O presidente nacional do Cidadania (ex-PPS), Roberto Freire, disse em entrevista ao Congresso em Foco que o apresentador Luciano Huck teria "tapete vermelho" caso decidisse se candidatar a presidente pelo partido em 2022.
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No entanto, ele afirmou que não é o momento de discutir o nome de quem vai ser candidato em 2022, mas sim de articular um diálogo entre nomes não identificados com Jair Bolsonaro e nem com o PT.
"Isso há muito tempo o Cidadania definiu que terá o tapete vermelho esperando. Mas como eu disse não é questão que estamos discutindo agora. Nem ele está, nem nós. Temos que fazer o que ele está fazendo, abertos para o diálogo democrático com forças democráticas", declarou o ex-deputado e ex-ministro da Cultura.
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Freire defendeu que sejam somados o maior número de atores políticos em torno da frente contra Bolsonaro. O presidente partidário declarou que é contra vetos a nomes que já foram aliados de Bolsonaro, como o ex-juiz e ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro.
"Nós defendemos zero intolerância, isso não quer dizer que teremos que apoiar, não vamos discutir isso agora. O que eu quero dizer é o seguinte, você quer excluir? Quer dizer que quem votou em Bolsonaro é fascista e não pode votar em um candidato democrático agora em 2022? Se for assim você está trabalhando a favor de Bolsonaro".
De acordo com o jornal Folha de São Paulo, Huck e Moro tiveram um encontro em Curitiba (PR) e discutiram o cenário político nacional. O nome do ex-juiz não é bem aceito por integrantes integrantes da centro-direita e ele foi alvo de fortes de críticas do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), em entrevista à Folha de São Paulo.
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Congresso em Foco: Acha que dessa vez Luciano Huck está decidido a entrar na disputa política?
Roberto Freire: parece que está muito mais com essa perspectiva do que esteve em qualquer momento, mas ainda é um momento muito mais de articulação política do que de decisões, ainda está distante, mas ele já está se movimentando há muito tempo, tendo um papel muito significativo no processo. O que não se sabe é a capacidade de articulação, diálogo.
Conversou com ele recentemente? Ele deve esperar para definir a filiação a um partido? Acha que a decisão só acontece no prazo máximo do Tribunal Superior Eleitoral, em abril de 2022?
Conversei. Não, não precisa também tanto. Isso não é problema para ser resolvido agora. Talvez ele tenha maior mobilidade pelo fato de ele não ter ainda filiação política. A gente conversa com todos aqueles que estejam no campo democrático e sejam oposição ao lulismo e ao Bolsonaro especialmente.
Se Huck fosse para o Cidadania teria espaço para ser candidato a presidente?
Claro. Isso há muito tempo o Cidadania definiu que terá o tapete vermelho esperando. Mas como eu disse, não é questão que estamos discutindo agora. Nem ele está, nem nós, temos que fazer o que ele está fazendo, abertos para o diálogo democrático com forças democráticas. E ninguém imaginando que essas conversas já estão discutindo 2022, não. Precisamos construir esse ambiente primeiro de diálogo com todas as forças que são oposição a Bolsonaro, não são lulistas, que devem conversar para ver quem será o representantes dessa unidade que precisamos tomar. Talvez seja necessário antes de 2022, eu sei lá se vai ser necessário para um impeachment.
O nome de Sergio Moro foi criticado por Rodrigo Maia.
Se todo mundo já estivesse tranquilo aceitando, a gente já estava com diálogo e discussão avançada. Começamos agora, não tem problema.
O senhor vê problema na participação de Moro no diálogo?
Claro que não, se a gente começar 'porque é dissidente, porque há pouco tempo estava no governo, porque votou em Bolsonaro', então não vamos para canto nenhum. É simples, ninguém está definindo quem é que vai ser o candidato, isso leva tempo, não tem que estar discutindo nada agora. Agora eu quero saber se vou excluir alguém que queira se opor e derrotar Bolsonaro.
Nós defendemos zero intolerância, isso não quer dizer que teremos que apoiar, não vamos discutir isso agora. O que eu quero dizer é o seguinte, você quer excluir? Quer dizer que quem votou em Bolsonaro é fascista e não pode votar em um candidato democrático agora em 2022? Se for assim você está trabalhando a favor de Bolsonaro.
Não acho que ninguém tem que decidir qual é o candidato agora, isso não existe, não tem candidatura nenhuma e nem pode ter, qualquer candidatura dificulta o diálogo. Precisamos é ter a compreensão é que não pode vetar ninguém que queira se opor a Bolsonaro.
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