamos] até a desoneração para todos, reduzindo em 25% a contribuição. Estamos fazendo o cálculo dentro disso”, disse à Folha.” [Folha]
E se o estudo mostrar que não é uma boa saída?! Por que tornar público?
“O corte de impostos pagos pelas empresas à União sobre os salários é um objetivo antigo de Guedes, que vê na tributação sobre a folha de pagamentos uma arma de destruição de empregos. Com isso, o ministro espera conter o desemprego ao diminuir o custo de uma contratação.”
Como se emprego fosse criado baixando impsotos, e não aumentando a demanda.
“Para abrir mão dessa receita, no entanto, a equipe econômica avalia que será necessária a criação de um novo imposto, a ser aplicado sobre pagamentos. “Tudo custa dinheiro”, disse Afif. Os técnicos estão fazendo as contas com uma alíquota mínima de 0,2%. Eles estimam que ela renderia anualmente cerca de R$ 120 bilhões aos cofres públicos. Nos cálculos usados por Guedes, esse montante seria suficiente para desonerar empresas a pagarem impostos aplicados até um salário mínimo (hoje, em R$ 1.045).”
Os patrões economizam e TODOS pagam o novo imposto, baseado em consumo e não renda, esses imbecis não conseguem nem fazer o diagnóstico correto, que dirá o tratamento.
“Cortar tributos para essa faixa e estender ao menos parte da medida para as demais demandaria uma alíquota maior. O Ministério já vem mencionando a possibilidade de o novo imposto ter uma alíquota de 0,4%, o que em tese dobraria a arrecadação para R$ 240 bilhões. Os membros da pasta veem como ideal, inclusive, a desoneração total sobre salários no país, mas reconhecem que o plano teria dificuldades. “Eu gostaria de desonerar tudo, mas aí seria uma alíquota inviável”, afirmou Afif.”
Caralho, olha o que esse demente confessa, ele quer ZERAR as desonerações!
“Ele rebateu contestações à ideia. “A resposta a quem critica é: me dê uma alternativa melhor que essa. Ainda não vi”, afirmou. “O que faz sentido acaba acontecendo”, disse.”
Se eu não conhecesse o coroa de 76 anos eu chutaria uns 15 anos pelo cretinismo olímpico da argumentação.
“Para ele, a cobrança tem mais chances de ser aprovada caso esteja absolutamente ligada à geração de emprego e renda.”
E ainda vai ter pato amarelo caindo nesse papinho.
O Maia sambou na cara do Guedes:
“Maia criticou as discussões envolvendo a recriação do imposto. “Minha crítica não é se é CPMF, se é microimposto digital, se é um nome inglês para o imposto para ficar bonito, para tentar enrolar a sociedade. Minha tese é a seguinte: nós vamos voltar à mesma equação que foi de 1996 a 2004, 9% de aumento da carga tributária”, disse. “Com um PIB [Produto Interno Bruto] de R$ 7 trilhões…R$ 600 bilhões, para que? Para que a sociedade está contribuindo com mais R$ 600 bilhões para o estado brasileiro? Ela melhorou a qualidade da educação? Melhorou a qualidade da saúde?” No seminário, o presidente da Câmara disse ser radicalmente contra a criação de qualquer imposto. “Esse aí, então, que a gente sabe que é cumulativo, que é regressivo, que faz a economia parar de crescer, esse eu sou contra também no mérito”, afirmou.” [Folha]
A Míria Leião escreveu sobre o absurdo:
“O governo está tentando enganar a todos os contribuintes. A ideia do chamado imposto digital é cobrá-lo em todas as movimentações, e não só no meio eletrônico. Essa é a realidade.O tributo é cumulativo, cobrado nas duas pontas e regressivo. Em troca, haveria uma série de bondades. Assessor especial do Ministério da Economia, Guilherme Afif Domingos acenou com uma desoneração sobre os salários de 25%. Ele deu entrevista à “Folha de S. Paulo”sobre a proposta, que valeria para todos os salários. Ninguém no Ministério fala quanto se arrecadaria com o novo imposto ou quanto custaria a desoneração dos salários. Seria melhor debater abertamente.” [O Globo]
E quem fez as contas aponta que nem fodendo a taxação nova NÃO cobriria as bondades, essa equipe econômica é incrivelmente burra.
“Desde o início do governo, o Ministério da Economia defende o imposto sobre pagamentos cobrado nas duas pontas.Era a ideia do ex-secretário da Receita Marcos Cintra. Uma alíquota de 0,2% paga por quem compra e por quem vende, vira uma tributação de 0,4%. A cada transação durante a cadeia de produção, o tributo é recolhido. Lá na ponta, o consumidor pagará o preço. Cintra perdeu o cargo por defender o imposto, mas a proposta continua viva no Ministério da Economia. Não adianta criar um nome suave para o novo tributo. Ele não será apenas digital, o consumidor vai pagá-lo mesmo se for à loja comprar um produto com dinheiro vivo. Um imposto como a CPMFincide em cascata. Ele fica escondido na cadeia de produção, se acumula e onera muita mais os preços do que se parece. Em contrapartida, o governo tem oferecido um pacote de bondades. Afif sugeriu desonerar a folha de pagamentos em 25%; a ideia anterior era cortar só em empregos de até um salário mínimo. Ao ouvir a proposta, o empresário pensa que terá menos custos para contratar, o trabalhar acredita que haverá mais empregos. Outra ideia é usar a nova arrecadação para ampliar os programas de transferência de renda. A equipe econômica já acenou com uma isenção mais ampla no Imposto de Renda, para quem ganha até R$ 5 mil. Mas os detalhes dessas contrapartidas ninguém conhece. A equipe econômica não sabe exatamente o que vai propor. Elasó sabe que quer cobrar mais um imposto, chamado de digital para que se acredite que é possível evitá-lo. Mas não se escapa de um tributo como esse.”
Maia também falou do teto de gastos:
“O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), criticou nesta quinta-feira (30) o que chamou de brutal pressão para desfazer o teto de gastos no país e descartou votar qualquer flexibilização da regra até 1º de fevereiro de 2021, quando termina seu mandato. Segundo Maia, o debate sobre a mudança no modelo tributário brasileiro vem em um bom momento, em meio ao aumento de gastos decorrente da adoção de medidas emergenciais para o enfrentamento da pandemia do novo coronavírus. A situação, de acordo com o deputado, já está gerando “uma brutal pressão para desfazer o teto de gastos no Brasil”. “A Câmara não vai votar nenhuma flexibilização no teto de gastos. Até 1º de fevereiro, a Câmara não vai votar”, afirmou. Maia destacou que o cenário pós-pandemia vai exigir investimento público, uma renda básica permanente e uma resposta para a desoneração das empresas. Segundo ele, as soluções apontadas vão na linha contrária da estratégia de organizar as despesas públicas para que, com a carga tributária atual, seja possível melhorar a eficiência do gasto “e aplicar os recursos públicos nas áreas que, de fato, a sociedade precisa do estado brasileiro.”
O presidente da Câmara criticou o fato de algumas discussões terem sido abandonadas, como as propostas no Senado que envolvem controle de gastos, indexação e vinculação de receitas. Maia defendeu ainda que o aumento da arrecadação seja resultado do crescimento da economia brasileira, e não da elevação da carga tributária no país. Além disso, afirmou que a solução para melhorar as contas do país deveria vir do corte de despesas públicas, e não da criação de novos impostos. “Se a gente achar que vamos dar mais um jeitinho criando mais um imposto, nós vamos estar taxando mais a sociedade e nós vamos ter que discutir despesa pública. Porque você arranjou R$ 100 bilhões de espaço de receita, vai colocar em qual teto?”, questionou. “Não há espaço dentro da Constituição brasileira para você aumentar despesa em R$ 50, R$ 60, R$ 70 bilhões”.” [Folha]
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4. Bolsonaro que nem pinto no lixo

Bolsonaro foi ao Piauí e…
Bolsonaro está excitadíssimo, berrando euforicamente no microfone, parece criança abrindo o presente que pediu no natal, entregue pelo próprio Noel. Nem fodendo ele imaginava a recepção que teve, devia tá se borrando de medo de protesto e não consegue esconder a alegria.
“O presidente Jair Bolsonaro participou nesta quinta-feira de seu primeiro evento público após se recuperar da Covid-19. Bolsonaro viajou ao Nordeste para inaugurar o sistema integrado de abastecimento de água, em Campo Alegre de Lourdes, na Bahia, e depois seguiu para o Piauí, onde visitou o Parque Nacional da Serra da Capivara, em São Raimundo Nonato. Ao chegar no aeroporto, Bolsonaro retirou a máscara e cumprimentou apoiadores. Bolsonaro saiu de Brasília por volta das 8h30 e chegou pouco antes das 10h ao aeroporto de São Raimundo Nonato. O presidente seguiu até Campo Alegre de Lourdes, cidade baiana próxima à divisa com o Piauí. Após a inauguração do sistema de abastecimento ele voltou ao Piauí. Após descer do avião presidencial, ainda na área externa do terminal, Bolsonaro montou em um cavalo em meio a uma aglomeração de apoiadores e tirou a máscara que usava no rosto, “segundo o G1”.” [O Globo]
Nem pro cavalo distribuir coices…
“O Planalto disparou convites para o evento de hoje, na Bahia, com a participação de Jair Bolsonaro, de “acionamento do sistema integrado de abastecimento de água de Campo Alegre de Lourdes”. Autoridades locais, contudo, lembram que o sistema já tem água desde 2018, quando foi inaugurado pelo presidente Michel Temer, e pelo governador Ruy Costa.” [Estadão]
“A retomada de viagens por Jair Bolsonaro (sem partido) a partir de hoje para inaugurar obras e atrelar sua imagem a realizações marca sua tentativa de se iniciar um novo ciclo de governo. Recuperado da covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, o presidente retornou à rotina no Palácio do Planalto na última segunda-feira (27) após duas semanas em isolamento. Somente hoje (30), Bolsonaro tem agendas em dois estados do Nordeste. Na Bahia, ele inaugura o Sistema de Abastecimento de Água em Campo Alegre de Lourdes. Uma hora depois, estará em São Raimundo Nonato, no Piauí, para visitar o Parque Nacional da Serra da Capivara. Amanhã, é esperado em Bagé (RS), onde participará da entrega de unidades habitacionais do programa Minha Casa, Minha Vida. O plano, concebido junto aos generais que formam o alto escalão, é realizar mais deslocamentos durante o segundo semestre, sobretudo em cidades nas quais o governo não tem boa avaliação de acordo com as pesquisas de opinião. O Nordeste, reduto eleitoral do PT, é exemplo disso. Sob anonimato, um ministro do governo afirmou ao UOL que Bolsonaro tem solicitado a seus subordinados sugestões de viagens. Os compromissos no Nordeste, por exemplo, foram costurados com a tutela do chefe da pasta do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho. Um outro interlocutor do presidente ouvido pelo UOL definiu o “novo ciclo” de Bolsonaro da seguinte forma: “ele quer ser menos [Abraham] Weintraub e mais Tarcísio [de Freitas]”.” [Estadão]
E adivinhe quem faz parte da oposição ao Bolsonaro:
“O Vem Pra Rua, uma das principais forças articuladoras do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, mudou de lado e agora milita contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Após as críticas feitas pelo procurador-geral da República Augusto Aras à Lava Jato, o movimento de direita postou um vídeo em seu Facebook pedindo “Fora, Bolsonaro” e acusou o presidente de não cumprir o que prometeu durante sua campanha e repetir práticas do PT no poder. “Ficou evidente que Bolsonaro tinha outros planos, negando ser um governo contra a corrupção, escancarando a preferência mesquinha por intrigas políticas e nada republicanas, fritura de ministros e completa desfaçatez com que lidou e lida com as prioridades do país”, diz o narrador do vídeo. Na publicação, repleta de notícias protagonizadas pelo governo federal, o movimento diz que as atitudes de Bolsonaro no poder se assemelham às do PT. “Ficou claro que o caminho da esperança foi desviado. O que vemos é destruição de reputações, ataques mentirosos àqueles que não se ajoelharam aos seus planos. Como isso lembra o PT.”
“Quem tem equilíbrio e não se encontra hipnotizado pelas narrativas desse governo está de luto”, declara o Vem Pra Rua no vídeo. Foram citados episódios como as investigações do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) feitas pelo Coaf (Conselho de Controle das Atividades Financeiras), o desligamento de ministros considerados técnicos, como Luiz Henrique Mandetta (DEM-MS) e Sergio Moro, e as acusações feita pelo ex-ministro da Justiça de que Bolsonaro teria tentado interferir na Polícia Federal. “Não desistiremos jamais do Brasil. Nunca escolhemos o caminho fácil, e sim o caminho correto. Nós não vamos desistir do Brasil. Fora, Bolsonaro!”, diz o narrador encerrando o vídeo.” [Estadão]
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5. A dura vida de um bolsonarista

Da Mariliz Pereira Jorge:
“Inegáveis a devoção, a energia e a habilidade que os apoiadores do governo demonstram. A capacidade infinita de enxergar seus ídolos com filtros coloridos não é estranha a nenhum militante, mas a vida do bolsonarista é um malabarismo permanente. A começar pela exaltação da cloroquina. Todos virados em direção ao Palácio da Alvorada, a meca dos “patriotas”, para louvar um remédio que inúmeras pesquisas apontam como ineficaz contra o coronavírus. Rejeitar a ciência, porém, é nada perto do contorcionismo para apoiar Madonna, que, de feminista de carteirinha e defensora do aborto legal, e portanto inimiga, passou a correligionária após defender o uso do medicamento.
E o que dizer dessa massa que passou a eleição falando em combate à corrupção e à velha política, fim de privilégios e bandido morto e hoje aplaude Bolsonaro de mãos dadas com o centrão, exalta o ex-presidiário Roberto Jefferson, defende o foro privilegiado de Flávio Bolsonaro e a prisão domiciliar de Queiroz? Um dia o bolsonarista pede a volta da ditadura, desconjura militar frouxo, diz que a mídia mente. No outro, reclama que vive sob uma ditadura, clama pelo direito de ir e vir e de desrespeitar medidas sanitárias de combate à pandemia, defende fake news e liberdade de expressão (a deles).
Eles ainda encontram tempo para, entre uma novela e outra da Globo, seguir os perfis da “extrema imprensa” só para poder cravar seus slogans, #globolixo, #folhalixo, #acabouamamata. Menos, claro, a mamata oficial. O interino da Saúde nomeou uma amiga, sem experiência, para chefiar o ministério em Pernambuco. E daí? O que pega mesmo os bolsonaristas é a propaganda de Dia dos Pais com o transexual Thammy Gretchen. Sem falar nas reclamações rotineiras contra o establishment, que partem inclusive de integrantes do governo e de filhos do presidente. O contorcionismo é admirável. Pense no susto se descobrirem que o establishment são eles.” [Folha]
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6. Pode chorar, Serra

Reza a lenda que Serra encontrou com um delator há uns anos e implorou, em prantos, que ele omitisse seu nome. As lágrima foram em vão mas certamente rolou uma lágrima emocionada hoje:
“O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, determinou a suspensão de duas investigações contra o senador José Serra (PSDB-SP), uma na primeira instância e outra na Justiça Eleitoral, que realizaram operações de busca e apreensão contra o tucano nas últimas semanas. A decisão de Toffoli acontece no mesmo dia em que Serra virou réu em processo na 6ª Vara Criminal da justiça Federal de São Paulo, por lavagem de dinheiro. Toffoli acolheu pedido da defesa de Serra em duas reclamações protocoladas diretamente ao STF. Os processos estão sob a relatoria do ministro Gilmar Mendes, mas Toffoli concedeu as decisões no plantão judicial.” [O Globo]
Precisava ser no plantão?! E olha que Serra já tinha mandado pro Gilmar, é sabido que a decisão lhe seria favorável, mas o presidente do STF chamou pra si.
“No inquérito da 1ª Zona Eleitoral de São Paulo, Toffoli havia suspendido na semana passada a realização de busca e apreensão no gabinete de Serra, na Operação Paralelo 23, da Lava-Jato Eleitoral. Na outra investigação, Serra já havia sido denunciado por lavagem de dinheiro pela força-tarefa da Lava-Jato de São Paulo e virou réu nesta quarta-feira –esta ação penal também foi suspensa pela decisão de Tofoli. Como a decisão de recebimento da denúncia foi tomada uma hora depois da decisão de Toffoli, é possível que também seja anulada.”
Que timing!
“A investigação rastreou pagamentos da Odebrecht para uma conta da filha do senador, Verônica Serra, na Suíça. Ela também foi denunciada. Em 3 de julho, ele foi alvo de busca e apreensão, no mesmo dia em que a denúncia foi divulgada. Os inquéritos foram enviados à primeira instância e à Justiça Eleitoral por decisões anteriores do STF, que reconheceu a inexistência de foro privilegiado porque se tratavam de fatos anteriores ao atual mandato. Toffoli, entretanto, acolheu o pedido da defesa que apontou a usurpação da competência do Supremo. A defesa argumentou que as duas operações de busca e apreensão determinadas contra o senador apresentavam risco de que fossem colhidos documentos relacionados ao atual exercício do seu mandato, o que seria atribuição do STF.”
Isso aí é o que me deixa puto, custava pedir autorização ao STF? Quem agradece são os advogados do Serra.
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7. Covid-17

Vão ser burros e cretinos assim lá na casa do caralho!
“Quase seis meses após decretar o estado emergência pela covid-19 no País, o Ministério da Saúde ainda guarda em seus estoques 9,85 milhões de testes, segundo documentos internos da pasta aos quais o Estadão teve acesso. O número é quase o dobro das cerca de 5 milhões de unidades entregues até agora pelo governo federal aos Estados e municípios. O exame encalhado é do tipo PT-PCR, considerado “padrão-ouro” para diagnóstico da doença. O principal motivo para os testes ficarem parados nas prateleiras do ministério é a falta de insumos usados em laboratório para processar amostras de pacientes. Isso porque, segundo secretários de saúde locais, não adianta só enviar o exame, mas também é preciso distribuir reagentes específicos. O governo federal comprou os lotes de exames, mas sem ter garantia de que haveria todos esses insumos, indispensáveis para usar os testes.
Estes produtos não são entregues “com regularidade” pela pasta, afirma o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass). Questionado pela reportagem, o Ministério da Saúde afirmou que teve dificuldades para encontrar todos os insumos no mercado internacional, mas que está estabilizando a distribuição conforme recebe importações de fornecedores. A pasta não explicou se houve alerta dos técnicos durante o planejamento sobre o risco de os testes ficarem parados pela falta de insumos. Também não informou quantos reagentes usados na etapa de extração das amostras foram entregues. A escassez causa uma espécie de efeito cascata nos Estados, que ficam com seus locais de armazenamento lotados com os testes recebidos à espera dos demais produtos. “No primeiro momento não tínhamos testes porque estavam escassos. A Fiocruz começou a produzir, além de laboratórios privados. Aí começou a faltar tubo, material de extração, depois de magnificação”, afirma o professor da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (USP) Gonzalo Vecina. “Agora está faltando só competência. Falta só disposição do Estado para distribuir, coletar e processar”, acrescenta ele, ex-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e colunista do Estadão.
Dados apresentados na sexta-feira pelo ministério mostram que o Brasil realizou 2,3 milhões de testes do tipo RT-PCR para a covid-19, sendo 1,4 milhão na rede pública e 943 mil, na privada. No mesmo período, o País fez outros 2,9 milhões de testes rápidos, que localizam anticorpos para a doença, mas não são indicados para diagnóstico. Como o Estadão revelou no dia 13, a entrega incompleta do kit faz o Brasil se distanciar da meta de exames para a covid-19. Além da falta dos reagentes, o ministério entregou poucos equipamentos para coletar e armazenar amostras de pacientes. Dados da pasta mostram que só 1,6 milhão de cotonetes (swab) e 873,56 mil tubos de laboratórios foram enviados até a semana passada – número bem abaixo dos 5 milhões de testes.
Secretário executivo do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde, Mauro Junqueira reforça que os testes ficaram estocados pelo Brasil pela falta de todo o equipamento para a análise. “Não tinha o material de extração. Chegou incompleto. Foi feito um acordo e (a compra) está sendo centralizada. Já melhorou muito nas últimas semanas”, disse. Técnicos do ministério chegaram a projetar que o País realizaria 110,5 mil testes por dia, mostra ata do Centro de Operações de Emergência (COE) da pasta, de 4 de junho. A média diária em julho, porém, foi de 15,5 mil exames, segundo último boletim epidemiológico da Saúde.
Em ata do COE, de 4 de junho, técnicos da pasta colocaram como “pontos críticos” a falta de insumos para coleta e processamento das amostras. Apesar do atraso nos diagnósticos, o ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello, já minimizou a falta de testes. “Criaram a ideia de que tem de testar para dizer que é coronavírus. Não tem de testar, tem de ter diagnóstico médico para dizer que é coronavírus. E, se o médico atestar, deve-se iniciar imediatamente o tratamento”, afirmou em entrevista à revista Veja no último dia 17. A falta de testagem se reflete no alto número de casos sem diagnóstico adequado. Até 18 de julho, o Brasil registrou 441.194 internações por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), sendo 213.280 para covid-19. Há ainda mais de 80 mil internações em investigação e 141,6 mil classificadas como síndrome “não especificada”. Atas do COE revelam ainda orientações ao ministério para criar formas de rastrear quem teve contato com pacientes do vírus. Em 29 de maio, técnicos sugeriram criar um aplicativo para monitorar quem está contaminado e dez de seus contatos próximos.
No mesmo encontro foi feito o alerta de que, sem distanciamento social, os efeitos da pandemia duram até 2 anos, como revelou o Estadão. O aplicativo jamais saiu do papel. Em 4 junho, o centro de operações tratou da necessidade de realizar “inquérito de acompanhamento do perfil sorológico da população” e rastreamento de quem teve contato com infectados nas últimas 48 horas. A ideia também não prosperou e o ministério não confirma a continuidade do financiamento da Epicovid19-BR, principal pesquisa sobre a incidência do coronavírus na população brasileira, conduzido pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel). A escassez de exames dificulta a continuidade de programas de municípios para diagnóstico da covid-19 e rastreio de contatos de pacientes.
Em São Caetano do Sul (SP), pessoas com sintomas da doença podem buscar atendimento por uma plataforma online. O primeiro contato é feito de forma remota com estudantes estudantes de medicina e, se for o caso, uma equipe de saúde realiza uma visita ao morador da cidade. O próprio paciente coleta amostras para o exame RT-PCR. Se confirmada a infecção, ele é acompanhado remotamente por 14 dias e orientado a buscar o hospital, caso os sintomas se agravem. “É de se estranhar que haja mais de 9 milhões de testes em estoques, quando diversas cidades estão sofrendo com a falta de recursos para manutenção de seus programas”, afirma o médico Fábio Leal, professor da Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS) e um dos idealizadores do projeto.” [Estadão]
E olha que mentira escrota do caralho:
“Procurado para explicar o elevado estoque de exames, o Ministério da Saúde disse que os Estados “não possuem capacidade para armazenar uma grande quantidade de insumos de uma só vez”. “Portanto, por questões logísticas, os testes em estoque são distribuídos à medida que os estados demandam”, diz a pasta em nota. Sem dar detalhes, a pasta argumenta que está “finalizando” uma política para o rastreamento de contatos de pessoas infectadas.”
Isso aqui é por demais cruel, desgraçou meu dia:
“Patrícia Albuquerque, 38, de Colíder (MT), morreu no último sábado (25) sem conhecer a filha, Ana Beatriz. A menina nasceu com 34 semanas de gestação há pouco mais de um mês, quando a mãe foi internada num hospital de Goiânia (GO) por complicações da Covid-19. A estudante de psicologia Patydan Castro, 34, de Rio Branco (AC), estava grávida de seis meses ao ser intubada em 12 junho também com a forma grave da infecção. O bebê morreu três dias depois, após o parto na UTI onde a mãe estava em coma induzido. Ela se foi depois de oito dias. A fisioterapeuta Viviane Albuquerque, 33, morreu em 5 de abril no Recife (PE). O filho havia nascido um dia antes, com 31 semanas, após uma cesariana de emergência feita pelo agravamento do quadro de Covid-19 da mãe. O bebê sobreviveu. Os casos se somam aos de outras 201 mulheres que morreram nos últimos meses na gestação ou no pós-parto após diagnóstico de Covid-19. Ao todo, são ao menos 1.860 casos da doença notificados nesse grupo de mulheres no país até o último dia 14 de julho.
Morte materna é um evento sentinela, ou seja, indicador da qualidade de saúde oferecida num país. Por ano, o Brasil registra cerca de 60 mortes de mulheres grávidas ou no pós-parto por 100 mil nascimentos de bebês vivos, uma taxa considerada alta. Portugal e Argentina têm 8 e 39 mortes por 100 mil, respectivamente. O número de mortes durante a pandemia ainda é parcial, mas os pesquisadores já estimam um salto sem precedentes na taxa de mortalidade materna brasileira de 2020. Em 2009, a gripe suína foi responsável por 57 mortes maternas. No último dia 9, o grupo das obstetras e enfermeiras publicou estudo na revista médica International Journal of Gynecology and Obstetrics com análise de 124 óbitos de gestantes e puérperas brasileiras por Covid-19. À época, o número representava 77% das mortes maternas registradas no mundo devido à doença. Os Estados Unidos, que hoje lideram os óbitos gerais pela infecção, tinham registrado 35 mortes de gestantes e puérperas até o último dia 21.” [Folha]
SETENTA E SETE  POR CENTO das mortes mundiais porra!
“Segundo o estudo, 22,6% das mulheres que morreram no Brasil não tiveram acesso a um leito de UTI, 36% não chegaram a ser intubadas. “Há uma falha gigantesca na assistência. Com a pandemia de Covid-19, a rede de saúde está mais desarticulada”, diz a obstetra Melania Amorim, uma das pesquisadoras. Para o grupo que fez o estudo, a má qualidade do pré-natal, recursos insuficientes para o manejo de situações de emergência e dificuldade no acesso aos serviços de saúde durante a pandemia são algumas das hipóteses que explicam o aumento de óbitos.”
E volto a dizer: essa carência não se dá por conta do SUS, mas APESAR do SUS.
“Segundo a médica Fátima Marinho, consultora sênior da Vital Strategies e professora de saúde pública da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), o número de mortes pode ser ainda maior. Além das lacunas nos dados dos óbitos de mulheres em idade fértil, há ao menos 97 mortes computadas como síndrome respiratória aguda grave. “Grande parte [destas] deve virar Covid porque não tinha diagnóstico [quando entrou no sistema]”, afirma ela, que também estuda o tema. Marinho diz que esses números precisam servir de alerta para que os gestores de saúde melhorem urgentemente a atenção das gestantes.”
O racismo estrutural, como de hábito, dá as caras:
“O grupo de pesquisadoras acaba de publicar outra análise em que faz um recorte racial desses óbitos. Em 69 casos pesquisados, o risco de morte das mulheres negras foi quase duas vezes maior do que o das brancas (17% contra 8,9%). “É um cenário aterrorizante. A frequência de comorbidades foi a mesma, mas as negras chegaram em condições mais críticas, com dispneia e queda de saturação de oxigênio. Tiveram mais necessidade de UTI e de ventilação mecânica”, diz Melania Amorim. Para ela, o retrato reflete não só as falhas de acesso e de assistência do sistema de saúde mas também problemas socioeconômicos e estigmas que afetam esse grupo. “As mulheres grávidas são terra de ninguém. Se estiver em maternidade sem UTI e desenvolver Covid grave, não terá a melhor assistência. Se for jogada numa emergência geral, vai encontrar profissionais que não estão familiarizados com as modificações que a gravidez causa no organismo”, diz Melania.”
E não é possível que nenhum general ou um certo capitão serão criminalmente responsabilizados pela tara com a cloroquina:
“A prescrição médica de cloroquina e hidroxicloroquina disparou neste ano, mesmo sem eficácia científica comprovada, por causa da pandemia do novo coronavírus. O levantamento foi feito pelo CFF (Conselho Federal de Farmácia). Nos primeiros cinco meses de 2020 em comparação com o mesmo período do ano passado, o crescimento foi de 676,89% para a cloroquina e 863,34% para a hidroxicloroquina. A cloroquina passou de 238 para 1.849 prescrições nos cinco primeiros meses deste ano. Já a hidroxicloroquina saltou de 1.978 para 19.055 em 2020. Assim como a prescrição, a venda disparou nas farmácias do Brasil. Houve aumento de 49% na comercialização da hidroxicloroquina de janeiro a junho deste ano em comparação com o mesmo período do ano passado. Foram 462.722 unidades em 2019 ante 693.206 em 2020.
Por causa da alta das vendas, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) decidiu, em março deste ano, enquadrar a hidroxicloroquina e a cloroquina como medicamentos de controle especial. Outros dois medicamentos passaram a ser de controle especial durante a pandemia: a nitazoxanida e o vermífugo ivermectina. Houve também crescimento significativo tanto de prescrição quanto de venda dos medicamentos. A prescrição de ivermectina cresceu 1.921,04% nos cinco primeiros meses e a venda aumentou 297,7% no primeiro semestre. Já a nitazoxanida teve aumento na prescrição de 42.256,52% e de 12,6% na venda.” [Folha]
E isso aqui é doideira:
“A secretaria municipal de Educação fez um estudo comparativo que revela que a cidade de São Paulo é um dos locais que ficará por mais tempo sem aulas em todo o mundo por causa do novo coronavírus. Caso os alunos retornem às escolas em 8 de setembro, serão completados 172 dias com as portas fechadas. Poucos países ou metrópoles alcançaram a marca. A Itália chegou a 181 dias. Em Wuhan, na China, os estudantes pararam por 114 dias. Nova York, nos EUA, completará 169 dias, caso o retorno ocorra no dia 1º de setembro, como é esperado. O México, com volta prevista para agosto, completará 156 dias. Na Argentina, que reabre escolas no mesmo mês, serão 152 dias. Na França, a suspensão das classes chegou a 55 dias. Na Espanha, a 88 dias.” [Folha]
E a culpa é do presiente débil-mental que só faz aumentar o período de excepcionalidade com sua condução tão desastrosa quanto criminosa.
E Dino venceu mais uma do governo federal:
“A Justiça Federal da 1ª região suspendeu a pena de perdimento (confisco) de 107 respiradores que a Receita Federal havia imposto ao governo do Maranhão. Em abril, a gestão Flávio Dino (PC do B) driblou a Receita Federal em São Paulo e em São Luís para evitar que fossem retidos pela União, como vinha acontecendo com frequência. A operação, revelada pelo Painel, durou 20 dias e contou com negociação diretamente com empresários chineses e escala na Etiópia. Ao chegar a São Paulo, os respiradores foram colocados em um avião fretado para São Luis. Na capital do Maranhão já não havia funcionários do fisco trabalhando quando a carga aterrisou. Por isso, o secretário de Indústria e Comércio, Simplício Araújo, assinou um termo afirmando que retornaria no dia seguinte para cumprir as exigências da aduana, e levou os respiradores, que foram colocados em uso horas depois. A Receita Federal divulgou uma nota, em 20 de abril, na qual afirmou que a operação havia sido “realizada sem o prévio licenciamento da Anvisa e sem autorização da Inspetoria da Receita Federal em São Luís, órgão legalmente responsável por fiscalizar a importação das mercadorias”. A Receita, então, aplicou a pena de perdimento dos equipamentos, que implica no desligamento e retirada dos equipamentos. O juiz Jose Valterson de Lima destacou, em sua decisão, que o governo do Maranhão tinha “justificada urgência na utilização dos produtos importados”, dado que o estado de calamidade pública já havia sido declarado e havia desabastecimento de respiradores. Além disso, disse que, ainda que se admita, conforme alegou o governo federal, que o estado do Maranhão agiu com “truculência”, é possível afirmar que agiu dessa forma devido ao “aumento no número de óbitos em decorrência da Covid-19 e tendo visto algumas de suas iniciativas malograrem pela ação do Governo Federal e de governos estrangeiros”.” [Folha]

Dino faz o que o governo deveria ter feito e o governo ainda tentou foder com ele, inacreditável.
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8. Economia em tempos de pandemia

Atenção, Donald Trump!
“A economia dos Estados Unidos sofreu a maior retração de sua História no segundo trimestre. O Produto Interno Bruto (PIB) encolheu em um ritmo anualizado de 32,9% no período de abril a junho em relação ao anterior, a maior queda desde 1947, quando começaram a ser coletados os dados trimestrais. O tombo mostra em números como a pandemia devastou os negócios em todo o país e deixou milhões de americanos desempregados. As únicas comparações possíveis na história moderna são com o período da Grande Depressão e Segunda Guerra Mundial, quando as estatísticas eram apenas anuais. Na Grande Depressão, a economia americana encolheu 12,9%, segundo a CNN. Mesmo com uma queda tão profunda, o resultado do segundo trimestre veio levemente melhor que a expectativa de mercado, que projetava uma queda de 34,5%, segundo analistas ouvidos pela Bloomberg. Ainda assim, contração do PIB americano em tamanha dimensão sinaliza como a recuperação deve ser mais lenta que o incialmente imaginado.” [O Globo]
E ainda tá rolando repique em vários estados:
“Os EUA ensaiaram uma retomada das atividades a partir de maio, mas uma recente onda de infecções de Covid-19, especialmente nas densamente povoadas regiões Sul e Oeste, onde autoridades estão fechando as empresas de novo ou dando uma pausa na reabertura, pode travar esse caminho. E a onda de demissões causada pela pandemia continuou a avançar nos EUA, onde novos pedidos de seguro-desemprego aumentaram pela segunda semana consecutiva, informou o Departamento do Trabalho nesta quinta-feira. Os dados referentes à semana encerrada em 25 de julho mostraram que 1,434 milhão de americanos deram entrada nas solicitações do benefício, um aumento de 12 mil em relação aos 1,422 milhão da semana imediatamente anterior. O número, no entanto, veio ligeiramente abaixo da expectativa de economistas consultados pelo “Wall Street Journal”, de 1,450 milhão. Esta é a 19ª semana consecutiva em que o total de pedidos seguro-desemprego fica acima de um milhão. E quanto mais a pandemia durar sem uma vacina, mais a produção econômica permanecerá abaixo dos níveis pré-crise, deixando cicatrizes permanentes em muitas empresas e trabalhadores.”
Passemos para a Alemanha, a principal economia européia:
“Na Europa, a principal economia da União Europeia, também registrou um tombo no segundo trimestre. O PIB alemão despencou 10,1% entre abril e junho. O mercado projetava contração de 9%, de acordo com sondagem do “Wall Street Journal”. O número significa o pior segundo trimestre do PIB da Alemanha desde 1970, e mostra que os gastos das famílias, os investimentos empresariais e as exportações despencaram durante a pandemia de Covid-19, segundo dados preliminares divulgados nesta quinta-feira. A queda do PIB alemão no segundo trimestre encerrou quase 10 anos de crescimento econômico. — Agora é oficial, é a recessão do século— disse o economista do DekaBank Andreas Scheuerle. —O que até agora foi impossível de conseguir com as quebras dos mercados acionários ou os choques do preço do petróleo foi alcançado por uma minúscula criatura chamada Corona. Na comparação anual, o Produto Interno Bruto da maior economia da Europa recuou 11,7% entre abril e junho, de acordo com dados ajustados sazonalmente da Agência Federal de Estatísticas. Analistas esperavam contração de 11,3% nessa base. Tanto as exportações quanto as importações de bens e serviços colapsaram no segundo trimestre de 2020, assim como os gastos das famílias e o investimento em equipamentos. Mas os gastos estatais aumentaram.”
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9. R$ 200

Do Bernardo Mello Franco:
“O governo anunciou mais uma medida inadiável. Vai lançar uma nota de R$ 200 em plena pandemia do coronavírus. Até o fim de agosto, a nova cédula deve começar a chegar às mãos dos brasileiros. Ou de alguns deles, é claro. A diretora de administração do Banco Central, Carolina de Assis Barros, atribuiu a novidade ao entesouramento. O fenômeno ocorre quando a população passa a guardar mais dinheiro em casa. Com a quebradeira e a redução de salários, milhões de famílias limitaram o consumo a itens essenciais. Quem não perdeu o emprego tenta cortar despesas e seguir adiante. Ainda que a luz no fim do túnel pareça vir de um trem na contramão. O auxílio emergencial também aumentou a demanda por papel moeda. Isso elevou o gasto federal com impressão e transporte de valores. Até aqui, o governo precisava de ao menos seis notas para pagar os R$ 600. Agora só precisará de três — e os beneficiários que se virem para arrumar troco na quitanda.” [O Globo]
As pessoas não vão conseguir nem gastar a porra da nota.
“Os economistas explicaram que o lançamento da cédula de R$ 200 não significa a volta da inflação. Mesmo assim, quem viveu no Brasil antes do Plano Real pode ter sentido um frio na espinha. Em 1993, o país chegou a rodar uma nota de meio milhão de cruzeiros. Ela estampava o rosto do poeta Mário de Andrade, que nada tinha a ver com aquela desordem monetária. Ontem o BC anunciou que a nova cédula vai trazer a imagem do lobo-guará. A escolha decepcionou quem preferia homenagear o vira-lata caramelo ou a ema que bicou o presidente Jair Bolsonaro. Para alguns setores da classe política, a novidade chega com atraso. Se a nota de R$ 200 já existisse em 2017, o ex-deputado Rocha Loures não precisaria ter corrido com uma ostensiva mala de rodinhas. Bastaria uma discreta mochila para transportar a propina até o táxi. O assessor que abastecia a conta do senador Flávio Bolsonaro também teria poupado tempo diante do caixa eletrônico. A cada depósito de R$ 2.000 em espécie, ele era obrigado a contar e separar 20 cédulas. Agora só precisaria de dez.”
E eis aí a única nota possível:
ema
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10. Polícia-cia-cia

Quando alguém se sente confortável pra izer isso em um treinamento para policiais é porque a polícia precisa ser refundada, tem que apertar control, alt, del.
“Um major da PM disse em uma palestra a uma das primeiras turmas dos 70 mil policiais militares retreinados em São Paulo que os abusos cometidos pela corporação existem há 188 anos e sempre vão ocorrer e orientou policiais para que não fossem flagrados por filmagens. A informação foi confirmada pela reportagem do UOL com dois policiais militares presentes na palestra em um batalhão da zona sul da capital paulista. Nela, o oficial teria dito: “A PM faz isso há 188 anos e sempre vai fazer. Você, policial, tem que ficar atento porque sempre terá alguém filmando”. O nome do major não foi revelado pelos PMs. A referência temporal é a fundação da Guarda Civil Permanente de São Paulo, em dezembro de 1831, que viria a se transformar na Polícia Militar do estado.” [UOL]
O que me lembra desse fio do Simas, que eu não canso de postar por aqui, clique pra ler tudo:
“A reportagem questionou a gestão paulista sobre o teor da fala do major ouvida pelas duas fontes e se ela seria correta de acordo com os procedimentos da Polícia Militar, mas não obteve resposta até a publicação desta reportagem.”
“Nesse retreinamento, segundo o governo, são aprimorados “os processos de atuação da instituição”. Os policiais participam de palestras sobre polícia comunitária, direitos humanos e cidadania, abordagem policial e gestão de ocorrência. Nas instruções, são analisadas ocorrências, inclusive os abusos (chamadas pela secretaria de “não conformidades”), para demonstrar como os procedimentos devem ser executados corretamente. Na palestra de treinamento assistida pelas duas fontes, foram exibidos os casos da Favela Naval (1997) e dos abusos cometidos no Jaçanã (junho deste ano). A Favela Naval é um caso emblemático de abusos cometidos pela polícia em São Paulo. Em 31 de março de 1997, o Jornal Nacional, da TV Globo, exibiu uma reportagem com vídeos que flagravam PMs extorquindo dinheiro, torturando e matando uma pessoa em uma blitz em Diadema, na Grande São Paulo. Nove policiais foram expulsos da corporação -o ex-PM Rambo era o mais famoso deles. Eles foram condenados. No caso do Jaçanã, um pizzaiolo de 27 anos que estava a caminho da casa da namorada foi espancado por pelo menos oito PMs no último dia 13 de junho. Os PMs obrigaram ele a mentir na delegacia. Com as imagens, os policiais foram incriminados. Ficaram detidos cerca de um mês e foram liberados. Além do pizzaiolo, pelo menos mais 17 pessoas foram agredidas pelos PMs no local.
O retreinamento foi ordenado no último mês pelo governador João Doria (PSDB) em meio a uma série de casos de violência policial e no período em que a letalidade policial bateu recorde no estado. Foi uma mudança de posicionamento do tucano, eleito em 2018 com o discurso de que, durante sua gestão, a polícia iria “atirar para matar” e prometendo “os melhores advogados” aos policiais que matam no estado. No primeiro semestre de 2020, de acordo com a SSP, a Civil e a Militar mataram, juntas, 514 pessoas em supostos tiroteios em serviço e também durante a folga de janeiro a junho deste ano —o maior número desde o início da série histórica, em 2001. No mesmo período, 28 policiais foram assassinados.”
Enquanto isso, basta um policial denunciado não apresentar advogado de defesa em 4 dias que o processo é paralisado, eu juro:
“As gravações de abusos cometidos por PMS e o recorde da letalidade policial também ocorreram no mesmo período em que o departamento jurídico da Polícia Militar fez uma interpretação na lei federal do pacote anticrime em que determinava a suspensão das investigações de PMs que matam caso eles não nomeassem um advogado em até quatro dias, conforme revelou o UOL em 14 de julho deste ano. O Ministério Público, no entanto, orientou, baseado na reportagem, que as investigações devem prosseguir. Ao todo, segundo juízes civis e militares, mais de 300 inquéritos policiais militares envolvidos em ocorrências com mortes estavam travados. A expectativa é de que os casos sejam destravados e apreciados pelo Ministério Público, que poderá, inclusive, oferecer denúncia contra os policiais mesmo se eles não apresentarem advogados.”
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11. Hell de Janeiro

O Rio de Janeiro há de colapsar:
“ O serviço de atendimento do Samu está entrando em colapso na cidade do Rio. Fontes revelaram ao GLOBO que, hoje, 33% das ambulâncias estão inoperantes. Números do sindicato mostram que a crise é ainda maior: menos da metade da frota prevista para atender a população segue em operação. Dos 82 veículos estimados no contrato entre a Secretaria estadual de Saúde (SES) e a empresa OZZ Saúde, 40 eram alugados e foram retirados de circulação no fim de junho, quando o Tribunal de Justiça suspendeu os repasses do governo do estado à empresa. Com isso, das viaturas restantes, propriedades do estado, um terço está inoperante por falta de pessoal e de manutenção.
— O Samu está entrando em colapso. As viaturas que eram propriedade do estado e estavam com o Corpo de Bombeiros são antigas, já apresentavam avarias e precisam de manutenção frequente, o que não acontece desde o início de julho — explica Henrique Júnior, presidente do Sindicato dos Motoristas Condutores de Ambulância do Rio.
Desde o início do mês, as ambulâncias que apresentam qualquer tipo de defeito ficam inoperantes, paradas nas bases do Samu espalhadas pela cidade. Os funcionários reclamam de falhas nas baterias, pneus carecas e até parafuso soltos. Se, no início do mês, o número de carros fora de circulação era de 10%, nesta semana chegou a um terço. Os motoristas também relatam que as ambulâncias estão circulando com o mínimo de combustível possível. Médicos e enfermeiros também denunciam a falta de oxigênio, máscaras e toucas descartáveis no combate à Covid-19.
Além de viaturas, também faltam motoristas, enfermeiros e médicos para trabalharem nos veículos: os funcionários, sem receber pagamentos da OZZ Saúde também pararam de trabalhar. — Os médicos estão há dois meses sem trabalhar e pararam de comparecer. Só 50% dos motoristas ainda estão trabalhando, mesmo sem salários. Faltam enfermeiros e técnicos de enfermagem. Em muitas bases, há até viaturas, mas não há profissionais para ocupá-las — diz o presidente da Associação dos Trabalhadores do Samu, Leandro Vabo.
Em março, a OZZ Saúde foi contratada em regime emergencial pelo prazo de 180 dias, no valor total de R$ 166,5 milhões para operar o Samu na cidade do Rio. Três meses depois, a Justiça, a pedido do Ministério Público, suspendeu os repasses do governo do estado à empresa. O MP se baseou num relatório da Procuradoria da própria Secretaria estadual de Saúde, que identificou indícios de irregularidades e de superfaturamento no contrato. Segundo o documento, feito pela própria equipe jurídica da secretaria, houve violações nos princípios “da competitividade, economicidade e da isonomia” durante o processo. O caso também está sob análise do Tribunal de Contas do Estado do Rio (TCE-RJ). Com a suspensão dos repasses, os salários dos funcionários também foram suspensos.” [O Globo]
Essse aí é o udenismo louco da Nova Era, que se combata a corrupção mas sem afetar um serviço tão crítico como o de ambulâncias, porra. Que deposite em juízo, sei lá.
“Uma decisão da Justiça do Trabalho determinou o depósito judicial do valor do pagamento aos trabalhadores. Mas a determinação ainda está sob análise da Procuradoria Geral do Estado (PGE-RJ). Nesta terça-feira, o secretário de Estado de Saúde, Alex Bousquet, anunciou que será lançado ainda esta semana um novo edital para escolher por licitação a empresa que vai substituir a OZZ na gestão do Samu no município do Rio. De acordo com a secretaria, os salários ainda não foram pagos porque “o contrato com a OZZ é objeto de duas decisões judiciais em sentido contrário. Por decisão da Justiça comum, a Secretaria de Estado de Saúde está impedida de fazer qualquer repasse de dinheiro à OZZ”. A SES informou que a PGE “está analisando a questão para tornar possível o depósito judicial sem ferir nenhuma determinação legal . A SES já manifestou oficialmente a intenção de fazer o depósito dos salários, mas a avaliação final é da PGE”. Quanto à frota, a secretaria argumenta que a “OZZ Saúde opera o serviço do Samu da capital do estado desde 30 de março. Portanto, período suficiente para avaliar e solucionar supostos problemas da frota”. De acordo com SES, seis viaturas zero quilômetro foram cedidas no início da gestão da OZZ Saúde, em março.”
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12. A mão invisível do mercado

A mão invisível do mercado enguendo um dedo do meio quilométrico e reluzente para os bolsonaristas.
“A grande repercussão da campanha de Dia dos Pais da Natura nas redes sociais, incluindo muitas críticas, não atrapalhou o entusiasmo do mercado em relação à companhia. Sem fato relevante divulgado pela empresa ao mercado ou notícias relacionadas diretamente a dados operacionais da companhia, analistas ouvidos pelo Estadão/Broadcast apontam que os papéis foram impulsionados pela avaliação positiva do mercado em relação à nova estratégia de marketing da companhia, que incluiu um homem transexual em sua campanha de Dia dos Pais. As ações ordinárias da fabricante de cosméticos operaram em alta durante toda a quarta-feira e terminaram o pregão com avanço de 6,73%, o maior do Ibovespa, enquanto o principal índice do mercado brasileiro subiu 1,44%. O ator Thammy Miranda, que é pai do bebê Bento Ferreira de Miranda, de seis meses, foi convidado para participar da campanha junto com outras personalidades midiáticas como o ex-BBB Babu Santana, o chef de cozinha Henrique Fogaça e o músico Lucas Silveira. Em nota enviada ao Estadão/Broadcast, a Natura afirma que a campanha de Dia dos Pais “mergulha na rotina desafiadora que todos estão vivendo durante a quarentena” e que a presença paterna é o maior presente.” [Estadão]
“O analista da Ativa Investimentos Ilan Arbetman aponta que o mercado recebeu bem a movimentação da Natura, pois a contratação de um homem transexual está em linha com suas práticas de ESG (Ambiental, Social e Governança, na sigla em inglês). “A campanha dialoga muito com a força da marca e mostra que ela pode ampliar sua base de consumidores, pois o nome tem um foco muito grande em governança”, afirmou ao Estadão/Broadcast. Essa também é a visão de Jorge Junqueira, sócio da Gauss Capital. O economista observa que há uma tendência de que o mercado invista em companhias que atuam de maneira mais forte junto à defesa de minorias.”Esse comportamento pró-sociedade está sendo cada dia mais bem-visto e o investidor tem interiorizado isso de pagar mais por empresas que têm esse comportamento”, observa.”
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13. Um Trump Muito Louco

Trump já avisou que não aceitará a derrota e agora propõe adiar a eleição por conta dos votos por correio
Sabe quem SEMPRE vota por correio, e inclusive votou assim na primária republicana?! Trump, assim como sua família!
“​Donald Trump já votou por correio neste ano. O presidente escolheu a si mesmo como candidato republicano à Casa Branca durante as primárias de seu partido na Flórida, onde tem registro eleitoral. Era começo de março, e o coronavírus não havia atingido em cheio os EUA, assim como Trump ainda não investia de forma tão agressiva contra a opção de voto a distância que se tornou determinante na pandemia. O presidente tem repetido que votar por correio pode gerar fraude no resultado e, há duas semanas, negou-se a responder se aceitaria uma derrota para Joe Biden, seu adversário democrata e atual líder nas pesquisas. A retórica de Trump soa como vacina produzida por quem sabe que está em uma situação eleitoral difícil, mas pode agravar ainda mais o cenário ao prejudicar sua campanha em estados considerados chave na disputa, como Flórida, Carolina do Norte e Pensilvânia. Nessas regiões, democratas têm superado republicanos na solicitação das cédulas por correio e podem sair em vantagem frente às regras de distanciamento social —e o medo do coronavírus— no dia da eleição. Aliados do presidente temem que a pandemia impeça um número alto de eleitores de irem pessoalmente às urnas em 3 de novembro, principalmente os que têm mais de 65 anos ou os que vivem em áreas rurais, importante parcela da base de Trump.” [Folha]
Lembrando que os republicanos são aqueles que fazem de tudo para negros e mas pobres não terem como votar.
“Os EUA registram hoje mais de 4,3 milhões de casos e 150 mil mortes por Covid-19, mas os surtos aumentam descontroladamente em diversos estados, sem sinais de que a crise deve arrefecer em breve. Na Flórida, por exemplo, um dos novos epicentros da pandemia, republicanos costumavam dominar a eleição por correio, mas, desde que o presidente começou a dizer que a alternativa não é confiável, o quadro mudou. Democratas já dobraram o número de solicitações desse tipo de voto em comparação a 2016 no estado, enquanto correligionários de Trump expandiram seus índices em apenas 20%. Na Carolina do Norte, por sua vez, os pedidos de voto por correio dos republicanos foram 50% a mais do que na última eleição presidencial, mas os democratas já escalaram o número em sete vezes. Na Pensilvânia, mais de 1 milhão de democratas votaram pelo correio nas primárias do estado, em junho, ante cerca de 400 mil republicanos. Os três são estados-pêndulo —que ora votam em democratas, ora em republicanos—, determinantes na corrida à Casa Branca. Em 2016, Trump venceu Hillary Clinton em todos eles, porém, neste ano aparece atrás de Biden nos levantamentos.
Trump coloca dúvida sobre a integridade da votação por correio e tenta bloquear a alternativa na Justiça. Ele afirma acreditar que a maior participação de eleitores pode favorecer a campanha democrata —Trump perdeu no voto popular em 2016 para Hillary, mas venceu no Colégio Eleitoral, sistema indireto que define o presidente. Especialistas, porém, afirmam que o republicano está errado nas duas concepções: o voto por correio não é passível de fraudes significativas e não beneficia nenhum partido político. Professora da Universidade de Michigan, Edie Goldenberg diz que há um eficiente sistema de conferência de assinaturas nas cédulas e que, historicamente, a ocorrência de fraude nas eleições dos EUA é muito baixa. “Quando acontece, as pessoas são condenadas e vão para a cadeia. Não altera os resultados. Esse não é um problema real, é um problema inventado. Trump tem forte apoio entre a população mais velha e não entre jovens, e isso pode ter consequências. Os republicanos têm muitas razões para estimular o voto por correio, mas o presidente não está fazendo isso.
Segundo a pesquisa da CNN, pessoas com menos de 45 anos têm hoje a mesma probabilidade de votar pelo correio do que os mais velhos, que eram os mais propensos a escolher seus candidatos a distância. Geralmente eleitores democratas, os jovens podem querer registrar sua desaprovação à postura de Trump ao optar pelo sistema. Da mesma forma, diz Goldenberg, republicanos podem dizer que votarão pessoalmente para mostrar que seguem a orientação do presidente. Mas a tática parece arriscada em meio à imprevisibilidade da pandemia. “Por que dar aos democratas 10 ou 11 dias para votar e esperar que os republicanos votem em um só?”, afirma Rohn Bishop, presidente do Partido Republicano em um dos condados de Wisconsin, outro estado fundamental para a disputa. “Isso nos coloca em desvantagem”, completou ele, em entrevista à Associated Press.
Para serem beneficiados, os democratas precisam mobilizar mais pessoas do que em 2016 —principalmente eleitores jovens e negros— em todas as frentes, e não apenas trocar o voto na urna pelo feito à distância. Principal cabo eleitoral de Biden, Barack Obama sabe disso. Nesta quarta (29), para promover o “dia nacional do voto por correio”, o ex-presidente postou em suas redes sociais os prazos para pedir as cédulas em cada estado e estimulou que eleitores votem a distância. “Votar por correio é fácil e seguro”, escreveu Obama. A três meses da eleição, ainda é difícil prever o impacto da pandemia nos estados em novembro e como o voto por correio pode influenciar na participação de eleitores dos dois partidos. A certeza por enquanto é que, em razão da logística, o sistema pode atrasar a apuração, o que significa que, na noite de 3 de novembro, não seja possível saber quem foi eleito presidente dos EUA.”
Passo à Lúcia Guimarães:
“Em novo recuo do governo Trump, agentes federais vão se retirar de Portland, cidade há dois meses cenário de violenta repressão a protestos raciais. Sob um acordo com a governadora democrata do Oregon, Kate Brown, os agentes começam a sair da cidade na quinta-feira (30). Os protestos que começaram após o assassinato do homem negro George Floyd em Minneapolis, em maio, recuperaram intensidade no país, com ajuda de um torcedor: Donald Trump. A nova onda de protestos foi encorajada pelo presidente que despenca nas pesquisas, não quer e não sabe gerir a pior pandemia do século e não conta mais com uma economia para usar como vitrine na campanha de reeleição. Encurralado e cercado de sicofantas que o protegem da realidade, Trump decidiu que o terrorismo racial é a alternativa para mobilizar eleitores brancos em novembro.” [Folha]
Lúcia bate com garbo e elegância. E essa parte sobre subúrbios é surreal:
“Começou espalhando uma mentira em linguagem de código racial, alertando que seu rival, o democrata Joe Biden, “acabaria com os subúrbios” se eleito. A acusação não tinha nada de sutil. É uma referência à origem dos subúrbios americanos no século 20: vastamente brancos e inacessíveis a proprietários de minorias raciais. Como o imaginário do presidente estacionou na segunda metade do século passado, quando seu pai esbravejou insultos contra a chegada dos primeiros italianos ao bairro do Queens, onde foi criado, ele não percebeu que o perfil demográfico suburbano hoje é outro. Na quarta-feira (29), Trump escancarou e tuitou avisando aos que vivem seu “Sonho de Estilo de Vida Suburbano” não devem se preocupar com desvalorização de suas casas porque ele rescindiu uma lei criada por Barack Obama contra a discriminação imobiliária. Assim, o “crime vai cair,” prometeu.
Os protestos que marcaram o mês de junho, além de quase sempre pacíficos, eram e continuam multirraciais. Pesquisas mostram Trump perdendo apoio na sua base predominantemente branca, especialmente entre mulheres. E veio a solução da crise manufaturada. Usando os ataques a monumentos de figuras do lado perdedor da sangrenta história racial americana, Trump fez seu Departamento de Justiça montar em Portland, no estado do Oregon, um teste de marketing de campanha. As reações à aparição de agentes federais armados, em uniformes de camuflagem, sem identificação, jogando manifestantes em carros igualmente não identificados foram lentas, talvez pela incredulidade. A mídia americana fora da bolha trumpista demorou a colocar a intervenção federal em Portland no lugar certo, nas manchetes.
E a mídia controlada pelo nefasto bilionário australiano Rupert Murdoch deixou clara a cumplicidade com o que é uma forma inconstitucional de policiamento urbano em manchetes como a do tabloide nova-iorquino New York Post: “Cidades democratas explodem em noite de violência através da América”. A hipocrisia do secretário de Justiça, William Barr, que se comporta como advogado pessoal do presidente e auxiliar da campanha de reeleição, foi exposta na terça-feira (28) num confronto entre ele e a deputada democrata Pramila Jayapal durante uma audiência na Câmara.
Jayapal cobrou do secretário o fato de ele não achar necessário intervir em Michigan, quando manifestantes armados e exibindo suásticas bloquearam acesso à Assembleia Legislativa do estado e pediram o linchamento da governadora, a democrata Gretchen Whitmer, por ter imposto uma quarentena durante a pandemia.​ As cenas de caos em Portland serão destaque nos comerciais de campanha, os manifestantes usados tal qual os extras que Donald Trump contratou, a US$ 50 por cabeça, para gravar seu anúncio de candidatura, em junho de 2015. ​”
Eis o vídeo maravilhoso da parlamentar enquadrando o barr:
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>>>> Num país sério Ernesto seria ex-ministro, mas por aqui os documentos que provam a fuga do Abraham arquitetada pelo Itamaraty são apenas ruído: “O deputado federal Alessandro Molon (PSB-RJ) pediu à Procuradoria-Geral da República do Distrito Federal a abertura de um inquérito para investigar irregularidades cometidas pelo ex-ministro da Educação Abraham Weintraub relacionadas ao uso de seu passaporte diplomático para entrar nos Estados Unidos. O parlamentar também pede que sejam apuradas possíveis ilicitudes de agentes do Ministério das Relações Exteriores no processo de emissão do visto diplomático para Weintraub. Como “O GLOBO” revelou, o Itamaraty pediu à Embaixada dos EUA um visto de entrada no país para Weintraub com dados de seu passaporte diplomático. A solicitação foi feita no mesmo dia em que o ex-ministro anunciou sua saída do cargo que lhe conferia o benefício do passaporte. “Ao que se verifica, o ex-ministro valeu-se das prerrogativas do cargo de ministro da Educação – que lhe assegurariam a emissão de passaporte e visto diplomáticos – para engendrar a sorrateira saída do país, não descartada a hipótese de fuga para evitar a eventual aplicação da lei penal”, escreveu Molon na representação. O parlamentar destacou que Weintraub deixou o Brasil sendo alvo de duas investigações que correm no Supremo Tribunal Federal (STF). Molon solicita a abertura de uma investigação para apurar se o ex-ministro e agentes públicos do Itramaraty cometeram o ato de improbidade administrativa.” [O Globo]
>>>> O motorista do Marighella, o mundo dá voltas: “O Ministério Público de São Paulo acusa o ex-senador Aloysio Nunes (PSDB) de improbidade administrativa por, supostamente, ter recebido R$ 500 mil em propina da Odebrecht para financiar sua campanha ao Senado em 2010. A ação civil pública, apresentada pelo promotor Ricardo Manuel Castro, da 9º Promotoria de Justiça do Patrimônio Público e Social da Capital, sustenta que a doação da empreiteira não foi declarada à Justiça Eleitoral. A ação pede que o tucano pague R$ 854.876,82 por indenização pelo suposto dano moral coletivo. Segundo o promotor, em 2010, Aloysio, então chefe da Casa Civil do governo paulista, teria se reunido com Armando Paschoal e Roberto Cumplido, diretores da Odebrecht, para pedir quantias para sua campanha. Em troca do apoio financeiro, os diretores teriam pedido a resolução de pendências entre a construtura e o Governo de São Paulo, entre elas possíveis vantagens nas obras da rodovia Carvalho Pinto. Os dados de Aloysio teriam sido repassados ao “departamento da propina” da empresa, onde o político ganhou o codinome de “Manaus”, de acordo com a delação do ex-diretor da Odebrecht Carlos Armando Paschoal. A quantia teria sido recebida em duas parcelas de R$ 250 mil. A doação da Odebrecht já havia sido alvo de um inquérito. Em manifestação de 2017, a então procuradora-geral da República, Raquel Dodge, afirmou considerar “fato incontroverso que houve o repasse de recursos para a campanha do senador Aloysio Nunes”.” [Folha] E essa nem é a história envolvendo o cartão com alguns milhoes de dólares que ele recebeu na Europa.
>>>> #ForçaFamíliaTrabuco! “O lucro líquido do Bradesco caiu 40,1% no segundo trimestre de 2020 ante igual período de 2019, para R$ 3,9 bilhões. A segunda queda seguida, em relação ao mesmo trimestre do ano passado. Nos primeiros três meses do ano o lucro havia caído 39,8. No entanto, comparando o primeiro trimestre com o segundo trimestre deste ano, o lucro deve leve alta de 3,2%. O resultado do banco no acumulado do ano é um lucro de R$ 7,6 bilhões –o pior para o período desde 2014, durante a crise, quando registrou lucro de R$ 7,3 bilhões no primeiro semestre. O novo tombo do segundo trimestre foi causado por mais um forte aumento das reservas para cobrir calotes, consequência dos danos econômicos do coronavírus. O Bradesco –que já havia separado um volume 86% maior de recursos em março para tentar conter os impactos da pandemia– dobrou as provisões feitas entre abril e junho em relação ao mesmo trimestre de 2019. A alta foi de 154,9%, para R$ R$ 8,9 bilhões. Desse total, foram R$ 3,8 bilhões relacionados ao ramo financeiro e R$ 747 milhões ao ramo de seguros. Ainda segundo o Bradesco, outra consequência do cenário econômico adverso foi a redução nas receitas com recuperação de créditos e aumento nas despesas com descontos concedidos e impairment (custos com deterioração) de ativos financeiros. No período, a carteira de crédito expandida do banco atingiu R$ 661,1 bilhões, alta de 14,9%. Esse avanço foi puxado principalmente pelos empréstimos para pessoas físicas, que subiram 12,3%, para R$ 236 bilhões.” [Folha]
>>>> Vandalizando o ilimunismo: “Luciano Bivar (PE), presidente do PSL, defende que é preciso “resgatar ideais do iluminismo do século 18 da França para o Brasil do Século 21” com a criação de um “bloco iluminista” no Congresso. Ele diz que PSL, PSC, PTB, PROS e outros estão interessados na formação do grupo, que promete “adotar comportamento dirigido pelas luzes da razão”. O início do movimento, porém, já apresenta uma contradição. Bivar diz em artigo que “os pontos inabaláveis desse grupo de líderes repousam na defesa e no respeito às instituições do país”. O presidente do PTB, Roberto Jefferson, no entanto, é um dos principais defensores de que Bolsonaro radicalize ainda mais o discurso e a ação.” Ex-aliado de Collor e condenado no mensalão, o petebista já apareceu em fotos segurando um fuzil e defendendo que o presidente “demita” os 11 ministros do STF, ação que não encontra amparo na Constituição. Ele também ignora a ciência em questões do Covid-19. [Folha]
>>>> Tô eu lendo uma matéria sobre a pandemia no Peru e essa parte sobre o Mauro Vizarra, presidente de lá, é surral: “Desde março, quando começou a pandemia, o país já teve três ministros da Saúde, na maior parte do tempo Victor Zamora, demitido em meados de julho. — Zamora, que possuía uma equipe técnica de especialistas, tinha divergências com alguns governadores e acabou se desgastando com a imprensa ao longo da crise. E sempre que um ministro causa algum ruído no governo, Vizcarra o substitui. Seu governo já teve oito ministros da Cultura — diz a cientista política. — Em ano eleitoral, a pandemia entra na agenda pública.Vizcarra, que assumiu o poder em março de 2018 após a renúncia de Pedro Pablo Kuczynski, termina seu mandato em 28 de julho de 2021. Haverá eleições presidenciais e legislativas em 21 de abril do próximo ano.” [O Globo] OITO ministros da cultura desde março de 2018, caralho! E essa parte é de doer o coração: “No vídeo registrado em 19 de julho e que viralizou nas redes sociais Capira, de 33 anos e três filhos, implorava por um leito hospitalar para salvar o marido, que agonizava sem acesso a cuidados básicos. Adolfo Mamani, 57, morreu na semana passada em meio à superlotação no sistema de saúde da cidade, a segunda maior do país. “Presidente, o senhor tem que ir até a tenda (montada ao lado do hospital para atender mais pacientes), não deixe o hospital sem ver as condições em que os pacientes se encontram”, pediu Celia, entre soluços sob a máscara, enquanto a comitiva se afastava. “Senhor presidente, por que o senhor é mau e desumano?”, disse ela. Na última terça-feira, Vizcarra pediu perdão à viúva e disse que não percebeu que ela seguia a comitiva.”
>>>> China apertando os torniquetes: “A polícia de Hong Kong prendeu, nesta quarta-feira (29), quatro pessoas acusadas de promover o separatismo, na primeira leva de detenções sob a nova lei de segurança nacional fora do contexto de protestos de rua. Os suspeitos são três homens e uma mulher entre 16 e 21 anos de idade, todos estudantes. Eles são acusados de participar de um grupo online que defende a independência de Hong Kong em relação à China. “Nós os prendemos por subversão e por organizar e incitar secessão”, disse Li Kwai-wah, porta-voz da polícia local. “Eles queriam unir todos os grupos separatistas para promover a independência de Hong Kong.” Em uma publicação nas redes sociais, o Partido Iniciativa Independência comentou a detenção de quatro membros do Studentlocalism, um grupo pró-independência dissolvido antes da promulgação da lei de segurança nacional. Segundo a publicação, os militantes foram presos sob os artigos 20 e 21 da lei da nova legislação, que tratam da promoção do separatismo. Eles podem receber penas de 3 a 10 anos de prisão e não têm direito à liberdade mediante pagamento de fiança. Se a violação for considerada grave, podem ser condenados à prisão perpétua” [Folha]
>>>> Acordo no Iêmen: “Separatistas do Iêmen anunciaram nesta quarta-feira (29) que renunciam à autonomia no sul do país e se declararam dispostos a colocar em prática um acordo de paz que prevê a divisão do poder na região. Segundo o enviado das Nações Unidas, a iniciativa é um passo importante para uma resolução pacífica a cinco anos de conflito. No Twitter, o porta-voz do STC (Conselho de Transição do Sul), Nizar Haitham, disse que a renúncia à autonomia abre espaço para a aplicação do acordo de Riad, compromisso estimulado por Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos. O acordo foi assinado em novembro de 2019 e prevê uma divisão de poder no sul do Iêmen entre o governo e os separatistas —os dispositivos, no entanto, ainda não foram implementados. O plano indica que o primeiro-ministro forme um novo governo nos próximos 30 dias e que um governador seja nomeado em Aden, capital do sul do país, onde os separatistas estabeleceram sua base. No fim de junho, o presidente iemenita, Abd Rabo Mansur Hadi, havia feito um apelo aos separatistas para “acabar com o derramamento de sangue” e garantir o respeito ao acordo de divisão do poder. Foi o primeiro discurso público do presidente, exilado na Arábia Saudita, desde que os separatistas do sul declararam sua autonomia, em abril. O conflito entre o governo e os separatistas do STC, a princípio aliados contra os rebeldes houthis, representa uma guerra dentro da guerra do Iêmen. O país é controlado por vários grupos que disputam o poder. O norte está nas mãos dos rebeldes houthis, enquanto o sul é dominado por separatistas. Já as forças aliadas do governo tentam reconquistar o território nacional com a ajuda de uma coalizão militar árabe liderada pela Arábia Saudita. Se o acordo realmente entrar em vigor, será considerado uma vitória para os sauditas. Riad quer reconciliar as forças do governo com os separatistas para se concentrar na luta contra os houthis. Nesta quarta, o príncipe Khalid bin Salman, vice-ministro saudita da Defesa, celebrou o sucesso dos esforços de seu país, que “levaram o governo iemenita e o STC a aceitarem o mecanismo proposto para aplicar o acordo de Riad”. O consenso “mostra que é possível resolver as divergências no Iêmen por meio do diálogo, sem o uso da força”, completou em postagem no Twitter.” [Folha]
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