Mensagem de despedida aos leitores deste blog

Mensagem de despedida aos leitores deste blog

Na última quinta-feira, dia 12 de julho, deixei a Presidência Nacional da CUT, após seis anos e dois mandatos à frente da maior central sindical do País e a quinta maior do mundo.
Fui sucedido pelo companheiro Vagner Freitas, eleito por mais de 90% dos votos de 2,300 delegados e delegadas de todas as regiões, categorias e setores de atividade do Brasil que participaram do 11º CONCUT (Congresso Nacional da CUT), encerrado na última sexta-feira.
Vagner é bancário, jovem, porém experiente, aos 46 anos com sólida vivência sindical, desde a base, onde passou a militar tão logo começou a trabalhar no Bradesco, em São Paulo. Foi também presidente da Contraf-CUT (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro), uma bem-sucedida experiência cutista de organização sindical por ramo de atividade – representa trabalhadores e trabalhadores de todo o sistema, e não apenas dos bancos. A Contraf-CUT congrega mais de 90% de todos os brasileiros do setor, e suas campanhas salariais são nacionais. Isso significa que os acordos coletivos que fecha atingem diretamente todo o território nacional, garantindo pisos salariais, aumentos e direitos em pé de igualdade em todas as regiões – um avanço organizativo que todos os demais ramos da CUT pretendem atingir.
Eu e Vagner no momento da posse do novo presidente da CUT. Foto; Roberto Parizotti
A CUT, acredito firmemente, tem a partir de agora em sua Presidência um companheiro valoroso, que saberá ouvir seus representados e dirigir a Central no bom caminho.
Eu deixo a Presidência após o segundo mandato como pretendia fazer desde quando fui eleito pela primeira vez. Sempre acreditei que o movimento sindical precisa de renovação, e para isso cada um de nós que o compõe deve fazer sua parte. Tenho me guiado por essa convicção desde os tempos em que comecei a militar em meu sindicato, o SinergiaSP-CUT.
A partir de agora, com o aval que me foi dado pela CUT, por intermédio da eleição realizada no 11º CONCUT, sigo para novas tarefas. A mim caberá organizar as ações da Central em suas relações com o movimento sindical do continente americano, com especial ênfase na América Latina e na América Central.
Outra função que vai me caber é coordenar o Instituto de Cooperação Internacional da CUT, ajudando a formular políticas para o sindicalismo de nosso continente e fortalecer os laços e a cooperação entre o Brasil e nossos vizinhos. Neste momento tão especial que vivemos, pós-ascensão de governos democráticos, populares e nacionalistas, é importante compartilhamos experiências e elaborarmos programas efetivos de cooperação em nome da construção um novo modelo de desenvolvimento, com valorização do trabalho e distribuição real de renda e protagonismo popular.
Nessa mesma área, vou também colaborar com o Instituto Lula, a convite do ex-presidente da República, na construção de políticas de cooperação trabalhista em nosso Continente.
Este blog, criado em 2010 com o objetivo principal de fazer a disputa eleitoral que corria naquele ano, vai agora chegando ao fim, ao menos enquanto “o blog do presidente nacional da CUT”. É possível que criemos outro, mas certamente com outro enfoque.
Agradeço profundamente àqueles que passaram por este blog, que acompanharam nossas contribuições para o debate, e também a todos os companheiros e companheiras da CUT, em todos os lugares do Brasil, que conosco compartilharam essa luta, dando suporte, emprestando confiança, mostrando o caminho, contando-nos o que ocorre nas bases.
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Livro resgata atuação da CUT nas eras Lula e Dilma. Obtenha aqui o PDF completo

Escrito por Tatiana Melin para o portal do Sindicatos dos Bancários de São Paulo:
Artur Henrique, presidente da Central, sintetiza as principais lutas e desafios nos últimos seis anos em
CUT: um olhar de 2006 a 2012
São Paulo – O 11º Congresso Nacional da CUT (Concut) encerra o período em que Artur Henrique esteve à frente da maior central sindical do país. Técnico eletrotécnico, sociólogo de formação e sindicalista por vocação, Artur assumiu a Presidência da entidade em 2006 e foi reeleito em 2009.
“Não fizemos tudo o que queríamos, mas fizemos muito para mostrar que a CUT continua sendo o principal instrumento de luta e organização da classe trabalhadora do Brasil”, destacou Artur Henrique, ao apresentar o balanço da gestão. “Isso é obra da classe trabalhadora unida, refletida neste 11º Concut, que representa mais de 22 milhões de trabalhadores de todo o país”, ressaltou.
Capa do livro
Foram seis anos de mobilizações, negociações, certezas e incertezas, como aponta o livro CUT: um olhar de 2006 a 2012, lançado neste 11º Concut, e no qual Artur analisa e sintetiza os principais avanços e desafios da Central nessas duas últimas gestões.
A luta pela implementação da política de valorização do salário mínimo, pelo fim do fator previdenciário, contra as privatizações e pela aprovação da PEC do Trabalho Escravo são alguns dos muitos episódios que fazem parte da história recente da CUT.
Essas passagens e outras análises sobre o período podem ser conferidas no livro. “Isso é um pouco do que tentaremos mostrar por meio deste balanço, com olhar crítico e possível a quem discorre sobre a si mesmo, e com incontornável orgulho de quem uniu sensibilidade, argúcia e solidariedade em nome de ideais que o tempo vai confirmando como justos e fraternos”, diz trecho.
Leia a íntegra do livro clicando aqui.
Leia também mais sobre a gestão clicando aqui.
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Desoneração da folha de pagamentos não gera emprego automaticamente

A CUT sempre disse que a desoneração da folha de pagamentos não é a panaceia que vai garantir geração ou manutenção de empregos.
Se uma coisa estivesse necessariamente ligada a outra, a experiência do SuperSimples, por exemplo, teria criado mais empregos. E as estatísticas provam que isso não aconteceu.
Isso não quer dizer que não devamos pensar em alternativas, definitivas ou anticíclicas, para estimular a economia.
Porém, é preciso ter claro de uma vez por todas que esse discurso em torno da desoneração da folha como varinha de condão é falso.
Na edição de hoje, o jornal O Globo traz um balanço sobre o descompasso entre a isenção de impostos sobre a folha e o ritmo de geração de empregos.
Muitos setores que ganharam o incentivo reduziram as contratações, em comparação com o ano passado.
Confira:
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Pedra no sapato: em artigo n’O Globo, CUT comenta porque fez mais greves no governo Lula do que no governo FHC

Uma parte da imprensa teima em dizer que os movimentos sociais teriam sido amestrados durante o governo Lula. O Globo, recentemente, foi além e associou essa pretensa subordinação – e uma hipotética “paz” de que teria desfrutado o ex-presidente – ao repasse de verbas federais para entidades que integram o movimento social.
Vamos analisar alguns dados em relação à CUT. Segundo o Sistema de Acompanhamento de Greves do Dieese, nossa Central realizou durante os oitos anos de Lula quase o dobro do número de greves no serviço público federal do que realizou durante o período FHC.
Incluindo funcionalismo federal e as estatais, os trabalhadores públicos da União, entre 2003 e 2010, realizaram 248 greves para pressionar o governo Lula a abrir negociações, aumentar salários e iniciar a reestruturação dos planos de cargos e carreiras. Já entre 1995 e 2002, foram 133 greves. A CUT representa 90% de todos os sindicatos do setor.
Esses dados desmentem de uma vez por todas o mito de que a CUT teria aliviado a pressão sobre Lula. Sabemos dividir o papel de uma central, de um partido, de um governo. O nosso é de defender os direitos e anseios dos trabalhadores e trabalhadoras – o que inclui saber construir propostas, dialogar e, também, mobilizar e fazer greve quando preciso.
A diferença fundamental entre FHC e Lula, e que explica inclusive a diferença do número de greves num período e noutro, é que Lula, ex-sindicalista, fundador da CUT, sempre soube que para obter crescimento econômico e iniciar um processo de redistribuição de renda seria preciso dialogar com o movimento social. Seu governo não foi exemplar nesse quesito, tanto que muitas vezes, por exemplo, foi preciso recorrer à greve no serviço federal para que as negociações fossem realizadas.
Porém, ao considerar reivindicações como a valorização do salário mínimo e o papel do Estado como indutor do crescimento – algo que FHC desprezou – o período Lula ativou o crescimento da economia, gerando um cenário mais favorável a novas reivindicações. Também não houve repressões ao movimento sindical como no período anterior, cujo caso mais emblemático foi a batalha contra os grevistas da Petrobrás, em 1995 – greve que ajudou a impedir a privatização da estatal.
Dizer que os movimentos sociais propiciaram paz para Lula é uma piada de mau gosto. Pressionamos através de greves, mobilizações e ocupações de terra (quando não ignoradas, deturpadas por grande parte da mídia). E o fizemos por acreditar que a pressão serve para avançar nas conquistas sociais.
Por fim, lembro que os repasses de verbas do governo Lula para o movimento sindical foi muito menor do que no período FHC. Este, ávido por terceirizar o serviço público, transferia verbas do FAT para que as centrais cuidassem da tarefa de recolocação profissional – o que gerou os famosos (e enganosos) balcões de emprego. Por pressão da CUT, essa conexão foi desfeita no início do governo Lula, e a recolocação e qualificação profissional voltaram à esfera do poder público.

Artur Henrique, presidente nacional da CUT
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Taxa Robin Hood, ou Imposto sobre Grandes Fortunas: a luta por justiça fiscal em ato no Rio de Janeiro

Estivemos no Rio, aproveitando o clima da Rio+20, para defender a taxação da especulação, pois acreditamos que não haverá desenvolvimento sustentável sem justiça social
Leia texto publicado pela jornalista e amiga deste blog Marize Muniz clicando aqui.
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Greve no serviço público federal a partir do dia 18, avisam servidores

Para forçar a abertura de negociações com o governo Dilma, servidores federais filiados à CUT e representados pela Condsef avisam: greve a partir do dia 18.
É o papel da CUT pressionar e cobrar, independentemente do governo.
Comprovamos isso durante os anos Lula (leia mais clicando aqui).
Entenda por que a Condsef organiza a greve para o próximo dia 18 clicando aqui.
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Marcio Pochmann, em quem votarei para prefeito de Campinas, é vítima de trama rocambolesca tramada pelos jornais

O assunto é muito sério, mas a abordagem bem feita e bem humorada do portal CartaMaior consegue ridicularizar as idas e vindas dos jornalões em torno da sucessão de Marcio Pochmann no comando do Ipea. O texto também serve para desvendar um pouco do modus operandi da mídia e, como mostra o caso do jornal Valor narrado pela CartaMaior, para mostrar que repórter tem, sim, escolha, e não é sempre “vítima” de editores maldosos que distorcem os textos originais, como muitos deles alegam ao serem confrontados por fontes contrariadas.
Leia:
O mundo imaginário da sucessão do Ipea
Com a saída de Marcio Pochmann, que concorrerá a prefeitura de Campinas, abriu-se a disputa para a presidência do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA). Imprensa entrou no jogo como parte interessada. E acabou saindo mal na fita. Trama relatada por Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Correio Braziliense e Valor Econômico inverteu regra de bom senso lógico: se os fatos não forem bem assim, problema dos fatos.
 
Saul Leblon
Marcio Pochmann, presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), caiu em janeiro de 2011, quando Wellington Moreira Franco assumiu a Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE), ministério ao qual o Instituto está subordinado. Tem mais: Marcio Pochmann censura pesquisas no Instituto desde que tomou posse em 2007. Sob sua direção, o órgão caracteriza-se pelo chapabranquismo militante. Acha pouco? Agora Pochmann vetou o nome de seu sucessor, indicado pela presidenta Dilma Rousseff que, em represália, vetou os nomes apresentados pelo economista e impôs um nome de preferência de Aldo Rebelo, que ainda não havia entrado na história. Depois disso, Moreira Franco indicará um interino em caráter definitivo.
A trama pode continuar indefinidamente. Nada disso corresponde aos fatos, mas tudo foi registrado pelos jornais Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Correio Braziliense e Valor Econômico. Se os fatos não forem bem assim, problema dos fatos. A desconexão com a realidade ultrapassa a linha do ridículo.
A presidência do Ipea é um cargo concorrido. A sucessão de Pochmann é notícia desde que este professor da Unicamp anunciou a disposição de disputar a prefeitura de Campinas pelo PT. Em sua gestão, o Instituto ampliou o raio de atuação, abriu-se para áreas além da economia, aumentou o leque de trabalhos e passou a assessorar não apenas o governo federal, mas também administrações estaduais e municipais, além de fornecer subsídios a entidades da sociedade civil e aos poderes Legislativo e Judiciário. Com pouco mais de seiscentos pesquisadores, o Ipea é uma das maiores instituições de pesquisa na América Latina. Possui uma representação em Caracas e em breve terá outras na Argentina e no Paraguai.
Sucessão de vetos
A imprensa entrou no jogo, comprando informação por metro e vendendo por quilo.
O repórter João Villaverde, do Valor Econômico (29 de maio) apurou o seguinte sobre a secessão no Instituto:
“Os três nomes indicados por Pochmann (Vanessa Petrelli, Leda Paulani e Jorge Abrahão) não entusiasmaram Dilma, que já decidiu também negar a candidatura a [Ricardo] Paes de Barros, apoiada pelo ministro Moreira Franco. (…) Dilma comunicou a Moreira Franco na semana passada que prefere Paes de Barros na SAE, e não na presidência do Ipea. Além disso, Pochmann vetou o nome de Paes de Barros”.
Faltou Villaverde explicar como um funcionário de segundo escalão como Pochmann pode impor veto a um ministro e à presidenta da República.
O jornalista praticamente nomeou o sucessor. Trata-se do professor da UnB, José Luís Oreiro. Quem lê a reportagem do Valor fica sabendo que o economista era o candidato preferido das seguintes lideranças: Aldo Rebelo (PCdoB-SP), Henrique Eduardo Alves, Lindbergh Farias (PT-RJ), além do ministro da Fazenda, Guido Mantega, do presidente do BNDES, Luciano Coutinho, e do vice-presidente da República, Michel Temer.
Lindbergh contestou a informação. “Meu candidato é o candidato de Marcio Pochmann”, disse o senador no final de semana.
Zerando o placar
Dois dias depois, o repórter Raymundo Costa, do mesmo jornal, vendo que não havia fumacinha branca em canto algum, zera o placar. Em primeira mão, ele noticia que:
“O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (…) será presidido interinamente até o ministro (…) Wellington Moreira Franco, indicar um titular para o cargo. A atual diretora de Estudos de Políticas Econômicas do Instituto, Vanessa Petrelli Corrêa, será a interina. Ela foi indicada pelo economista Marcio Pochmann”.
Mas Moreira Franco já não havia escolhido um nome, que fora “vetado” por Pochmann? E Vanessa Petrelli não é aquela que “não entusiasmara” Dilma?
Mais adiante, Costa relata:
“Na véspera, a ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, telefonou para Moreira para perguntar se ele tinha um nome para indicar. Moreira respondeu que sim. Não havia indicado, para não precipitar os acontecimentos, enquanto Pochmann prepara sua desincompatibilização para concorrer em outubro”. E o ministro teria completado: “Não tive nenhum problema em nomear a indicação do Marcio”.
O caso passou a se assemelhar a um filme policial com trama rocambolesca, nos quais a certa altura não se sabe mais quem matou e quem morreu. Moreira Franco, que indicara Paes de Barros agora diz à ministra Gleisi Hoffmann que não indicou ninguém “para não precipitar os acontecimentos”. Quem apurou errado, Villaverde ou Raymundo Costa?
O gozado é que em 14 de fevereiro de 2011, há um ano e meio, o jornal O Estado de São Paulo, em uma matéria intitulada “Ministro decide tirar Pochmann do Ipea”, contava o que se segue:
“O ministro (…) Moreira Franco, vai tirar o economista Márcio Pochmann do comando do Ipea. (…) Moreira Franco, apurou ontem o Estado, ainda está conversando com assessores para definir os nomes da nova diretoria”.
Agora ficou confuso. Se Moreira Franco buscava nomes em fevereiro do ano passado, como agora a imprensa informa que ele não quer “precipitar os acontecimentos”?
Asas à imaginação
Apurar notícias, ser enredado por boatos e noticiar algo a ser desmentido no dia seguinte compõem o cotidiano de um repórter. Isso se exacerba num centro de variados interesses como Brasília. Mas não é preciso exagerar. A jornalista Rosana Hessel, no Correio Brasiliense de 28 de maio, resolveu dar asas à imaginação:
“O objetivo de Dilma é colocar no lugar de Pochmann um técnico que consiga recuperar a imagem antiga do órgão, independente e respeitado pelas pesquisas que realiza. No governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o Instituto chegou a ser chamado por vários economistas de máquina de propaganda. Hoje, encontra críticos dentro do próprio governo. Em abril de 2011, por exemplo, o ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, desqualificou um estudo do Ipea que denunciava o passo lento das obras de ampliação dos aeroportos nas cidades que sediarão a Copa de 2014, mostrando que pelo ritmo das obras apenas 4 dos 12 aeroportos ficariam prontos”.
Em um parágrafo, Rosana desmente a si mesma. Primeiro diz que o Ipea deixou de ser “independente e respeitado” e virou uma “máquina de propaganda” do governo. Na frase seguinte fala que o ministro Gilberto Carvalho desqualificou um estudo do Ipea”. Se é chapa-branca, por que um ministro ataca o órgão?
Rosana Hessel fecha a matéria com chave de ouro: “A presidente quer indicar pessoa com perfil técnico e sem aspirações políticas”. Perfil técnico e sem aspirações políticas era a mais perfeita tradução de economista Dilma Rousseff ao ser nomeada ministra das Minas e Energia, em 2003.
O que tais matérias demonstram? Entre outras coisas que quando jornalistas se prestam a ser portadores de recados de lobistas, difusores de boatos e escritores de ficção, quem perde é o jornalismo. E cá entre nós, a atividade não anda em seus melhores dias no Brasil.
Em tempo: a economista Vanessa Petrelli, indicação de Marcio Pochmann, é a nova presidenta do Ipea.
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CUT fez quase o dobro de greves no serviço público federal nos anos Lula do que na era FHC

O Sistema de Acompanhamento de Greves (SAG) do Dieese demonstra que entre 1995 e 2002 foram realizadas 133 greves na esfera pública federal, o que inclui funcionalismo e empresas estatais. Já entre 2003 e 2010, durante os dois mandatos presidenciais de Lula, o número de greves atingiu 248.
Como a CUT representa aproximadamente 90% dos trabalhadores públicos federais e dos trabalhadores de estatais, pode-se concluir que a imensa maioria desses movimentos grevistas foi realizada por entidades cutistas.
Os números desmentem de vez a tese de que a mobilização da CUT teria arrefecido durante os mandatos de Lula, como tantas vezes as oposições sindicais e parte da imprensa insinuaram. “Sempre afirmamos que o ímpeto mobilizador e reivindicador da CUT estava presente. Sempre soubemos separar o papel que cabe à Central, que é o de pressionar, cobrar e negociar em nome dos interesses da classe trabalhadora, e os papéis de governo e partido”, comenta o presidente da CUT, Artur Henrique. “Porém, com esses números consolidados, acabamos com as especulações de uma vez”, completa.
O maior número de greves no setor público federal no período Lula também se explica pelo fato de o País ter vivido um momento de crescimento econômico e de geração de empregos, inclusive no funcionalismo federal, com a abertura de concursos públicos. Num ambiente de crescimento, normalmente os trabalhadores e trabalhadoras organizados aumentam seu poder de negociação.
Na era FHC, por outro lado, houve forte retração econômica e o governo tucano utilizou-se de diferentes ferramentas para promover demissões de grevistas e para sufocar mobilizações. Ao mesmo tempo, fechou-se às negociações e promoveu uma onda de terceirizações no serviço público, enquanto as privatizações eliminaram postos de trabalho.
“Esse ambiente de arrocho e repressão colocou os trabalhadores numa espécie de trincheira, numa luta de resistência contra o desmonte do mercado e do emprego”, lembra Artur.
Assembleia decide por greves no BB e na CEF em 2010. Foto de Fábio Rodrigues Pozzebom, da Agência Brasil
Pedro Armengol, coordenador nacional do Serviço Público da CUT, comenta ainda que aquele ambiente de ataque aos direitos trabalhistas exigia mobilizações e greves muitas vezes mais ruidosas do que as realizadas no período Lula. Um exemplo sempre lembrado é o da greve dos petroleiros de 1995, que ajudou a impedir a privatização da Petrobrás, mas que foi longa e enfrentou inclusive repressão das Forças Armadas. “Esse tipo de situação chamava muito mais a atenção, ocupava muito mais espaço na imprensa”, diz ele.
Porém, num ambiente de negociação permanente, de diálogo e crescimento como os anos Lula, lembra Armengol, os  impasses diminuíram.
No período Lula, avalia a CUT, houve muitos avanços na esfera pública federal para os trabalhadores. Setores conquistaram a construção de planos de carreira, aumentos reais de salário foram obtidos após longos anos de simples reposição da inflação na era FHC e muitos concursos foram realizados para substituir os terceirizados.
“Não fazemos greve pela greve. Greve é instrumento para abrir negociações, para pressionar por avanços”, comenta Artur.
Para compilar todas as conquistas obtidas pelo funcionalismo federal, setor por setor, será preciso fazer uma pesquisa minuciosa junto a cada um deles, uma vez que os resultados consolidados não são captados pelas estatísticas do Dieese. Rodrigo Linhares, técnico do Dieese Nacional, explica que isso ocorre porque o serviço público federal não tem um sistema de negociação formal, portanto não tem data-base. Sem periodicidade definida, as negociações e seus resultados são garantidos através de instrumentos como portarias e medidas provisórias. Para contornar as dificuldades estatísticas impostas por esse caráter fragmentário das negociações no setor, uma alternativa seria os sindicatos criarem o hábito de enviar as informações de suas campanhas para o Dieese. Mas isso ainda não acontece.
Aliás, as entidades sindicais, de todos os setores e ramos de atividade, não enviam seus dados sobre greves ou negociações salariais para o Dieese. Por causa disso, o departamento precisa acompanhar os resultados, necessários para a confecção dos balanços anuais de greves e campanhas, através da imprensa. Isso impede também que o Dieese tenha certeza sobre a qual central cada um dos sindicatos em campanha ou em greve é filiado.
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Os confiáveis e honestos Gilmar Mendes e Veja no traço do chargista Bira

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Na Oi, isso pode sim? Fiscalização encontra trabalho escravo em projeto da empresa de telefonia Oi

Denúncia publicada hoje na página da CUT:
Auditores fiscais da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego – SRTE/RO fiscalizam canteiros de obras da OI/Telemont e retiram trabalhadores do alojamento na beira da estrada, devido às péssimas condições de higiene do abrigo onde tinham de dormir.
Uma espécie de barracão, dividido em três vãos serviam de abrigo para os trabalhadores da OI/Telemont que fazem manutenção na fibra ótica na BR364, sentido Acre. O local não dispunha de água potável, geladeira, roupa lavada, serviço de quarto, ar condicionado, tv, roupa de cama, banheiros e toalhas. Só dispunha de energia elétrica das 17 às 20 horas. O espaço interno era tão apertado que não permitia que os trabalhadores caminhassem dentro dele. O acesso aos dois banheiros ficava a aproximadamente 100 metros do local e tinham que ser divididos com os caminhoneiros que paravam no local para fazer suas refeições.

O espaço mais parecia um depósito de lixo que fora adaptado para servir de alojamento, para tanto tivera de ser dividido em três compartimentos, por uma meia parede de tábua e possui apenas um único bico de luz e uma única tomada.
Os trabalhadores relataram que a situação já perdurava há quase dois meses, e devido ao tamanho dos cômodos que eram muito pequenos, só cabia um beliche, uma das camas ficava fora do alojamento, em uma pequena varanda sem qualquer proteção.
As paredes dos fundos e as laterais do alojamento tinham centenas de garrafas e latas vazias jogadas, o que propiciava o criadouro de insetos como escorpiões.
Os pequenos cômodos sempre que chovia eram inundados. Durante a noite alguns tinham dificuldade de dormir devido à quantidade de inseto que picava e só dormiam quando passavam repelentes (ver foto abaixo).
O local era úmido e cheirava mau, pois os trabalhadores não tinham tempo de limpá-lo já que passavam o dia trabalhando ao longo da BR e o único momento que dispunham livres tinham de lavar suas roupas.
Os trabalhadores relataram que reclamaram das condições a empresa e a resposta foram: – “quem não estiver satisfeito é só pedir demissão!”.

A única água que dispunham para beber e para as suas necessidades de higiene vinha de um poço de aproximadamente 10 metros de profundidade e que era jogada em uma caixa d’água com utilização de uma manivela. O poço tinha uma tampa de tábua e em cima dela um galão de combustível. A caixa d’água estava sendo corroída pelos cupins.

O Sindicato dos Trabalhadores em Telecomunicações recebeu denúncias e as levou à Superintendência do Trabalho, Diretores do Sindicato e Auditores foram até o local para confirmar as informações.

A sanha por executar serviços pelo menor custo e assegurar maior remuneração aos acionistas leva a recriar as senzalas do período da escravidão.
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CPI do Trabalho Escravo: ruralistas querem derrubar o artigo 149 do Código Penal

Aprovada a PEC do Trabalho Escravo, certamente a melhor notícia da agenda política das últimas semanas (por que será que não obteve repercussão à altura na mídia?), os ruralistas agora querem destruir o conceito já consolidado sobre o que e quais condições caracterizam a condição de trabalho análogo à escravidão.
Esta caracterização já existe no artigo 149 do Código Penal. Pedro Armengol, o dirigente da CUT que representou a Central na audiência da CPI do Trabalho Escravo realizada ontem, na Câmara, avisa: “O movimento sindical e os movimentos sociais não têm acordo com mudanças nesse item”. Ele avalia também que o governo federal tem a mesma posição, manifestada por diferentes representantes em conversas com a CUT.
Conheça o artigo 149 do Código Penal clicando aqui.
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Durante homenagem, Lula diz que oposição teve medo da mobilização dos movimentos sociais em 2005/2006

No dia 16 de agosto de 2005, milhares de militantes da CUT, da UNE e dos movimentos sociais em geral fizeram, na Esplanada dos Ministérios em Brasília, a primeira manifestação de rua em apoio ao presidente Lula, naquele momento sob bombardeio da mídia e da oposição por conta da crise política conhecida como “mensalão”.
Seguiram-se outras.
Ontem, Lula reconheceu publicamente a importância de sua base social no episódio.
Deu na Folha:
Às vésperas do julgamento do mensalão no STF (Supremo Tribunal Federal), o ex-presidente voltou ontem a descrever o escândalo como uma tentativa de golpe ao receber homenagem da Câmara Municipal de São Paulo.
“O PT era mais atacado do que hoje por grande parte dos políticos da oposição e por uma parte da imprensa brasileira. Na verdade, era um momento em que tentaram dar um golpe neste país.”
Lula disse ter se comparado na época a ex-presidentes que não completaram seus mandatos. “Não vou me matar como Getúlio [Vargas] e não vou fugir obrigado como o João Goulart. Só tem um jeito de eles me pegarem aqui: é eles enfrentarem o povo nas ruas deste país”, afirmou.
O ex-presidente disse que a oposição se intimidou depois que ele recebeu apoio de movimentos populares.
“Aquilo foi a coisa que mais deixou eles com medo de continuar na luta pelo impeachment”, afirmou.
Lula agradeceu o apoio na crise do vereador Agnaldo Timóteo (PR), a quem convidou a se filiar ao PT. Timóteo cantou música e vestiu um sobretudo vermelho para homenageá-lo.
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Collor se rebela contra Veja, a revista que inventou a alcunha “caçador de marajás”, início do embuste de 1989

Um visitante de outro planeta que tivesse se ausentado daqui desde 1989 não acreditaria na cena registrada ontem no Senado.
Fernando Collor de Melo requereu, na tribuna, a convocação de Roberto Civita para depor na CPI do Cachoeira. Civita é dono da revista Veja, cujo diretor de redação da sucursal de Brasília, Policarpo Jr, foi apanhado em flagrante como cúmplice de Cachoeira.
Foi a revista Veja que cunhou a expressão “caçador de marajás”, com que o então candidato a presidente Collor se notabilizou nas eleições de 1989.
A expressão, da qual o ex-diretor da revista Thales Alvarenga (já falecido) se orgulhava de ter criado, foi o início do embuste que terminaria em impeachment em 1992.
Se o episódio tiver alguma semelhança com Frankenstein, não é mera coincidência
Na TV aberta, a cena de ontem foi reproduzida pela Record.
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Setor industrial é fator de atraso para o Brasil quando quer ganhar competitividade às custas dos trabalhadores

Em artigo que a página do CDES (Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social) publica hoje, teço críticas à velha reclamação dos empresários sobre redução dos custos trabalhistas e corte de direitos.
Leia:
Nos últimos anos, o governo tomou pelo menos quatro importantes medidas para estimular a indústria brasileira: 1) fortaleceu o mercado interno; 2) estabeleceu uma política industrial que protege o fabricante nacional; 3) reduziu os gargalos de infraestrutura com grandes obras nas áreas de energia e portos; e, finalmente; 4) construiu um cenário para redução das taxas de juros.
Por tudo isso, estranhamos quando os empresários usam a mídia, sempre favorável a eles, para atacar as conquistas da classe trabalhadora. Recentemente, o ataque veio do presidente da CNI. Em artigo publicado na Folha de São Paulo, Robson Andrade disse não defender a “piora nas condições de trabalho” ou ainda o “achatamento salarial”, como ocorre em alguns países asiáticos. No entanto, para ele, encargos, benefícios diretos e indiretos, contribuições, adicionais e burocracia levariam à indústria a asfixia.
O empresário repete o velho mantra patronal de que os salários estão crescendo mais do que a produtividade e afirma que o custo do trabalho no país excede os 100% que alguns divulgam por ai. E mais: os custos da mão de obra resultariam em 20% a 50% do custo final dos produtos manufaturados no Brasil.
Como podemos ver o tal “custo do trabalho” a que ele se refere são as contribuições e os tributos sobre a folha de pagamento que sustentam investimentos em educação, saúde, seguridade e infraestrutura. E isso, no nosso entendimento, é o que torna a economia brasileira mais competitiva, mais produtiva e menos sujeita aos solavancos provocados pelas crises financeiras internacionais.
Leia o texto completo clicando aqui.
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Manifesto cobra do STF #JulgamentoJusto para o caso chamado de “mensalão”. Assine

Eu já assinei manifesto organizado por estudantes de Direito de todo o País reivindicando que o STF se atenha aos autos, e não à pressão da imprensa, no julgamento dos acusados no caso apelidado pela mídia e pela oposição de “mensalão”.
Para assinar, clique aqui.
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Presidente da CUT recebe prêmio João Ferrador, do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC

Confira texto publicado no site da CUT:
Na última sexta, o presidente nacional da CUT, Artur Henrique, recebeu o prêmio João Ferrador, durante comemoração dos 53 anos do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.
O prêmio, criado em 2009, é entregue anualmente a uma única pessoa. Já haviam sido premiados o ex-presidente Lula e o ministro Guido Mantega.
Eu e Sérgio Nobre, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. Foto de Roberto Claro
Artur completa no próximo mês de julho seis anos como presidente da Central. Após deixar a Presidência, em sintonia com sua crença de que um dirigente deve ocupar o mesmo cargo por no máximo dois mandatos, Artur vai se dedicar ao sindicalismo internacional, notadamente nas Américas, como conselheiro da CSA e secretário na área Internacional da CUT.
Eu e minha companheira, Leslie, durante a comemoração. Foto do Roberto Claro
Para ler mais sobre o Prêmio, clique aqui.
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Kassab e Serra são aspirina. Precisamos de outra abordagem, diz o candidato a prefeito de SP Fernando Haddad

A jornalista Flaviana Serafim acompanhou na manhã desta terça o 6º encontro Cartas na Mesa, promovido pela Rede Brasil Atual, que teve como convidado o candidato a prefeito de São Paulo Fernando Haddad, do PT.
Ele, que é meu candidato e para quem, evidentemente, vou votar, mostrou-se mais uma vez um grande quadro.
Leia:
“Transporte público, moradia, saúde e educação – é a partir desses quatro eixos que vamos dialogar com as demais dimensões da vida na cidade”, afirmou Fernando Haddad (PT-SP), pré-candidato à prefeitura de São Paulo, ao apresentar suas propostas de governo durante o 6º Cartas na Mesa, encontro promovido nesta manhã pela Rede Brasil Atual para jornalistas das mídias não comerciais, de sindicatos e blogueiros.  “Estamos acanhados no que diz respeito a soluções criativas para a cidade”, criticou o pré-candidato ao analisar a ausência de soluções para questões estruturais durante a gestão do prefeito Gilberto Kassab.
“É quase uma gestão provinciana da cidade, com uma visão muito acanhada, tacanha, de uma cidade que tem o direito e o dever de contribuir para o desenvolvimento nacional. São Paulo depende muito do Brasil e o Brasil depende muito de São Paulo. Essa dialética do nacional com o local precisa ser reestabelecida porque o plano que a presidenta Dilma lidera depende da solução de problemas metropolitanos”, avalia.
Transporte público e moradia
“As distâncias estão se ampliando e não há orçamento de mobilidade urbana que dê conta desse desequilíbrio”
Haddad afirmou que a gestão atual abdicou do transporte coletivo sem investir  em corredores, terminais e nem na racionalização das linhas de ônibus. Na opinião do pré-candidato, as soluções passam pelo fortalecimento do transporte coletivo multimodal – com a contratação de serviços de transporte sobre pneus, estabelecimento de metas e investimentos também no metrô para garantir integração; – pela gestão de engenharia de trânsito, com investimento em recursos humanos e tecnologia para a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET); e pela descentralização das oportunidades econômicas e serviços públicos, reduzindo os percursos entre casa e trabalho.
Na área habitacional, Haddad explicou que falta compreensão de que o problema de moradia atinge a todos na cidade e não somente aqueles que não têm uma casa para morar. “Não há projeto ambiental, de sustentabilidade, sem um plano habitacional. Se quisermos dialogar com a agenda de ampliação de áreas verdes, de saneamento básico e coleta seletiva de resíduos sólidos, não há como enfrentá-los sem um plano habitacional”.
Haddad destacou que o momento atual é um dos piores neste setor, pois “nunca se produziu tão pouca moradia popular para a população de baixa renda como hoje. Num momento em que o Brasil avança, estamos engatinhando para enfrentar o desafio ambiental”. Segundo o pré-candidato petista, a atual lógica da construção é excludente, com verticalização dos espaços para um número menor de pessoas. O pré-candidato chamou atenção para a falta de planejamento urbano que tem aumentado a distância entre moradia e local de trabalho, com a consequente queda na qualidade de vida do trabalhador e agravamento dos problemas de trânsito e transporte.
“Falta planejamento urbano e uma visão equilibrada que aproxime os bairros da dinâmica de uma cidade. Não temos planos de integração regional dentro de São Paulo. As distâncias estão se ampliando e não há orçamento de mobilidade urbana que dê conta desse desequilíbrio”, alertou. “Ou você transforma os bairros onde têm emprego em bairros mistos onde há moradia, e os bairros–dormitório em bairros híbridos onde há emprego, ou você não consegue uma gestão da mobilidade urbana”, concluiu.
Saúde e educação
“A gestão atual é uma gestão de aspirina e nós estamos precisando de um outro tipo de abordagem”
Investir na educação em tempo integral, com meta de atendimentos para crianças e adolescentes, principalmente aqueles em situação de vulnerabilidade social foi a principal proposta para a área. “Numa cidade como São Paulo, não podemos restringir a questão da educação no ensino somente”.
Na visão de Haddad, é preciso “transformar São Paulo numa cidade educadora e, para isso, todos os equipamentos públicos e sociais estarão subordinados como clubes, praças, centros culturais. A lógica educadora está na perspectiva de manter a criança e o adolescente mais tempo sob a responsabilidade da escola”, explicou.  Ao citar a dimensão do descaso da prefeitura atual com as questões da educação, ele citou a verba disponibilizada pelo governo federal para 172 novas creches, não construídas por Kassab com a alegação de que faltam terrenos disponíveis na cidade.
Na saúde, a perspectiva é tratar a área estruturalmente como as demais. Neste setor a questão é ainda mais delicada, pois Kassab terceirizou a gestão da saúde com as OS, não entregou os três hospitais prometidos, as vagas existentes são insuficientes e ainda existe o risco de se perder 25% dos leitos existentes caso prossiga a proposta de privatização do governo estadual para as vagas no SUS. “As filas continuam as mesmas ou, pior, ampliadas. Se não houver atenção básica e de média e alta complexidade compatível com São Paulo, não adianta porque não se vai resolver o problema da saúde com aspirina. A gestão atual é uma gestão de aspirina e nós estamos precisando de um outro tipo de abordagem”, ressaltou.
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Reflexão sobre o 1º de Maio da CUT. Artigo na Caros Amigos

O site da Caros Amigos publica texto que escrevi comentando o formato e as bandeiras do 1º de Maio da CUT:

Reflexão sobre o Primeiro de Maio. Artigo na Caros Amigos

08/05/2012

Presidente da CUT comenta o formato e as prioridades das celebrações deste ano

Escrito por: Artur Henrique, presidente nacional da CUT

Mensagens políticas sobre as lutas e conquistas dos trabalhadores e reflexões sobre as permanentes disputas entre capital e trabalho são fundamentais nas comemorações de 1º de maio. Mas, o Dia Internacional do Trabalhador é também dia de festa e os shows e eventos culturais são tão importantes quanto as mensagens políticas. Afinal, lazer, cultura e informação, direitos fundamentais dos trabalhadores, ainda são privilégios de poucos.

“A CUT priorizou as mensagens políticas durante alguns anos e isso foi essencial para politizar, conscientizar o trabalhador, mostrar que os riscos de retrocesso, de perda de direitos adquiridos são enormes e é preciso lutar coletivamente para garantir as conquistas e ampliar os benefícios”

A CUT priorizou as mensagens políticas durante alguns anos e isso foi essencial para politizar, conscientizar o trabalhador, mostrar que os riscos de retrocesso, de perda de direitos adquiridos são enormes e é preciso lutar coletivamente para garantir as conquistas e ampliar os benefícios. Vivíamos períodos de crises econômicas consecutivas, ondas de desemprego, de pacotes econômicos que atingiam especialmente o bolso dos trabalhadores.
Mensagem política
Neste período conturbado, mesmo sem shows musicais, as comemorações da CUT reuniam milhares de trabalhadores ávidos por informações. A mensagem política era indispensável para a organização da classe trabalhadora que precisava participar ativamente da luta diária pela manutenção do emprego, por melhores condições de salário e renda. Conseguimos conscientizar os trabalhadores de que sem ações coletivas, amparadas por sindicatos fortes, representativos, não seria possível mudar nada. Muito pelo contrário, os riscos de retrocessos, perda de emprego e de direitos adquiridos rondavam os locais de trabalho.
Nos últimos 10 anos, a situação do país mudou e a pauta dos trabalhadores deixou de ser apenas a luta por manutenção do emprego. Com a economia brasileira mais forte – menos atrelada às crises financeiras internacionais – e os índices de emprego batendo recordes, a luta dos trabalhadores passou a ser a qualidade do emprego, a ampliação dos benefícios, das condições de trabalho e renda.
Leia o texto completo clicando aqui.

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“Zica, vai lá”, música do rapper Emicida, fala de luta e cita a CUT

Quando o assunto é luta, a CUT é a referência. Emicida fez letra que cita a CUT. Reparem que, no trecho em questão, o rapper brinca com o termo inglês “cut”, mas é inegável que, no contexto, ele cita mesmo é a Central Única dos Trabalhadores.
Confira a letra:

Zica, vai lá…

faixa 6
Composição: Emicida

LETRA DA MÚSICA:

Meu treinador é deus
Me escalou pra jogar
Olhou pro banco e disse
Zica, vai lá
Comprimentei os meus
Me benzi pra atacar
Lembrei da frase ali
Zica, vai lá
Como Zumbi em Palmares, uau!
Difícil ver meu nome, sem ter um zum, zum natural
Tipo as Br, solo nacional
Anderson Silva, eles mosca, chego e plau!!
15 minutos de fama, business
Os meus já duram anos, vamos, liguem pro guiness
Pane nos times, bom tema pra filmes
Por parecer mentira, tipo reclame fitness
Sobrevivi no inferno, a meta?
Ser alvo de câmeras que não fossem do circuito interno
De social, terno
Pois somos como Cuiabá quentes até no inverno
Ai ó como o tio compete
O céu é o limite? Isso serviu em dois mil e sete
Rua, como dar panfleto
Vim botar pra foder, e você sabe o que eles dizem sobre os pretos
Meu treinador é deus
Me escalou pra jogar
Olhou pro banco e disse
Zica, vai lá
Comprimentei os meus
Me benzi pra atacar
Lembrei da frase ali
Zica, vai lá
Gravadoras crêem que sorte gera um emicida
Eu creio que isso também é o que as mantém com vida
Fomos lebre e tartaruga na corrida
Normal, até a tartaruga mandar tchau
Ouça, vem cá, moça, tem lá,
Cem bar bem prá, quem tá, a moscá
Roubar nem dá, tentar sei lá
Ousar, Neymar, vou pra reinar
Contar glória sem par, ta ligado?
Vermes, lembram transformers, a vingança dos derrotados
Zuados, versos refrões
Eles tocam nos ipods? Eu toco nos corações
Maloqueiro perdido no lodo
No primeiro como recém nascido, baguncei o tabuleiro todo
Meu ritual, sem anthony hopkins
Sou da norte, mas é mais fácil me ver nos trending topics
Meu treinador é deus
Me escalou pra jogar
Olhou pro banco e disse
Zica, vai lá
Comprimentei os meus
Me benzi pra atacar
Lembrei da frase ali
Zica, vai lá
Era maderit, muleque, fut, grafitis e black books
Hoje beats, Mac books, hits em i pads puts
Sem cockpit, ou breque, lute, pick greve cut
Kits cheques surgem, blitz, raps curte?
Tipo felá kuti, pela cútis também, por que não?
Ein? Então…
Tô tão bem nas esquina que a Intel patrocina
E nem sei o que tem haver processador e rima
E é melhor cês aprender a lidar com toda essa inveja, esse ódio
Botei a rua no pódio, óbvio
Que não tá no meus planos, tira-lá de lá no próximo episódio
Em poucos takes, pus mix tapes
No top dez discos do ano e eles odeiam rap lá mano!
Amor e flow, muito flow
Respeita quem for de chegar onde a gente chegou!
Meu treinador é deus
Me escalou pra jogar
Olhou pro banco e disse
Zica, vai lá
Comprimentei os meus
Me benzi pra atacar
Lembrei da frase ali
Zica, vai lá

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O mantra conservador sobre corrupção como elemento despolitizador. Artigo de Vladimir Safatle

Excelente artigo do professor Vladimir Safatle, intitulado “Política de uma Nota Só”, que a CartaCapital disponibiliza em seu site.
No texto, o filósofo demonstra como o discurso ininterrupto sobre corrupção, que pode tanto ser ouvido em conversas de botequim como, com profundidade idêntica, no noticiário comandado por jornalistas remunerados regiamente, esvazia o debate político e oculta as verdadeiras e necessárias intervenções que o sistema reclama.
Leia o texto completo clicando aqui.
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CUT se reúne hoje com novo ministro do Trabalho

O novo ministro do Trabalho e Emprego, Brizola Neto, realiza hoje (2) em Brasília a primeira reunião com o presidente da CUT, Artur Henrique, antes mesmo da posse oficial como titular da pasta, amanhã (3), para discutir algumas das questões sobre as quais a central espera obter avanços com a mudança de gestão.
Segundo Henrique, trata-se de uma conversa para expor a “visão” da CUT em relação aos “principais desafios” do ministério, como a questão da autonomia sindical, a qualificação profissional e a garantia de trabalho decente. Deve constar da pauta a reivindicação da entidade pelo fim do imposto sindical, que é a cobrança compulsória sobre um dia anual de salário dos trabalhadores com registro em carteira.
“Vamos colocar nossa posição de que é preciso alterar o mecanismo de registro sindical”, disse Artur Henrique, que recebeu Brizola Neto ontem (1º), durante as comemorações do Dia do Trabalho no Vale do Anhangabaú, no centro de São Paulo. O presidente da CUT considera que há um fracionamento artificial da representação dos trabalhadores em uma mesma porção territorial como forma de obter acesso à arrecadação sindical.
Ele afirma que a legislação atual não encontra meios de evitar que alguém que tenha a intenção de simplesmente ganhar dinheiro com a atuação sindical consiga abrir uma organização. “Não podemos ter sindicato de gaveta. Outra coisa é garantir que quando tenha assembleia de sindicatos-fantasma, que haja algum tipo de acompanhamento das centrais sindicais para que possa ter um espaço de apresentação dessas denúncias. Porque faz uma assembleia-fantasma, entra com o pedido de registro, não há preocupação com a veracidade das assinaturas.”
A CUT realiza até junho uma campanha nacional pelo fim do imposto sindical. Urnas foram instaladas em vários estados para que os trabalhadores opinem sobre a taxa compulsória. A central avalia que é preciso encontrar outra maneira de garantir para a manutenção financeira de centrais e sindicatos.
Durante os atos do Dia do Trabalho, representantes da CUT criticaram a última gestão efetiva do Ministério do Trabalho, de Carlos Lupi, presidente do PDT, afirmando que havia prioridade à Força Sindical. Ao mesmo tempo, houve elogios à escolha anunciada na segunda-feira (30) por Dilma Rousseff de nomear o deputado federal Brizola Neto (PDT-RJ) para comandar a pasta, gerida de maneira interina desde novembro por Paulo Roberto Pinto. Do novo ministro, Artur Henrique pediu uma relação “republicana”. “Esperamos que trate de forma igualitária todas as centrais sindicais, sem priorizar esta ou aquela.”
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Agência Brasil: Brizola Neto é um bom nome para ocupar Ministério do Trabalho, diz presidente da CUT

Elaine Patricia Cruz
Repórter da Agência Brasil
São Paulo – O presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Artur Henrique, disse hoje (30) ter considerado Brizola Neto “um bom nome” para o comando do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).
Henrique ressalvou que o novo ministro, confirmado hoje (30) no cargo, terá que enfrentar alguns desafios, tais como a busca por “trabalho decente” e uma melhor qualificação profissional dos trabalhadores.
“Esperamos que [Brizola Neto] tenha uma atuação republicana no Ministério do Trabalho, ou seja, que não transforme o MTE em um aparelho do partido [o ministro é ligado ao PDT] e que atenda todas as centrais sindicais com igualdade de tratamento”, disse em nota.
Segundo informações do Palácio do Planalto, a posse do novo ministro deverá ocorrer na quinta-feira (3), às 11h.
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Novo presidente do Supremo garante que haverá #JulgamentoJusto para o chamado “mensalão”, sem pressão da mídia

Correta a posição do novo presidente do Supremo, Ayres Britto, estampada em entrevista à CartaCapital desta semana. Ele garante que o julgamento do chamado “mensalão” deve se guiar pelos autos, pelas provas que o inquérito conseguiu colher, e não pela pressão política exercida pela mídia.
É isso que queremos. Julgamento justo. Não justiciamento, muito menos linchamento.
Se o julgamento se ativer aos autos (não aos “altos” da Veja, por certo), às provas, um dos mitos que cairão, por exemplo, é o de que houve uso de dinheiro público. Esse crime, tecnicamente chamado de prevaricação, já foi inclusive descartado pela própria Procuradoria Geral, que rejeitou a acusação por absoluta falta de provas.
Mesmo assim, a imprensa continua insistindo nisso, com o objetivo de confundir a opinião pública.
Importante procurar ler reportagem sobre isso produzida pela revista Retratos do Brasil, cuja introdução você pode ler clicando aqui.

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Mobilização nas redes sociais ataca hipocrisia da mídia. #VejaGolpista é TT nacional por 4 horas no sábado

Na sexta à noite, o blog Brasil 247 vazou o texto do inquérito relativo à CPI do Cachoeira. Um caudaloso número de provas veio à tona trazendo as peripécias criminosas do senador Demóstenes, suas relações com o contraventor Carlinhos Cachoeira e, especialmente, vários torpedos contra a submissão e a parceria da revista Veja com o crime organizado para encomendar “matérias” contra o governo Lula e o PT.
É evidente que a revista e a mídia tradicional estão desmoralizadas. Foram apanhadas com a boca na botija.
A partir do vazamento do inquérito, vários blogs começaram a dissecar o documento e a produzir textos a partir de vários trechos dele. As redes sociais aderiram rapidamente e a palavra-chave #VejaGolpista permaneceu por mais de quatro horas entre os assuntos mais comentados do twitter durante o sábado.
Cada twitter desses reproduzia as informações vindas do inquérito e comentadas pelos blogs progressistas.
Na noite daquele mesmo sábado, a turma ligada à Veja tentou uma reação, através da palavra-chave #VejaNelles. Essa hashtag até chegou a figurar entre as mais comentadas por alguns minutos naquele início de noite, mas o que poucos sabem é que a diferença de volume entre uma ação e outra foi enorme.
Segundo instrumentos de medição de audiência nas redes sociais, #VejaGolpista foi mencionada por 35 mil perfis (pessoas) no twitter. Já a reação da direita foi tímida: só 3 mil perfis aderiram à ridícula hashtag proposta pela revista.
Duas conclusões: a militância de esquerda sabe, sim, utilizar as redes sociais para fazer mobilização, e vale a pena participar desse tipo de ação, pois coloca a mídia golpista no corner.
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Sindicalismo pago por patrões adere oficialmente ao PSDB. Funcionários têm ponto liberado em troca de presença na festa

Na última sexta-feira, um ato político marcou oficialmente o lançamento do “núcleo sindical” do PSDB. Com a presença de ilustres figuras “amigas” dos trabalhadores como Sérgio Guerra, José Serra e afins, um grupo de sindicalistas ligados a outras centrais aderiram à tentativa tucana de passar um verniz trabalhista em sua mais que desgastada imagem.
A Folha de S. Paulo de sábado noticia que os trabalhadores lá presentes foram instruídos por seus empregadores – construtoras e empreiteiras – a participar do evento, e que seriam liberados do trabalho sem desconto do ponto, desde que apresentassem comprovante de que lá estiveram durante toda a duração do encontro.
O jornal Valor Econômico, a respeito da mesma cerimônia, conta que o presidente do “núcleo sindical” do PSDB, Antonio de Sousa Ramalho, dirigente há três décadas do mesmo sindicato da construção civil de São Paulo, teria pedido doações a empreiteiras para financiar o ato político.
Assim, repete-se à luz dos holofotes a mesma prática que marcou a origem de determinada central, fundada a partir de iniciativa dos patrões – no caso, a Fiesp – nos anos 1990 para tentar abafar o sindicalismo autêntico e para combater a CUT.
Essa origem da Força, que durante os anos Lula ficou um pouco escondida por ela ter aderido a lutas conjuntas com a CUT, fica novamente exposta.
Durante o encontro de sexta entre tucanos e esses sindicalistas, segundo os dois jornais citados, a CUT recebeu várias críticas por sua luta contra o imposto sindical. Patrões, tucanos e pelegos, juntos, nos criticando. Prova maior de que estamos no caminho certo!
Estamos prontos para ações unitárias em defesa dos interesses dos trabalhadores, mas é preciso muita atenção para as pautas de cada central e de que lado cada uma está.
Leia sobre nossas diferenças de concepção clicando aqui.
Saiba mais sobre os riscos do “núcleo” tucano clicando aqui.
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Novo código florestal. CUT pede: #vetaDilma!

Mais uma vez, a maioria dos deputados federais deixa a nação brasileira perplexa. O “novo” Código Florestal, aprovado no dia 25/04, por 274 a 184 votos, ignora a proteção ambiental, condição essencial para o desenvolvimento sustentável, com justiça social e ambiental e valorização do trabalho. A atualização do Código deveria corrigir distorções e não reincidir no equívoco de desconstruir uma das mais importantes legislações brasileiras.
Reconhecemos a necessidade de atualização do Código, para que se torne uma legislação inclusiva, que estabeleça regras específicas para segmentos diferenciados da sociedade, como por exemplo, a agricultura familiar. Neste sentido, rechaçamos quaisquer iniciativas que levem ao retrocesso, ao mau uso dos recursos naturais e incentive o desmatamento.
Foto de Marcelo Casal/ABr
Nos últimos 10 anos, a pressão da sociedade civil organizada e o compromisso dos governos democráticos e populares contribuíram para importantes avanços sociais e ambientais. Exemplo disso são as reduções dos desmatamentos e as metas assumidas pelo Brasil na 15ª Conferência das Partes em Copenhague, ambas conquistadas no Governo Lula.
No momento em que o mundo se volta para a Rio+20 – Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, os parlamentares brasileiros não deixam dúvidas quanto à sua falta de compromisso para com a sociedade brasileira e o planeta.
Pelo texto aprovado, o “novo” Código Florestal ampliará os desmatamentos, reduzirá a proteção ambiental, aumentando os riscos a que já são submetidas as populações que vivem em condições precárias de moradia – no campo e nas cidades -, dentre outros prejuízos irreversíveis à nação brasileira. Além disto, é absolutamente injustificável para o Brasil e para o mundo a anistia àqueles que desmataram irregularmente, reincidindo em crimes ambientais, em detrimento daqueles que cumpriram a Lei.
Diante deste cenário, a Central Única dos Trabalhadores (CUT), reafirma seu posicionamento político contrário à aprovação do Código Florestal e solicita à Presidenta da República, Exma. Sra. Dilma Rousseff o VETO ao projeto aprovado na Câmara dos Deputados.
ARTUR HENRIQUE DA SILVA SANTOS, Presidente Nacional da CUT, e CARMEN FORO, Secretária Nacional do Meio Ambiente
CENTRAL ÚNICA DOS TRABALHADORES
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Editorial do Brasil de Fato reafirma que CPI e STF são evidências da luta de classes e que a imprensa faz o jogo da burguesia

Desde a fundação do Estado republicano com a revolução francesa, sempre houve setores da classe dominante que se utilizam dos cargos públicos, das influências nos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário para se locupletarem e acumularem com dinheiro público. Na sociologia foram classificados como a fração lumpen-burguesa, que preferia surrupiar parcela da mais-valia recolhida pelo Estado, e de mais fácil acesso, a dedicar-se a investimentos na produção e extrair diretamente a mais-valia da exploração do trabalho da classe operária.
Aqui no Brasil não foi diferente. Desde a República velha, setores da burguesia sempre se locupletaram com recursos públicos, de forma legal e ilegal. Porém, essa mesma burguesia, muito esperta, nas últimas décadas se apropriou do discurso ideológico da luta contra a corrupção. Como se a corrupção fosse um mal genérico, sem nome, classe, ou pior, fossem setores da classe trabalhadora que tirassem proveito de governos progressistas. O símbolo maior dessa hipocrisia foi o governador Lacerda, do Rio de Janeiro, na década de 1950 e 1960 e seu partido União Democrática Nacional (UDN). No fundo, essa forma de transformar a denúncia da corrupção apenas como uma questão moral, não passa de uma tática da classe dominante para desviar o debate sobre a verdadeira natureza do Estado brasileiro, que por si só, na sua lógica de funcionar proporciona a parcelas da classe dominante que se apropriem dos recursos públicos. Às vezes de forma legal e outras vezes ilegalmente. Nos casos ilegais se chama de corrupção, e aí seus beneficiários precisam construir uma ampla rede de “proteção pública” aos seus atos, que em geral, envolve juristas e advogados famosos, juízes, desembargadores, senadores, deputados, delegados de polícia e, sobretudo, os proprietários dos meios de comunicação de massa. Basta lembrar como a televisão e a Veja transformaram o Collor de Mello em caçador de marajás, Demóstenes no senador vestal, Yeda Crusius a gestora da RBS e tantos outros que foram desmascarados pela realidade.
Nos anos recentes, depois da vitória eleitoral do presidente Lula, os setores da burguesia derrotados se utilizam desse expediente: denuncismo e tentativa de centrar o debate no combate à corrupção, como uma forma de engessar o governo, deixá-lo inerte, e impedir que as verdadeiras demandas da classe trabalhadora e a questão de um projeto para o país seja o centro do debate).
Assim surgiu o “mensalão” no governo Lula. Amplificado ao extremo, que quase levou a um processo de impeachment. Agora, veio à tona que até o sinistro bicheiro Cachoeira estava por trás dessa manipulação, junto com a sua Veja.
No governo Dilma, esses mesmos setores da burguesia – derrotados no seu projeto de subordinação ao neoliberalismo e aos interesses imperiais – se agarrou na imprensa e no Judiciário, para deixar o governo refém de seus interesses. Com isso já derrubaram sete ministros. Independente da natureza ideológica dos ministros, do seu não compromisso popular, de que tenhamos até gostado das mudanças ou de culpas reais, o fato é que não houve nenhum processo ou algo concreto comprovado. Se os interesses da imprensa fossem democráticos e os ministros tivessem caído culpados pelo desvio de recursos públicos, então eles deveriam estar na cadeia! Mas como diz o ditado popular, “o diabo faz panela mas esquece da tampa”.
Agora veio à tona a rede de corrupção montada entre uma quadrilha de jogos ilícitos, empreiteiras, senadores, desembargadores, governadores e a imprensa de direita, em especial a revista Veja, com quem o contraventor Cachoeira discutia com o chefe da sucursal de Brasília as pautas, as denúncias. Como se eles tivessem o direito de decidir a quem iriam derrubar ou a quem condenar perante a opinião pública.
Felizmente os parlamentares tiveram um pouco de coragem e instalaram a CPMI para investigar esses fatos. A panela está destampada. Agora será necessário revolver toda a podridão que tem dentro dela.
Pela primeira vez as forças populares, representadas por alguns congressistas, terão a oportunidade de investigar e denunciar os corruptores: as empresas e a grande mídia que as acobertam. É hora de mostrar a todo o povo quais interesses a revista Veja defende. Seus bicheiros e parlamentares. É hora do povo saber as redes que se montam dentro do estado brasileiro para que meia dúzia de lumpen-burgueses se locupletem e ainda usem a mascara da legalidade e da defesa dos interesses públicos.
Essa CPMI precisa analisar com detalhes tudo e de forma rápida, antes que a ratazana esconda o queijo e seus comedores.
Mas não basta torcer pela coragem de alguns parlamentares. Será necessário que os movimentos sociais, o movimento estudantil, da juventude, todas as forças populares possam ir às ruas pressionar. Exigir a investigação e punição de todos os envolvidos, sejam governadores, empreiteiros, senadores, donos da Veja etc.
A Globo já começou de novo a campanha do Brasil limpo, da corrupção genérica e de falsos movimentos de jovens burgueses, que são amplificados na televisão.
Portanto, estamos diante de mais um capítulo da luta de classes, travado no campo da ideologia, no campo das ideias e da gestão do Estado. E a burguesia já se deu conta que pode sofrer uma grande derrota ideológica.
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Vagner Freitas, candidato a presidente da CUT, reafirma que vai manter a luta contra o imposto depois de eleito

O jornal Estadão publica um editorial nesta segunda, dia 23, em que diz que a CUT realiza sozinha uma campanha pelo fim do imposto sindical.
O editorial, ao fim e ao cabo, favorece o debate que a CUT está fazendo desde 1983 e que, neste ano de 2012, conta também com uma ação de comunicação dirigida – anúncios em jornais e revistas e, mais especialmente, com a coleta de votos nas ruas, junto aos maiores interessados, os trabalhadores.
No início, o texto parece igualar todas as centrais, mas à medida que se lê, percebe-se que o Estadão reconhece as diferenças entre elas. O jornal, inclusive, lembra do acordo firmado entre todas as entidades em 2008 pelo fim do imposto, acordo que logo depois as demais renegaram. Foi o próprio jornal que, naquele ano, divulgou amplamente o acordo e assim expôs a mudança de postura das outras centrais ao se recusarem a cumpri-lo – ou a encenação delas, ao o terem assinado.
Porém, ao não ser enfático na defesa da posição da CUT, o jornal, que é contra o imposto, parece reservar a si mesmo uma parcela de dúvida quanto à firmeza de propósito de nossa Central.
Pois não precisa. Nosso objetivo é firme, assumido coletivamente. E o mais forte candidato a me suceder na Presidência da CUT a partir de julho, o bancário Vagner Freitas (acima, em foto de Dino Santos, votando no plebiscito) já reafirmou publicamente, várias vezes, que vai manter essa luta com afinco depois de eleito.
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Desinformação da Veja quer confundir leitores sobre #fimdoimpostosindical. Leia resposta do presidente da Central

O blogueiro tucano Reinaldo Azevedo diz que, assim como o PT teria acabado com a oposição, a CUT agora quer, ao propor o fim do imposto sindical, acabar com as outras centrais. Risível, o argumento ainda é sustentado por desconhecimento histórico e preconceitos. Leia minha resposta:
A CUT sempre defendeu um jornalismo sério e competente, em que uma coisa é a opinião do jornalista e outra é a tentativa de distorcer a informação para os leitores.
Respeito a opinião do jornalista, embora não concorde com ela, mas não posso aceitar é a desinformação – por desconhecimento ou ma-fé, ou ambas.
Seu comentário a respeito da Campanha da CUT por Liberdade e Autonomia Sindicais, pela ratificação da Convenção 87 da OIT e pela substituição do imposto sindical por uma contribuição aprovada em assembleia é no mínimo carregada de preconceito e desconhecimento histórico. Senão vejamos:
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#FimdoImpostoSindical entre os assuntos mais comentados do twitter nesta terça-feira

A CUT está promovendo na tarde desta terça feira uma ação nas redes sociais como parte do Plebiscito Nacional sobre o Fim do Imposto Sindical. A hastag #FimdoImpostoSindical, desde as 16h30 até 17h (quando escrevo este post), está entre os assuntos mais comentados do twitter.
Obrigado a todos os participantes.
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