domingo, 26 de julho de 2020

General e Major com as cabeças a prêmio, grande dia!

Os episódios você ouve lá na Central3.
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0. General e Major com as cabeças a prêmio

Que delícia de matéria:
“Irritado com traições do PSL, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) decidiu aumentar o espaço do centrão no Poder Executivo e considera entregar mais cargos de primeiro escalão ao bloco partidário. O presidente avalia passar ao grupo político a liderança do governo na Câmara e até o comando do Ministério da Saúde em meio à pandemia do coronavírus. No último fim de semana, em conversa reservada, Bolsonaro disse a um aliado que pode fazer uma mudança em curto prazo na articulação política.” [Folha]
Na articulação política do general Ramos, amicíssimo de décadas do Bolsonaro! E o genera que acabou de ir pra reserva, Costinha?!
“Bolsonaro se irritou com a atitude de seis deputados bolsonaristas do PSL, que, mesmo com a mudança de posição do governo, votaram no primeiro turno contra o Fundeb, expondo uma fragilidade na articulação do Planalto e passando a impressão de derrota.”
Imagine, foi 499 a 7 no primeiro turno e Bolsonaro preocupado em aparentar a fragilidade que lhe salta aos poros.
“Seis ou sete votaram contra. Se votaram contra, eles devem ter os seus motivos. Só perguntar para eles por que votaram contra.”
Bolsonaro atira seus aliados mais fiéis aos leões sem qualquer embaraço.
“Agora, alguns dizem que a minha bancada votou contra. A minha bancada não tem seis ou sete, não. A minha bancada é bem maior do que essa aí.”
Que grande show de constrangimento, Brasil. Bolsonaro tomou uma surra homérica e tá fingindo que não é com ele.
“Agora à noite, o presidente fez a terceira publicação do dia em sua página do Facebook sobre o Fundeb. A postagem trata-se de uma foto dos deputados Helio Lopes (PSL-RJ) e o seu filho Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) com a legenda: “Nós votamos sim ao Fundeb”.” [Folha]
Dorinha, realtora do FUNDEB, pisou no Guedes e deixou clara a pilantragem retórica do presidente:
“Mesmo após a aprovação da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) do Fundeb na Câmara, na terça-feira (21), a relatora do texto, Professora Dorinha (DEM-TO), diz que ainda não entendeu o posicionamento do governo Jair Bolsonaro sobre o tema. Isso porque a atual gestão não se envolveu nas discussões, tentou desidratar o texto e depois passou a apoiar uma ampliação do papel da União nos gastos de educação em um volume ainda maior do que se previa antes. Às vésperas da votação, o ministro Paulo Guedes (Economia) tentou adiar a vigência das novas regras e contrabandear, por meio do fundo, recursos para o Renda Brasil, um programa de assistência social que deverá substituir o Bolsa Família. Dorinha diz que a equipe de Guedes tentou convencê-la a abraçar o protagonismo da iniciativa. Ela critica o ministro por não se envolver no tema, tampouco se inteirar dos detalhes do texto.
​”Guedes não chamou para si a responsabilidade, e, quando chega dois dias dias antes de votar, veio o tal do Renda Brasil. Me chamaram para ser a mãe do Renda Brasil… Mas não consigo entender [o governo]. É como se você fosse pedir aumento para o chefe, você chega pedindo R$ 20 e o chefe diz que não pode, que não dá de jeito nenhum, e no final te dá R$ 25.” [Folha]
Beijo, Dorinha!
E sempre que a Bia Kicis se fode é um grande dia:
“Na noite desta quarta-feira, o Planalto pediu a dispensa da deputada federal Bia Kicis (PSL-DF) da vice-liderança do governo no Congresso. Ela foi um votos contrários ao Fundeb. Contrariado, o presidente avalia acomodar Vitor Hugo, aliado de primeira hora, em uma autarquia federal e nomear o deputado Ricardo Barros (PP-PR) como líder do governo. A expectativa é a de que a troca seja feita no início de agosto.”
Até o Major vai se foder, grande dia!
“A intenção do presidente é repetir o modelo adotado no Senado. Na Casa, a liderança já é exercida por uma sigla do centrão, o MDB. E, na avaliação da cúpula do governo, ela tem sido estratégica para garantir o apoio no bloco partidário.”
Não mete essa, estratégico ali no Senado é o Alcolumbre, o resto é perfumaria. Não é à toa que o governo não quer ver o Maia nem pintado de ouro e faz de tudo pela recondução do Alcolumbre, e foda-se que tal possibilidade não está no regimento. Casuísmo de cu é rola, tá ok?!
“Com a mudança, o presidente pretende também garantir votos para futuras votações de interesse do governo, como a reforma tributária, e atender a um pleito dos deputados do centrão, que têm feito pressão por uma troca na articulação política. A avaliação é a de que, apesar de Vitor Hugo ter a confiança do presidente, ele enfrenta resistência no Legislativo e entra frequentemente em choque com o ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, responsável pela articulação política do Planalto.”
E por sua vez Ramos entra em choque com Fábio Faria e Guedes, não tá fácil a vida do general.
“Ramos enfrentou uma saia justa anteontem no Congresso, onde acompanhou Paulo Guedes na entrega da proposta da reforma tributária a Rodrigo Maia e Davi Alcolumbre. Lucas Barreto, senador pelo PSD do Amapá e ex-vice-líder do governo, cobrou melhor tratamento de Ramos com os parlamentares da base. Disse que, embora fosse mais fiel ao Palácio do Planalto do que Flávio Bolsonaro, Ramos não o atendia. Concluiu que, em consequência do desprestígio, havia entregado a vice-liderança, o que aconteceu após a saída de Luiz Henrique Mandetta do governo.” [O Globo]
Calma que tem mais humilhação pra cima do general:
“O deputado Hildo Rocha (MDB-MA) expressou em alto e bom som a insatisfação de parte dos parlamentares com Luiz Eduardo Ramos (Governo). Ao encontrar o ministro no Salão Verde da Câmara, bradou: “joga sua caneta fora que ela está sem tinta”. Ramos não respondeu.” [O Globo]
“À Coluna, Rocha disse ter falado em tom de brincadeira, “mas também de cobrança” por causa da promessa de liberação de recursos para a Codevasf, que até hoje não aconteceu. A confusa articulação do governo na votação do Fundeb serviu para aumentar a pressão sobre Luiz Eduardo Ramos. Nos últimos meses, o ministro vem colecionando trombadas, como a ocorrida com o novo marco do saneamento e com o crédito suplementar, última grande polêmica antes da pandemia. Mesmo assim, Ramos, segundo governistas, continua forte, por dois motivos: sua amizade com o presidente e com os demais generais palacianos. Braga Netto e Augusto Heleno seguram as pontas.”
Os generais apanham de tudo que é lado, é bonito de se ver. Ver o Ramos se derrubado pelo Centrão dias depois dele ir à reserva será lindo!
Voltemos aos planos mirabolantes do presidente:
“A ideia é que o comando da liderança do governo sirva também como uma espécie de “test-drive” para Barros, que pode até o fim do ano ser deslocado para um cargo na Esplanada dos Ministérios. O nome do congressista é avaliado por Bolsonaro para assumir o Ministério da Saúde após a saída do atual ministro, o general Eduardo Pazuello. O militar já disse ao presidente que, após o arrefecimento da crise da Covid-19, deixará a pasta.”
O general, malandro, vai voltar pra ativa, aprende, Ramos!
“A expectativa é a de que ele permaneça no posto até outubro. Para seu lugar, Bolsonaro já disse que quer um perfil semelhante ao do general. Ou seja, o de um bom gestor que não seja necessariamente médico de formação. Barros é engenheiro e foi ministro da Saúde de 2016 a 2018, no governo Michel Temer (MDB). Sua gestão é elogiada inclusive pela atual cúpula militar, para quem ele foi eficiente na economia de recursos e na atualização de portarias.”
E quem tá feliz da vida é o Maia:
“A votação da PEC do novo Fundeb na Câmara demonstra que, apesar do esforço do governo em isolá-lo, Rodrigo Maia (DEM-RJ) é quem detém o controle da pauta de votações da Casa e, quando há divisão interna, ele faz valer a máxima de que é o dono da bola.”
“No afã de se aproximar de Bolsonaro, líderes do centrão vêm conquistando a antipatia de Maia e isso tem um preço. Eles tentaram adiar a votação do Fundeb, mas Maia não arredou o pé, o que terminou em derrota para o governo. A votação lembrou que não será fácil ao centrão entregar vitórias a Bolsonaro no Congresso, fora da agenda econômica. Em temas de interesse de Paulo Guedes (Economia), a avaliação é a de que o governo paga por apoio sem necessidade, dado o perfil pró-reforma dos atuais deputados. Já em outras pautas, como foi no Fundeb, a discussão será caso a caso. Outro episódio recente em que o presidente da Câmara agiu em desacordo com o centrão foi na votação do adiamento da data da eleição municipal deste ano. Alinhado a Davi Alcolumbre (DEM-AP), Maia empurrou a discussão na Casa para um desfecho a seu favor.” [Folha]
Só nos resta abraçar o caos e torcer pelo filho do César Maia.
Ah, por falar em Centrão e bad trip escrota que tal Bob Jeff bugando os integrantes do Pânico ao praticamente mandar um Lula Livre no ar?!
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2. Malditos milicos

Bolsonaro quer a cabeça do Pujol mas o comandante do Exército sabe que é o cu dele que tá na reta e que Bolsonaro não hesitará em apontar o dedo indicador pra um general:
“O comandante do Exército, Edson Leal Pujol, citou, nesta quarta-feira, a alta de produção de cloroquina pela instituição como um dos motivos que ajudaram na recuperação de integrantes da Força infectados pela Covid-19 — embora não haja comprovação científica da eficácia do medicamento no combate à doença. “O laboratório químico aumentou significativamente a produção de cloroquina e álcool gel e distribuímos para nossas organizações militares de Saúde, colocando-os à disposição de médicos e pacientes. Com orgulho, essa pronta resposta já recuperou milhares de integrantes da nossa família verde-oliva”, disse Pujol, em um vídeo divulgado no canal do Exército no Youtube.” [Época]
O roteiro do vídeo certamente é assinado pelos advogados do Pujol, burro ele não é, está desde já trabalhando em sua defesa.
E por falar em cloroquina:
“O uso da hidroxicloroquina em pacientes com sintomas leves ou moderados de Covid-19 não promoveu melhoria na evolução clínica deles. A conclusão é de uma pesquisa feita pela coalizão formada pelos hospitais Albert Einstein, HCor, Sírio-Libanês. Moinhos de Vento, Oswaldo Cruz e Beneficência Portuguesa, pelo Brazilian Clinical Research Institute (BCRI) e pela Rede Brasileira de Pesquisa em Terapia Intensiva (BRICNet). O estudo foi realizado com 665 pessoas (de 55 hospitais brasileiros) divididos, por sorteio, em três grupos: em um (217 pacientes), foram medicados com hidroxicloroquina e azitromicina. Em outro (221), receberam só a hidroxicloroquina. No terceiro (227), eles foram acompanhados apenas com suporte clínico —sem receber nenhuma das duas drogas. O resultado dos três estratos foi semelhante: 15 dias depois, 69% do primeiro, 64% do segundo e 68% do terceiro já estavam em casa sem limitações respiratórias. O número de óbitos também foi parecido em todos eles: cerca de 3%, de acordo com a coalizão.” [Folha]
Repare no quão criminoso é o presidente que faz dois eletros por dia só pra ver se tá tudo certo om seu coração:
“A pesquisa destaca dois pontos entre efeitos adversos. Nos dois grupos tratados com hidroxicloroquina, foram mais frequentes alterações em exames de eletrocardiograma (aumento do intervalo QT, que representa maior risco para arritmias). Nesses dois casos também foram mais recorrentes alterações de exames que podem mostrar lesão hepática (aumento de enzimas TGO/TGP detectado no sangue). Seus resultados serão publicados no periódico New England Journal of Medicine nesta quinta (23). O estudo contou com apoio da farmacêutica EMS, que forneceu os medicamentos, e foi aprovado pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep) e Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).”
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3. De Maia para Guedes

Vai, Maia!
“Flexibilizar o teto de gastos e criar imposto para aumentar a receita e ter dinheiro para investir com foco eleitoral pode desorganizar todo trabalho que está sendo feito para melhorar as contas do país, na avaliação do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). O deputado participou de videoconferência com o economista e gestor de recursos Renoir Vieira. Na conversa, ele comentou a proposta de unificação de impostos enviada pelo governo na terça-feira (21) e rejeitou qualquer tentativa de instituir um tributo parecido com a antiga CPMF, que incidia sobre movimentações financeiras. “Abrir o teto de gasto, criar um novo imposto para ter receita para gastar olhando a eleição, aí já desorganizou tudo que está sendo construído”, afirmou. “Nosso grande desafio do próximo ano é sentar em cima do teto de gastos e não deixar ninguém mexer, porque as tentações são grandes, e elas vão gerar aumento de carga tributária ou de dívida, que, no final, acaba sendo paga pela sociedade também, não tem jeito.”
O presidente da Câmara defendeu que não adianta abrir o teto e gerar mais despesa sem melhorar a qualidade dos gastos. “Nós temos que discutir o teto de gastos, depois que nós organizarmos a estrutura da administração pública”, disse. “Você, antes de arrumar a casa, abrir o teto para a pressão de novos gastos…mas acho que essa pressão não vai ser pequena não, vai ser muito grande, e nós temos que ficar atentos a isso.” Maia criticou declarações do ex-ministro Guilherme Afif Domingos, assessor especial do ministro Paulo Guedes (Economia), ao UOL. Na entrevista, ele afirmou ser mais eficiente criar um imposto semelhante à CPMF do que taxar grandes fortunas. “Eu não sou a favor do imposto de grandes fortunas, eu acho que ele não resolve o problema e vai tirar as grandes fortunas do Brasil. Mas também não dá para dizer que a CPMF é mais justa que imposto sobre grandes fortunas”, disse. “Não é possível que alguém ache que tributar a base da sociedade, como você vai tributar na CPMF, é melhor do que tributar quem tem mais renda. Eu acho que não é nem um, nem outro.”” [Folha]
Vaselina do caralho!
“Maia também defendeu que se pare de discutir a criação de uma CPMF antes de o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) enviar uma proposta nesse sentido. “Nós estamos fazendo muito debate Paulo Guedes, a gente, assessores. Vamos esperar o presidente da república”, afirmou.”
“Se o presidente encaminhar a emenda, o debate vai ter que ser feito. E eu vou trabalhar para que ela que seja derrotada na comissão especial, para que não vá nem a voto.” Para o deputado, a reforma tributária apresenta desafios diferentes dos representados pela previdenciária. Enquanto as mudanças na aposentadoria, na avaliação de Maia, eram consenso da sociedade, a proposta de simplificação dos impostos ainda gera divisão. Ele afirmou que o grande desafio do final de seu mandato será organizar o debate “para acalmar a maioria das pessoas” e aprovar a reforma no Congresso ainda neste ano. Maia disse ainda que seu sucessor deveria ser alguém que continuasse que desse continuidade à agenda de reorganização do estado brasileiro. “Então, se eu tiver alguns votos, o meu candidato vai ser aquele que nos ajudar, aquele grupo de pessoas que nos ajudar a aprovar reforma tributária, acho que vai ser um legado muito importante que o parlamento vai deixar para sociedade brasileira”, afirmou.
Repare na malandragem:
“Pouco após a derrota do Fundeb no Congresso, a Casa Civil desistiu de fazer uma consulta ao TCU para saber se o Ministério da Infraestrutura e o do Desenvolvimento Regional poderiam executar obras fazendo seu lançamento na contabilidade como investimento. Os investimentos não são considerados despesas e, portanto, também escapariam do teto. Esta é a segunda tentativa do governo de escapar dessa regra.” [Folha]
Juram lealdade ao teto mas por baixo das cortinas tentam estourar o teto de tudo que é jeito. Aos poucos eles vão percebendo que o teto nada mais é que uma asfixia, e isso já tava dado antes da pandemia, imagine agora, com a economia mundial de joelhos:
“Segundo assessores do presidente, as manobras fiscais desta semana se inserem neste contexto. O Planalto ainda tenta encontrar saídas para levar adiante as obras e, assim, concluir a negociação por apoio no Congresso. A equipe econômica vinha resistindo. Mas, desta vez, aceitou a manobra no caso do Fundeb como forma de evitar que os recursos fossem destinados ao aumento salarial dos professores. Assessores de Guedes consideram que, historicamente, parte desse dinheiro vira reajuste salarial. Mesmo assim, eles afirmam que o ministro continua firme na defesa do teto.”
Entao tá, né?
“As duas manobras do governo, no entanto, tiveram custos. Os juros futuros voltaram a subir, uma sinalização de descrédito do mercado em relação à austeridade fiscal do governo. Para analistas de mercado ouvidos pela Folha, um contrato de DI (Depósito Interfinanceiro) para janeiro de 2022 tinha juro projetado de 2,9% na segunda-feira (20). No final desta terça, após as notícias das manobras fiscais, esse título subiu para 3%. Outro papel semelhante com vencimento em 2027, passou de 6,3% para 6,4%. Nos bastidores, ministros do TCU consideraram as duas medidas —Fundeb e obras— uma afronta à regra do teto. Avaliaram que, neste caso, seria melhor Bolsonaro e Guedes liderarem um movimento junto ao Congresso pela flexibilização do teto.”
E é deveras fascinante que o governo tenha enviado uma reofrma tributária sem combinar com o pessoal que responde por 70% do PIB:
“Um dia depois do envio do projeto de reforma tributária, lideranças do setor de serviços em peso bateram na porta do ministro da Economia, Paulo Guedes, para pedir mudanças na proposta. Insatisfeitos com a alíquota de 12% para a Contribuição de Bens e Serviços (tributo que será criado pela unificação do PIS/Cofins), as empresas querem uma compensação com a desoneração da folha de pagamentos (redução nos encargos que pagam sobre os salários dos funcionários) e ameaçam trabalhar para travar a reforma tributária. Eles contam com o poder de pressão do setor, que representa 70% do Produto Interno Bruto (PIB) e emprega 50 milhões de pessoas, no Congresso e não aceitam o avanço da proposta com a desoneração para depois. Na reunião por videoconferência, que durou mais de duas horas, Guedes, segundo relato de participantes, fez uma defesa eloquente da ampliação da base tributária com a criação de novo imposto para substituir o que chamou de “imposto criminoso sobre trabalho”.” [Estadão]
“Na reunião, um dos empresários sugeriu ao ministro ampliar a base da CPMF para incluir, por exemplo, transações interbancárias e mercado de capitais. Guedes respondeu que “não se pode ir tão longe”.
Mercado de capitais não, disse o operador de mercado.
Encerro com Celso Ming:
“A suposta simplicidade da proposta não elimina importantes fontes de encrenca e de dúvida. A primeira delas é o tamanho da alíquota a ser cobrada, alta demais: 12%. A principal vítima será o setor de serviços, responsável por 70% do PIB. E, nesse conjunto, estão os negócios que hoje recolhem impostos com base no lucro presumido, que não tem como aproveitar o crédito tributário. É paulada de 12%. (Hoje, recolhe 3,65%.) A tributarista Elisabeth Libertuci adverte que será inevitável o aumento de custos da construção civil, grande fornecedora de empregos. Ou seja, de cara, apartamento na planta pode ficar mais caro e isso será importante limitador do mercado, especialmente agora que o consumidor está prostrado pela perda de emprego e de renda. Mas construção civil é muita coisa: são obras de grande porte, construção de armazéns, de fábricas, instalação elétrica, reformas em geral, etc.” [Estadão]
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4. A portaria

Belo texto do Bruno Boghossian:
“Na entrada do Palácio da Alvorada, pouca gente deu atenção quando Jair Bolsonaro fez propaganda do governo na aprovação de novos recursos para a educação. O presidente tentou assumir o crédito pela proposta do Congresso e criticou o PT, mas seus apoiadores só queriam saber de negócios pessoais e da política municipal. Os passeios em frente à residência oficial eram um ritual político importante para Bolsonaro, mas a pauta dos últimos encontros sugere que aquela claque enxerga o presidente como um vereador do interior. Mesmo em isolamento, Bolsonaro manteve o hábito de conversar com o grupo. Nesta quarta (22), uma mulher pediu ajuda para reabrir uma lotérica. O presidente argumentou que já havia editado um decreto que garantia o funcionamento desses estabelecimentos. A apoiadora explicou que o problema era particular, uma disputa com seu ex-marido. “Me desculpa, mas eu não tenho como resolver isso aí. Eu tenho acesso dentro da Caixa, mas eu não posso encaminhar para eles um caso particular”, reagiu Bolsonaro. “Minha senhora, eu não posso entrar numa pendenga particular.”
A portaria do Alvorada já foi o palanque usado por Bolsonaro para passar recados e atacar desafetos. Agora, os temas se tornaram tão irrelevantes quanto brigas de família, expondo um presidente que encolheu. Às vezes, os pedidos da claque irritam Bolsonaro. Ele já interrompeu alguns apoiadores, deu respostas ríspidas e se recusou a gravar mensagens de apoio. “Se eu mandar um abraço, todo mundo vai pedir, e eu vou virar o Silvio Santos aqui”, disse, tentando fazer graça, depois de ser abordado por mais um eleitor. Quando um apoiador pediu ajuda para resolver um impasse no PSL de Miranda (MS), cidade de 28 mil habitantes, o presidente respondeu que não se envolveria na política municipal. “Nós temos problema de desemprego no Brasil, cresceu a violência”, justificou. Faltou perguntar ao vereador do palácio o que ele tem feito para enfrentar esses dois assuntos.” [Folha]
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5. Vai explicar isso pra um gringo

É difícil dar conta:
“Ao negociar acordo com autoridades da Lava Jato, a Odebrecht se comprometeu a pagar por anos uma remuneração mensal indenizatória a seus ex-executivos delatores que varia de R$ 15 mil a R$ 134 mil.” [Folha]
Isso deve ser invenção brasileira, só pode, na moral, não teve uma viva alma na procuradoria pra socar a mesa, ofender os colegas e dizer o quão absurda era essa porra?!
“Agora, a defesa do ex-presidente Lula usa esse compromisso entre empresa e empregados para questionar a credibilidade das declarações feitas por eles em processos da operação.”
Não, o Lula não é inocente, mas o seu processo continua sendo um freak show do caralho! E esse absurdo é só um de uma vastíssima coleção.
“Uma planilha detalhando esses “salários” foi anexada pela defesa do petista no último de seus processos em Curitiba, que trata da compra pela empreiteira de um terreno para o Instituto Lula em São Paulo. Em petição, a defesa do ex-presidente pediu ao juiz responsável, Luiz Bonat, novas diligências na ação penal, que já estava pronta para ser sentenciada na primeira instância. O pedido, feito em maio, ainda não foi respondido. Procurada pela reportagem, a força-tarefa da Lava Jato em Curitiba disse que os pagamentos a delatores por empresas estão em discussão em um órgão da Procuradoria-Geral da República e que ainda não há uma definição a respeito.
A remuneração a executivos depois que eles admitiram irregularidades também ocorreu em outras grandes empresas que fizeram acordos nos últimos anos, como a Andrade Gutierrez e a CCR. A planilha das remunerações da Odebrecht tinha sido extraída de um processo judicial em São Paulo no qual a empreiteira tenta anular um acordo firmado em 2017 com o ex-presidente do grupo Marcelo Odebrecht que previa o pagamento de “honorários complementares”. A tabela anexada mostra, por exemplo, que o ex-executivo Alexandrino Alencar, tido como elo entre a empreiteira e o ex-presidente, tem acordo para receber R$ 92 mil mensais por um período de nove anos, a partir de 2017. Hilberto Silva, ex-chefe do chamado “departamento da propina” da construtora, tem remuneração mensal de R$ 106 mil por um prazo de oito anos e meio. Em relação a Emílio Odebrecht, patriarca e também delator, consta quantia mensal maior, de R$ 115 mil, por um período de 48 meses. A maior parte deles recebe quantias ao mês acima de R$ 60 mil. A tabela também aponta o pagamento de multas impostas aos 78 delatores da empresa pelas autoridades que firmaram os acordos de delação. A soma atinge, segundo o documento, R$ 521 milhões.”
Meio bilhão, puta que pariu!!
Os advogados do Lula agradecem:
“A defesa de Lula aproveita esses detalhes dos documentos para fazer uma série de críticas a voluntariedade da colaboração desses delatores, fator primordial para a regularidade de um acordo desse tipo. Para os advogados do ex-presidente, a empresa precisava à época da colaboração de seus funcionários para garantir sua sobrevivência financeira e, por isso, ofereceu benefícios a eles para a adesão. Acusam o grupo de promover uma “calibragem de delações”. “Todos aqueles que fecharam acordos de delações sob a coordenação da Odebrecht —que ditava os respectivos conteúdos— foram regiamente remunerados. A empresa ditava o que deveria ser dito por cada colaborador e, uma vez feito o pacto, passava a pagá-los”, diz petição assinada pelo advogado Cristiano Zanin Martins. O pedido da defesa de Lula, protocolado em maio, ainda não foi respondido pelo juiz Bonat, que substituiu Sergio Moro em Curitiba.”
Se sso não é um surreal conflito de interesse eu não sei de porra nenhuma…
“Na petição, os advogados do petista também citam o caso de Marcelo Odebrecht, hoje em litígio com o grupo empresarial. A empreiteira diz ter sido pressionada a fazer os pagamentos a ele para garantir o fechamento do acordo, em 2016, o que o empresário tem negado. “Curiosamente o grupo empresarial que outrora comprou em atacado a colaboração de seus executivos, hoje questiona na justiça uma das compras.”
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6. “Eu odeio essa expresão

Ontem eu postei aqui a justificativa de um integrante do governo presente na reunião com os indígenas, ele dizia que jamais o governo atacaria os indígenas na presença de um ministro do STF, mas o Barroso não estava na reunião, o ministro do STF apenas fez uma fala de abertura e se retirou da sala virtual. Não à toa…
“Luís Roberto Barroso designou nesta quarta-feira a conselheira Maria Thereza Uille Gomes, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), e um observador do gabinete dele para acompanhar os debates entre líderes indígenas e governo federal sobre como conter a pandemia da Covid-19 nas aldeias. Barroso também estipulou que as reuniões sejam feitas por meio de uma plataforma adequada, com imagem e som oferecidos a todos os participantes a partir do próximo encontro — como uma maneira de dar voz a todos. Barroso atendeu parcialmente pedido feito pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) na ADPF 709 — também foram autores da ação seis partidos políticos (PSB, PSOL, PCdoB, Rede, PT, PDT). }
Na decisão, Barroso registrou ter “confiança na capacidade de o governo e as comunidades indígenas construírem um consenso”. “Só governo e comunidade, em conjunto, podem conceber um plano eficaz e exequível. Não queremos repetir a história, queremos mudar a história. Com boa fé, boa vontade e espíritos desarmados, dificuldades são desfeitas e quase tudo é possível”, afirmou o relator. Em julho, Barroso havia determinado que o governo federal adotasse uma série de medidas, entre elas a instalação de Sala de Situação com participação de índios, Ministério Público e Defensoria, e a criação de barreiras sanitárias para evitar a disseminação da doença. Após a primeira reunião da Sala de Situação, na semana passada (17 de julho), a Apib apontou ao Supremo dificuldades técnicas que prejudicaram o acompanhamento da reunião, além de argumentar que a metodologia aplicada foi inadequada, que houve excesso de participantes, além de ofensas por parte de autoridades.
A entidade pediu, então, que o ministro solicitasse a íntegra da reunião ao governo federal, além de determinar a participação plena das comunidades e de um representante do gabinete para garantir a objetividade dos trabalhos. Uma parte dos pleitos foi atendida. Barroso sugeriu a participação das Forças Armadas e outros ministérios envolvidos nas providências. “As informações já disponibilizadas a este Juízo dão conta de que as Forças Armadas são imprescindíveis para a criação de barreiras sanitárias, para o transporte de equipes de saúde para áreas remotas, para o interior de florestas e por meio de rios, e para a contenção de invasões, que podem inclusive ensejar conflitos violentos.” [Época]
Sabe quantos generais recriminaram Abraham declarando seu ódio aos povos indígenas? Um total de ZERO milicos.
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7. Covid-17

O rastro da omissão do general especialista em logística:
“O ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello, foi alertado por um comitê técnico da pasta sobre os benefícios do isolamento social para reduzir o impacto da pandemia na saúde e na economia. O documento também dizia que, sem isolamento, o país poderia levar até dois anos anos para controlar a pandemia. Mas, ao contrário do alerta, Pazuello orientou a abertura das atividades, quando o país já tinha mais de um milhão de casos. Os técnicos do Ministério da Saúde fizeram o aviso em maio. O alerta ao ministro interino revelado pelo jornal “O Estado de S. Paulo” e está registrado numa ata de reunião do Comitê de Operações de Emergência em Saúde Pública, à qual a TV Globo também teve acesso. A reunião do comitê ocorreu no dia 25 de maio. O grupo, responsável pelo planejamento, organização e controle das medidas oficiais de combate ao coronavírus, é comandado pela Secretaria Nacional de Vigilância em Saúde do ministério.
A reunião ocorreu no mesmo dia em que foi publicada no ‘”Diário Oficial” a exoneração do então secretário da pasta Wanderson de Oliveira. A TV Globo apurou que o ministro interino Eduardo Pazuello teve acesso à ata do encontro. Ele estava há dez dias no comando da pasta quando a reunião ocorreu. No documento que chegou até o ministro, os técnicos afirmaram que “toda pesquisa leva a acreditar que o distanciamento social é favorável para a população e o retorno da economia mais rápido”. Disseram também que “medidas sociais drásticas dão resultados positivos” e que “sem intervenção, esgotamos UTIs, os picos vão aumentar descontroladamente, levando insegurança à população que vai se recolher mesmo com tudo funcionando, o que geraria um desgaste maior ou igual ao isolamento na economia”. A reunião do comitê concluiu que “sem isolamento, será necessário um tempo muito grande, de um a dois anos para controlarmos a situação”. Apesar dos alertas da equipe técnica, o Ministério da Saúde adotou orientação contrária: não reforçou qualquer pedido para que os estados e municípios endurecessem as regras de isolamento social da população. Três semanas depois dessa reunião, o ministério publicou uma portaria sobre o retorno das atividades, enfatizando seus benefícios, e reforçou que essa decisão cabe às autoridades locais.
Ao contrário do que foi alertado pela equipe técnica, o texto, assinado por Pazuello diz que “retomar as atividades e o convívio social são também fatores de promoção da saúde mental das pessoas, uma vez que o confinamento, o medo do adoecimento e da perda de pessoas próximas, a incerteza sobre o futuro, o desemprego e a diminuição da renda, são efeitos colaterais da pandemia pelo sars-cov-2 e têm produzido adoecimento mental em todo o mundo”. A portaria foi publicada em 19 de junho, mesmo dia em que o Brasil ultrapassou um milhão de casos confirmados. Neste dia, as mortes pela Covid-19 chegaram a 49 mil. Procurado, o Ministério da Saúde ainda não havia se manifestado até a última atualização desta reportagem.” [G1]
O que me leva ao Adão Iturrusgarai:
nasruas
E pelo visto o Doutor Pazuello não curte estudos…
“Após passar por três fases, um estudo conduzido pela Ufpel (Universidade Federal de Pelotas) para estimar a disseminação da Covid-19 em diferentes cidades do país e analisar a evolução de casos da doença na população ainda não teve financiamento renovado pelo Ministério da Saúde, o que já leva a instituição a buscar alternativas para manter a pesquisa. A renovação é discutida desde o fim de junho. Até agora, porém, não houve resposta. Para o reitor da universidade e coordenador-geral do estudo, o epidemiologista Pedro Hallal, interromper a pesquisa seria um “mico histórico”. “Junto com um estudo da Espanha [Ene-Covid], esse é um dos maiores estudos do mundo, e seria um mico histórico para o Brasil parar a pesquisa no meio da pandemia sendo o segundo país mais afetado”, afirma.
O estudo foi contratado pela pasta em abril, ainda na gestão do ex-ministro Luiz Henrique Mandetta. A previsão era de três etapas, a um custo de R$ 12 milhões. No início de julho, o ministério convocou uma coletiva de imprensa para anunciar os dados. A pesquisa foi descrita pela pasta à época como “o maior estudo da Covid-19 no Brasil”. Desde então, o reitor diz que não recebeu mais nenhum contato sobre a possibilidade de renovação. “A pesquisa foi realizada e contratada primeiro por três fases, que foram concluídas. O que aconteceu é que não foram contratadas novas fases, e precisava de pelo menos mais umas três para seguir acompanhando a velocidade de expansão do vírus”, diz Hallal. Para ele, o tempo de continuação do estudo poderia ser discutido. “O que não dá é parar a pesquisa no meio da pandemia”, afirma ele, que diz ter negociações agora com outros possíveis financiadores.
Em nota, o ministério afirmou que “dará continuidade a estudos de inquérito epidemiológico de prevalência de soropositividade na população”, mas não diz quais. “Ainda não está definido se será a continuação do Epicovid-BR, pela Ufpel ou por outra instituição, ou Pnad-Covid, pelo IBGE”, aponta o ministério, que diz ainda que uma das alternativas em estudo é “usar ambas as estratégias”. Embora afirmem que uma renovação ainda está em análise, internamente membros da pasta se queixam de não terem sido informados dos primeiros dados do estudo, divulgados na imprensa, e fazem críticas ao modelo. A avaliação é que, apesar de envolver um alto número de cidades, a pesquisa dificulta uma análise nacional —o que os pesquisadores negam.
Em entrevista na terça-feira (21) em Porto Alegre, o ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello, afirmou que a pesquisa, chamada de Epicovid, “era boa, mas muito regionalizada”. “A pesquisa estava muito boa, mas estava com dificuldade de a gente ter uma posição nacional”, disse. “Para efeito de Brasil, a gente teria que mudar alguns focos do que foi contratado pela universidade. Estamos discutindo isso. Fica muito regionalizada a pesquisa desta forma e tivemos dificuldades para transferir, para fazer uma triangulação das ideias para efeito de Brasil como um todo”, afirmou. Hallal contesta. “Acho difícil dizer que não é nacional. A pesquisa vai de Oiapoque a Pelotas, e depois de Cruzeiro do Sul até João Pessoa. São 133 cidades em todos os estados do país. Isso representa um terço da população brasileira. Não fazemos extrapolação estatística, mas podemos com isso ter, sim, estimativas [para o país].”” [Folha]
Esse governo é criminoso, as duas notícias deixam isso aí claríssimo
“Os números de internação de pacientes com insuficiência respiratória grave voltaram a subir de forma preocupante em estados que vinham registrando queda consistente, indicam dados da Fiocruz. Eles mostram que o Amapá, o Maranhão, o Ceará e o Rio de Janeiro dão sinais do que pode ser o início da chamada segunda onda da Covid-19 em seu território. O Amapá registrou o pico de internações entre 3 e 9 de maio —foram 65 casos naquela semana. Verificou queda de 46% e chegou a 35 casos. Agora, voltou a subir, para 59. O Maranhão registrou 378 casos na semana de pico, caiu para 150. E agora voltou a subir, para 167 internações. O Ceará passou de 2.048 casos para 813 — e registrou 871 na semana passada. Já o Rio chegou a 2.844 internações em sua pior semana, baixou 60%, para 1.154 —e voltou a 1.367 entre 12 e 18 de julho. “Os estados apresentavam queda, mas ainda tinham níveis altos de casos. E agora voltam a subir”, diz o pesquisador Marcelo Gomes, da Fiocruz, que coordena o Infogripe. “É preciso avaliar se há um salto por causa da retomada econômica, se há interiorização dos casos ou se são as duas coisas combinadas.” O sistema da Fiocruz, em parceria com o Ministério da Saúde, monitora os dados da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) no Brasil. Ela pode ser causada por vários vírus. Em meio à epidemia, no entanto, 96,7% dos casos confirmados de internação são de Covid-19.” [Folha]
E olha que 171 do caralho é o “Doutor Pazuello”:
“Na terça, Pazuello visitou Porto Alegre, a terceira capital com maior ocupação de leitos de UTI, e anunciou a entrega de cem respiradores e um extrator, que amplia a capacidade de testagem RT-PCR, para o estado. Em 7 de julho, a capital gaúcha tinha 186 pacientes em UTIs. Na última segunda (20), eram 281. No estado, mesmo com o incremento de 48 leitos em uma semana, a ocupação passou de 73,9% para 77,6%. Pazuello, porém, considerou a situação controlada: “No Rio Grande do Sul, vejo um estado sob controle, sob uma gestão eficiente, uma visão completa, detalhada em todos os locais. Se fosse assim em todo o Brasil, não me preocupava com nenhum estado”.” [Folha]
Isso aqui é assustador já que não versa só sobre Covid:
“Apenas 9,8% dos hospitais privados do estado de São Paulo que atendem pacientes graves de Covid-19 têm estoque de sedativos e relaxantes musculares para mais de um mês. No restante, a reserva acaba nas próximas semanas: 56% deles dizem que só têm remédios para 15 dias. A falta dessas drogas atinge hoje 96% das instituições entrevistadas. Os gestores dizem que entre os motivos alegados pelo mercado farmacêutico para o desabastecimento estão aumento da demanda (73%), problemas na importação de matéria-prima (40,6%), falta de estoque (31%) e limitação de produção (22%). “Muita gente precisou dessas drogas para tratar a Covid-19 e passou a ter falta no mundo todo. Temos dependência muito grande do mercado internacional. Ficamos sem as fontes tradicionais [Índia e China], e os que produzem no Brasil não estão dando conta”, afirma Francisco Balestrin, presidente do Sindhosp (sindicato paulista dos hospitais e laboratórios privados).” [Folha]
E o Exército produziu cloroquina loucamente, porra! Imagina que louco se os caras tivessem produzido medicamentos que realmente são críticos ao tratamento pra Covid…
“As instituições também enfrentam aumento expressivo dos preços dos medicamentos. A pesquisa aponta variações entre 20% e 1.000%. A maioria (54%) relata compras com reajustes entre 100% e 500%. Uma outra análise da Anahp (Associação Nacional dos Hospitais Privados) constatou aumento em 91% do preço cobrado pelo relaxante rocurônio. Já o sedativo midazolam teve alta de 287,44%, de acordo com fornecedores. Esses medicamentos, respectivamente, estão em falta em 96% e 76% dos hospitais públicos referência para Covid, segundo relatório do Conass (conselho de secretários estaduais de saúde).”
A demanda multiplicou por 4 e o governo foi pego de calças curtas!
“Antes, tínhamos perto de 3.000 leitos de UTI, com pacientes [cirúrgicos] que usavam anestésicos três, cinco horas por dia. De repente, são 12 mil leitos de UTI, com pacientes usando 24 horas por dia, durante 20 dias [tempo médio de internação do paciente com Covid].”
Era muito difícil do governo (incluindo aí o Mandetta) atentar pra isso, né? Quem poderia imaignar que teria muito mais gente entubada numa pandemia…
E veja o quão escroto é o capitalismo:
“Francisco Balestrin afirma que, além do aumentos abusivos, muitos fornecedores estão impondo venda casada, ou seja, só vendem os medicamentos se o hospital comprar outros produtos, como testes diagnósticos para a Covid-19.”
A mão invisível do mercado tá como?!
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8. Economia em tempos de pandemia

Cruel, muito cruel:
“O Brasil tinha 83,4 milhões de trabalhadores ocupados em junho, mas cerca de 14,8 milhões estavam afastados do trabalho. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Covid (Pnad Covid-19) mensal, divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Dessa fatia de afastados, 48,4% estavam sem remuneração, o equivalente a 7,1 milhões de trabalhadores. Em maio, o porcentual de afastados sem remuneração era de 51,3%, o equivalente a 9,7 milhões de pessoas. No Nordeste, 51,8% das pessoas afastadas do trabalho estavam sem remuneração. O rendimento efetivo dos trabalhadores foi de R$ 1.944 em junho, 16,6% aquém do rendimento habitual de R$ 2.332. Em maio, a renda efetiva foi 18,5% inferior à habitual.” [UOL]
E tem mais dados:
“O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou hoje que 43% dos domicílios brasileiros receberam algum tipo de ajuda do governo relacionada à pandemia do novo coronavírus em junho. Em maio, o percentual foi de 38,7%. O índice de junho corresponde a 29,4 milhões de domicílios —eram 26,3 milhões em maio— e leva em conta programas como auxílio emergencial e o benefício emergencial pago a quem teve o salário reduzido. Ainda segundo o levantamento, o valor médio do benefício foi de R$ 881 por domicílio, sendo que as regiões Norte (60%) e Nordeste (58,9%) tiveram o maior percentual de abrangência. As informações fazem parte da divulgação mensal da Pnad Covid-19, divulgada hoje pelo instituto. O levantamento é uma versão da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad Contínua).” [UOL]
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9. Toffoli & Serra

“Para especialistas em direito ouvidos pela Folha, caberá ao plenário do STF (Supremo Tribunal Federal) estabelecer parâmetros mais claros para futuras operações policiais envolvendo senadores e deputados depois de uma decisão liminar (provisória) do presidente da corte, Dias Toffoli, suspender buscas e apreensões no gabinete do senador José Serra (PSDB-SP) na última terça-feira (21). A medida também reabre discussões sobre os limites da imunidade parlamentar. Por decisão liminar, durante o recesso do STF, o presidente da corte suspendeu a realização de busca e apreensão no gabinete do senador José Serra (PSDB-SP) em razão da amplitude da decisão do juiz de primeira instância, que poderia resultar, segundo Toffoli, na “apreensão de documentos relacionados ao desempenho da atividade parlamentar do senador da República, que não guardam identidade com o objeto da investigação”. Antes da decisão, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), impediu os agentes da Polícia Federal de cumprirem o mandado no local, sob a alegação de ele ter sido expedido pela primeira instância, o que segundo o entendimento da Mesa do Senado, comandada por ele, usurparia a competência do STF.” [Folha]
E aqui eu devo concordar com Toffoli e Alcolumbre, que desgraça, um juiz de primeira instância pode julgar sim um senador por crimes cometidos em outros cargos – a menos que o réu seja filho do presidnete, claro – mas daí um juiz de primeira instância mandar entrar em gabinete do Senado sem autorização do STF é doideira.
“Especialistas em direito ouvidos pela Folha são unânimes em afirmar que a decisão de Toffoli não representa uma mudança em relação ao entendimento sobre o foro. Segundo o advogado e professor Fabrício Medeiros, que foi assessor do ex-ministro do STF Carlos Ayres Britto, Toffoli agiu diante de uma busca extremamente abrangente e anterior ao mandato que colocava em risco a atividade parlamentar. Para o constitucionalista Marcelo Mendonça, a decisão soma-se ao entendimento de que qualquer medida investigativa ou de natureza processual penal que interfira no exercício da função parlamentar tem que ser tomada pelo STF. Ele aponta outra decisão nesse sentido, a partir do voto do ministro Edson Fachin, que invalidou medidas numa operação contra senadores sem autorização do STF.”
Os bastidores do STF
“Nos bastidores, parte dos ministros endossa a determinação do presidente da corte. Integrantes da PGR (Procuradoria-Geral da República) também avaliam como bem fundamentado o despacho de Toffoli. No STF, há consenso de que a restrição do foro especial, ocorrida em maio de 2018, foi positiva para o tribunal porque retirou o peso da corte, já sobrecarregada de processos, de conduzir muitas ações criminais. No entanto, membros do Supremo acreditam que a decisão fixou uma tese genérica e que é preciso se debruçar sobre o assunto mais uma vez para evitar novos desgastes entre os Poderes Judiciário e Legislativo. A aposta na PGR e no STF é que, se o caso fosse julgado hoje, o resultado teria um placar apertado, como geralmente ocorre em processos que envolvem a Lava Jato. Em dois julgamentos recentes, os ministros discutiram o tema de forma lateral e houve divergência.
Os ministros Luís Roberto Barroso e Celso de Mello foram os mais claros em declarar competência de juízes de primeiro grau para determinar busca e apreensão no Congresso. O ministro Alexandre de Moraes, por sua vez, afirmou que medidas na sede do Legislativo nacional atraem competência do STF. A ala do STF considerada mais garantista também viu na operação contra Serra o DNA da Lava Jato, com uma operação cinematográfica e prisões preventivas por crimes cometidos em anos anteriores, e não em curso, como prevê a lei. Com isso, ministros afirmaram que pode ter se configurado até o abuso de autoridade por parte dos condutores da operação. Em sua defesa, Serra chamou a operação de “espetacularização”. Integrantes da PGR que se alinharam ao grupo do Supremo crítico da Lava Jato também respaldaram essa avaliação, mas veem como reduzidas as chances de haver punição a procuradores por causa desse episódio.
O ministro Marco Aurélio Mello indica haver divergência sobre a questão. “A prerrogativa [de foro] diz respeito ao cargo e não à Casa legislativa”, disse. “Não digo que está correto ou errado [a decisão de Toffoli]. Eu continuo convencido de que [a prerrogativa] é da primeira instância e do juiz eleitoral. O ato foi anterior ao próprio mandato, na caminhada para a eleição”, avalia. ​”A prerrogativa visa a preservar o bom exercício do cargo, ante a ocupação do cargo. Aquele que o ocupa tem a prerrogativa de ser julgado pelo Supremo, e não a Casa, se praticado o ato durante cargo e tendo ligação com ele”, argumenta.​ Para o ministro, porém, a diligência no Congresso é algo “excepcionalíssimo” e não pode ser a regra. “Temos outros meios visando investigação dos fatos. Não acredito que passados tantos anos haveria elementos [no gabinete]. Se há um meio além desse de se delimitar a diligência na Casa, ele deve acioná-lo.” O ministro também aponta o que considera um equívoco da decisão de Toffoli: como a busca e apreensão foi determinada por juiz eleitoral de primeira instância, caberia recurso ao segundo grau, o Tribunal Regional Eleitoral, e não ao STF. “Nós somos 11 e não vamos julgar todo o inconformismo dessa ou daquela parte em relação a ato da primeira instância. Não somos sensores do mundo jurídico. E o Supremo fica na vitrine, o que, sob o meu olhar, não é bom porque o estilingue funciona. E a vidraça pode ser quebrada”, diz.” [Folha]
A reação de Deltan e cia.:
“A decisão foi criticada pelo coordenador da Lava Jato em Curitiba, procurador Deltan Dallagnol, que disse que “um círculo de imunidade virtual absoluta ou um santuário de proteção em torno de gabinetes e imóveis de parlamentare era incompatível com o princípio republicano e conflitante com o princípio de separação de Poderes”. O procurador também apontou risco de o argumento ser aplicado contra buscas feitas em quaisquer lugares. A chefe da Lava Jato em São Paulo, a procuradora Janice Ascari, também criticou a decisão sugerindo uma contradição em relação ao entendimento de 2018 do STF, de que o foro é restrito às atividades do mandato.”
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10. Então tá, né?

Antes muito, muito tarde do que nunca, né?
“Executivos dos três maiores bancos privados do Brasil reuniram-se nesta quarta-feira (22) com o vice-presidente Hamilton Mourão e outros representantes do governo para discutir uma agenda conjunta para a Amazônia.” [Folha]
Vai ver os banqueiros estavam surdos quando Bolsonaro fez suas promessas eleitorais para a Amazônia.
“Com isso, os bancos se juntam a investidores internacionais e grandes empresas brasileiras, que têm buscado em Mourão uma interlocuação com o governo para tratar das preocupações com o efeito da questão ambiental sobre a economia brasileira. Mas, diferentemente dos investidores e das empresas, que lançaram duras cartas com críticas à ação do governo na área ambiental, os bancos preferiram adotar um tom conciliatório com a gestão Jair Bolsonaro (sem partido). Do encontro, resultou uma carta de intenções, ainda sem muitos detalhes, para que as instituições financeiras apoiem o poder público em iniciativas de estímulo à bioeconomia na região, ao desenvolvimento de infraestrutura básica para a população local e fomentem o mercado de títulos financeiros verdes.”
“Pelo lado do governo, além de Mourão, estiveram presentes o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles; a ministra da Agricultura, Tereza Cristina; e o presidente do BNDES, Gustavo Montezano.”
Eu adoro que o Salles sempre esteja presente nessas reuniões, passa muita credibilidade ao Mourão.
“Mourão afirmou, após o encontro, que o governo está comprometido com a redução de ilegalidades e com o avançao da regularização fundiária. “E colocamos na mesa a questão da bioeconomia”, afirmou. “Fizemos chegar a eles que seria importante eles pensarem em formas de financiamiento para projetos em bioeconomia, com juros melhores”, disse. Mourão disse que não recebeu queixas dos executivos sobre risco de perda de investimentos. “Agora, o que é claro hoje é que, com a agenda ambiental, todas as empresas têm uma preocupação onde estão colocando seus recursos e onde estão investindo. E o que a gente vê é que a Amazônia pode ser uma solução em termos de empresas que têm atividades poluentes. Elas poderem colocar recursos para a preservação de floresta para compensar a poluição que elas causam em outras áreas”, afirmou. O vice-presidente disse que irá nesta quinta-feira (23) a São Paulo para encontrar executivos do Santander. ” Aí, talvez, surjam propostas mais objetivas.“​
Ah, por falar em Tereza Cristina:
Enquanto isso..
“Os incêndios florestais destruíram, em duas semanas, 35 mil hectares de vegetação nativa no Pantanal de Mato Grosso do Sul, um dos principais ecossistemas brasileiros. Em todo o bioma, desde o início do ano, foram registrados 3.415 focos de incêndio, maior número desde 1998, quando o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) passou a monitorar as queimadas. Cerca de 180 bombeiros foram deslocados para a região, mas as chamas continuam se espalhando. Nesta quinta-feira, 23, um comitê formado pela Defesa Civil e Corpo de Bombeiros pediu apoio de aeronaves ao governo federal para ampliar as frentes de combate aos focos. O Pantanal abrange áreas do Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, no Brasil, e se estende aos territórios da Bolívia e do Paraguai. Em todo o bioma, o número de queimadas disparou de janeiro a julho deste ano, com aumento de 189% em relação ao mesmo período de 2019. Na porção do bioma no Mato Grosso, o cenário também é dramático. No primeiro semestre deste ano, houve um aumento de mais de 530% nas queimadas, na comparação com o mesmo período do ano anterior, segundo um levantamento feito pelo Instituto Centro de Vida (ICV). A organização criou uma ferramenta interativa para monitorar os focos de calor no Estado durante o período de proibição de queimadas.
De janeiro a junho, segundo o levantamento do IVC, foram registrados 6.747 focos de calor em todo o Mato Grosso, cerca de 300 a mais que nos primeiros seis meses do ano passado. Por bioma, 60,93% dos focos foram na porção de Floresta Amazônica, 30,95% no Cerrado e 8,12% no Pantanal. Mas na comparação com o ano passado, o Pantanal no Estado está queimando mais neste ano. Foram 548 focos de calor de janeiro a junho, ante 87 neste período em 2019, aumento de 530%. No Mato Grosso do Sul, as chamas atingem principalmente o município de Corumbá, considerado a capital pantaneira. A cidade lidera o ranking nacional de queimadas dos últimos cinco anos, com 2.423 focos, bem à frente da segunda colocada, Poconé (MT), com 544. Corumbá também é líder no ranking dos últimos cinco meses e dos cinco últimos dias.” [Folha]
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11. Um Trump Muito Louco

Infelizmente eu não tenho tido tempo para acompanhar e relatar por aqui as loucuras do Trump, eu tenho que escolher uma bad trip pra mergulhar, duas não dá.
A dúvida me tortura desde 2019 mas, sim, Trump é mais maluco que Bolsonaro.
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>>>> Veríssimo escreveu sobre Mourão dizendo que Gilmar deveria uma retratação aos milicos se tivesse “grandeza moral”: “E, Mourão, antes de reclamar da falta de grandeza moral de alguém, lembre-se que jamais se ouviu qualquer tipo de autocrítica das Forças Armadas brasileiras pelos desmandos da ditadura. Mas esse negócio de retratação é complicado. Quem deveria se retratar pela inação do Ministério da Saúde é quem demitiu um ministro que parecia competente e outro que até hoje não sabe o que lhe aconteceu e no fim chamou um militar para comandar outros militares, num processo de simplificação — quando em dúvida, chame um general — que tem norteado, se é que cabe o termo para descrevê-lo, um governo perdido. Quem deve se retratar é Bolsonaro & Filhos. Mas espera lá. Quem foi que os elegeu? A culpa é da tal democracia, que inventaram quando a monarquia ia tão bem e dava bailes tão bonitos? A culpa é da República? A culpa é dos portugueses? Tinham que descobrir o Brasil, logo o Brasil? Se um Ministério da Saúde abandonado no meio de uma pandemia à sua própria sorte, ou à sorte dos seus próprios militares, representa alguma coisa, é a grande culpa da elite brasileira por tudo que ela deixou de fazer através da nossa história e pelo qual nunca se retratou. Você não constrói a sociedade mais desigual do mundo sem que isto seja uma obra de anos, deliberada, com a notória ausência de qualquer tipo de grandeza moral.” [O Globo]
>>>> Deu ruim para o Geraldo: “O Ministério Público de São Paulo denunciou na manhã desta quinta, 23, o ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB) pelos crimes de falsidade ideológica eleitoral, corrupção passiva e lavagem de dinheiro. De acordo com a Promotoria, Alckmin recebeu R$ 2 milhões em espécie da Odebrecht na campanha ao Palácio dos Bandeirantes em 2010 e R$ 9,3 milhões quando disputou a reeleição, em 2014. “Os recursos não foram registrados nas prestações de contas do candidato (falsidade ideológica), que solicitou e recebeu vantagem indevida (corrupção passiva), pagas pelo setor de operações estruturadas da Odebrecht, a partir do emprego de métodos ilícitos como uso de ‘doleiros’, com o fim de ocultar a origem dos valores e dificultar a possibilidade de seu rastreio (lavagem de dinheiro). Esses recursos destinavam-se, num primeiro momento, ao financiamento eleitoral indevido (não declarado) e, num momento seguinte, pós eleições, à manutenção da influência do grupo empresarial junto ao governo”, afirmou a Promotoria em nota. Além de Alckmin, foram denunciados Marcos Antônio Monteiro, tesoureiro da campanha de 2014, e o ex-assessor da Secretaria de Planejamento do tucano, Sebastião Eduardo Alves de Castro. Segundo o MP-SP, tanto em 2010 quanto em 2014, a Odebrecht não poderia efetuar doações eleitorais, uma vez que controla a concessionária que administra a Rodovia Dom Pedro I (estadual) e também porque participou do consórcio da linha 6 do Metrô. Na denúncia, os promotores apontam que o intermediário entre a empreiteira e Alckmin em 2010, foi Adhemar César Ribeiro, cunhado do então candidato. “Ao longo do período eleitoral, a Odebrecht fez repasses a Ribeiro em seu escritório, totalizando a quantia de R$ 2 milhões, conforme atestam as planilhas do Departamento de Operações Estruturadas, na qual Alckmin aparecia com o codinome ‘Belém’, e mensagens trocadas entre os participantes do esquema”, registra o Ministério Público.” [Estadão]
>>>> Mandetta já escolheu seu vice: “Em conversas sobre as chances de uma chapa com Sergio Moro para 2022, Luiz Henrique Mandetta tem dito que toparia a composição, mas com ele como candidato à presidente e o ex-ministro da Justiça, como vice. Segundo pessoas que falaram com Mandetta sobre o tema, ele justifica o formato com o argumento de que tem mais experiência política e que Moro foi inábil, politicamente, em sua saída do governo. Mandetta tem dito que teria um perfil mais adequado para liderar um processo eleitoral. Essa visão não se restringe ao ex-ministro da Saúde. Aliados de Moro desde os tempos em que ele era juiz em Curitiba veem “muita disposição” do ex-ministro em concorrer, mas também avaliam que ele tem pouco traquejo político e agregaria mais como vice. Em entrevistas recentes, Mandetta não descartou uma dobradinha com Moro e emendou um “vai que rola”. Ambos também fazem acenos mútuos nas redes sociais.” [O Globo]
>>>> E por falar no Moro político, entrevista com o escrito do livro dobre o Giusepe Falcone, que deixa clara que a principal lição a ser aprendida da operação italiana é que juízes e procuradores não devem migrar para a política: “Pelo que sei do Bolsonaro, diria que errou. Na campanha, Bolsonaro falou várias coisas que, na minha opinião, são questionáveis e que sugeriam que ele não seria um democrata como presidente. Mas Moro poder ter tido suas razões, conversas das quais eu não tenho conhecimento e que podem tê-lo feito mudar de ideia. É uma decisão pessoal. O mais popular procurador da Italia, Antonio di Pietro, também, e não funcionou muito bem para ele. Acho que é uma cilada e também problemático. Porque parte de sua popularidade que procuradores e juízes têm é justamente por não fazerem parte deste universo. Um juiz aparenta ser uma figura independente e as pessoas o respeitam e gostam dele por isso. No momento em que ele entra na política, está mais exposto a ataques como qualquer político, porque tem que tomar um lado.” [O Globo]
>>>> as: “Isabela Oassé de Moraes Ancora Braga Netto, filha do ministro da Casa Civil, Braga Netto, desistiu de ocupar uma vaga na Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Seu nome já havia sido aprovado pela Casa Civil, comandada pelo seu pai, mas faltava uma análise interna na própria ANS. A desistência foi comunicada ao Diretor de Desenvolvimento Setorial, Rodrigo Rodrigues de Aguiar, que seria seu superior na agência. Isabel era cotada para a Gerência de Análise Setorial e Contratualização com Prestadores. A vaga é de livre nomeação, sem necessidade de passar por concurso público ou de receber sabatina do Senado e tem salário de R$ 13 mil. Caso fosse concretizada, a nomeação seria considerada nepotismo, de acordo com ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) ouvidos pelo GLOBO em caráter reservado. “Lamento profundamente o uso político do caso. O processo de nomeação expôs desnecessariamente autoridade do governo federal que possui conduta ilibada e ética ao longo de toda carreira profissional, servidores de carreira da própria ANS e particulares”, diz a nota.” [O Globo]
>>>> Repare no padrão: “O Diário Oficial do Rio de Janeiro traz na edição de hoje a nomeação de Stephanie Santos Pazuello para o cargo de supervisora da Diretoria de Gestão de Pessoas da Empresa Pública de Saúde do Rio de Janeiro S.A, a RioSaúde. Stephanie é filha do general Eduardo Pazuello, o ministro interino da Saúde. A nomeação foi feita com data retroativa, assim Stephanie Pazuello estaria ocupando o cargo desde o dia 6 de julho. O prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella (Republicanos), já anunciou a intenção de fechar os hospitais de campanha que foram montados para ajudar no combate à covid-19. O Rio de Janeiro, que foi um dos epicentros do coronavírus no Brasil, enfrentou denúncias de corrupção durante a pandemia, no âmbito estadual.” [O Globo]
>>>> E pensar que o pai desse sujeito é um baita intelectual negro… “O presidente da Fundação Palmares, Sérgio Camargo, escreveu no Twitter que o movimento antirracista Black Lives Matter (Vidas Negras Importam) é um “lixo esquerdopata”. Referindo-se ao movimento que ganhou ainda mais força nos Estados Unidos depois da morte de George Floyd em maio deste ano, mas sem apresentar qualquer dado ou prova, Camargo disse que o “saldo é de piora do racismo, saques, vandalismo e mortes”. Porém, o presidente da Fundação Palmares não especificou qualquer dado que pudesse corroborar sua avaliação. Ele ainda citou “agressões em número assustador” de membros do Black Lives Matter contra opositores, mas não apresentou indícios ou provas de que de fato isso ocorreu. “Saldo do Black Lives Matter: piora do racismo nos EUA, saques, vandalismo e mortes; o legado de Martin Luther King aviltado por pretos tão raivosos quanto ignorantes. O BLM é lixo esquerdopata!”, escreveu. “Em tempo: faltou mencionar as covardes agressões de membros do Black Lives Matter contra brancos e pretos que se opõem; ocorrem em número assustador nos EUA. É um dos movimentos mais violentos e hipócritas já criados pela “revolução cultural” da esquerda. O racismo agradece”, completou.” [Folha]
>>>> as: “Entre abril e junho, meses de pico do distanciamento, 5,7 milhões de clientes fizeram a primeira compra pela internet. Segundo a empresa, trata-se de uma aceleração em relação aos novos consumidores do segundo trimestre de 2019, período comparável. Naquele momento, 4,3 milhões aderiram ao comércio digital. Essa parcela do consumo no Brasil ainda tem muito para crescer e nem todos são fiéis. Quem compra uma vez nem sempre volta a gastar na internet. No balanço encerrado em 2019, as vendas online atraíram 31,4 milhões de clientes únicos. Apesar de o comércio presencial estar reagindo, a projeção em redes como Magazine Luiza, Via Varejo, Carrefour e mesmo Renner, do setor de vestuário, fortemente afetado pela retração, é que esses novos consumidores vão colocar o ecommerce em um nível maior do que o já registrado. No mercado americano, o ecommerce representava quase 11% do consumo em 2019. No Brasil, a participação era de de 4,8% no pré-coronavírus. “Nas nossas projeções, o país chegaria a 11% em 2029, mas com a aceleração impulsionada pela Covid, isso deve acontecer até 2025”, diz o consultor. “Quem comprava no ecommerce eram consumidores com maior poder aquisitivo, era a Faria Lima, Copacabana. Agora, o online está chegando nas classes C e D”, diz Abel Ornelas, chefe de operações da Via Varejo, dona das Casas Bahia e Pontofrio, que tem 70% das lojas já abertas.” [Folha]
>>>> Olha a idéia dos caras: “Advogados de investigados na Operação Calvário querem que o Conselho Nacional do Ministério Público tome providências em relação ao Ministério Público da Paraíba (MPPB), que publicou em seu site oficial um “ranking” de 55 denunciados de acordo com o número de acusações feitas contra cada um deles. Segundo o advogado Rafael Carneiro, que defende o ex-governador Ricardo Coutinho, “o ranqueamento ofende a presunção de inocência”, já que as denúncias não foram avaliadas pela Justiça. “Eles estão tentando superar o que a Lava Jato fez em Curitiba”, diz, referindo-se a denúncias de abuso contra os procuradores do Paraná. O MPPB afirma que a lista é uma sumarização das denúncias e que os denunciados “ostentam as condições de investigados e estão submetidos à Justiça em processos nos quais não há sigilo”. [Folha]
>>>> Nunca critiquei a Dilma! “Dilma Rousseff (PT) assinou, junto com o ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Jorge Arreaza, um manifesto no qual pede o cancelamento da dívida externa de países em desenvolvimento em função da crise da Covid-19. A iniciativa, do Instituto Tricontinental, foi endossada por lideranças de Índia, Grécia, Zâmbia e Argentina.” [Folha]
>>>> Agora vai! “O cantor Zé Henrique, da banda de pop rock Yahoo, está cotado para assumir a Secretaria de Direitos Autorais e Propriedade Intelectual, subpasta da Secretaria Especial da Cultura. Ele esteve no prédio da pasta na terça (21), e postou foto ao lado do secretário Mário Frias. “Deus nos abençoe”, escreveu. No post, Zé Henrique dá a entender que já participa de compromissos oficiais, mesmo sem ter vínculo com o governo federal. Em resposta ao cantor Buchecha, ele disse: “Falamos super bem de você hoje numa reunião na Embratur”.” [Folha]
>>>> Vem bomba por aí: “A Polícia Federal abriu inquérito para apurar um suposto ataque hacker contra o presidente da Caixa, Pedro Guimarães. No domingo (19), ele avisou os contatos que estava encerrando a utilização do seu número dizendo ter descoberto que vários dados pessoais foram vazados. Segundo o dirigente, a suposta invasão teria sido feita por fraudadores do auxílio emergencial que não estavam mais conseguindo acesso após medidas de segurança tomadas pelo banco. Guimarães disse ainda que teve conhecimento de várias ameaças contra a sua família.” [Folha]
>>>> Vai bem a cultura brasileira… “Recebido em Brasília por Mario Frias, secretário Especial da Cultura, e Gilson Machado Neto, presidente da Embratur, o cantor Netinho é um grande apoiador do presidente Jair Bolsonaro nas redes sociais. Ele também não poupa críticas ao Supremo Tribunal Federal. “Não é o STF. São os ministros que estão no STF. Nós precisamos de um STF, com gente honesta e decente lá dentro”, escreveu, no dia 17 de junho, em sua conta no Twitter.O nome de Netinho não aparecia na agenda oficial de Mario Frias, que tinha um almoço agendado com o presidente da Embratur na terça (21), das 12h às 14h. O cantor publicou uma foto ao lado do secretário da Cultura, a quem chamou de “novo amigo”, e disse: “Tem todo o meu apoio nesse seu trabalho.”” [Folha]
>>>> Alô, Exército, taí uma outra ótima idéia, embarcar na campanha de reeleição do sobrinho do Edir Macedo, o mais absurdo dos prefeitos! “Em busca da reeleição, o prefeito do Rio, Marcelo Crivella (Republicanos), procura, para o posto de vice, um general que acumule experiência administrativa. A estratégia para chegar ao segundo turno, após uma contestada gestão à frente da cidade, passa pela vinculação ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e pelo apoio do eleitorado bolsonarista. Neste mês, o Tribunal de Contas do Município (TCM-RJ) apontou um rombo de R$ 4,24 bilhões na administração Crivella, com base em dados de 2019, ano em que a prefeitura enfrentou uma crise na área da Saúde, com atraso nos salários de servidores e falta de insumos e equipamentos em hospitais. O prefeito delegou para o Aliança, que reúne parlamentares da legenda que Bolsonaro tenta fundar, a escolha do vice em sua chapa. No radar, estão generais da reserva filiados ao PRTB, mesmo partido de Hamilton Mourão, vice de Bolsonaro. Há uma alternativa ainda de se escolher um general da ativa, ainda não filiado a um partido político. Isso porque a legislação eleitoral exime militares de se filiarem seis meses antes da eleição — prazo que, para civis, já expirou.” [O Globo] General da ativa, ótima idéia!
>>>> E o governo, Costinha?! “A Justiça proibiu nesta quarta-feira que a Empresa Brasil de Comunicação suspenda o home office de seus funcionários. Na véspera, a estatal havia convocado seus servidores ao trabalho presencial, mesmo dia em que o Distrito Federal registrou o recorde diário de mortes. “O trabalho presencial, mesmo para as atividades consideradas essenciais, deve ser utilizado apenas no limite do estritamente necessário, a fim de se evitar o contágio no ambiente de trabalho”, escreveu a juíza do Trabalho Angélica Gomes Rezende, do Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região. A magistrada atendeu a uma ação do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Distrito Federal. “O isolamento social é a única medida cientificamente comprovada capaz de desacelerar a disseminação da Covid-19”, acrescentou a juíza, ressaltando que a programação da EBC não sofreu interrupções, mesmo com a maioria dos profissionais trabalhando de casa.” [Época]
>>>> A última da agiotagem legalizada: “A possibilidade de pausar o pagamento das parcelas do financiamento imobiliário podem dar um grande alívio ao bolso do mutuário, mas não sem custos. Ao contrário do que muitas pessoas pensam, a pausa não significa anistia das prestações. Esses valores serão pagos mais adiante. Além disso, haverá incidência de juros sobre essa prorrogação. A falta de informações se deve, em parte, à publicidade pouco esclarecedora dos bancos sobre essas medidas, desde que a possibilidade de pausa foi anunciada, em março. O Instituto de Defesa Coletiva (IDC) entrou com uma ação civil pública contra a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), o Banco do Brasil (BB), o Bradesco, o Itaú e o Santander, afirmando que os bancos não estavam cumprindo as regras. Houve ganho de liminar, e as instituições financeiras tiveram que reestruturar suas publicidades. — Os bancos levaram a crer que não havia custo na postergação, quando, na verdade, há incidência de juros sobre essas parcelas — afirma Lillian Salgado, presidente do comitê técnico do IDC. Outra ação foi ajuizada contra a Caixa Econômica Federal. A instituição financeira deveria emitir uma nota pública explicando como os juros seriam aplicados nos contratos pausados durante a pandemia. Em nota, a Caixa afirmou que “durante o período de pausa, o contrato não está isento da incidência de juros remuneratórios, seguros e taxas. Os valores dos encargos pausados são acrescidos ao saldo devedor do contrato e diluídos no prazo remanescente. A taxa de juros e o prazo contratados inicialmente não sofrem alteração”. Segundo a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), a carência no pagamento de parcelas referentes a operações de crédito pode ser classificada como prorrogação da dívida e não renegociação, uma vez que são mantidas as condições do contrato inicial, como quantidade de parcelas e taxa de juros.” [O Globo]
>>>>Doideira! “Artefatos de pedra descobertos numa caverna do México sugerem que os seres humanos começaram a colonizar o continente americano há cerca de 30 mil anos, e não há apenas 15 milênios, como a maioria dos arqueólogos acredita hoje. Se os dados estiverem corretos, será preciso repensar quase todo o consenso construído ao longo das últimas décadas sobre a chegada do Homo sapiens às Américas. Os instrumentos antigos foram encontrados na caverna de Chiquihuite (estado de Zacatecas, centro-norte do México). Trata-se de uma região montanhosa, quase 3.000 metros acima do nível do mar. As escavações e a análise dos artefatos, conduzidas por uma equipe internacional de cientistas, foram coordenadas por Ciprian Ardelean, da Universidade Autônoma de Zacatecas, e publicadas na revista científica Nature. A caverna tem sido estudada desde 2012, e dados preliminares obtidos naquela época já sugeriam que a presença humana ali poderia ser muito antiga. Depois disso, Ardelean e seus colegas exploraram sistematicamente uma área de 62 m2 (equivalente a um apartamento de dois quartos), com camadas de ocupação humana que alcançavam até 3 metros de profundidade. O trabalho permitiu que eles recuperassem quase 2.000 artefatos de pedra, que vão de pequenas lascas, resultantes do trabalho de quebra de seixos maiores, até instrumentos finalizados, como pontas de lança e lâminas. Os pesquisadores usaram amostras de carvão, de ossos (de animais) e de sedimentos para datar as diferentes camadas do sítio arqueológico pelo método do carbono-14, o mais usado para estimar a idade de objetos que contêm matéria orgânica. As datações de carbono-14, em geral, confirmam o que indica a sucessão de camadas, ou seja, as mais profundas de fato são as mais antigas. E as camadas mais antigas, de fato, superam em muito o que se esperava encontrar na região. Os cientistas calculam que a primeira fase de ocupação da caverna teria começado entre 33 mil e 31 mil anos atrás. Depois disso, as datações se estendem por cerca de 20 milênios, chegando a 13 mil anos antes do presente. Se as datas mais recuadas estiverem corretas, o grande problema vai ser explicar como a ocupação do México em época tão remota se encaixa no cenário mais amplo da chegada do ser humano às Américas.” [Folha]





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