sexta-feira, 27 de novembro de 2020

"Essas pessoas não podem achar que me calaram", diz J.P. Cuenca após deixar de publicar coluna na DW Brasil

 

Redação Portal IMPRENSA 23/06/2020 15:51

Escritor e cineasta, J.P. Cuenca deixou de publicar sua coluna quinzenal Periscópio na Deutsche Welle Brasil em função de uma sátira publicada no Twitter de uma frase atribuída ao sacerdote católico francês Jean Meslier.

Feita no dia 16 de junho, a postagem de Cuenca foi a seguinte:
"O brasileiro só será livre quando o último Bolsonaro for enforcado nas tripas do último pastor da Igreja Universal." (É atribuída a Meslier a frase "o homem só será livre quando o último rei for enforcado nas tripas do último padre")

"Eu publiquei isso e saí para tomar um café. Quando voltei minha time line era um inferno", disse o colunista em entrevista à Headline. 
Crédito:Reprodução Twitter

Após a repercussão, Cuenca, que também escreve no The Intercept Brasi, informa que recebeu um email da DW Brasil "já pedindo minha cabeça". 

"Horas depois me mandaram outro email me comunicando que tinham me demitido e que iriam botar uma nota no ar. Quando eu fui ver, a nota já estava no ar", prossegue o escritor. 

Para Cuenca, a nota da DW lhe imputa um crime que ele não cometeu, que seria o discurso de ódio. "Acho que eles cederam covardemente à pressão", avalia, acrescentando que não queria estar no lugar da Deutsche Welle "sendo elogiada pelo pior do fascismo brasileiro". 

Ainda segundo o depoimento de Cuenca à Headline, depois da publicação da nota da DW Brasil, a repercussão e as ameaças, que tinham diminuído, dispararam, pois Eduardo Bolsonaro publicou uma montagem no Twitter a respeito.  

Veja a seguir a nota publicada pela DW Brasil sobre o episódio.
"A Deutsche Welle comunica que deixa de publicar a coluna quinzenal Periscópio, de J.P. Cuenca, após o colunista ter escrito, em perfil privado nas redes sociais, mensagem que contraria os nossos valores. A Deutsche Welle repudia, naturalmente, qualquer tipo de discurso de ódio e incitação à violência. O direito universal à liberdade de imprensa e de expressão continua sendo defendido, evidentemente, mas ele não se aplica no caso de tais declarações."

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