Logo menos atualizo o podcast por aqui, os episódios você ouve lá na Central3.
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1. Haja plot twist, Brasil
Ainda estou admirado com o plot twist dessa indicação freestyle, parabéns aos sádicos roteiristas.
“A indicação de Marques foi selada em um encontro na casa do ministro Gilmar Mendes com a presença de Dias Toffoli, que presidiu a Corte até o mês passado. O arranjo foi feito pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), que trabalha por sua reeleição no Senado e se colocou como o principal articulador para aprovar o nome escolhido por Bolsonaro. “ [Estadão]

Eita porra, entendeu? A recondução do Alcoumbre atropelando o regimento depende da boa vontade do STF, que diria que a decisão cabe ao Congresso, e lá o Alcolumbre se garante, os líderes do PT e do PDT no Senado são cabos eleitorais entusiasmados, tal qual o governo, vai entender uma porra dessa. É esse insuspeito sujeito que ajudou a costurar o nome:
“Para ser nomeado, o desembargador precisará dos votos de 41 dos 81 senadores. A avaliação no Planalto, logo após a confirmação, é que a reação nas redes sociais já é pior do que as críticas pela indicação de Augusto Aras para a Procuradoria-Geral da República, no ano passado. Supera até mesmo a ocasião em que o ex-ministro da Justiça, Sérgio Moro, deixou o governo.“

Pior se levarmos em conta os aliados presidenciais, né? Por que a oposição tá até agora sem entender a indicação de uma pessoa que se esforça pra parecer razoável, um luxo nos dias de hoje. Trump não se deu a esse luxo.
“Desde que o favoritismo de Marques, desembargador do Tribunal Regional Federal da 1.ª Região, foi divulgado, auxiliares de confiança do presidente tentaram oferecer alternativas, segundo apurou o Estadão. Até as últimas horas, alguns integrantes do primeiro escalão esperavam uma reviravolta diante da “fritura”.”
Ninguém confia na palavra presidencial, é fasicinante.
“Apoiadores fizeram chegar ao WhatsApp presidencial informações que, na visão deles, depunham contra o desembargador. Foi em vão. Decidido por Marques, o presidente, então, foi aconselhado a formalizar a indicação o quanto antes e evitar um desgaste ainda maior de seu protegido, que já vinha sendo alvo da ofensiva nas redes.”
Não tinha porque diabos Bolsonaro antecipar a nomeação e passar por esse constrangimento, mas estender o dedo do meio ao decano da Suprema Corte falou mais alto.
“Ministros do STF consideram que o anúncio de Jair Bolsonaro de que formalizará já amanhã, 11 dias antes da aposentadoria de Celso de Mello, a indicação do desembargador Kassio Nunes Marques para a vaga que será aberta com a saída do decano, foi uma espécie de “vingança” contra o ministro, relator do inquérito que investiga Bolsonaro por suposta interferência na PF. Mello tem sido um crítico contumaz do governo e dos retrocessos democráticos trazidos por Bolsonaro. Ele chegou a determinar o depoimento presencial de Bolsonaro, e não por escrito. O decano comunicou à presidência do STF que vai se aposentar em 13 de outubro, quando a data para sua aposentadoria compulsória seria 1º de novembro, quando completa 75 anos. Bolsonaro não era obrigado a esperar a aposentadoria de Mello, mas é de praxe que a indicação ocorra apenas após a aposentadoria ou saída do ministro ou da ministra que está abrindo a vaga.” [Época]
Estranho seria se Bolsonaro mostrasse algum respeito.
E se prepare para fortes emoções:
“Indicado com a bênção do Centrão, o empenho de Alcolumbre e com a chancela de Gilmar Mendes e Dias Toffoli, Marques se tornou imbatível, segundo interlocutores do governo, por ter o apoio do senador Flávio Bolsonaro (Repúblicanos-RJ).”

E já que o Boulos deu o ar da graça por aqui eu deixo esse FLERTE, essa LATÊNCIA SEXUAL off-topic entre Datena e Boulos:
Como diz o gif

Mas voltemos ao absurdo que trouxe o Boulos aqui:
“O primogênito do presidente é investigado no caso envolvendo seu ex-assessor Fabrício Queiroz e as “rachadinhas” na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) e que pode chegar à Corte. A participação direta de Flávio na escolha de Marques foi confirmada ao Estadão por pessoas próximas ao senador e interlocutores do Planalto no Congresso.”
Alcolumbre tem interessa que o STF lhe dê uma mãozinha para casuísticamente se reeleger à presidência do Senado, e Flavinho Desmaio faz de tudo para que o STF lhe blinde. Esses dois mais o CIro Nogueira, baluarte do Centrão, estão por trás, tá bom pra você?
“No governo, até os auxiliares mais próximos do presidente não souberam explicar a relação de confiança com o desembargador.”

“ Ao Estadão, um ministro justificou que Bolsonaro conhece o magistrado, reconhecido pela habilidade política, desde os tempos em que era deputado. Segundo esse auxiliar, quando o presidente mencionou que queria um ministro do Supremo que “bebe cerveja” era a Nunes que se referia. Na live nesta quinta-feira, o presidente disse: “Kassio Nunes já tomou muita tubaína comigo”.”
E até agora nenhum jonral explicou que proximidade é essa que o indicado à Suprema Corte tem com o então deputado Bolsonaro, quando Bolsonaro fala sobre tomar tubaína é há alguns anos.
“Nos últimos meses, o desembargador percorria gabinetes em Brasília em busca de apoio a uma vaga para o Superior Tribunal de Justiça (STJ), que se abrirá com a aposentadoria do ministro Napoleão Nunes Maia em dezembro. Foi assim que há dois meses teria estreitado relações com Flávio Bolsonaro e abriu caminho para ganhar a indicação para o Supremo.”
UM indicado à Suprema Corte “estreitando” relações com um pilantra de marca maior, dado a a pagar coisas em dinheiro vivo sem ter o hábito de fazer saques, incluindo imóveis. Sim, no pluarl, em dinheiro vivo.
“Durante a transmissão, Bolsonaro rebateu ponto a ponto críticas que foram feitas a Marques, como o fato de em uma decisão ter liberado a compra de lagostas e vinhos premiados no Supremo e pelo voto que impediu a deportação do italiano Cesare Battisti, em 2015. “O desembargador Kassio apanha pela questão do cardápio. Sobre o Battisti mandei averiguar qual foi a participação dele nesse caso. É impressionante como esculhambam com as pessoas sem comprovação de nada. Quem decidiu foi o STF, não foi ninguém do TRF1”, afirmou.”
Rapaz, Bolsonaro, o pai dos pobres, defendendo a lagoista e os vinhos premiados do STF…

“Bolsonaro também defendeu Marques das acusações de ser “petista” e “comunista”.”

“Ele foi indicado pela ex-presidente Dilma Rousseff ao TRF-1 com o apoio do governador do Piauí, Wellington Dias (PT). “Com tantos anos de PT, todo mundo teve alguma relação com eles. Não é por causa disso que o cara é comunista, socialista”, rebateu Bolsonaro.”
O presidente simplesmente fez uma caçada aos petistas em seu governo, e a qualquer um que tivesse qualquer relação com os governos do partido, e agora mete essa de conciliador.
“Embora também alvo de críticas, o presidente só não justificou a costura com Gilmar, Toffoli, Alcolumbre e o Centrão, com atuação do senador Ciro Nogueira (PP-PI), tampouco a participação do filho Flávio Bolsonaro na escolha.”
Galvao!
Bolsonaro enviou hoje o nome de Kassio ao Senado, taí mais um plot twist maravilhoso, ninguém imaginava que seria tão rápido, a matéria abaixo foi escrita antes mas explica bem a agilidade
“Ele está sendo aconselhado a sacramentar oficialmente a escolha para tirar Nunes Marques do “sereno” –ou seja, para evitar que ele continue sendo bombardeado por grupos contrários à indicação e também por outros candidatos ao cargo. Com a oficialização da escolha, o fato estaria consumado e restaria marcar o dia para ele ser sabatinado pelos senadores. O tom das críticas contra o desembargador subiu nas últimas horas. O pastor Silas Malafaia,aliado do presidente, por exemplo, postou um vídeo nas redes sociais dizendo que a possível indicação de Bolsonaro é um “absurdo vergonhoso.” [Folha]

“O presidente do STF, Luiz Fux, também manifestou descontentamento.”

“O desembargador, que é do TRF-1 (Tribunal Regional Federal da 1ª região), foi apresentado por Bolsonaro aos ministros do STF Gilmar Mendes e Dias Toffoli e também ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre, como a pessoa que ele indicará para a corte. O presidente pediu um encontro com os três na casa de Gilmar Mendes. E chegou lá com Kássio Nunes Marques. A perplexidade foi geral: tanto Alcolumbre quanto Gilmar e Toffoli tinham certeza de que o indicado seria o secretário-geral da Presidência, Jorge Oliveira. E já apoiavam o nome dele para integrar a corte.”

Volto a dizer, pelo bem da minha sanidade mental me recuso a acreditar que o STF ou alguém em nome do STF tenha aceitado o nome de JORGINHO, quew tem carteira da OAB há 4 anos. E ainda tem quem diga que as instituições tão funcionando. Fora o Centrão a nica instituição em funcionamento no Brasil é a banda Menos é Mais, falo com tranquilidade.
“Depois do primeiro susto, eles endossaram a indicação, que foi bem recebida também por deputados e senadores. O desembargador, no entanto, passou a sofrer críticas de bolsonaristas radicais e de outros candidatos que já estavam em campanha para integrar a Suprema Corte.”
Que penaaaaaaa, que pena, amor!
“A atitude de Bolsonaro, de preterir seu auxiliar mais próximo, passou a ser creditada ao próprio Oliveira: ele teria insistido que não queria ir para o tribunal neste mandato —mas apenas, eventualmente, a partir de 2023, caso Bolsonaro fosse reeleito. Interlocutores de Oliveira perceberam, no entanto, que ele ficou abatido com a possibilidade de outro ser indicado em seu lugar. Setores do Palácio do Planalto passaram a alimentar o rumor de que uma terceira vaga poderia ser aberta no STF ainda no primeiro mandato de Jair Bolsonaro —além de Celso de Mello, também Marco Aurélio Mello se aposentará, em 2021. A ideia seria oferecer a algum ministro um cargo no exterior, em troca de uma aposentadoria precoce e da abertura da terceira vaga. Com isso, Bolsonaro poderia atender aos vários lobbies em torno de candidatos ao STF. A ideia, no entanto, não tem chance de vingar.” [Folha]
Voltou esse papo esquisito de terceira vaga, e volto a dizer: se alguém aceitar ´[e porque a chantagem presidencial foi bem sucedida.
“A lista de padrinhos de Kássio Nunes é crescente. Vai de José Sarney, cacique histórico do MDB, a petistas que, nos bastidores, elogiaram a escolha de Bolsonaro.” [Folha]
E eu acho graça quando puxam a capivara dum magistrado, é só desgraça.
“Cotado para assumir uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF), o desembargador Kassio Marques Nunes já foi alvo de 33 representações no Conselho Nacional de Justiça (CNJ), a maioria por atrasos na tramitação de processo. Em pelo menos 20 casos, o CNJ determinou que o Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) tomasse providências e, somente após a notificação, os casos foram julgados.” [Valor]
Olha o climão no STF:
“O desembargador Kassio Nunes nem vestiu a toga, mas a indicação de seu nome para a vaga de Celso de Mello já deu início a uma rede de intrigas no Supremo Tribunal Federal (STF). A atuação dos ministros Gilmar Mendes e Dias Toffoli junto ao presidente Jair Bolsonaro para selar o nome do novo ministro consolidou, entre boa parte dos colegas, a opinião de que o ex-presidente do STF não quer largar o osso e continuará atuando como interlocutor junto ao Palácio do Planalto. A atuação da dupla é vista como uma tentativa de esvaziar o comando de Luiz Fux. Recém empossado na presidência, Fux de fato mostrou irritação com a atuação de Gilmar e Toffoli, mas garantiu a interlocutores que não abriu espaço para Bolsonaro envolvê-lo nesse processo para “não dever favores”. A informação sobre a chateação de Fux chegou a Kassio Nunes, que, segundo interlocutores do Planalto, ligou para o presidente do STF para apaziguar os ânimos. Segundo auxiliares de Bolsonaro, a conversa foi breve e cordial. A pessoa próximas, porém, Fux nega que o telefonema tenha ocorrido e enfatiza que nunca falou com o indicado. Procurada, a assessoria do presidente do STF não respondeu à coluna sobre a ligação.” [O Globo]
E tem mais plot twist, porra!
“O senador Flávio Bolsonaro (Republicanos) enviou uma mensagem de WhatsApp ao presidente da OAB, Felipe Santa Cruz, com bandeirinhas do Brasil como forma de agradecer os elogios que o advogado fez à escolha do desembargador Kassio Nunes Marques ao STF (Supremo Tribunal Federal). Santa Cruz respondeu parabenizando o presidente Jair Bolsonaro pela indicação. Ele mostrou a mensagem de Flávio a outros advogados durante um jantar em João Pessoa, na Paraíba, em um evento de desagravo da ordem a um grupo de defensores que foi preso ilegalmente na cidade. O gesto marca o distensionamento das relações entre a entidade e a família Bolsonaro. No começo do mandato, o presidente atacou Santa Cruz fazendo referências à memória do pai dele, desaparecido na ditadura militar. O advogado reagiu com uma interpelação no STF. A indicação de Kassio Nunes Marques foi recebida com entusiasmo na OAB. O desembargador tinha ingressado no TRF-1 (Tribunal Regional Federal da 1ª Região) na vaga da advocacia, eleito em lista tríplice. Ele é ex-conselheiro federal da entidade e considerado um juiz acessível à defesa. Em nota no Twitter, Felipe Santa Cruz afirmou que a OAB saudava a indicação e elogiou Kassio Marques. “O desembargador possui todos os pressupostos constitucionais e uma trajetória honrada e de reconhecida eficiência”, escreveu.” [Folha]
E deixa o Bolsonaro saber disso aí embaixo, vai da rum jeito de rasgar a nomeação no D.O.
“Escolhido por Jair Bolsonaro para o Supremo, o desembargador Kassio Marques negou, em 2017, porte de arma a um produtor rural que, no processo, comprovou trabalhar em locais isolados e ter sido vítima de roubo, cárcere privado e lesões. Relator do julgamento no Tribunal Regional Federal da 1ª Região, ele manteve decisão do delegado da Polícia Federal e do juiz de primeira instância que negaram o pedido, por considerarem que a arma pretendida, uma pistola semiautomática, era de um modelo “muito cobiçado pela criminalidade, por ser pequeno e, por isso, de fácil ocultação”. O delegado considerou que para o produtor rural, de Varginha (MG), uma arma longa, como espingarda ou rifle, seria mais compatível, porque “possibilita melhor visada pontaria, mormente para os riscos de se deparar com animais raivosos etc.” Kassio Marques Jair Bolsonaro porte de arma Ao votar contra o pedido, Kassio acolheu parecer contrário do Ministério Público Federal, que considerou “razoável” a recusa do porte ao produtor. Ele afirmou, no voto, que “inexiste direito líquido e certo ao deferimento do pedido de autorização para aquisição de arma de fogo”, mesmo quando preenchidos os requisitos exigidos por lei. Citou até decisões de um colega do tribunal, o também desembargador Souza Prudente, que negou o porte a um policial militar, porque ele não teria provado idoneidade. Kassio convenceu os demais desembargadores da Sexta Turma, Jirair Meguerian e Daniel Paes Ribeiro, que o acompanharam de forma unânime. Ao votar contra o pedido, Kassio acolheu parecer contrário do Ministério Público Federal, que considerou “razoável” a recusa do porte ao produtor. Ele afirmou, no voto, que “inexiste direito líquido e certo ao deferimento do pedido de autorização para aquisição de arma de fogo”, mesmo quando preenchidos os requisitos exigidos por lei. Citou até decisões de um colega do tribunal, o também desembargador Souza Prudente, que negou o porte a um policial militar, porque ele não teria provado idoneidade. Kassio convenceu os demais desembargadores da Sexta Turma, Jirair Meguerian e Daniel Paes Ribeiro, que o acompanharam de forma unânime.” [Não lincamos Antagonista]
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1. Um grande show de cretinismo
É como se o pessoal do governo se reunisse e se desafiasse: “qual versão mais escrota e sem sentido a gente pode formular, hein?”
“Em nota à imprensa, a Secretaria de Comunicação da Presidência da República afirmou na noite desta quinta-feira (1) que foi legal o repasse ao programa Pátria Voluntária, liderado por Michelle Bolsonaro, da doação de R$ 7,5 milhões da Marfrig para compra de testes rápidos da Covid-19.A Secom confirma a mudança de destino do recurso, mas sua versão diverge do relato feito pela empresa à Folha. A assessoria da Presidência diz que, em maio, a pasta da Saúde declinou da doação “porque não precisava mais dos equipamentos” para os testes e que então a Marfrig procurou o Pátria para o dinheiro ser usado em alimentos e produtos de proteção e de higiene.” [Folha]

Nao precisava mais de testes?! Comecinho da pandemia, um a testagem ridícula (e assim continua) e mais testes não eram necessários?! Enão é a primeira vez que o governo defende essa tese exótica, vamos ao Dr. Pazuello em 17 de julho:
“”Não [testagem não é essencial]. O diagnóstico é clínico, é do médico. Pela anamnese, pela temperatura, por um exame de tomografia, por uma radiografia do pulmão, por exame de sangue, podendo até ter um teste. Criaram a ideia de que tem de testar para dizer que é coronavírus. Não tem de testar, tem de ter diagnóstico médico para dizer que é coronavírus. E, se o médico atestar, deve-se iniciar imediatamente o tratamento”” [UOL]
Merkel testou pra caralho? Trouxa. Primeira-ministra da Nova Zelândia? Burra. A massiva testagem sul-coreana? Inútil.
E não basta o mais cretino dos argumentos…
“Segundo a nota do governo, a empresa “optou por repassar a doação ao programa para atender às necessidades de entidades sociais a elas vinculadas. Especialmente para a compra de alimentos, produtos de proteção e de higiene para pessoas em situação de vulnerabilidade, realizadas por chamadas públicas”. De acordo com nota da Marfrig, no entanto, no dia 20 de maio, dois meses após o anúncio de sua doação para os testes de Covid-19, a Casa Civil enviou “comunicação oficial” com detalhes sobre o programa de voluntariado e informando que os valores doados deveriam ser depositados numa conta da Fundação do Banco do Brasil, gestora dos recursos do Pátria, “com fim específico de aquisição e aplicação de testes de Covid-19″. “Dias depois, a Marfrig realizou a transferência bancária do valor proposto, de acordo com as orientações da Casa Civil”, relatou a empresa à Folha. Somente dia 1° de julho, segundo ela, o destino do dinheiro transferido ao governo mudou.”
O governo disse que a empresa sabia do real destino do dinheiro antes da grana ser enviada mas esqueceu de combinar com a empresa. Repare na nota da SECOM:
“2. A Marfrig procurou o Pátria Voluntária e optou por repassar a doação ao programa para atender às necessidades de entidades sociais a elas vinculadas. Especialmente para a compra de alimentos, produtos de proteção e de higiene para pessoas em situação de vulnerabilidade, realizadas por chamadas públicas.”

O úncio jurídico que dá mole nessa história é o da presidência, claro, os advogados da Mafrig são mais zelosos com seus clientes.
“A empresa diz ter sido então consultada “sobre a possibilidade de destinar a verba doada não para a compra de testes por parte do Ministério da Saúde, mas para outras ações de combate aos efeitos socioeconômicos da pandemia de Covid-19, especificamente o auxílio a pequenos negócios de pessoas em situação de vulnerabilidade”.“Como a ação estava diretamente ligada à mitigação dos danos causados pela pandemia, a Marfrig concordou com a nova destinação dos recursos doados”, disse a empresa. Ou seja, segundo a empresa, partiu do governo, em julho, e não em maio, a sugestão de usar os recursos que não fossem para a compra de testes de Covid-19. O Planalto diz que em maio o Ministério da Saúde declinou da doação, enquanto a Marfrig diz que naquele mesmo mês o ofício da Casa Civil dizia que o dinheiro seria usado “com fim específico de aquisição e aplicação de testes de Covid-19”. “Como também permite a legislação específica, os recursos arrecadados são direcionados para organizações da sociedade civil para efetivação de atendimento a pessoas em situação de vulnerabilidade, o que de fato ocorreu no caso citado”, disse a Secom da Presidência. No mês de março, quando a doação foi anunciada, o Brasil enfrentava as primeiras semanas da pandemia e a falta desse material, enquanto a OMS (Organização Mundial da Saúde) orientava testar a população. A empresa também lembrava que, um dia antes, em 22 de março, o então ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, informou que o governo tentaria firmar parcerias com a iniciativa privada para financiamento de parte das compras dos kits. Reportagem da Folha publicada em 1º de abril mostrou que, para conseguir fazer os testes na época, era necessário ser profissional de saúde ou de segurança, estar em estado grave ou ter morrido. Como a Folha mostrou nesta quarta-feira (30), o programa liderado por Michelle repassou dinheiro do Arrecadação Solidária, sem edital de concorrência, a instituições missionárias evangélicas aliadas da ministra Damares Alves (Mulher, Família e Direitos Humanos), para a compra e distribuição de cestas básicas. Os R$ 7,5 milhões da Marfrig representam quase 70% da arrecadação do programa até agora —R$ 10,9 milhões.”
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1. Guedes a beira dum ataque de nervos
Alô, família do Guedes, tem que ver isso aí, hein! Comecemos pelo arquinimigo do Guedes no governo:
‘”De acordo com o Broadcast, Marinho teria afirmado que o Renda Cidadã “sai por bem ou por mal” e que “a dor pode ser furar o teto mesmo”, em referência ao teto de gastos, que limita as despesas públicas.” [G1]
Foram perguntqar a opinião do Guedes e…
“Eu espero que ele não tenha falado nada demais. Eu vou subir e depois eu desço e explico o que está acontecendo. Eu não não acredito que ele tenha falado isso. Agora, se falou, falou que está querendo furar teto, falar a história de precatório, quando eu descer eu explico tudo para vocês, tudo que está acontecendo. Se falou, já pode saber: é despreparado, é desleal e confirmou que é um fura-teto, mas eu não acredito que tenha falado”

Ofendeu, cuspiu, estapeou e fechou com um singelo “mas eu não acredito que tenha falado”.

Tanto cabelo branco pra nada. Se o Marinho caprichar na resposta ele derrruba o Guedes.
E digamos que Guedes também não anda lá muito queirdo pelo presidente, que comparou seu superministro ao seu inimigo Maia!
“Eu não tenho problema nem com o Rodrigo Maia nem com o Paulo Guedes. O que temos, às vezes, é desentendimento, o que é natural. Eu quero uma coisa, mas o Rodrigo não quer. O Paulo Guedes quer uma coisa, mas eu não quero. Isso é natural” [Folha]

Gueds morreu mas passa bem.
“Na quinta-feira (1º), o vice-presidente Hamilton Mourão disse não acreditar que a troca de farpas entre Maia e Guedes afete a criação do Renda Cidadã, programa social preparado pela base governista para substituir o Bolsa Família. Segundo o general da reserva, o episódio se trata de uma questão pessoal. “Mas o Guedes e o Maia é uma coisa pessoal, pô. Isso não tem nada a ver. Acho que vocês [imprensa] também ficam revirando esse troço. Não. O conjunto da obra são 512 deputados federais mais o Maia. Paciência”, afirmou.”
Bolsonaro elegeu um senador como o salvador que encontraria as receitas e o senador desistiu do governo:
‘”O MDB vai ajudar Márcio Bittar (AC) a encontrar soluções para o Renda Cidadã após o senador ter se frustrado na parceria com a equipe econômica. A cúpula do partido vai ouvir especialistas para encontrar uma alternativa que crie o programa social sem furar o teto de gastos.” [Estadão]

Esse governo é o supra-sumo do constrangimento.
Passo ao Viníicus Torres
“Bancar o Renda Cidadã com aumento de imposto é de fato uma conversa entre deputados governistas. Alguns ainda parecem não entender que o governo apenas poderia gastar essa receita extra caso fosse alterado o teto de gastos. A pergunta mais importante, no entanto, é se Jair Bolsonaro arrumaria de fato alguma dessas encrencas. Pode sair aumento de imposto? Ou pode se armar outro arranjo com o Congresso? Por exemplo, uma extensão do estado de calamidade casado com “reformas” grandes de cortes de despesas, uma gambiarra de alto nível, por assim dizer. Assim, seria possível pagar algum auxílio emergencial a mais, haveria sobra de dinheiro advinda de arrochos (sobre servidores, por exemplo) e algum tempo para arrumar financiamento permanente para um Renda Cidadã. Até mesmo neste governo, algum pouco de organização política poderia parir uma solução dessa espécie. Na política, Bolsonaro se desdiz sem vergonha, o que tem saído de graça. Na economia, apesar dos arreganhos por si só daninhos, não chegou a tomar ou patrocinar nenhuma decisão final contra o teto ou a favor de aumento de impostos. É omisso, inepto ou avacalha projetos de “reformas” política e socialmente mais sensíveis, mas até agora não ultrapassou de fato o sinal vermelho dos donos do dinheiro grosso, apesar da baderna financeira que seu governo causa.
Na política, é diferente. Bolsonaro escorraçou o lavajatismo, aliou-se à “velha política”, montou bancada mínima para evitar impeachment e interrompeu os comícios golpistas e os ataques ao Supremo, com quem negocia acordão ou acordões. Limitou (mas não cassou) as graças concedidas a “terrivelmente evangélicos”, aos “ideológicos” ainda mais lunáticos e aos adeptos da propaganda do “gabinete do ódio”, até porque tem contas a pagar no Congresso e no Supremo. Parou também de vociferar naquelas saidinhas do Alvorada. Agora faz comício para inaugurar bica d’água, caminho de vaca e pedra fundamental de ponte. É verdade que Bolsonaro, Paulo Guedes e o governismo são capazes de dar tiros no pé tais como o vexame ridículo, contraproducente e alienado da pedalada dos precatórios. É verdade também que, dados os vetos de Bolsonaro a cortes de gastos sociais e as ideias de Guedes, restaria nenhuma alternativa a não ser gambiarra, mexida de fato no teto ou uma negociação mais complicada no Congresso (trocar uma extensão da calamidade por grandes “reformas”). Dados os estranhamentos entre governo e centrão, de um lado, e Rodrigo Maia mais partes de DEM, MDB e PSDB, essa negociação complicada parece remota. Por ora..
Essa novela toda parece ainda mais tediosa a pessoas normais, mas é preciso repetir: desse rolo dependem a fome de milhões e as taxas de juros e o dólar que podem ou não encrencar o crescimento. Do ponto de vista do ocupante da cadeira de presidente, desse rolo depende parte relevante de sua popularidade. O Congresso, de resto, vai ficar parado até acabar o auxílio? Outras incertezas obscurecem o caminho da solução, claro: o ritmo da economia no final do ano, a possibilidade de vacina, de recuo menos vagaroso da epidemia ou a disputa pelo comando do Congresso em 2021 (conflito que não é besteirinha: foi o começo do fim de Dilma Rousseff, em 2015). Certo é que Bolsonaro tem mostrado capacidade de sobrevivência na selva que ele mesmo cria, se ajeitando politicamente, favorecido ainda pela inexistência de oposição. Não é fácil descartar a hipótese que faça um acordão que o beneficie também nessa história do Renda Cidadã.” [Folha]
Encerro com o Bruno Boghossian:
“Paulo Guedes pode até completar mais uma semana no cargo, mas o governo já deixou o ministro no chão. Nas últimas 24 horas, Jair Bolsonaro e seus aliados tocaram a vida como se o chefe da equipe econômica nem estivesse mais por ali. Pela manhã, o presidente embarcou para o Nordeste pela sétima vez desde junho. A agenda era parte de uma turnê pela reeleição coordenada pelo ministro Rogério Marinho (Desenvolvimento Regional). Ele se tornou o antípoda de Guedes no governo ao formar uma aliança a favor do aumento de gastos com obras. Os dois ministros já se estranharam em reuniões fechadas e trocaram hostilidades em público. Interessado em extrair ganhos políticos da máquina do governo, o chefe da dupla se mostra inclinado a escolher o lado de um deles. No sertão de Pernambuco, Bolsonaro prometeu entregar “cada vez mais obras” na região e disse que seus aliados lutam por dinheiro “para que o ministério do Marinho possa realmente trabalhar”. Guedes, como se sabe, já negou mais de uma vez os pedidos do colega para aumentar despesas com esses investimentos. A turma política também parece disposta a atropelar o ministro nas caóticas discussões sobre o novo programa social de Bolsonaro. Nesta quinta (1º), aliados do presidente chegaram a anunciar em público a criação do benefício, embora Guedes ainda não tenha conseguido encontrar o dinheiro para bancá-lo. Ao lado de Bolsonaro, o líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho, disse que o Planalto entregaria “o maior programa de solidariedade social da história desse país”. Depois, o parlamentar ganhou uma citação elogiosa do presidente. Nem os pilares da equipe econômica têm sido levados muito a sério. Ainda que Guedes precise mandar recados semanais a investidores em sentido contrário, o vice-presidente Hamilton Mourão sugeriu a execução de uma manobra “fora do teto de gastos” para financiar o novo Bolsa Família. Cada vez menos gente quer saber da cartilha do ministro.” [Folha]
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4. Eleições
O pacto federativo da Nova Era:
“Russomanno usou como principal arma sua proposta de criar o auxílio emergencial paulistano, ideia que foi questionada por oponentes, em razão de dúvidas sobre a capacidade da prefeitura de financiar o benefício. O candidato repetiu que terá a ajuda de Bolsonaro para levantar os recursos e que isso será feito com a renegociação da dívida do município com a União. “Sou o único candidato aqui que tem amizade com o presidente da República”, disse.” [Folha]

“O que pagamos de juros é absurdo. Mas, pela minha amizade com o presidente Bolsonaro, meu trânsito no Congresso Nacional e nos ministérios, eu tenho condição de fazer isso”, prometeu.“
Covas falou m Bolsa-crack, que desgraça.
“Um dos primeiros temas que levantaram divergências entre os participantes foi o debate sobre a cracolândia, que ganhou protagonismo nas últimas semanas. Covas e Joice usaram a expressão “bolsa crack” para desqualificar o programa adotado por Haddad, que incluía o pagamento de uma quantia em dinheiro para usuários de droga, além de tratamento e assistência.”
Matarazzo resolveu desfilar o cretinismo que combina bem com seu sobremone:
“Conservador, Matarazzo ainda levantou uma questão no campo ideológico, lembrando que o prefeito nomeou como secretário de Cultura um simpatizante da esquerda, Alê Youssef. “Quero lamentar que uma pessoa tão inteligente quanto você tenha ficado tão amarga por causa das derrotas que acumulou nos últimos anos”, retrucou Covas, que teve Matarazzo como colega no PSDB até 2016.”
E Boulos tirou onda nessa:
“O primeiro debate entre candidatos a prefeito na cidade de São Paulo transmitido pela TV Bandeirantes na noite desta quinta-feira (1º) teve a internet como protagonista. O buscador Google, vídeos no YouTube, o site e as redes sociais do candidato eram citados a todo momento como merchandising pessoal ou como forma de atacar ou acusar algum rival. Um desses momentos aconteceu no segundo bloco, no embate entre Guilherme Boulos (PSOL) e Márcio França (PSB). Em tom de ironia, o ex-governador afirmou que o candidato do PSOL não poderia invadir ou ocupar seu tempo de resposta. Depois, Boulos o questionou sobre ter dito que feminicídio não era questão de polícia. França, então, o acusou de fake news. O psolista pediu para o adversário jogar no Google “Márcio França feminicídio”. O primeiro resultado é um texto da Folha de 2018. Em 2018, ao ser empossado governador de São Paulo, Márcio França (PSB), que era, candidato à reeleição, disse que a Polícia Militar de São Paulo poderia ser mais eficiente se não tivesse que atender a tantas brigas domésticas. A fala —a primeira de França, enquanto titular do Palácio dos Bandeiras, sobre segurança pública— foi bastante criticada à época por especialistas em violência contra a mulher. O pedido de Boulos foi atendido por quem estava em casa. O texto de 2018, assinado pela repórter Anna Virginia Balloussier, virou a mais lida do site minutos depois da fala.” [Folha]
E olha o Crivella!
“Outro embate ocorreu entre o deputado federal Luiz Lima (PSL), que iniciou o debate afirmando que foi convidado por Bolsonaro a se tornar parlamentar, e o prefeito Marcelo Crivella, com quem disputa o voto bolsonarista. Lima questionou o prefeito sobre a ausência de recursos para pagar o servidor e sobre a criação de 400 cargos comissionados em sua administração. Ele também citou o esquema de cerceamento ao trabalho da imprensa na porta de hospitais, revelado pela TV Globo. Crivella respondeu que, se o parlamentar havia sido eleito com Bolsonaro, seu conselho é que ele se afastasse da Rede Globo. “Queria que você dissesse ‘Globo lixo!’. Ela que dá essas informações [citadas por Lima]”.” [Folha]

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5. Cota eleitoral para negros
“O STF (Supremo Tribunal Federal) formou maioria nesta quinta-feira (1) para manter a decisão do ministro Ricardo Lewandowski de determinar a adoção da cota financeira para candidatos negros já na eleição deste ano. Com isso, os partidos terão de distribuir a verba do fundo eleitoral de acordo com a proporção de negros que concorrem no pleito. Inicialmente, o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) havia decidido que a regra só valeria para as eleições de 2022. Lewandowski, que é o relator do caso, no entanto, determinou a adoção imediata da reserva financeira. Os ministros Luís Roberto Barroso, Edson Fachin, Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia e Rosa Weber acompanharam o relator. O ministro Marco Aurélio divergiu. O julgamento ocorre no plenário virtual e vai até sexta-feira (2).” [Folha]
Uma bpoa nova. E problemas acontecerao, mas a mudaça tá dada desde já. Dos males o menor.
“Os dirigentes partidários ficaram insatisfeitos com a decisão e argumentaram que o tema não havia sido regulamentado e que havia incertezas sobre a forma de aplicação da norma. No último dia 24, porém, Lewandowski esclareceu como as siglas devem adotar a cota. A divisão deverá respeitar a proporção de candidatos negros em todo o país. Assim, concorrentes negros podem ficar sem recursos, caso a sigla escolha investir todo montante em poucos políticos negros do partido. O magistrado também determinou que o cálculo para divisão dos recursos deverá levar em consideração, primeiro, o gênero dos concorrentes para, depois, ocorrer a distribuição proporcional relativa à raça do candidato. Desta forma, os partidos deverão distribuir igualmente a verba entre as concorrentes mulheres negras e brancas e entre os homens brancos e negros. As regras valem para o fundo eleitoral, que será de R$ 2 bilhões. Recursos do fundo partidário que forem aplicados nas eleições também deverão seguir essas normas, mas a fiscalização será local. “Nesse caso, a proporcionalidade será aferida com base nas candidaturas apresentadas no âmbito territorial do órgão partidário doador”, esclareceu. Com a decisão, não haverá duplicidade de cota. Por exemplo, caso um partido tenha 30% de candidatas mulheres, todas negras, sendo os candidatos homens todos brancos, poderia haver a obrigação de as legendas destinarem 60% dos recursos às candidaturas femininas. No julgamento do TSE, a corte havia decidido que a cota valeria apenas para 2022. Os ministros do Supremo que integram a corte eleitoral, Barroso, Moraes e Fachin, já haviam defendido, na ocasião, a aplicação imediata da regra. Depois, no entanto, Lewandowski deu uma decisão liminar (provisória) na ação apresentada pelo PSOL e determinou a aplicação imediata da regra. A decisão do TSE foi tomada em uma consulta apresentada pela deputada Benedita da Silva (PT-RJ). A congressista solicitou ao TSE a aplicação aos negros do mesmo entendimento segundo o qual o STF obrigou os partidos a investirem ao menos 30% do fundo público eleitoral em candidaturas femininas.”
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6. Live
O govenro continua batendo no Biden, vai dar muito certo sim.
“O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quinta-feira (1) que o Brasil precisa ter as Forças Armadas preparadas para proteger a Amazônia. O chefe do Executivo fez o comentário durante sua live semanal nas redes sociais após comentar o debate entre Donald Trump e Joe Biden, candidatos à Presidência dos Estados Unidos. Bolsonaro é aliado de Trump e criticou a afirmação de Biden de que pode impor sanções ao Brasil caso seja eleito devido às queimadas na floresta amazônica.” [Folha]

“Ele (Biden) está querendo, parece, romper o relacionamento com o Brasil por conta da Amazônia. Sabemos que alguns países do mundo têm interesse na Amazônia. E nós temos que fazer o que? Dissuadi-los disso. E como você faz a dissuasão disso? Ter Forças Armadas preparadas”
Bolsonaro faz campanha pelo Trump mas quem tá querendo romper o relacionamento é o Biden, tá ok?
“A Defesa vai gastar mais do que Educação.” É o tempo todo essas besteiras. Não interessa se vai gastar mais ou vai gastar menos, tem que atingir seu objetivo. Por que se um dia algum país, alguma potência, resolver fazer uma besteira contra o Brasil, a gente vai fazer o que? Vai fazer o quê?”, argumentou.”

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7. Covid-17
Ontem voltamos a registrar mais de mil mortes em 24 horas, algo que não acontecia desde 15 de setembro. São mais de 143 mil mortos
“O Brasil é o 2º país com mais mortes pelo novo coronavírus. Só Estados Unidos têm mais vítimas: 211.631. O número de mortes no Brasil também é elevado, quando feita a comparação proporcional. São 680 vítimas a cada milhão de habitantes –conforme cruzamento dos dados do Ministério da Saúde com a última estimativa populacional divulgada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). A taxa coloca o Brasil na 3ª posição do ranking mundial, junto com a Espanha. O Peru é o país onde a covid-19 mais mata em relação ao número de habitantes. São 979 vítimas a cada milhão de pessoas.” [Foder360]
Ian Bremmer tuítou uma imgem interessante sobre a evolução do víus:

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8. Tchau, Petrobras
“O STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu nesta quinta-feira (1) permitir que a Petrobras venda suas refinarias sem aval do Legislativo. A corte rejeitou uma ação em que o Congresso acusava o governo de desmembrar a empresa estatal matriz para vender subsidiárias, que não dependem de aval do parlamento para serem privatizadas. A decisão dá força ao plano de vendas da Petrobras, que pretende negociar oito refinarias. As ações preferenciais da estatal, mais negociadas, fecharam o dia em alta de 0,91%, mesmo com o petróleo em queda. A maioria dos ministros discordou da tese levantada na ação pelo parlamento. Os ministros Alexandre de Moraes, Luís Roberto Barroso, Cármen Lúcia, Dias Toffoli, Gilmar Mendes e Luiz Fux votaram nesse sentido. O relator, Edson Fachin, e os ministros Ricardo Lewandowski, Marco Aurélio e Rosa Weber divergiram.” [Folha]
E isso vale para outras estatais:
“Nesta quinta foi julgado o pedido do Congresso para que o Supremo desse uma liminar (provisória) suspendendo a negociação dos ativos. O STF ainda deve voltar a discutir o tema quando for analisado o mérito da ação. Na prática, no entanto, o resultado do julgamento desta quinta cria precedente a ser aplicado em outras estatais que adotarem a mesma estratégia para aumentar sua arrecadação.”
Não à toa…
“Os diretores da Petrobras acompanharam os votos dos ministros do Supremo Tribunal Federal pela transmissão ao vivo como se estivessem assistindo a uma final de Copa do Mundo. Por um grupo no WhatsApp, com a participação de técnicos do Departamento Jurídico da companhia, comentavam cada declaração dos magistrados tentando decifrar se o voto que ainda não havia sido proferido seria contra ou a favor a venda das refinarias sem necessidade da aprovação do Congresso. Até o final o clima foi de muita incerteza. A única convicção girava em torno dos três votos contrários de dez dias atrás, do relator Edson Fachin, Marco Aurélio Mello e Ricardo Lewandowski, na sessão que fora suspensa por causa da apresentação de um destaque. De resto, ninguém arriscava palpite. Havia uma insegurança absoluta em relação ao resultado do julgamento.
A apreensão aumentava à medida que o julgamento corria, diante da possibilidade de um empate. Quando o ministro Marco Aurélio Mello votou por suspender a venda, deixando o placar em 5 a 4 a favor da venda sem consulta aos parlamentares, os executivos perguntavam se como seria em caso de jogo empatado, já que o ministro Celso de Mello não participava da sessão. O número ímpar (11) de integrantes da Suprema Corte tem justamente a função de o presidente ser o voto de Minerva. Quando o presidente Luiz Fux tomou a palavra e usou o termo “indeferir”, foi um desespero. Mal haviam percebido que o magistrado havia dito que iria discordar do relator, Fachin. Foram alguns segundos, apenas. Ao ficar claro que o ministro estava votando pela continuação do processo de venda, foi uma explosão.
A decisão do STF, porém, não mudará o andamento atual da venda das oito refinarias. Apenas duas estão já em fase final de negociação: a Repar, do Paraná, que está sendo negociada com o consócio Ultrapar, formado pela Raízen (Cosan e Shell) e a chinesa Sinopec; e a RLAM, da Bahia, negociada ao fundo Mubadala, de Abu Dhabi. A venda, que em junho do ano passado foi aprovada pelo Cade, inclui ainda as refinarias Rnest (PE), Regap (Minas), Refap (RS), Reman (AM), Lubnor (CE) e SIX (PR). A conclusão da venda da RLAM deve acontecer até o fim do ano, mas os recursos só devem entrar no caixa da empresa no início do ano que vem. A da Repar deve estar concluída no primeiro trimestre. Os valores ainda estão sob sigilo. Na semana passada, a corretora XP Investimentos estimou que todos os ativos que a Petrobras pretende vender, incluindo as refinarias, devem render para a empresa entre R$ 89 bilhões e R$ 115 bilhões.” [Estadão]
Mas voltemos à decisão:
“No caso em análise, o Congresso e citou uma refinaria da Bahia e outra do Paraná e requereu que o Supremo vetasse a “criação artificial de subsidiárias”. Para a maioria, porém, a Petrobras não desrespeitou a decisão do STF de 2019, quando a corte determinou que, nos casos de perda de controle acionário, o governo só pode fazer a negociação se tiver aval do Congresso. Os ministros entenderam que, como a União continuará com o comando da estatal, a venda das refinarias não viola o entendimento do Supremo. Moraes foi o primeiro a abrir divergência em relação ao relator. O ministro afirmou que fraude e desvio de finalidade para perda de controle acionário não é permitido, mas que este não é o caso. Ele citou o julgamento de 2019 e disse que, na ocasião, o Supremo decidiu que a transferência do controle de subsidiárias não exigiria essa anuência do Legislativo. “Entendo aqui que há um plano negocial de desinvestimento, o legítimo e lícito exercício de sua discricionariedade de gestão administrativa”, afirmou. Segundo Moraes, “a empresa-mãe não pretende perder valor na bolsa, não pretende perder comando acionário, ela pretende realizar um plano de desinvestimento buscando otimizar sua atuação e garantir maior rentabilidade e eficácia a empresa”. Barroso acompanhou o raciocínio do colega e reafirmou que a venda de subsidiária não exige autorização legislativa. “Nem sequer se tangencia questão de alienação de controle. Portanto, não vejo fraude”, afirmou. Fachin, porém, afirmou que seria indispensável nesse caso a autorização do Poder Legislativo. “Não se está afirmando que essa venda não seja possível, necessária ou desejável dentro do programa de desinvestimentos da empresa, mas que essa ação depende do necessário crivo do Congresso Nacional e procedimento licitatório”, disse.“
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9. Que quadra da história
Do Sílvio Almeida:
“O primeiro debate presidencial dos EUA foi uma amostra do grau de deterioração da esfera pública. Ainda que o flerte de políticos americanos com o supremacismo branco e o fascismo não seja novidade, não deixa de ser chocante a postura do atual presidente dos Estados Unidos. Diante do mundo, ele enviou uma mensagem de apoio a um grupo organizado de racistas, conhecido pelos atos de ódio contra minorias. A verdade é que temos um sistema político que permite que pessoas como essas cheguem ao poder e que lá permaneçam. É um engano achar que se trata apenas de um problema moral. É um problema político, sobretudo. Nós, brasileiros, temos uma história peculiar de ódio, o que nos lega exemplos únicos de falta de limites. Na semana passada, uma deputada federal considerou aceitável atacar adversários políticos —dois homens brancos— retratando-os como se fossem pessoas negras. Para quem não sabe e acha o gesto razoável, o que fez a deputada tem o nome de “blackface” e é uma reconhecida prática racista.
Esse tipo de deformidade social não se produz de uma hora para outra. O que pode parecer uma atitude tresloucada é algo bem mais elaborado, impossível de acontecer sem a tolerância da parte “racional e respeitável” da sociedade. Incapazes de conter a violência e de construir a possibilidade de uma participação democrática, as instituições políticas têm se prestado única e exclusivamente à validação do grotesco. Vejamos alguns exemplos brasileiros de como instituições “racionais” e da ordem, em seu cotidiano, são importantíssimas como avalistas da barbárie. No último dia 18, a empresa Magazine Luiza anunciou um programa de ação afirmativa visando a contratação de trainees negros. Eis que alguns indignados ressuscitaram o argumento do racismo reverso, uma espécie de cloroquina dos racistas. Como é possível que um argumento tão pedestre possa ser debatido depois de tantos estudos e pesquisas que demonstram que isso não existe? Não custa lembrar que muitos, agora inconformados com o negacionismo científico da extrema direita, até hoje insistem que as cotas são prejudiciais ao país, mesmo contra todas as evidências e estudos já realizados a respeito do tema. Os “antirracistas reversos” são tão negacionistas quanto os que se recusam a usar máscaras durante a pandemia. O negacionismo científico e o racismo são anteriores ao trumpismo e seus similares.
No último dia 28, a Corregedoria Geral de Justiça do Paraná arquivou o procedimento disciplinar contra uma juíza que em uma sentença escreveu: “Seguramente integrante do grupo criminoso, em razão da sua raça, agia de forma extremamente discreta os delitos e o seu comportamento, juntamente com os demais, causavam o desassossego e a desesperança da população, pelo que se deve ser valorada negativamente”. Se ainda existisse processo penal no Brasil, a menção à raça do réu deveria resultar na anulação da sentença, não importando o que a julgadora quis dizer, mas sim o que ela efetivamente disse. Entretanto, segundo os corregedores do TJ-PR, a decisão foi “retirada de contexto”. Notem as semelhanças com a retórica trumpista, na qual o próprio racismo é sempre um erro de contexto ou de interpretação. Por fim, vale lembrar que, no dia 11 de setembro de 2018, o STF rejeitou denúncia de racismo contra o atual presidente da República após este, em um evento público, ter comparado negros a animais. Como a maioria das pessoas, de forma tosca, entende racismo apenas como crime, a absolvição foi sob medida para que o candidato chegasse ungido ao Palácio do Planalto. As instituições estão funcionando. E por isso chegamos até aqui.” [Folha]
E já que Sílvio abriu com o deate americano, vamos à repercussão gringa com o Nelson de Sá:
“O debate entre Donald Trump e Joe Biden foi “Um momento épico de vergonha nacional”, na manchete do site Politico. Ato contínuo, a cobertura americana foi levantar como o resto do mundo retratou a vergonha. Da agência Associated Press ao jornal The Washington Post e ao portal Drudge Report, entre outros, o balanço da repercussão internacional trouxe chamadas como “Luta de gaiola [cage fight] alimenta percepção global de um país em declínio, atolado no caos” e “Noite expõe nação em declínio”.“ [Folha]

“Foram citados editoriais, caso do francês Le Monde, que lamentou o “enfraquecimento de uma das maiores democracias no mundo”. Mas a atenção maior foi para China e Índia, dos jornais Global Times e Times of India. O editor Hu Xijin, do “tabloide nacionalista do PC chinês”, na descrição da AP, escreveu que o debate refletiu a divisão do país “e a erosão acelerada das vantagens do sistema político dos Estados Unidos”. O Times of India publicou que “os Estados Unidos se envergonharam perante o mundo durante cem minutos” e, em resumo, “America lost”, a América perdeu.”

Em reação ao debate, o britânico Financial Times publicou, sob o título “Imagem democrática dos EUA está sangrando”, que sua “reputação em declínio pode ser medida”, citando pesquisa Pew junto a alemães e outros. E que a “capacidade de se governar bem, inclusive realizar eleições, estava decaindo muito antes de Trump”. Em suma, no subtítulo, “Marca dos EUA está em queda livre, para alegria da China”.”
E sigamos com Nelson de Sá, agora sobre o shit show do Brexit:
“No financeiro alemão Handelsblatt, “JP Morgan transfere 200 bilhões de euros para Frankfurt”, tirando de Londres “por causa do brexit”. No Wall Street Journal, depois, “Bancos dos EUA estão tirando ativos de Londres”, acelerando a mudança antes do prazo de 31 de dezembro, quando o Reino Unido deixa a União Europeia, com ou sem acordo. No título do editorial do FT, que é de Londres, em apelo ao governo britânico, “A City não pode ser esquecida nas conversas sobre o brexit”. City é o centro financeiro, “uma das poucas histórias de sucesso do Reino Unido”.”
Passo ao Pedro Doria:
“Todos os olhos devem se voltar para a eleição americana. O alerta para a relação problemática entre mídias sociais e democracia já deveria ter sido ligado bem antes. Se não na ascensão repentina dos populistas do Movimento Cinco Estrelas italianos, em 2014, pelo menos ainda em meados de 2016, quando baseados em mentiras os britânicos optaram num plebiscito por deixar a União Europeia. Mas não foi. O marco é novembro de 2016, quando Donald Trump se elegeu presidente dos Estados Unidos. Ali o alerta ligou. Quatro anos depois, as grandes plataformas já não negam mais que o problema existe, é grande, e muito difícil de resolver. As consequências do mar de desinformação já estão nas ruas. E o ciclo se fecha com a campanha de reeleição de Trump. O que vai acontecer? Há consequências de toda sorte. Esta última semana se iniciou um conflito armado no Azerbaijão, numa província onde vivem armênios. É um canto do mundo no qual as tensões étnicas e o peso da história estão presentes e não irão embora nunca. Líderes armênios e azerbaijanos estiveram esses dias na TV russa não só em reportagens como em debates. Teoricamente, os EUA também estão engajados nas negociações de paz. Mas não é a sério. O jogo está sendo tocado pelo presidente russo, Vladimir Putin. A década de dez foi tudo que Putin queria. “ [O Globo]
Sim, mil vezes sim, Puin sobra no tabuleiro geopolítico. Do jeito dele, né, mas sobra.
A espionagem russa tem um extenso departamento de desinformação. Em geral, suas técnicas são testadas na Ucrânia ou outros vizinhos, e depois empregadas mais além. Em parte, a desinformação que assolou o Reino Unido durante a campanha do Brexit foi russa. O mesmo na eleição americana. É impossível afirmar, com certeza, o tamanho da infiltração de Moscou ou o impacto real nos resultados. Mas o enfraquecimento da UE e uma postura nacionalista americana que faz o país se afastar de sua tradicional sobrepresença internacional ampliaram o espaço de ação para os russos. E eles de presto o ocuparam. Este ano é muito diferente de 2016. As empresas que controlam as redes estão todas muito atentas e é de seu interesse que as eleições transcorram sem problemas. Isto não quer dizer que conseguirão evita-lo. Também esta semana, o Facebook anunciou que vai banir toda publicidade que insinue vitória eleitoral antes do resultado oficial. É este o ponto ao qual a democracia americana chegou. Durante o debate, o presidente Donald Trump se recusou a afirmar que aceitará o resultado das eleições. E como a votação por correio vai ser intensa, é possível que não saibamos o resultado na madrugada de 3 de novembro. A não ser que um deles abra larga vantagem nos estados chaves, o que é improvável, serão precisos mais dois ou três dias de contagem. A campanha do Partido Republicano contra o sistema eleitoral já está intensa. O medo é de que, insuflados por notícias falsas nas redes, eleitores do presidente tomem as ruas em protesto ou com violência argumentando que houve fraude. O que os eleitores democratas tomem as ruas com medo de que haja fraude. Num cenário em que a escolha de eleitores para o Colégio Eleitoral em alguns estados seja contaminada ou que o resultado da contagem vá parar na Suprema Corte, como aconteceu em 2000. Não é absurdo imaginar um cenário em que a eleição americana desague em caos nas ruas, violência, e que o país termine cindido de forma ainda mais grave. Com pelo menos um dos lados convicto de que o resultado foi roubado. George Washington foi eleito presidente em 1789. São 231 anos de eleições realizadas numa terça-feira no início de novembro a cada quatro anos. Uma vez, de fato, um grupo de eleitores contestou duro o resultado de um pleito. 6 de novembro, 1860. Abraham Lincoln vinha com a pauta da abolição. A Guerra Civil explodiu. E cá estamos em 2020, num mar de desinformação. Inacreditável.
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10. Rolé pelo mundo
Da excelente Tatiana Prazeres:
“Em meio a tanto ruído na última Assembleia Geral da ONU, houve algo de positivo que merece ser examinado. A China anunciou que alcançará neutralidade nas emissões de carbono até 2060. Ou seja, até lá pretende zerar o saldo entre o que emite de carbono e o que captura. O anúncio de Xi Jinping foi recebido com surpresa. Muitos avaliavam que a saída dos EUA do Acordo de Paris tivesse tirado a pressão sobre a China. Ou, no mínimo, que a China fosse esperar o resultado das eleições dos EUA para, numa eventual vitória de Joe Biden, tentar maximizar a contrapartida dos americanos. Além da surpresa, o anúncio gerou certo ceticismo. Com cerca de 28% das emissões globais de carbono, a China é líder mundial nesse quesito. Teria que fazer uma transformação brutal da sua economia para atingir a meta. Esses e outros compromissos assumidos pelo governo chinês são vistos com desconfiança em algumas partes.” [Folha]
E a gente com Salles…
“Críticas também surgiram. O prazo de 2060 seria distante demais. O movimento chinês seria motivado pelo interesse em promover a imagem externa do país. Para muitos, da Economist ao Financial Times, o anúncio teria pecado pela falta de detalhes, pela ausência de uma explicação a respeito de como a China atingiria a tal meta. Críticas e excesso de ceticismo perdem de vista o que importa. Em primeiro lugar, a decisão tem valor em si mesma. Em segundo, tem o potencial de influenciar positivamente as negociações internacionais sobre mudanças climáticas. Céticos e críticos tendem a subestimar o poder das metas no modelo político chinês. Uma meta como essa orienta esforços de todo o setor público, incluindo províncias e cidades, bancos e empresas estatais. Influencia alocação de recursos e favorece o desenvolvimento de novas tecnologias. Agiliza mudanças regulatórias e o ajuste de incentivos financeiros para a mudança da matriz energética. Claro, não há garantia de que a meta será efetivamente atingida, mas o compromisso público é sinal de que, sim, a máquina chinesa será posta em marcha numa dada direção. Em se tratando do país que, de longe, mais emite CO2 no mundo, isso tem grande valor. Ao mesmo tempo, o anúncio pode favorecer as negociações sobre aquecimento global, mesmo que elas dependam cada vez mais da dinâmica conflituosa entre China e EUA e menos de fatores inerentes à agenda do clima. Pequim resistia à adoção de prazo para a neutralidade, inclusive porque suas emissões cresceram fortemente nas últimas duas décadas. A nova posição chinesa aumenta a pressão sobre os EUA, que seguem sem prazo para zerar seu saldo de carbono, ainda que suas emissões estejam em queda desde 2009.
Uma eventual eleição de Biden, por si só, já seria um divisor de águas na discussão sobre aquecimento global. O anúncio chinês, no entanto, antecipa a possibilidade de um alinhamento inédito dos astros envolvendo os maiores emissores mundiais de carbono. China, Estados Unidos e União Europeia, que em conjunto respondem por cerca de 45% das emissões globais, poderiam vir a ter não apenas uma visão compartilhada mas também prazos parecidos em relação a neutralizar emissões. Uma vitória democrata nas eleições americanas combinada com a decisão de Xi podem alterar substancialmente a configuração do tabuleiro das negociações climáticas ao criar um ambiente mais cooperativo no centro do sistema internacional. A relação entre China e EUA seguiria muito difícil num eventual governo Biden, mas pelo menos a agenda ambiental poderia ter uma nova chance.”
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11. Um Trump Muito Louco
Trump tuítou diendo que ele e a esposa foram diagnosticados com Covid, Como é que fala “dedo no cu e gritaria” em inglêss?”! Isso há um menos de um mês da eleição
“President Donald Trump has mild, cold-like symptoms after being diagnosed with COVID-19, according to the New York Times. Trump attended a fundraiser at his golf club in Bedminster, New Jersey, where he reportedly appeared lethargic. The president came in contact with roughly 100 people at the event. The president may have been showing signs of the virus as early as Wednesday, per Bloomberg News reporter Jennifer Jacobs. Aides to the president sensed he was not feeling well and some were concerned he had coronavirus.” [Business Insider]
A loucura não pára por aí.
“O chefe de Gabinete da Casa Branca, Mark Meadows, confirmou que o presidente Donald Trump sabia que a conselheira Hope Hicks tinha testado positivo para o novo coronavírus (Sars-CoV-2) antes de embarcar em uma viagem de helicóptero para um evento eleitoral em Nova Jersey. Muitos apontam que Hicks tenha sido a “transmissora” da Covid-19 para o mandatário. Segundo Meadows, “algumas pessoas” da equipe que tinham entrado em contato com a assessora deixaram a aeronave antes de partir, mas Trump decidiu ir e participar da ação para recolher fundos para sua campanha à reeleição nesta quinta-feira (1º).” [Folha]
Enquanto isso…
“A Casa Branca disse em um comunicado que Trump “leva muito a sério sua saúde e segurança e de todos que trabalham em seu apoio e do povo americano” e que seguiu as diretrizes para limitar a exposição ao Covid-19 o máximo possível.'” [Folha]

“O teste positivo de Hicks levanta a possibilidade de outras pessoas próximas a Trump e nos níveis mais altos do governo dos EUA terem sido expostas e também precisarem ficar em quarentena.”
E cadê os asessores brasileiros fazendo gravações das conversas palaciais?!
“Áudios gravados em 2018 e divulgados nesta quinta-feira (2) mostram a primeira-dama dos Estados Unidos, Melania Trump, expressa sua frustração com as críticas à política de separação de famílias de imigrantes promovida pelo governo Trump. Os áudios foram gravados por Stephanie Winston Wolkoff, ex-assessora de Melania e hoje desafeta da primeira-dama, e divulgados pelo jornalista Anderson Cooper, da CNN. Wolkoff publicou um livro contando detalhes de sua relação com Melania.
“Eles dizem que eu sou cúmplice. [Que] eu sou igual a ele, eu o apoio. [Que] eu não digo o suficiente, eu não faço o suficiente de onde estou”, diz Melania em um trecho dos áudios. Melania também aparece reclamando de tarefas tradicionalmente atribuídas a quem ocupa o cargo de primeira-dama, como organizar os preparativos e a decoração para o Natal na Casa Branca. “Estou trabalhando … para burro nas coisas do Natal, que, você sabe, quem dá a mínima para as coisas e decorações de Natal? Mas eu tenho que fazer isso, certo?”, diz a primeira-dama. “Ok, daí eu faço isso e digo que estou trabalhando para o Natal, e planejando o Natal, e eles dizem ‘ah, mas e as crianças que estão sendo separadas?’ Dá a p**** de um tempo! Eles diziam algo quando o Obama fazia isso? Eu não posso ir, eu estava tentando reunir a criança com a mãe. Eu não tive a oportunidade —é preciso seguir o processo e seguir a lei”, continua Melania.
O governo Trump foi duramente criticado por separar crianças de seus pais em centros de detenção para imigrantes capturados ao tentar atravessar a fronteira —a prática, feita de modo indiscriminado, foi interrompida após decisão judicial. Uma porta-voz da primeira-dama criticou Wolkoff por vazar o conteúdo de suas conversas com Melania. “Gravar a primeira dama em segredo e conscientemente violar um acordo de confidencialidade para publicar um livro lascivo é uma clara tentativa de chamar atenção”, afirmou.” [Folha]
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>>>> Onde já se viu um édico cumprindo decisão judicial?! “O Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (Cremepe) abriu uma sindicância para apurar a conduta do médico Olimpio Barbosa de Moraes Filho, que realizou um aborto legal em uma criança capixaba de 10 anos vítima de estupro. A investigação foi aberta após queixa do Movimento Legislação e Vida, antiaborto. A denúncia se baseia em norma técnica do Ministério da Saúde que cita a possibilidade de aborto humanizado até 22ª semana (o caso tinha 22 semanas e 4 dias). Procurado pela coluna, o médico diz que responderá com “a tranquilidade de quem agiu perante a ética médica”. A Justiça do ES deu aval para a interrupção voluntária baseando-se na previsão legal para aborto em caso de estupro e destacando o sofrimento psicológico da criança.” [Folha]
>>>> Decidam-se: “Um setor da PF, que cuida de armas, respondeu a requerimento do deputado Ivan Valente (PSOL-SP) dizendo que não participou das discussões do Ministério da Justiça sobre a criação do escritório de importação de armas em Washington. Outra ala do órgão, do setor de logística, garante que foi incluída. O projeto permitirá aquisições de equipamentos de melhor qualidade com preços mais acessíveis, segundo a PF. Para Felippe Angeli, relações institucionais do Instituto Sou da Paz, diversos setores e organizações sociais estão alijadas do debate sobre a política de armas do governo Bolsonaro: “Esta é uma indústria cheia de interesses”, afirma. ” [Estadão]
>>>> Não faço a menor idéia quem está certo nessa disputa aí, confesso:: “Em reunião do partido na noite desta quinta-feira, o deputado federal Marcelo Freixo ameaçou deixar o PSOL caso a sigla tome medida contra a candidatura de Wesley Teixeira a vereador em Duque de Caixas, na Baixada Fluminense. O educador e ativista do movimento negro corre o risco de ser punido pelo PSOL por ter recebido R$ 75 mil em doações de empresários para a campanha. Doaram para a campanha de Wesley nomes como Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central, o cineasta João Moreira Salles e a herdeira do banco Itaú Beatriz Bracher. Depois do PDT: PSOL do Rio veta candidatos que passaram por grupos de ‘renovação da política’ Alas do partidos defendem que Wesley devolva os valores doados à sua campanha, e discutem outras sanções. Esses integrantes alegam a existência de uma resolução interna da sigla, de 2008, que impede filiados de receberem doação de grandes empresários, especuladores imobiliários, pessoas com envolvimento em processos por danos ambientais. O caso ampliou o desgaste de Freixo com parte do partido. O deputado sofreu resistência de setores PSOL há poucas semanas, quando cogitou retomar a candidatura a prefeito do Rio, depois de ter anunciado a desistência no primeiro semestre. Nesta quinta, Freixo ameaçou deixar a sigla, em defesa de Wesley: — Se formalizarem alguma tentativa de impugnar a sua candidatura, Wesley, eu saio do PSOL, porque não tem condições de eu ficar em um partido que não vê o tamanho do que você representa para a democracia brasileira – afirmou o parlamentar, lembrando que em 2012 recebeu doações de Guilherme Leal, um dos fundadores da Natura, para a sua campanha à prefeitura do Rio, e ninguém cogitou impugnação. A declaração foi feita durante uma plenária virtual realizada nesta quinta-feira. No evento, Teixeira, reafirmou sua posição de continuar com o dinheiro que foi doado. As doações chegaram até o educador após uma reunião dele e da ativista antirracismodo Instituto Geledés, Sueli Carneiro, que apoia a candidatura, com integrantes da sociedade civil. Garotinho, Maia e Picciani: os caciques do Rio nos bastidores da eleição para prefeito — Nós vamos aceitar os valores que foram doados. Vamos usar esses recursos para fazer essa campanha histórica e ter a chance de depois de muitos anos eleger alguém diferente das famílias que estão ai por muitos anos’ – afirmou Teixeira. O humorista Marcelo Adnet também usou suas redes para sair em defesa de Wesley. ‘Eu sou team @wesleyteixeiras ! Poder à periferia e a quem esteve silenciado por séculos. Que a grana que isola agora possa ajudar a incluir’, escreveu. O candidato compartilhou a publicação junto com a afirmação ‘Dinheiro pra nós é proteção!’. Ainda durante a plenária, sem citar o PSOL, Wesley Teixeira reclamou de desigualdades na distribuição feita pelos partidos do fundo eleitoral para os candidatos. — Os partidos políticos ainda fazem uma distribuição desigual dos fundos eleitorais nesse país. E é o movimento negro que tem que denunciar ao Supremo Tribunal Federal (STF) uma melhor distribuição, mais justa e igualitária. E ai existe escala de aliança sim – avaliou.” [O Globo]
>>>> Novo diretor do INPE: “O ministro de Ciência, Tecnologia e Inovação, Marcos Pontes, nomeou nesta sexta-fera o engenheiro eletricista Clezio Marcos de Nardin como o novo diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). A escolha põe fim à interinidade de Darcton Policarpo Damião, à frente do órgão desde agosto de 2019, quando o físico Ricardo Galvão foi exonerado após um embate com o presidente Jair Bolsonaro sobre a idoneidade dos dados do instituto a respeito do desmatamento na Floresta Amazônica. Segundo o portal G1, Nardin é um dos nomes indicados na lista tríplice da disputa, que havia sido um dos nove candidatos ao comando da instituição. Ele é formado em engenharia elétrica pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), em 1996, e tem doutorado em Geofísica Espacial. Ele também foi vice-diretor do International Space Environment Service (Ises), uma entidade internacional voltada para o clima espacial. Damião, por sua vez, assumirá o cargo de assessor especial na pasta do ministro. A disputa pelo comando do instituto era acompanhada com atenção por especialistas e ambientalistas, uma vez que os dados de desmatamento e queimadas têm sido frontalmente questionados por autoridades da República, como o presidente Jair Bolsonaro e o vice-presidente Hamilton Mourão, além do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles. Recentemente, Mourão acusou um suposto “opositor” do governo de divulgar dados negativos relativos à Amazônia. Posteriormente, ao ser informado de que os dados do Inpe são públicos, o vice-presidente, presidente do Conselho da Amazônia, alegou que não sabia do detalhe.” [O Globo]
>>>> Pilantragem: “O programa Floresta+, uma das principais bandeiras do governo hoje para rebater críticas ao desmatamento e às queimadas, não tem nada a ver com Bolsonaro ou Ricardo Salles, como eles querem fazer parecer em suas redes sociais e entrevistas. O programa foi feito no governo de Michel Temer, a partir de resultados contra o desmatamento obtidos no governo de Dilma Rousseff. O Floresta+ paga o pequeno produtor rural da Amazônia que cumpre o Código Florestal e tem uma área excedente à reserva legal para manter aquela parte da floresta em pé. O projeto foi enviado na gestão do ex-ministro Sarney Filho, no governo Temer, para o Green Climate Fund, fundo multilateral bilionário sobre mudanças do clima, que só permitiu a captação de R$ 500 milhões pelo Brasil por causa da queda no desmatamento da Amazônia no governo Dilma. Bolsonaro e Salles estão badalando o programa, mas esqueceram de contar que ele só existe graças aos governos Temer e Dilma..” [Época]
>>>> Tô na dúvida se o governo vai usar a pandemia pra inviabilizar o censo ou se o governo vai usar a pandemia pra inviabilizar o censo: “O Ministério da Saúde deverá fazer um estudo nas próximas semanas sobre a viabilidade sanitária de realizar o censo demográfico no ano que vem. O levantamento analisará se o recenseamento pode disseminar o coronavírus, já que os entrevistadores vão de casa em casa, em contato com a população. O andamento do estudo, no entanto, deve seguir “ritmo lento”, segundo apurou a Coluna. Se a pasta chegar à conclusão de que a realização do censo ainda não é recomendável, os recursos destinados a ele serão remanejados para outras áreas. O governo incluiu na proposta de Orçamento para 2021, R$ 2 bilhões para a realização do censo demográfico. A estimativa é de que 71 milhões de domicílios em todo o território nacional sejam visitados.” [Estadão] Guedes já deve ter esses bilhões como favas contadas em seu ajuste.
>>>> Certo tá o Fernandéz: “O governo do presidente argentino, Alberto Fernández, enfrenta fortes tensões internas e externas por declarações feitas por seu embaixador na Organização de Estados Americanos (OEA), Carlos Raimundi, que relativizou nesta semana relatórios recentes elaborados no âmbito das Nações Unidas sobre violações dos direitos humanos na Venezuela. Embora a Casa Rosada mantenha uma postura favorável à negociação com o presidente Nicolás Maduro para que possam ser realizadas eleições gerais no país, o governo Fernández já reconheceu, publicamente, sua preocupação com a situação dos direitos humanos e a grave crise política e humanitária que se vivem na Venezuela. As declarações de Raimundi causaram profundo mal estar na ala mais moderada do governo argentino. O embaixador está vinculado ao kirchnerismo e suas opiniões representam o setor mais radical da aliança entre peronistas e kirchneristas. Em suas declarações, que foram desautorizadas internamente pelo presidente, Raimundi defendeu o governo Maduro e lamentou que a Venezuela tenha sofrido “um forte assédio intervencionista” nos últimos anos, em clara referência à atuação do governo americano comandado por Donald Trump, em aliança com parceiros regionais como Brasil e Colômbia. Em nota oficial, o Ministério das Relações Exteriores argentino afirmou que “a posição argentina em relação à Venezuela é continuar apoiando a necesidade de que sejam reestabelecidas plenamente as instituições democráticas”. Na mesma nota, o governo argentino diz que “a Venezuela tem a responsabilidade sobre o pleno respeito dos direitos humanos” e manifesta “nossa grande preocupação pelas graves violações dos direitos humanos que são informadas” em recentes relatórios de missões da ONU. Em Buenos Aires, especula-se com um pedido formal de afastamento do embaixador político, que Fernández teria demorado alguns dias em aceitar no início de sua gestão. As declarações de Raimundi caíram como um balde de água fria entre os funcionários do governo argentino que participam das negociações entre o país e o Fundo Monetário Internacional (FMI), onde o peso dos EUA é enorme. A última coisa que Fernández precisava neste momento era de um conflito com o governo americano pela Venezuela de Maduro. Na próxima semana, a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) discutirá os relatórios elaborados pelas missões da ONU nos últimos meses. Um deles, resultado de uma missão especial que teve o objetivo específico de confirmar se Maduro e seu governo comentem, ou não, crimes de lesa humanidade, descreveu em mais de 400 páginas o que definiu como um plano sistemático de ataque à população civil. Na CIDH, disse uma fonte argentina, o governo Fernández dirá o que vem dizendo há algum tempo: que o governo venezuelano viola os direitos humanos, por ação ou omissão. O recente envio de uma missão da União Europeia (UE) a Caracas não alterou, ainda, os planos de Maduro de convocar eleições legislativas para o próximo dia 6 de dezembro. Os representantes da UE tentaram convencer o chefe de Estado venezuelano a adiar o pleito, oferecendo, em troca, a possibilidade de realizar a observação internacional. Mas o presidente insistiu em dizer que seria inconstitucional postergar a eleição. Se o plano for, de fato, mantido, a Assembleia Nacional será renovada daqui a dois meses, o que anulará definitivamente a AN controlada pela oposição, presidida por Juan Guaidó e reconhecida por mais de 50 países. O pedido de adiamento da UE conta internamente com o apoio do também líder opositor Henrique Capriles, que negociou recentemente com Maduro a liberação de mais de 100 presos políticos e deputados preseguidos pelo regime.” [O Globo]
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