O SUPOSTO BOATO DA TRAIÇÃO MATRIMONIAL

A SENHA DO BLOG – O SUPOSTO BOATO DA TRAIÇÃO MATRIMONIAL


O Blog faz alguns destaques necessários nessa hilariante cena nacional, começando com uma das caricaturas encontradas na internete, paradoxalmente disponibilizada pelo próprio agora rotulado corno.
chifre
Importante destacar também que a tão cobrada sororidade entre as principais vítimas do machismo, entre as quais parlamentares, jornalistas e até a mulher de um presidente europeu, não se fez presente quando o alvo era uma presidenta septuagenária, mãe e avó, retratada com as pernas abertas em adesivo pregado em muitos veículos país afora, onde a genitália era o espaço de entrada no tanque de combustível, claramente representando o crime de estupro.
Também é preciso lembrar que logo após depoimento de uma testemunha em CPI de apuração de notícias falsas referir uma suposta oferta sexual de jornalista, em direta conexão com a obtenção de informações para gerar matéria profissional, o agora rotulado corno presidente – inacreditavelmente sob histéricos risos femininos – embarcou em ofensivas declarações, com duplo sentido, outra vez referindo a genitália feminina. O cinismo com que tratou do ‘furo’, que não era o pretendido alvo jornalístico, enseja náuseas em quem tenha senso ético e mínimo repúdio contra qualquer manifestação de vulgaridade.
Citando exemplos do falso moralismo de mãos dadas com a base conservadora brasileira, o Blog poderia estender o tema, mas isso se mostra desnecessário, pois é notório o comportamento estilo macho-alfa que a maioria masculina dos agentes públicos adota. Em meio da baderna instalada em largo espaço do território nacional, agentes do Estado incentivam e instigam o desrespeito, ataques e agressões contra grupos sociais considerados rivais.
A guerra cultural onde quer que seja travada, está posta na disputa entre progressistas contra conservadores, mesmo que os argumentos sejam falaciosos, de um como de outro lado. Basta ver que reclamam ambos quando os golpes desferidos miram abaixo da linha da cintura. Sem dúvida, um referencial inconfundível, de que certos golpes – entre homens – são inadmissíveis, porque, mais que a genitália, atingem um símbolo intocável para a ala masculina da sociedade, que é o falo.
Falta saber por qual razão podem ser desferidos quaisquer tipos de golpes contra  a mulher. E a resposta natural é que, como ser considerado inferior em relação ao homem, contra a figura feminina pode tudo. Desde os atos mais ’banais’ como gritar, humilhar, suprimir, ofender e variadas outras formas de opressão, chegando ao domínio psíco-fisico como o estupro ou agressão fisica chegando ou não até a morte.
Para as pessoas transgenero, homossexuais e afins, valem todas as observações anteriores, muito especialmente contra os homens homossexuais, porque afinal, homem afeminado é algo intolerável a esse raciocínio prevalente na atualidade.
Esse jogo-sujo será tolerado pelos jogadores que desejam impor suas vontades com base na força física ou no empoderamento corporal e por vezes com equipamento letal, caso de armas. Por isso machos conservadores andam sempre em grupos com seus semelhantes, usam drogas sintéticas, algumas até prescritas somente para animais de grande porte, como bovinos. Outros, servem-se de material bélico variado, muita vez como extensão fálica do que entendem ser insuficiente no tamanho e/ou forma natural que a natureza lhes concedeu.
Em linguagem mais coloquial, os seres masculinos não seguramente másculos, necessitam esses recursos quando o órgão sexual é pequeno, micro – segundo uma ex-namorada de um parlamentar da ala dita conservadora – valendo até mesmo ameaças de morte por rede social quando rejeitados. E, no micro caso, sentindo-se com poder em razão diretamente proporcional ao parentesco que ostenta, teria se valido até de perseguição bem orquestrada com gente de alto escalão do poder institucional. Apesar disso, dois fatores influíram para o caso ser um duplo tiro no pé, para se usar o linguajar armamentista. Primeiro, a vítima é mais dotada que o agressor, porque já existe prova científica de que os cérebros femininos são maiores que os masculinos, o que deixa fora de dúvida o potencial intelectual destes, bastando o uso para comprovação. O desuso, parece, atrofia a matéria e isso não acontece só com a massa encefálica, sempre bom lembrar… Segundo, porque o agente estatal que recebeu formalmente o reclamo, também é do sexo feminino.
Assim explicada a atualidade dos acontecimentos, fácil perceber que a ala conservadora nativa é acostumada há séculos, com a estrutura vertical e hierárquica do macho-dominante, ou patriarca, o que lhe permitia a supressão de valores, inclusive legais, segundo o sentir grupal, razão porque foi naturalizada  a inferiorização de mulheres e outros grupos aqui citados.
Valores morais – falsos na grande maioria – serão a bandeira levantada por esses mesmos grupos, quando é necessária a defesa de seu pouco ou nenhum protagonismo sexual em geral. E assim agem porque se sentem ameaçados por uma ansiedade gerada entre os próprios, chamada na Psicologia de ansiedade sexual.
A evolução social, mesmo que em caminhada lenta em direção da igualdade para todos os gêneros e minorias diversas mas especialmente as sexuais, produz um alerta no sentir desses machos pseudominantes como ameaça, traduzida publicamente como fraqueza. Alguns até a admitem com a vulgaridade de costume como fraquejada, significando o que é fraco, quando está ausente a virilidade.
Isto também se traduz, tanto no sentir quanto no fazer, a fragilidade ou o progressivo enfraquecimento dessa suposta masculinidade, agora ameaçada na estrutura patriarcal que os expõe enquanto homens, não mais como únicos protetores da fêmea de sua propriedade e da prole.
Esse é o temor maior do elemento que a si mesmo identifica como incapaz de reagir contra a ameaça de agressão sexual das fêmeas do grupo que pretende dominar, porque já não domina, admitindo-se que possa alguma vez ter dominado.
Política de igualdade sexual é uma verdadeira agressão para elemento desse tipo e sem recursos outros, porque sua psique não os alimenta e/ou nutre por entender desnecessário – afinal está sempre em grupo e conta com apoio – defende de viva-voz e corpo presente a família, os bons costumes e suas ilibadas reputações, mesmo que todos os componentes do mesmo grupo saibam que se trata apenas de surrada retórica.
Machismo, enquanto característica desses elementos de grupos com domínio extenso no tempo e no espaço, é mais que um comportamento abusivo, pouco o distanciando da psicopatia incurável, porque costuma usar essas estruturas sociais para ferir os demais subjugados inclusive para gerar prazer. Mórbido, é claro. Nem por isso, deixa de ser prazer, espécie de compensação da incapacidade de aceitação da própria compleição física, algo aterrorizante.
A chamada ‘agenda de costumes’ para a ala conservadora nacional é rebatida com rótulos tão rotos quanto ridículos, mas para que sobrevivam, é essencial que a hipocrisia continue a imperar; que homem possa ‘tudo’, até mesmo o sexo com outro, seu igual ou semelhante, ainda que, flagrado/descoberto. Isto porque é sempre possível que esse ato seja explicado como algo que, apesar de dura e falsamente repudiado, era só pra saber como é.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

A inteligente jogada de Bolsonaro de concluir obras dos outros | Noblat

Para chamá-las de suas 30/08/2020 14:52:00   Noblat: A inteligente jogada de Bolsonaro de concluir obras de outros presidentes Para chamá-la...