Texto de Pedro Daltro e edição de Cristiano Botafogo, os episódios você ouve lá na Central3.
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1. “E daí?”
O instinto paterno falou mais alto e Bolsonaro ligou o foda-se em alto e bom som para sua base de apoio:
“Na tentativa de blindar a sua gestão, o presidente Jair Bolsonaro deu uma guinada em seu estilo de governar ao priorizar uma relação harmônica com o Legislativo e o Judiciário em oposição às críticas de sua base eleitoral. O jantar no último final de semana na casa do ministro Dias Toffoli, do STF (Supremo Tribunal Federal), evidenciou o esforço do presidente de mudar sua relação com autoridades que são estratégicas para o êxito de seu mandato e que, no passado, sofreram críticas do chefe do Executivo. Para assessores palacianos, o encontro demonstra que o presidente adotou um novo método de fazer política, baseado no diálogo em contraposição ao embate. Ele contou com as presenças do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), e do indicado para a vaga do decano Celso de Mello no STF, Kassio Nunes Marques. O movimento, no entanto, preteriu o presidente do STF, Luiz Fux, e deixou evidente que, quando coloca na balança, Bolsonaro opta por privilegiar o núcleo garantista do Supremo, que costuma impor derrotas à Operação Lava Jato e que trata de investigações que têm a família do presidente como alvo.” [Folha]
Sim, essa sucessão de plot twists presidenciais é um pai desesperado tentando salvar seus filhos. Não à toa a indicação de Kassio tem as digital de Wassef, o anfitrião do Queiroz. E quem primeiro mencionou o nome do Wassef foi ninguém mais ninguém menos que ALlan Santos, e foi posteriomente confirmado pela Folha.
E “nunca antes na história desse país, companheiro”...
“Não é só entre senadores que Kassio Nunes busca apoio a seu nome para o STF. Diante da resistência de alas mais radicais de bolsonaristas e conservadores, o magistrado tentou contemporizar. No sábado, buscou Silas Malafaia e, nesta segunda (5), Abraham Weintraub postou em suas redes sociais que conversou durante “longas horas” com o magistrado. O ex-ministro da Educação defendeu a prisão de magistrados do STF antes de se exilar no Banco Mundial. “O Dr. Kassio se comprometeu a seguir as leis e a Constituição, sem ativismo judicial. Confiamos no presidente e no sucesso do governo”, disse Weintraub no Twitter.” [Folha]

Não imagino castigo maior que passar “longas horas” conversando com Abraham. Nessa distopia escrota um indicado à Suprema Corte não recisa apenas de apoio dos senadores, mas também duns malucos direitistas. Não à toa Kassio tá citando Scalia por aí:
“Na rodada de apresentação que tem feito a senadores, Kassio Marques tem citado uma frase do ex-ministro da Suprema Corte dos Estados Unidos, Antonin Scalia, conservador, no sentido de que o juiz constitucional deve interpretar a lei pela lei, não deve colocar sua visão pessoal de mundo substituindo a lei.” [Estadão]

Isso, há algumas décadas mulher não podia votar. Divórico era proibido. Indo mais pra trás negros eram propriedades de branco, tava no ordenamento jurídico da época. Interpretar a lei ao pé da letra é crer que vivemos em um iluminismo jurídico, e isso é uma viagem muito errada.

E eis a parte mais absurda:
“A prova da aproximação é o fato de Bolsonaro ter escolhido ao Supremo um nome indicado por seu filho mais velho, o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), e por ter definido a escolha em jantar na casa do ministro Gilmar Mendes, do STF, com as presenças de Toffoli e Alcolumbre, que chancelaram o nome de Kassio. Gilmar relata o caso que questiona o foro especial concedido a Flávio na investigação sobre a existência de um esquema de “rachadinha”, em que os funcionários repassariam parte do salário, quando ele era deputado estadual pelo Rio de Janeiro.”

Um ministro do STF participar da costura já seria absurdo, mas justamente o relator do caso envolvendo o filho que abençõou a indicação?! Nessa putaria toda ninguém consegue espantar mais que o Gilmar, porra! E olha qie é cada figura competindo… E sabe quem também tem certos interesses no STF?
“Em outra frente, Bolsonaro zela pela relação que tem com Alcolumbre, desde o início do governo tratado como um aliado no Congresso. Além de ditar a pauta e ajudar a articular a aprovação de reformas essenciais ao Planalto, o senador também evita derrotas a Bolsonaro. O presidente do Senado, por exemplo, tem adiado o quanto pode a votação de vetos caros ao presidente e à equipe econômica, como o que barrou a desoneração da folha de pagamento de 17 setores. Hoje, o clima no Congresso é pela derrubada do veto. Enquanto o governo não chega a um acordo com os parlamentares, Alcolumbre adia a votação. Em troca, o senador tem o apoio do presidente na sua estratégia de buscar a reeleição ao comando do Senado —hoje é proibida a recondução na mesma legislatura. Alcolumbre inclusive foi beneficiado por um parecer da AGU (Advocacia Geral da União), enviado ao Supremo em ação que questiona a tentativa de reeleição do parlamentar, que pode beneficiá-lo.”
E no Senado o PT apóia a reeleição do Alcolumbre apesar dessa possibilidade não constar no regimento da casa, casuísmo de cu é rola!
E tem mais plot twist, Brasil!
“A Igreja Universal do Reino de Deus, liderada pelo bispo Edir Macedo, apoia a indicação do desembargador Kassio Nunes Marques para o STF (Supremo Tribunal Federal). O nome dele já foi enviado ao Senado pelo presidente Jair Bolsonaro. A sabatina e posterior aprovação da indicação devem ocorrer nos próximos dias.” [Folha]
O jogo é bruto!
“O apoio da igreja de Macedo, que é dono da TV Record, isola ainda mais o pastor Silas Malafaia, entre os evangélicos.”
Que eles se matem.
“Desde que Kassio Marques foi indicado, Malafaia publicou vídeos dizendo que o ato de Bolsonaro era “absurdo e vergonhoso”, e que era “aliado” de Bolsonaro, mas não “alienado”. Ele diz que o desembargador é esquerdista e que o presidente deveria ter indicado uma pessoa “terrivelmente de direita” para o cargo.”
Malafaia chegoua entregar uma lista tríplice terrivelmente evangélica, viado!
“O pastor Silas Malafaia já foi escanteado outras vezes pelo presidente Jair Bolsonaro no preenchimento de cargos da administração: no começo do governo, ele indicou o procurador-geral da República Guilherme Shelb para o Ministério da Educação (MEC). Foi ignorado.” [Folha]

“Há algumas semanas, levou uma listra tríplice de candidatos “terrivelmente evangélicos” para o STF. Bolsonaro acabou indicando um católico, o desembargador Kassio Nunes Marques. A reação de Malafaia, desta vez, foi virulenta. Desde a semana passada ele vem postando diversos vídeos chamando o ato de Bolsonaro de “vergonhoso”.

“Já a Universal diz que a indicação do desembargador federal “pode representar um acréscimo à nossa Suprema Corte, sempre no caminho do desejável equilíbrio que toda a sociedade brasileira demanda e espera do Poder Judiciário”. De acordo com texto publicado pela ingreja, “os bispos, pastores e os sete milhões de fiéis e simpatizantes da Universal do Brasil têm a expectativa de que o nome escolhido pelo presidente Jair Bolsonaro, e que ainda será submetido à aprovação do Senado Federal, saberá honrar a cadeira que ocupará no STF, em benefício de um país e de uma Justiça menos desiguais, como determina a Constituição Federal”.”
Apoio do Edir é batom na cueca, hein. Ah, e até agora nada do Kassio desmentir o presidente e dizer que não abriu voto nenhum. Significa.
Esse texto do Fredrico Vasconcellos sobre o anfitrião Toffoli é certeiro:
“Um magistrado ficou incomodado com o fato de Toffoli dizer que recebeu em sua casa –por “amizade”– Jair Bolsonaro, Kassio Nunes e Davi Alcolumbre.
– Toffoli quer virar ministro do Executivo. Alguém tem que falar a ele que amizade assim gera suspeição, comentou o juiz.
“Nos bastidores, Toffoli tem dito que é preciso manter a harmonia entre os Poderes e que não há nenhum prejuízo de que a cúpula deles se reúna”, revela o Painel da Folha. Ainda segundo o mesmo magistrado:
– Ele não pode mais dizer que zela pelo entendimento entre os Poderes. Isso é para o presidente do STF, Luiz Fux.” [Folha]
Ah, até hoje os milicos não engoliram “o ovo da serpente'” denunicado por Celsão e é um coice atrás do outro no decano, essa do Mourão é INACREDITÁVEL:
“Para Mourão, faz parte do processo de indicação o relacionamento de Marques com ministros e senadores, mesmo antes da aposentadoria de Celso de Mello. No sábado, Kassio e Bolsonaro participaram de uma “confraternização” fora da agenda na casa do ministro Dias Toffoli, do STF. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), também estava presente. “O ministro Celso de Mello já ‘is history’. Ele já foi. Já entrou com o pedido dele de aposentadoria. Então, é só uma questão burocrática. O indicado pelo presidente, o desembargador Kassio Marques, está fazendo aquilo que prevê a liturgia do cargo”, disse Mourão.” [Estadão]

Caralho, Celsão, deixa isso passar batido não! E não basta anunciar nome antes da aposentadoria do Celsão, Bolsonaro voltou a falar da vaga que abrirá no ano que vem. E fez isso na festa de aniversário de um pastor, só isso já seria surreal, e de quebra falou em pastor no STF. Sim, o “terrivelmente evangélico” agora tem que ser pastor.
“Durante seu discurso, o presidente renovou a promessa de indicar um ministro “terrivelmente evangélico” para a vaga a ser aberta em 2021 no STF (Supremo Tribunal Federal) e acrescentou que o escolhido será um pastor. “Imaginemos as sessões daquele Supremo Tribunal Federal começarem com uma oração”, disse.”

Vamos ao Fábio Zanini, com o didático título “Apesar de frustração com STF, conservadores não pularão do barco de Bolsonaro”:
“De empresários a líderes religiosos, de deputados a filósofos, a grita em torno da nomeação de Kassio Nunes para o Supremo Tribunal Federal coloca a pergunta: estariam o conservadorismo e o presidente Jair Bolsonaro vivendo sua crise definitiva? É tentador dizer que sim, mas a realidade recomenda mais cautela. O barulho desta vez está maior, mas não é a primeira vez que Bolsonaro decepciona sua base mais fiel. Já ocorreu, apenas para citar dois exemplos, nos casos da aliança com o centrão e da nomeação de Augusto Aras para a Procuradoria-Geral da República. E por que agora chegamos ao ponto de especular-se um rompimento definitivo? Há diversos ingredientes para isso. O primeiro é uma sensação de que o presidente foi desleal. Desde antes da posse, ele já prometia um conservador puro-sangue para a vaga de Celso de Mello. Se fosse evangélico, tanto melhor, mas nem isso seria necessário. Bastava que professasse os valores da família, da pátria e de Deus e tivesse um compromisso com o punitivismo, que se traduz em prestigiar a Lava Jato. Afinal, mesmo após o traumático divórcio com Sergio Moro, um certo espírito encarnado pelo ex-juiz segue sendo um valor precioso para parte importante da base do presidente. O desembargador Kassio simplesmente não é visto como alguém a preencher esses requisitos. O segundo ingrediente deriva do primeiro. Para os autodeclarados líderes da revolução conservadora em curso no país, coisas como acesso a armas, liberação de agrotóxicos ou ensino domiciliar são avanços desejáveis, mas acessórios. A verdadeira mudança se traduz na limpeza das instituições. Uma franja lunática defende que isso ocorra invocando um novo AI-5 ou o artigo 142 da Constituição, que, segundo essa interpretação descabida, abriria caminho para uma intervenção militar. A maioria realista, no entanto, sabe que o avanço tem de ser gradual. Em 2018, a direita abocanhou o Executivo e um naco do Legislativo, algo que almeja ampliar em 2022. Capturar o Supremo, com suas regras rígidas de preenchimento, é algo bem mais complicado. Perder uma oportunidade, como o que o presidente acaba de fazer, é algo visto como inexplicável. Para azar de Bolsonaro, a vaga brasileira surgiu no momento em que o mesmo ocorreu nos EUA, e o contraste com a escolha de Donald Trump para a Suprema Corte, de uma conservadora acima de qualquer suspeita, ficou evidente.” [Folha]
Essa ironia de fato foi maravilhosa.
“Em breve, os EUA poderão ter uma sólida maioria conservadora de 6 juízes a 3. Aqui, nem a chance de fazer 10 a 1 Bolsonaro aproveitou (ou 9 a 2, se Dias Toffoli for contabilizado no campo do presidente, o que hoje não soa tão absurdo). Do ponto de vista dos conservadores, há agreavantes como a ligação de Kassio com figuras petistas, sua decisão que beneficiou o terrorista Cesare Battisti (embora numa questão processual, não de mérito) e a relutância em apoiar a prisão após a condenação em segunda instância. Nada que se compare ao simbolismo de liberar lagostas para o bufê do STF. Quem já esteve numa manifestação bolsonarista pôde perceber a quantidade de alusões a esse assunto. A artilharia pesada não tardou. Veio de Winston Ling, empresário bolsonarista de primeira hora, e dos editores do jornal Brasil Sem Medo, uma espécie de Pravda de Olavo de Carvalho. Veio do analista conservador Leandro Ruschel, do deputado Luiz Philippe de Orleans e Bragança (PSL-SP) e até do líder de facto da tropa de choque digital do presidente, Allan dos Santos, entre outros. Se tanta gente de peso rompesse, haveria um estrago à base conservadora do presidente inegável. Mas até esta terça-feira (6), esse rompimento generalizado não havia ocorrido. Provavelmente, não ocorrerá. Os ativistas conservadores falam a mesma língua de Bolsonaro, que nem sempre é compreendida por quem observa de fora. É o idioma das declarações extremadas e dos tuítes cortantes, da boca suja de Olavo e do “acabou, porra”. Eles sabem que o presidente é suscetível a esse tipo de tensionamento, até porque Bolsonaro vem da mesma linhagem. A voz grossa deve ser vista como uma tentativa de pressão, nunca como um afastamento definitivo. Deu certo em outras circunstâncias, como no cancelamento de nomeações de indicados para a pasta da Educação, por exemplo. A diferença é que dessa vez Bolsonaro decidiu que não vai recuar. Pelo menos, por enquanto. Os conservadores são diferentes dos lavajatistas, que sempre foram uma espécie de módulo acoplado à nave-mãe do presidente. Com Moro defenestrado, muitos, embora não todos, seguiram seu comandante para a oposição. A direita ligada ao presidente, no entanto, não tem para onde correr. Sem Bolsonaro, quem será seu campeão? Damares Alves ou Abraham Weintraub, ídolos da base, ainda parecem muito periféricos para serem vistos uma opção realista. E seguem jurando lealdade ao presidente… Tudo isso leva a crer que não será dessa vez que a barca conservadora se partirá.”
Bolsonaro quer salvar os filhos e sabe que esse pessoal mais fanático da sua base de apoio não tem pra onde correr, vão colar com quem?! Podem chiar agora mas na hora da eleição votarão nele, sabe como é, olha a esquerda à espretia aí, Brasil vai virar Venezuela e bla bla bla. Agopra, fazer isso ao mesmo tempo que Guedes é velado há semanas no Palácio do Planalto é uma aposta arriscadíssima.
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2. Maia & Guedes
Maia até que tenta, mas o Guedes…
“Em pronunciamento após o jantar desta segunda, Guedes e Maia emitiram sinais de que se reconciliaram. “Nos meses seguintes à [reforma da] Previdência, por divergências, por erros, e eu assumo os meus, fomos nos afastando, agora na pandemia mais ainda. Na semana passada, deixo aqui meu pedido de desculpa, fui indelicado e grosseiro, não é do meu feitio”, afirmou Maia. Guedes, que estava ao lado do presidente da Câmara, disse que não proferiu uma ofensa pessoal quando falou das privatizações e classificou a declaração como “troca de opiniões”. “Caso eu tenha ofendido o presidente Rodrigo Maia ou qualquer político que eu possa ter ofendido inadvertidamente, eu peço desculpas também. Não há problemas.” [Folha]

Guedes só dá desculpas na base do “se“, e olha que faltou saliva de tanto que ele cuspiu no Guedes.
“”Eu às vezes dou alguns exemplos genéricos, e às vezes posso estar ofendendo alguém, eu sempre faço questão de pedir desculpas e esclarecer”, afirmou Guedes. Maia e Guedes fizeram trocas públicas de acusações nas últimas semanas. Na terça-feira (29), o presidente da Câmara publicou uma pergunta em suas redes sociais: “Por que Paulo Guedes interditou o debate da reforma tributária?”, escreveu. Menos de 24 horas depois, Guedes afirmou, em transmissão ao vivo pela internet, que há boatos de que haveria um acordo de Maia com a esquerda para travar as privatizações. Em seguida, Maia chamou Guedes de desequilibrado.”
E quem tá costurando a Pax é o sumido Renan Calheiros:
“Com a ampliação da tensão, membros do governo e congressistas entraram em campo para tentar apaziguar a relação. Com negociações dos senadores Renan Calheiros (MDB-AL) e Katia Abreu (PP-TO), os dois aceitaram participar de jantar na casa de Bruno Dantas, ministro do TCU (Tribunal de Contas da União). Também estiveram presentes no encontro o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), o presidente do TCU, José Mucio Monteiro, o ministro do TCU Vital do Rêgo e o ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos. Além dos senadores Renan e Katia, o jantar contou com a presença do líder do MDB na Câmara, deputado Baleia Rossi (SP), e do senador Eduardo Braga (MDB-AM).”
Por que diabos aguem achou uma boa idéia fazer isso na casa dum ministro do TCU, órgão responsável por fiscalizar as contas do governo?!

A indicação do Kassio foi selada na csa do Gilmar, o convescote sábado foi na casa do Toffoli e agora o anfitrião é ministro do TCU!
“No encontro, Maia fez um discurso, pediu desculpas a Guedes e foi aplaudido pelos presentes. Durante o jantar, o presidente da Câmara ainda disse que não bastará cortar a gordura, mas será necessário “cortar no músculo”, em referência aos gastos públicos.”
E olha o beabá fiscal que o Maia teve que explicar ao Guedes:
“Segundo pessoas que participaram do jantar, Maia afirmou que não é suficiente encontrar uma receita para o novo programa, uma vez que o teto de gastos não dá margem para mais despesas. A regra limita o aumento de despesas à inflação do ano anterior. O presidente da Câmara, então, defendeu cortes nas despesas para liberar recursos para a expansão do programa. Seriam, com isso, priorizados gastos inadiáveis e eliminados os supérfluos.”
Até agra o governo não entendeu o conceito de teto de gastos, fascinante.
“A tentativa de reaproximação de Paulo Guedes com Rodrigo Maia (DEM-RJ) é entendida por alguns envolvidos na articulação como a última chance do ministro: ou ele modera o tom em momentos críticos ou continuará na frigideira. Nas Avenidas Paulista e Faria Lima, há quem tenha leitura semelhante e, por isso, também trabalhe pelo entendimento entre o ministro da Economia e o presidente da Câmara. A novidade no mercado financeiro e setor produtivo, porém, é o surgimento de um grupo que considera o desgaste de Guedes irreversível. Para esse último grupo, a substituição do ministro seria apenas uma questão de tempo. Nomes sondados até agora não teriam aceitado a missão.” [Estadão]
Quem vai ser trouxa de ser tutelado pelo capitão em campanha de reeleição?!
“Guedes, nesse cenário, pode continuar por falta de opção. Afinal, não é fácil substituir um ministro da Economia sem provocar traumas no mercado.”
Velório sem hora pra acabar.
E não é o primeiro ministro da Fazenda com quem Maia se desculpa, voltemos a 2016:
“Naquela feita, Maia pediu desculpas ao governo pelas palavras “fora do tom” ditas por ele quando chegou ao seu pavilhão auricular que o secretário de Fazenda do ministério capitaneado por Meirelles, Jorge Rachid, atuava nos bastidores para desfazer mudanças feitas pelos deputados, e acordadas com Meirelles, no projeto de repatriação de recursos enviados ilegalmente ao exterior. “Não trate a gente como palhaço” foram as palavras “fora do tom”. Isto foi em outubro de 2016. Em troca do apoio de Meirelles ao projeto de repatriação, Maia “se comprometeu com a agenda de reformas do governo”. Isso foi em outubro. Em dezembro, Maia recebeu Meirelles para um almoço “em clima de reconciliação”, após contendas em torno do projeto de socorro fiscal sem contrapartida para os Estados. No almoço, o presidente da Câmara reiterou, mais uma vez, seu “compromisso com o ajuste fiscal”.” [Come Ananás]
Sempre é esquisito ver Bolsonaro tentando mediar alguma disputa.
“É esperada para a reunião ministerial de logo mais uma chamada de nos dois ministros que andam brigando em público — Paulo Guedes e Rogério Marinho. De acordo com um ministro palaciano, Bolsonaro “vai botar ordem na casa”.” [O Globo]
Mas o que importa de fato é que o governo continua sem saber pra onde correr:
“O presidente Jair Bolsonaro reafirmou a seus assessores e aliados que não irá dar aval a propostas polêmicas de financiamento do programa Renda Cidadã antes das eleições municipais.” [G1]

“Segundo interlocutores do presidente, ele não quer gerar notícia negativa para seus candidatos e aliados no pleito municipal. Por isso, assessores palacianos disseram ao blog que Bolsonaro prefere, neste momento, oficializar apenas a proposta de criação do programa social, com seus objetivos e universo de famílias a ser atendido, deixando para depois a definição sobre de onde virá o dinheiro.”

Entendeu?! Vamos anunciar a parte boa e ganhar uns votos, passada a eleição a gente distribui maldades.
“A insistência do presidente foi repassada à sua equipe e ocorre num momento em que voltam a circular propostas considera inadequadas por Bolsonaro, como acabar com o desconto padrão de 20% na declaração anual do Imposto de Renda da pessoa física. A ideia acaba prejudicando quem ganha menos.“
O sujeito tem uma equipe de chicago boys e acha inadequadas as propostas dos Chicago Boys.
“Há pressão dentro do governo para flexibilizar o teto ou prorrogar o decreto de calamidade pública. Mas isso seria “um tiro no pé”, neste momento, admitiu um integrante da ala política, citando o já elevado nervosismo do mercado financeiro, particularmente dos mercados de juros e câmbio, que estão refletindo um aumento na percepção de risco de descumprimento das regras fiscais. O decreto de calamidade permite à União aumentar o endividamento, até 31 de dezembro, para fazer frente aos gastos no enfrentamento da pandemia. Mas os investidores estão cobrando cada vez mais caro para financiar a dívida da União, diante da deterioração de expectativa sobre a situação fiscal do país, com um déficit que beira o R$ 1 trilhão e uma dívida que caminha para os 100% do Produto Interno Bruto (PIB).” [O Globo]
E o Guedes é muito louco, olha a pilantragem:
“Documentos do Ministério da Economia revelam que o ministro Paulo Guedes tentou incluir na proposta de reforma administrativa dispositivo para facilitar a privatização de empresas estatais de todos os entes da Federação. A ideia estava na versão da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que Guedes enviou ao Planalto em fevereiro deste ano. O trecho foi retirado antes do envio da proposta ao Congresso, o que só ocorreu no mês passado. O texto original de Guedes ainda tentava suspender o salário de servidores de carreira que concorressem a um cargo político durante as eleições, o que hoje não acontece, e ainda previa a exoneração dos ocupantes de cargos de confiança que registrassem suas candidaturas. Os documentos sobre a tramitação da reforma administrativa dentro do governo haviam sido mantidos em sigilo pelo Ministério da Economia. Pedido de acesso feito pelo GLOBO fora negado pela Pasta. Após divulgação da restrição, o ministério mudou de posição e liberou parte dos documentos. Os arquivos abertos para consulta contêm minutas, pareceres e até e-mails de servidores da Economia. Uma das minutas da proposta da reforma administrativa, assinada por Guedes, mudava o artigo 173 da Constituição. Esse dispositivo prevê que “a exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo”. O texto do ministério retirava o “relevante interesse coletivo” do artigo. Além disso, estabelecia um prazo de três anos para a privatização das empresas estatais caso o chefe do Poder Executivo do ente Federativo não ratificasse “o interesse público na manutenção da empresa”. Ou seja, a versão original da PEC invertia a lógica das privatizações. Ao invés de o presidente propor a venda de uma ou outra empresa, o governo ficava previamente autorizado a privatizar todas as empresas, a não ser que houvesse manifestação expressa pela necessidade de manter o controle da atividade estatal. ” [O Globo]

Isso é tão absurdo que deveria constar como crime no ordejamento jurídico. Porra, nem fodendo isso ia passar no STF, puta que pariu, e o govenro perde tempo com essas insanidades.
“Durante as discussões da proposta com o Palácio do Planalto, esse prazo de manifestação se opondo a privatização chegou a ser de dois anos. Ao final, a proposta foi retirada da versão enviada ao Congresso. Outro trecho suprimido pelo Palácio do Planalto determinava que, ao se candidatar nas eleições, o servidor seria afastado do cargo, sem remuneração. Hoje, as licenças são remuneradas. Este ano, 47.154 servidores se inscreveram para concorrer a uma vaga de prefeito, vice ou vereador. O custo aos cofres públicos será de R$ 1 bilhão, com a manutenção do salário. A proposta também proíbe aproveitar empregados de estatais em cargos na administração direta. Informada de que a proposta não tinha sido bem recebida, a Secretaria de Desestatização abriu mão da ideia. A desistência ficou registrada em e-mail de um assessor: “O parágrafo da vedação do aproveitamento é bem importante e caro para a SEDDM. No entanto, se a sua manutenção colocar em risco a aprovação da PEC, sigamos em frente sem ele”. Guedes pretendia ainda criar comitê consultivo, em cada ente federado, integrado por representantes do Poder Público e da sociedade, “para proposição de políticas remuneratórias com vista a endereçar, com maior tecnicidade, a questão das diferenças remuneratórias existentes entre o serviço público e o setor privado”. O trecho também foi vetado pelo Planalto.
Entre os documentos liberados pelo Ministério da Economia há e-mails trocados entre técnicos e secretários da pasta dando conta que o texto gestado em 2019 foi encaminhado no começo deste ano para a Casa Civil. E-mail com aviso de urgente, do dia 4 de fevereiro informa que era preciso colher as manifestações das áreas envolvidas dando aval à proposta, o que foi feito. Mas o texto encontrou resistências do presidente Jair Bolsonaro. “Informo que a proposta de PEC da Reforma Administrativa retornou ao Ministério da Economia, devido a entendimentos com a Presidência da República”, diz e-mail de uma servidora no dia 19 de fevereiro. Mais uma vez o Ministério da Economia passou a tratar o assunto como prioritário, fazendo ajustes rápidos para atender os pedidos da presidência. No dia 22 de fevereiro uma nova versão voltou ao Planalto. E lá ficou até setembro. Os documentos do ministério mostram que na primeira semana do mês passado, mais uma vez foi feita manifestação às pressas para avalizar o texto modificado pelo Planalto. Arquivos da Secretaria Geral da Presidência revelam que a pressa foi tanta que a PEC foi remetida ao Congresso sem que a Assessoria Jurídica da secretaria tivesse tempo de emitir um parecer. Depois do envio, foi assinado um ofício em que a responsável pelo setor fala da falta de tempo, mas informa que não tinha problema no texto encaminhado.”
Sim, eles mandar PEC ao Congresso sme passar pela assessoria jurídica!
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3. Medo e Delírio em Washington
De longe a cena mais absurdo da distopia yankee, e olha que já tamos compeltando 4 anos do mais absurdos dos mandato presidenciais pelas bandas de lá.
“O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, aparentou ter dificuldades para respirar ao chegar na Casa Branca após ter alta do Centro Médico Nacional Walter Reed, em Bethesda, Maryland, na noite de segunda-feira. Imagens do episódio endossaram as críticas sobre o comportamento do presidente que, mesmo com uma infecção ativa e ainda não completamente recuperado, tirou a máscara ao chegar na sede do governo americano. O vídeo, que viralizou no Twitter, foi capturado logo após o helicóptero presidencial pousar no Jardim Sul da Casa Branca. Ao invés de ingressar no prédio pelo térreo, Trump optou por uma oportunidade fotográfica. Ele subiu um lance de escadas, tirou a máscara e acenou para os repórteres e câmeras que estavam ao vivo nos três maiores canais da televisão aberta americana, além dos canais de notícia. Foi neste momento que aparentou ter dificuldades para respirar. Em uma entrevista para o canal BBC, a médica Zoe Norris analisou as imagens do presidente, que não voltou a pôr a máscara antes de ingressar na Casa Branca: — Ele claramente aparenta ter problemas com a respiração. Esse não é um homem que está melhor — afirmou a médica. — Quando uma pessoa tem dificuldades para respirar, ela usa os músculos extras ao redor da caixa torácica, do pescoço, nas costas (…). Em um momento, ele abre a boca para tentar manter os pulmões um pouco mais inflados que o normal. [A dificuldade] é evidente, sob o ponto de vista médico.
Em seu Twitter, o médico Ilan Schwartz, professor de doenças infecciosas na Universidade de Alberta, no Canadá, fez uma avaliação parecida: “Esse é um exemplo clássico de respiração com dificuldade. Além de usar os músculos respiratórios normais (o diafragma e os músculos entre as costelas que expandem a cavidade torácica), “músculos acessórios” em seu pescoço estão trabalhando para ajudá-lo a respirar”, afirmou. Pouco antes de sair do hospital, Trump havia postado em seu Twitter que se sentia “muito bem”, apesar de sua equipe médica afirmar que o presidente ainda não está 100% recuperado. Segundo fontes da Casa Branca ouvidas pela imprensa americana, o mandatário estava entediado e ansioso para sair do hospital e retomar a campanha, mesmo frente a recomendações para que permanecesse internado mais alguns dias. Em um vídeo compartilhado cerca de duas horas após chegar na Casa Branca, ele se apresentou como alguém que derrotou o vírus e minimizou a gravidade da pandemia, que já deixou mais de 210 mil mortos apenas nos EUA. Concorrente de Trump nas eleições do próximo dia 3, Joe Biden, disse não estar surpreso que o presidente tenha contraído o vírus, demonstrando incredulidade com a insistência de seu adversário em não usar máscaras: — O que é esta coisa de macho “eu não vou usar máscara”? — questionou o democrata durante um evento em Miami, ressaltando que a “ciência importa”. — Qual é o problema aqui? Grande coisa! Te machuca? Seja patriótico, pelo amor de Deus.” [O Globo]
Os planos do Trump de recusar a derrota dependem duma votação apertada e, sim, é complicado acreditar em pesquisas nessa curiosa quadra da história, mas é preciso algum otimismo.
“Nesta terça, o candidato democrata Joe Biden ampliou a vantagem sobre Trump na corrida eleitoral americana. De acordo com pesquisa encomendada pela rede americana CNN, o ex-vice de Barack Obama lidera com vantagem de 57% a 41% das intenções de voto. De acordo com a pesquisa – realizada após o anúncio de contaminação de Trump por covid-19 -, Biden lidera a preferência dos eleitores em diversos quesitos considerados importamtes para a decisão do voto na eleição deste ano. Entre os prováveis eleitores (aqueles que ainda não se registraram para votar), por exemplo, o democrata é visto como mais confiável quando os assuntos são a pandemia do novo coronavírus (59% a 38%), saúde (59% a 39%), desigualdade racial (62% a 36%), nomeações para o Supremo Tribunal Federal (57% a 41%) e crime e segurança (55% a 43%).” [Estadão]
Encerro com o Guga Chacra:
“Três mitos sobre Donald Trump foram desmistificados nos últimos dias – o de ser um grande homem de negócios, um talentoso debatedor e um ser humano com genes superiores que o tornariam imune à infecção pela Covid-19. Era um tigre de papel. As declarações de imposto de renda de Trump demonstraram não apenas que, além de não ter pago nada em 10 dos últimos 15 anos, pagou apenas US$ 750 no ano de sua eleição e outros US$ 750 em seu primeiro ano de mandato. Mais grave, quase todos os seus negócios perdem dinheiro. Seu único caso de sucesso foi como apresentador do programa O Aprendiz, onde se colocava falsamente como um grande empreendedor. Basicamente, como empresário, o atual presidente americano pode ser classificado como um fracasso e uma fraude. No debate, o desempenho de Trump talvez tenha sido um dos mais horrendos da história americana. Agressivo, descontrolado e mal educado. Interrompeu seu adversário Joe Biden e o mediador Chris Wallace 120 vezes em apenas uma hora e meia. Em determinado momento, não teve a capacidade de condenar organizações supremacistas brancas. Para completar, neste mesmo debate, Trump ironizou seu adversário e pessoas que usam máscara. Sempre adotou uma postura negacionista em relação à Covid19. Na convenção republicana, discursou para um público sem distanciamento social. Fez comício para milhares de pessoas aglomeradas. No fim, assim como inúmeros integrantes de seu governo, acabou infectado. Ainda está doente e seu estado em determinado chegou a ser preocupante. O problema é que Trump insiste nestes mitos. No caso da pandemia, já escreveu no Twitter nesta segunda que as pessoas não precisam ter medo da Covid19, apesar de 210 mil americano terem morrido em decorrência da doença. E, no domingo, colocou em risco os seus agentes de segurança ao querer dar uma volta de carro ao redor do hospital. Na verdade, Trump nunca foi um grande homem de negócios, um grande debatedor ou imune a doenças. É um picareta em seus negócios, um fanfarrão em debates e um negacionista em questões científicas.” [Folha]
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4. Famiglia
Como são burros. O Brasil precisa parar e refletir, como que esses imbecis tomaram o poder?!
“Dados da CPMI das Fake News mostrados pelo deputado Alexandre Frota (PSDB-SP) à Polícia Federal ligariam Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) pessoalmente ao esquema de ataques virtuais contra opositores da família. Em depoimento à Polícia Federal prestado na semana passada, no dia 29 de setembro, e obtido pelo Painel, Frota levou diversos números de IPs de computadores de Brasília e do Rio que teriam sido identificados como participantes de ações de disseminação de fake news na internet. Segundo o parlamentar, os IPs estão ligados a um email oficial do filho do presidente. O Painel procurou Eduardo Bolsonaro, que não respondeu até a publicação da reportagem.” [Folha]

“De acordo com Frota, as informações foram obtidas na CPMI das Fake News, ainda em andamento no Congresso. Segundo os dados levados à PF, alguns dos IPs foram identificados em computadores localizados em um imóvel no Rio de Janeiro na avenida Pasteur, no apartamento declarado por Eduardo à Justiça Eleitoral. Um outro IP foi relacionado à uma casa no Jardim Botânico, em Brasília, onde o deputado mora. O email identificado na utilização dos IPs, de acordo com Frota, é o bolsonaro.enb@gmail.com, o mesmo declarado por Eduardo no registro de sua candidatura em 2018.”

Isso porque há um tempo foi revelado que uma das contas ligadas à disseminaçãod e fake news tinha como email de cadastro o emesmo email usado pelo gabinete do Eduardo para comprar passagens e pedir reembolso à Câmara. O mesmo, viado!
“Reportagem publicada em março no UOL mostrou pela primeira vez vínculos do gabinete de Eduardo Bolsonaro com ataques virtuais. Atualmente fora do ar, a página Bolsofeio tinha como principais alvos os ministros do Supremo Tribunal Federal, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e jornalistas. Ela também convocava manifestações contra o STF e a favor de Bolsonaro. A reportagem mostrou que a página foi criada a partir de um computador localizado na Câmara dos Deputados e foi registrada a partir de um telefone utilizado pelo secretário parlamentar de Eduardo Bolsonaro, Eduardo Guimarães. As informações foram enviadas pelo Facebook à CPMI das Fake News no Congresso, a partir de um pedido de quebra de sigilo referente a contas feito pela comissão. O depoimento de Frota foi colhido pela PF no inquérito que apura atos antidemocráticos. A investigação corre no STF, sob os cuidados de Alexandre de Moraes.”
Passemos para Flavinho Desmaio, o texto é do Sakamoto:
“Ministérios do governo Bolsonaro foram instados a emitir um parecer sobre a proposta do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) que reduz a maioridade penal de 18 para 14 anos em caso de tráfico de drogas, associação criminosa, organização criminosa, tortura, terrorismo e crimes hediondos, e 16 anos para os demais crimes. A proposta de emenda à Constituição (PEC) 32/2019 está na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado Federal, desde dezembro de 2019, aguardando designação de relator. Como o trabalho nas comissões está suspenso por conta da pandemia de coronavírus, a proposição está sujeita à apreciação direta pelo plenário. Esse tipo de iniciativa geralmente acontece, de acordo com integrantes do governo ouvidos pela coluna, no momento em que o Congresso Nacional ou o Poder Executivo estão interessados no andamento de uma proposta. O tema conta com apoio popular. A última pesquisa Datafolha sobre o assunto polêmico, de janeiro de 2019, aponta que 84% dos brasileiros adultos são a favor da redução para 16 anos e 14% é contrária a mudanças. A defesa pública da PEC, portanto, poderia trazer um ganho de popularidade no momento em que o senador precisa. Flávio Bolsonaro é investigado pelo MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) sobre um esquema de desvio de recursos públicos de seu gabinete na Alerj (Assembleia Legislativa do RJ) quando era deputado estadual. A investigação aponta o senador como líder de uma organização criminosa que teria Fabrício Queiroz, seu ex-assessor, como operador do esquema que devolvia ao chefe parte dos salários pagos aos servidores. O caso também inclui peculato e lavagem de dinheiro” [UOL]
Se tem algo que Bolsonaro defende é a família. No caso, a dele.
“Questionado sobre a possibilidade de que a polêmica matéria seja colocada em votação, um senador afirmou à coluna que “Davi não negaria um pedido de Flávio.” Neste momento, Alcolumbre (DEM-AP), presidente do Senado, busca pavimentar sua reeleição. “Flávio é, hoje, o senador com mais poder. E a razão é a ponte que ele faz entre a Casa e o presidente da República”, afirma outro dos ouvidos. O projeto, que altera o artigo 228 da Constituição Federal, é tratado no governo como a “PEC do Flávio Bolsonaro”. Apesar de ser o primeiro signatário e encabeçar o processo, outros 32 senadores acompanharam-no e endossaram a proposta. Para ser aprovada no Senado, são necessários 49 votos entre os 81 senadores, em dois turnos. E mais 308 votos dos 513 deputados federais, também em duas votações. São considerados hediondos os crimes de: homicídio qualificado, favorecimento da prostituição, latrocínio, estupro e posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito. Um deputado federal da base do governo avalia que mesmo que não seja aprovada, uma campanha pela PEC poderia ajudar na imagem de Flávio. Mas lembra que isso não se traduz, necessariamente, em mudança de opinião no STF (Supremo Tribunal Federal), nem reduz o número de investigações por parte da imprensa.”
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5. Malditos Milicos
O pai do Trump, já senil, queria trabalhar de qualquer jeito e a família deu um jeito de inventar uma rotina de trabalho por anos. Ele ia para o escritória, sentava em sua mesa e assinava uns papéis desimportantes, seu telefone só podia ligar para a secretaria. Não sei por que eu lembrei dessa história ao ler essa matéria:
“Em contestação à reportagem sobre desmatamento no sul do Amazonas publicada no último domingo (4), o Ministério da Defesa acusou a Folha de omitir a queda de 33% do desmate na Amazônia Legal em setembro, em comparação com o mesmo período de 2019. Essa informação, no entanto, ainda não foi publicada pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Até a tarde desta segunda-feira (5), o site TerraBrasilis, do Inpe, só disponibilizava os dados de desmatamento do sistema Deter acumulados até o dia 25 de setembro, ou seja, antes do final do mês. Além disso, a reportagem, intitulada “No sul do Amazonas, desmatamento avança apesar do Exército”, teve como foco apenas o município de Apuí (AM), e não a Amazônia Legal.” [Folha]

Não é burrice e nem ingenuidade.
“O ministério também questionou a informação de que as Forças Armadas não permitem a destruição de máquinas e equipamentos usados em crimes ambientais.”
E olha como mentem os generais, a resposta é tão absurda que parece ter sido escrita pelo Heleno, mas é da Defesa mesmo.
“No entanto ofícios do Ibama divulgados pela imprensa no ano passado revelam que comandos militares negaram apoio aos fiscais quando souberam que poderia haver destruição no decorrer de operações.”

General obedece capitão. E depois mente. Como diz o general Mourão, “quem alinha discruso é bandido“.
“Fontes consultadas pela Folha confirmaram que essa posição continua neste ano. A destruição de equipamentos na Amazônia ocorre em operações sem a presença das Forças Armadas. Foi o caso da ação de agentes do ICMBio e da Polícia Militar de Rondônia no Parque Nacional Mapinguari, em agosto, relatada pela Folha. Em outro trecho da nota, o Ministério da Defesa negou que a imprensa esteja proibida de acompanhar ações da Operação Verde Brasil 2. Desde 5 de junho, no entanto, a Folha pede autorização, sem sucesso. Na última tentativa, em 19 de agosto, a assessoria de imprensa do ministério respondeu à reportagem: “Não temos previsão de cobertura jornalística para a Operação Verde Brasil 2”. Em setembro, a Folha solicitou entrevista ao vice-presidente Hamilton Mourão, responsável pela Operação Verde Brasil, 2, mas o pedido foi negado “tendo em vista a grande demanda de compromissos assumidos”.”
O que os generais fazem com a imagem das forças armadas é pornográfico. E tem mais show dos milicos, tenha sua calma
“Era uma noite de fim de maio quando a chegada de militares chamou a atenção de moradores de Juara, no Mato Grosso – município onde a floresta deu lugar a um dos maiores rebanhos bovinos do país, e os habitantes estão mais acostumados a ver boi do que gente. Acompanhando o comboio, o comandante do 47o Batalhão de Infantaria explicou ao prefeito da cidade que 32 homens da base militar localizada em Coxim, no Mato Grosso do Sul -a 1,2 mil km de distância -, haviam se deslocado para reforçar a então recém-lançada operação Verde Brasil 2, de combate ao desmatamento na Amazônia. O abate de floresta continuou crescendo nos meses seguintes, mas o dinheiro da operação já bancou a reforma dos telhados, a pintura das paredes e troca de revestimentos, pisos, portas e esquadrias do 47º Batalhão de Infantaria, distante de Juara e fora dos limites da Amazônia Legal. Iniciada em meados de maio e prorrogada até 6 de novembro, a operação Verde Brasil 2, de Garantia da Lei e da Ordem, obteve autorização para gastar nesses seis meses 418,6 milhões de reais com a presença das Forças Armadas na Amazônia. O valor corresponde a mais que o dobro do orçamento anual para combate ao desmatamento de órgãos ambientais e da verba para o monitoramento por satélites do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), responsável pelos alertas e pela taxa oficial de desmatamento. As autorizações de gastos para ações do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) somam 176,8 milhões de reais, de janeiro a dezembro.
Para a Verde Brasil 2, o Ministério da Defesa conta, para o período de menos de seis meses, com um valor 136% maior. Desde que as Forças Armadas entraram em campo na Amazônia, as áreas de alerta de desmatamento do Inpe cresceram de 834 km² em maio para 1.043 km² em junho e 1.659 km² em julho. Em agosto, os alertas somaram 1.359 km². O total acumulado entre agosto do ano passado e julho deste ano, período de coleta da taxa anual do desmatamento, será mais um recorde na década, a ser anunciado nos próximos meses. Estimativas preliminares indicam uma taxa mais de três vezes maior do que a meta estabelecida pela Política Nacional sobre Mudança do Clima para 2020, de 3,9 mil km². Os focos de queimadas e incêndios detectados pelos satélites do Inpe entre janeiro e setembro também ultrapassam os números de 2019 para esse mesmo período. Uma análise dos gastos registrados pelo Tesouro Nacional mostra que o dinheiro da operação financiou reformas de instalações militares além do 47o Batalhão de Infantaria, embora essa tenha custado mais caro aos cofres públicos. Foram mais de 600 mil reais em gastos já reservados (os chamados empenhos) com a revisão geral dos telhados do batalhão de Coxim (MS), contratada numa empresa do interior de São Paulo. “O serviço não tem nada a ver com o combate ao desmatamento, e quem pode falar é o Batalhão”, disse ao telefone a responsável pelas licitações da empresa, a KJ Indústria e Comércio de Embalagens Ltda.
A troca de portas e esquadrias de madeira, vidro e alumínio consumiu mais 545 mil reais. As portas de madeira devem ser “padrão mogno”, árvore cuja comercialização alimentou a devastação da Amazônia e, por isso, foi proibida, ou curupixá. Documentos lançados no Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi) registram a exigência da cor vermelha e “tinta premium” para a pintura. A reforma prevê ainda a troca dos pisos – por porcelanato – e do revestimento de paredes. Até 24 de setembro, o 47º Batalhão havia registrado despesas de 2,1 milhões de reais na conta da Verde Brasil 2. Procurado pela piauí, o 47º Batalhão de Infantaria informou que participou da operação com o deslocamento para Juara de 141 militares durante a primeira fase do projeto, que durou um mês, até 26 de junho. Em outubro, mais 55 militares participarão da Verde Brasil 2. Localizadas no Mato Grosso do Sul, as instalações abrigaram, por período de um a três dias, um total de 460 militares durante a operação – o que, para os responsáveis, justificaria a reforma: “Os recursos advindos dessa Operação estão proporcionando uma revitalização de todo o patrimônio público sob a responsabilidade desse batalhão, particularmente nos seus bens imóveis que possuem 45 anos de existência. Essas manutenções já foram iniciadas com perspectivas de término a partir de 31 de dezembro de 2020.” [Piauí]
Esse pessoal aí é que, em plena pandemia, pediu e conseguiu um aumento brutal de verba, essa notícia é de julho:
“O Ministério da Defesa vai propor como meta a destinação de 2% do Produto Interno Bruto (PIB) do país para as Forças Armadas. O gasto atual gira em torno de 1,3% a 1,4%. A meta de 2% é a mesma adotada pela Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), mas cumprida por apenas 9 de seus 28 integrantes. Na Otan, a França, potência nuclear, gasta 1,84% do PIB; a Alemanha, 1,38%; Canadá, 1,31%; Itália, 1,22%; Espanha, 0,92%.” [CNN]
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6. Eleições
Vamos ao nosso giro:
“O candidato à Prefeitura de São Paulo Celso Russomanno (Republicanos) afirmou que Jair Bolsonaro (sem partido) vai ajudá-lo na campanha para responder à frente de oposição ao presidente criada pelo prefeito Bruno Covas (PSDB). “Eu não pretendia entrar nas decisões de eleições municipais, mas Russomanno é amigo de velha data e estou pronto para ajudá-lo no que for preciso”, disse Bolsonaro ao lado do candidato em São Paulo nesta segunda-feira (5).” [Folha]
Sabe quem também é “amigo de velha data” e Bolsonarto está “pronto para ajudá-lo”?! Queiroz.
“Russomanno indicou que o embarque de Bolsonaro já no primeiro turno é uma resposta a Covas, que tem uma coligação de 11 partidos, costurada pelo governador João Doria (PSDB). Doria é potencial presidenciável em 2022 e é considerado adversário por Bolsonaro. “O que é triste é eles terem armado uma frente para combater o presidente Bolsonaro, usando a prefeitura inclusive, para fazer esse tipo de coisa. […] Não é assim que se faz política. Então, essa frente que eles estão criando aí, para combater o presidente Bolsonaro, não vai dar em absolutamente nada, pode ter certeza”, disse Russomanno. “Ele [Bolsonaro] disse que não pretendia entrar no primeiro turno na eleição, mas, diante dessa frente que foi criada pelo Bruno e pelo Doria para fazer oposição a ele, ele vai entrar na minha campanha”, completou.”
Sofre muito o capitão.
“Acompanhado do publicitário de sua campanha, Elsinho Mouco, Russomanno recepcionou Bolsonaro nesta tarde no saguão de autoridades do Aeroporto de Congonhas.”
Enquanto Elsinho Mouco continuar a ser notícia o Brasil estará fadado ao fracasso.
“O candidato afirmou que conversou com o presidente sobre política e sobre a pandemia, mas que eles não fizeram gravações juntos para propaganda eleitoral e que esse tema ainda será discutido. Ele voltou a afirmar que conta com Bolsonaro para transferir recursos do governo federal a São Paulo. Russomanno disse ainda que tem o compromisso do presidente de que ele irá renegociar a dívida com São Paulo, o que viabilizaria o “auxílio paulistano”, sua principal proposta. “O governo federal tem recursos. São Paulo está destruída. Vamos sair dessa pandemia com uma quantidade imensa de desempregados. E os recursos do governo federal têm que vir para São Paulo”, disse. O candidato pelo Republicanos afirmou que a renegociação da dívida não precisa de aval do Congresso. “O auxílio paulistano depende única e exclusivamente de uma renegociação da dívida da cidade de São Paulo com o governo federal. Eu conversei sobre isso com ele e nós vamos fazer.””
Atenção, Paulo Guedes!
“Russomanno chegou a afirmar que hoje a cidade não recebe recursos do governo federal devido à falta de entendimento político, mas depois disse que Bolsonaro enviou, sim, recursos na pandemia. “Hoje não vem nada porque o governador não conversa com o presidente e o prefeito não conversa com o presidente”, disse primeiramente. Em seguida afirmou: “Ele mandou recursos para cá na pandemia. São Paulo recebeu recursos do governo federal, só que eles não conversam com o presidente”. Bolsonaro chegou a São Paulo por volta das 15h45 para participar, à noite, do culto de aniversário do pastor José Wellington Bezerra da Costa, líder religioso que presidiu a CGADB (Convenção das Assembleias de Deus do Brasil).”
E Russomano quer o apoio do Bolsonaro mas não tanto assim…
“O pastor, que completou 86 anos, está à frente do Ministério Belém, o maior braço daquela que é a principal denominação evangélica do Brasil. A ida de Russomanno ao culto da Assembleia de Deus estava prevista, mas o candidato mudou seus planos. Sua equipe afirmou que ele usaria a noite para gravar programas eleitorais. Covas, que foi alvo das críticas de Russomanno no aeroporto, participou do evento. Ele ficou a poucos metros de Bolsonaro no palco do templo religioso.”
E olha o naipe da coletiva presidencial:
“Bolsonaro viajou acompanhado dos ministros Ricardo Salles (Meio Ambiente) e Damares Alves (Família e Direitos Humanos). O secretário-executivo do Ministério das Comunicações, Fabio Wajngarten, também estava presente.”

“Os resultados das pesquisas Ibope para 11 capitais indicam o desafio do PT e dos bolsonaristas do PSL, PRTB e Patriota em viabilizar uma campanha rumo ao segundo turno. Em parte das capitais, como São Paulo, sequer há polarização entre esquerda e direita. E, em alguns casos, políticos de outros partidos progressistas largaram melhor que os petistas no início da corrida, enquanto conservadores que colaram a candidatura à imagem do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) começam na frente dos “novos”. Os números mostram que os partidos do Centrão se saem melhor na primeira rodada de intenção de voto, principalmente por serem aqueles que contam com um efeito recall. Em alguns casos, são mais conhecidos por serem os que buscam a reeleição ou por já terem assumido algum cargo público de relevância anteriormente. Dos líderes na pesquisa, considerando a margem de erro de três pontos para mais ou para menos, quatro estão em legendas que compõem a base de apoio do presidente Jair Bolsonaro, como Republicanos, PSD e PP. Alexandre Kalil (PSD), que lidera na capital mineira com 58% das intenções de voto, é o que apresenta maior vantagem. Outros quatro são do DEM, como Gean Loureiro, que lidera com folga em Florianópolis (SC), com 44% dos eleitores, segundo pesquisa divulgada na segunda-feira.
Se as legendas mais de Centro figuram no topo, no campo progressista, o PT vê em capitais como Recife (PE), Belém (PA) e Porto Alegre (RS) o sucesso de candidaturas de partidos do mesmo campo ideológico, como PSB, PSOL e PCdoB, enquanto seus nomes isolados em algumas cidades patinam ou nem pontuam. Em Recife, João Campos (PSB) não apenas lidera, com 23% das intenções de voto, mas aparece com vantagem na frente de Marília Arraes (PT), com 14%. Em São Paulo, Márcio França (PSB) e Guilherme Boulos (PSOL) têm quase quatro vezes mais intenções de votos, se comparado a Jilmar Tatto (PT). Em compensação, candidatos que conseguiram certa unidade no campo da esquerda têm melhor desempenho, como Edmilson Rodrigues (PSOL), que lidera com 39% em Belém (PA), e Manoela D’Ávila (PCdoB), com 24% das intenções de voto, segundo pesquisa divulgada ontem. No campo conservador, os chamados “novos bolsonaristas”, aqueles que surgiram na onda da eleição de 2018, têm o desafio de concorrer com candidatos mais conhecidos que tentam associar a imagem ao presidente Jair Bolsonaro, como Marcelo Crivella, no Rio de Janeiro, e Celso Russomanno, em São Paulo, ambos do Republicanos. Na capital paulista, por exemplo, Russomanno, cujo percentual de voto declarado é de 26%, tem parcela do eleitorado visado por Joice Hasselman (PSL) e Arthur do Val (Patriota), ambos com 1%. Em Belo Horizonte, o percentual de 58% registrado por Alexandre Kalil (PSD) é um desafio para o bolsonarista Bruno Engler (PRTB), com apenas 3%. Especialistas afirmam que a campanha de rádio e televisão, com início na sexta-feira, pode alterar parte do cenário da primeira rodada da pesquisas.” [O Globo]
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7. Se arrependimento matasse…
Não existe um braisleiro mais arrependido que o Moro, folgo em saber.
“O ex-ministro da Justiça Sergio Moro está sendo pressionado pela família a sair do Brasil. A ideia é que ele passe uma temporada dando aulas de Direito em outro país.” [Folha]
O “outro país” como?!

Tem que ver essa auto-estima, aí, hein.
“E, assim, fique distante da política e de eventual projeto eleitoral de concorrer à Presidência. A mulher dele, Rosângela Moro, tem repetido a interlocutores que o marido já deu a contribuição que tinha que dar ao país e que a política partidária, com seus embates selvagens, não seria para ele. Estaria na hora de novamente cuidar da vida pessoal e profissional. O próprio Moro também já disse a políticos que o visitam que não se sente inclinado a disputar um cargo eleitoral. O ex-juiz baixou o tom nas redes sociais em relação a Bolsonaro —e até já disse, em conversas reservadas, que não deveria ter saído do governo da forma que fez: atirando.”
Tá pra nascer alguém mais frouxo que o Moro. Foi TRATORADO por Bolsonaro desde o começo do governo, após sua saída o presidnete continuou batendo nele, desde a indicação do Kassio Bolsonaro já falou nome de Moro diversas vezes para se defender e Moro acha que não deveria criticar publicamente o presidente que almeja aparelha as instituições.
“O movimento lava-jatista, do qual Moro é estrela, tem sofrido derrotas seguidas na esfera política. A indicação do desembargador Kassio Nunes Marques para o STF (Supremo Tribunal Federal) é a mais recente delas —deixando o ex-ministro e seus seguidores cada vez mais isolados. A segurança é outra preocupação da família do ex-ministro: neste mês ele acaba de cumprir a quarentena obrigatória desde que saiu do Ministério da Justiça, perdendo também o direito a escolta da Polícia Federal.”
Você acha que o medo vem de ameaças de petistas ou de bolsonaristas? Pois é. CHupa que é de uva, “cria cuervos“…
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8. Make Brazil Great Again
A Globo noticia isso há mais de ano, diversas matérias foram feitas, parlamentares entraram no circuio pedino ajuda ao Itamaraty e nada. Mas são burros, era só ter pedido ajuda ao Felip Melo:
“A proximidade entre Jair Bolsonaro e Felipe Melo pode resultar em uma reviravolta na vida de Robson Oliveira, motorista preso injsutamente na Rússia há um ano e meio. Após saber do caso através do capitão do Palmeiras, o presidente República afirmou na manhã desta terça-feira que vai fazer contato com o governo russo para pedir a liberação do brasileiro detido por transportar medicamentos proibidos a pedido do sogro do jogador Fernando, que hoje atua no Beijing Guoan, da China. “O caso do motorista Robson Oliveira (trazido a mim via Felipe Melo/Palmeiras), ora preso na Rússia, é complexo, mas não impossível de ser solucionado”, escreveu Bolsonaro em sua conta oficial do Twitter. “A justiça russa é bastante rígida, mas um perdão do Governo local será buscado por nós. Entramos no caso e o Brasil buscará, diplomaticamente, o retorno de Robson ao Brasil” acrescentou.” [O Globo]
E quem explana que tudo se deu por uma intervenção do Felipe Mello é o próprio presidente da república, sem nem corar.
“Em conversa com apoiadores no Palácio do Planalto, na manhã de hoje, Bolsonaro afirmou que Robson era “inocente” e que vai tentar sensibilizar o presidente Vladimir Putin, com quem ele teria uma “boa relação”. — Entrei em contato a noite com o ministro Ernesto Araujo, ele trouxe informações de volta. De manhã começamos já a botar em prática. Talvez esta semana viemos a falar com o embaixador da Rússia no Brasil, e o caminho é diplomático, o perdão — contou. A agonia de Robson, de 47 anos, dura 562 dias. E só aumenta. O caso foi trazido à tona pela TV Globo. Ele é acusado de tráfico internacional de drogas por ter entrado no país, em fevereiro do ano passado, com duas caixas de remédios ( Mytedom 10mg ou cloridrato de metadona) comprados pela família de Fernando. O remédio é proibido na Rússia. Os medicamentos foram levados em uma mala entregue fechada a Robson por um membro da família e seriam destinados ao sogro de Fernando, William Pereira de Faria. Isso não aparece no processo penal. O motorista, que trabalhava para a família do jogador e cuja companheira era cozinheira da casa na Rússia, não sabia o que carregava. A prisão ocorreu em março de 2019. Na últimas semanas, o caso tomou as redes sociais com jogadores como Richarlison, do Everton e da seleção brasileira, além do goleiro Rafael Cabral, do Reading, se posicionando publicamente a favor de Robson.”
Mas como ninguém era bolsonarista…
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9. Caio Vulgo Coppolla
Daria tudo pra ver a reação do Bolsonaro ao vídeo:
“Comentarista de O Grande Debate na CNN Brasil, Caio Coppolla já entrou em diversas discussões com seus “oponentes” para defender medidas do governo Jair Bolsonaro. No entanto, na segunda-feira (5), o jornalista criticou o presidente da República durante mais de seis minutos no canal de notícias. Coppolla disse que a atuação do político “tem decepcionado” no combate à corrupção e que é uma “tristeza para o Brasil” os encontros recentes do chefe do Executivo. O vídeo com as críticas do jornalista viralizou e intrigou parte dos internautas, que ficaram surpresos com as falas de Coppolla sobre o político que já o elogiou publicamente. Além disso, o comentarista opinou que o abraço entre Bolsonaro e o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Dias Toffoli, foi “constrangedor”. “É uma tristeza para o Brasil saber que o tempo de lazer do presidente da República é desfrutado em tão má companhia. Sobre o que foi conversado nesse encontro entre camaradas, a gente só pode especular. Mas as câmeras captaram uma cena chocante: o abraço comprometedor entre Bolsonaro e Toffoli”, falou Coppolla. “Seria esse o tal abraço hétero ao qual sempre se referiu o presidente da República? Me pareceu mais um abraço cúmplice, coroado por aquele sorriso de quem se entende apenas pelo olhar”, reclamou o jornalista. O funcionário da CNN Brasil não concordou com a indicação do desembargador Kassio Nunes Marques para o STF. “Foi um encontro na semana passada, na casa do ministro Gilmar Mendes, que sacramentou a indicação de Kassio Nunes ao STF”, falou Coppolla. “Vejam que coincidência, Gilmar Mendes é relator da ação contra Flávio Bolsonaro no STF. O presidente escolheu o seu primeiro indicado ao STF para agradar aos dois ministros do Supremo responsáveis pelo processo do seu filho”, opinou ele. “O pior é que não é nem a primeira vez que o presidente faz uma indicação que contraria o seu compromisso de campanha de endurecer o enfrentamento ao crime. A própria atuação do presidente tem decepcionado”, reclamou o comentarista, que seguiu elencando problemas de combate à corrupção no governo Jair Bolsonaro.” [UOL]
Caio gosta mesmo do presidente que coopta as instituições, que peita o STF, que participa de atos anti-democráticos. Esse mansinho aí o sujeito não curte não.
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10. Covid-17
“O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse nesta terça-feira que há a esperança de uma vacina contra a Covid-19 se viabilizar até o fim do ano. A declaração, que não detalhou qual dos imunizantes testados em larga escala no mundo poderia ser comprovado como seguro e eficaz para bloquear a infecção pelo coronavírus, foi feita na conclusão de um painel executivo da entidade que durou dois dias. Aos participantes, Tedros fez menção à importância de controlar a pandemia por meio da imunizaçao: — Nós precisamos de vacinas. E há a esperança de que tenhamos uma até o fim deste ano. Há esperança” [O Globo]
Enquanto isso, para desespero do Trump….
“In the race to develop a coronavirus vaccine, US regulators just laid down guidelines that make it difficult, if not impossible, for any COVID-19 shot to win emergency approval before Election Day.” [Axios]

Bem, pelo menos o FDA não se curvou ao Trump.
“The US Food and Drug Administration is asking vaccine developers to submit at least two months of safety data as part of an emergency-approval application, according to documents released Tuesday. The White House has reportedly opposed that measure, with President Donald Trump saying on September 23 it “sounds like a political move.” While White House officials had blocked the FDA from publicly releasing those guidelines, the man leading the US government’s efforts to help develop a vaccine said he supports the FDA’s decision. “I do think it is appropriate to set the threshold of safety follow-up,” Moncef Slaoui, the chief advisor to Operation Warp Speed, told Business Insider in a Tuesday phone interview. “It’s very important.” Slaoui added that the “vast majority” of serious side effects from vaccines happen in about the first 40 days after getting the shot. “Setting a two-month time window of follow-up is a good thing to do,” he said.”
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11. Pobre DPU
Testemunhar a degradação da PGR faz parte do jogo, ninguém pode se dizer surpreso, mas da Defensoria pública da união?!
“A Defensoria Pública da União (DPU) entrou com uma ação civil pública na Justiça do Trabalho contra o que chamou de “marketing de lacração” do Magazine Luiza por abrir um programa de trainees exclusivo para negros. Para o autor da petição, o defensor Jovino Bento Júnior, embora a inclusão social de negros e qualquer outro grupo seja desejável, o programa em questão “não é medida necessária – pois existem outras e estão disponíveis para se atingir o mesmo objetivo -, e nem possui proporcionalidade estrita – já que haveria imensa desproporção entre o bônus esperado e o ônus da medida, a ser arcado por milhões de trabalhadores”.” [Estadão]

“”O anúncio para o programa de trainee exclusivo para candidatos autodeclarados negros é certamente uma estratégia de marketing empresarial”, diz a ação. “Trata-se de fenômeno amplamente difundido hodiernamente, sendo que os profissionais que trabalham com publicidade, propaganda e marketing já possuem até mesmo um nome técnico para ele: Marketing de Lacração.” O processo está cobrando da rede varejista R$ 10 milhões de indenização por danos morais coletivos pela “violação de direitos de milhões de trabalhadores (discriminação por motivos de raça ou cor, inviabilizando o acesso ao mercado de trabalho)”. Ainda segundo o defensor, o “formato do programa se revela ilegal, sendo a presente, pois, para buscar a sua conformação com a legislação, compatibilizando-o com os direitos dos trabalhadores de acesso ao mercado de trabalho e de não serem discriminados […] isso não pode ocorrer às custas do atropelo dos direitos sociais dos demais trabalhadores, que também dependem da venda de sua força de trabalho para manter a si mesmos e às respectivas famílias”.”

“Em nota divulgada nesta terça-feira, 6, a Defensoria Pública da União informou que a atuação dos defensores públicos federais se baseia no princípio da independência funcional e que “é comum que membros da instituição atuem em um mesmo processo judicial em polos diversos e contrapostos”. No entanto, a Defensoria defendeu que a política de cotas seja incentivada de modo a reduzir vulnerabilidades e disse apoiar medidas dos setores público e privado nesse sentido. “A política de cotas constitui-se em forte instrumento para a realização dos objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil de construir uma sociedade livre, justa e solidária, reduzir as desigualdades sociais e regionais e promover o bem de todos, sem preconceito de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação”, diz a nota, assinada pelo defensor público-geral federal em exercício, Jair Soares Júnior. O Grupo de Trabalho de Políticas Etnorraciais da DPU também emitiu nota técnica, em que afirma que a ação civil movida por Jovino Bento Júnior “não reflete a missão e posição institucional da Defensoria Pública da União quanto a defesa dos direitos dos necessitados”’. “Mais que isso, contraria os direitos do grupo vulnerável cuja DPU tem o dever irrenunciável de defender”, aponta a nota assinada por 11 defensores. O Estado, através da Defensoria, garante assistência jurídica integral e gratuita àqueles que não podem custeá-la. A Defensoria Pública ajudou, por exemplo, os brasileiros que tinham direito a receber o auxílio emergencial, mas não conseguiram. Assim como o Ministério Público, a Defensoria é independente e os defensores são advogados aprovados em concurso público.
O Ministério Público do Trabalho em São Paulo já havia indeferido, há cerda de duas semanas, uma série de denúncias recebidas contra o Magazine Luiza por suposta discriminação no seu programa de trainees. Para o MPT, não houve violação trabalhista na decisão da empresa, mas sim uma ação afirmativa de reparação histórica. Dias após o anúncio da empresa, foram recebidas 11 denúncias em que a varejista era acusada de promover “prática de racismo”, uma vez que, nas palavras de um dos denunciantes, “impede que pessoas que não tenham o tom de pele desejado pela empresa” participem do processo seletivo. Na segunda-feira, 5, a empresária Luiza Trajano, dona da rede Magazine Luiza, declarou em entrevista ao Roda Viva, da TV Cultura, que descobriu em sua empresa poucos executivos negros em altos cargos e, por isso, optou pelo programa de trainee exclusivo a pessoas negras: “O racismo estrutural está inconsciente nas pessoas”. “Temos que entender mais o que é racismo estrutural. O dia que entendi até chorei, porque sempre achei que não era racista até entender o racismo estrutural”, declarou ela. A empresária afirmou que, mesmo cobrando maior seleção de pessoas negras em seus processos, recebia pouco retorno quando buscava pessoas para altos cargos. “Como podemos colocar mais negros se eles não aparecem? O ponto de partida já é desigual”, disse, observando o impacto da desigualdade racial desde a educação básica. Segundo Luiza, não se trata de “oba oba” e que a ideia passou por um comitê antes de ser divulgada. O intuito do programa é oferecer 20 vagas para pessoas de todo o País, com orientações para que o RH receba currículos sem a obrigatoriedade de saber falar inglês, por exemplo. O processo também é aberto a funcionários negros que já atuam na empresa. “Tem muitos entrando e ajudando a fazer o programa”, disse ela. Com o trainee, ela declarou que diversas pessoas serão capacitadas para cargos de gerência.”
Isso aí deveria ser papo de justa causa.
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12. PSOL
Porra, PSOL!
“Candidata a vereadora em São Paulo pelo PSOL, Keit Lima tem uma lista de motivos pelos quais considera estar dentro dos critérios do partido para receber recursos do fundo eleitoral que acha justos para sua campanha. É mulher, preta, faz parte da Marcha das Mulheres Negras, tem 17 mil seguidores no Instagram e é integrante da Educafro, ONG que, junto com o PSOL, acionou o STF (Supremo Tribunal Federal) a fim de que a cota para negros fosse aplicada já na eleição deste ano. Ela também trabalhou com a Bancada Ativista, mandato coletivo do partido que se elegeu em 2018 à Assembleia Legislativa de São Paulo. Mas Keit se decepcionou ao descobrir que o partido só pretendia colocar cerca de R$ 9.000 em sua campanha. Ela acabou alocada na última das divisões que o PSOL paulistano criou para distribuir o fundo eleitoral entre os candidatos, a faixa D, que é descrita como “básico para as demais candidaturas”. O caso de Keit não é isolado entre candidatos da sigla que disputam um espaço em Câmaras Municipais neste ano. Mesmo insatisfeitos com a divisão do fundo, todos ressaltam que apoiam o estatuto e as ideias do PSOL, mas veem contradições e falta de transparência da cúpula de diretórios ao decidirem distribuir os recursos aos quais têm direito.
Muitas vezes, reclamam os candidatos, as melhores partes do bolo ficam para quem é mais ligado a determinadas correntes ou políticos que têm predominância dentro da legenda. Keit chegou a apresentar um pedido de solicitação de revisão da verba, mas diz que nunca obteve retorno. “O valor oferecido pelo partido à minha candidatura é uma ofensa não só a mim, mas a toda a coletividade de mulheres negras que por várias razões não constroem diretamente o partido, mas constroem movimentos de base”, afirmou na carta. Em comparação, cada um dos dois atuais vereadores paulistanos do partido, Toninho Vespoli e Celso Giannazi, ambos homens brancos, receberão aproximadamente R$ 100 mil. Outras candidaturas consideradas pelos filiados como mais próximas aos setores que têm mais influência dentro do partido devem receber entre R$ 45 mil e R$ 62 mil. Keit diz que tentou marcar diálogos com a direção partidária, mas não recebeu respostas. “Não dá para um partido ficar gritando ‘Marielle vive’ e não dar estrutura para mulheres negras serem eleitas.”” [Folha]

“A divisão de recursos prevista pelo PSOL paulistano foi distribuída em uma planilha a candidatos após cobranças de transparência, e leva em conta, antes de tudo, faixas de prioridade que vão de A a D. Essas faixas consideram se a pessoa tem mandato, se é suplente e se é uma candidatura avaliada como de potencial, segundo o partido. Dentro dessas faixas, também é levado em conta se a pessoa é negra, se é indígena ou quilombola, o gênero, se é LGBT, se tem deficiência e se concorre à reeleição. Mas, na prática, candidatos não veem essa objetividade. “Os critérios [de distribuição] são flexíveis e subjetivos”, afirma Robson Salvador, o Professor Robson, que é candidato em uma chapa coletiva de pessoas LGBT e também questiona a distribuição dos recursos na capital paulista. “Temos um negro no coletivo, o Vinícius, e eu já fui candidato a deputado federal em 2018 e sou suplente”, afirma Robson. Ainda assim, acabaram na faixa C, de “candidaturas com visibilidade e potencial de acúmulo” e não na B1, onde estão os suplentes, ou na B2, de “prioritárias com visibilidade e potencial”. Também candidata em São Paulo, com uma plataforma voltada à periferia, Shirlley Lopes caiu na faixa D. A previsão é que sejam destinados a ela R$ 6.600 de recursos do fundo eleitoral. Ela questiona a diferença de verba que deve ganhar em relação a outros candidatos, especialmente os homens que tentarão a reeleição e já têm visibilidade. “A coerência com o discurso não entra no cálculo do potencial eleitoral”, diz ela. “Minha crítica é como nós mulheres, e fundamentalmente mulheres mães periféricas, já nos ferramos na sociedade, e o partido nem se toca disso.” “É ultrajante estar recebendo 5% do que um homem que já tem todo privilégio por já estar no cargo, por ser homem branco, funcionário público etc. [recebe].” As reclamações de candidatos não têm aparecido só em São Paulo, mas também no Rio de Janeiro.
Candidata a deputada estadual em 2018, Thais Ferreira teve mais de 24 mil votos e ficou na primeira suplência do partido no estado. Porém, só conseguiu concorrer a vereadora neste ano após recorrer à executiva nacional para ter direito a uma legenda. “A real, papo reto MESMO é que a executiva municipal do MEU partido vai me destinar um total de 0 REAIS utilizáveis, sem justificativa formal”, disse ela em uma publicação no Facebook, ao anunciar uma vaquinha para financiar sua campanha a vereadora. Ela afirma que não sabe o real motivo para a negativa, mas aponta que há desconfiança do partido sobre ela porque participou de cursos de renovação eleitoral, como RenovaBR e Raps (Rede de Ação Política Pela Sustentabilidade), antes de se filiar ao PSOL. Esses cursos formam jovens políticos de diversos espectros ideológicos. Além disso, trabalhou com a deputada estadual paulista Marina Helou (Rede), atualmente candidata a prefeita de São Paulo. “Quando o PSOL carioca me isola ou inviabiliza ele também está fazendo isso com a minha base que é popular e deveria ser valorizada pelo partido ainda mais na conjuntura que nós de esquerda estamos enfrentando”, diz Thais. Ressalta, porém, que sua crítica não tem como intenção esvaziamento ou enfraquecimento da sigla. No município de Duque de Caxias (RJ), o candidato Wesley Teixeira recebeu doações de pessoas como o economista Arminio Fraga e o cineasta João Moreira Salles —herdeiro do Unibanco, incorporado pelo Itaú. Sofreu questionamentos do PSOL para devolver o dinheiro e acabou deixando a corrente interna na qual militava. Procurado, o PSOL da cidade do Rio de Janeiro afirma que “após intensos debates” decidiu não conceder legenda a Thais Ferreira, “pois avaliou que suas relações políticas se davam prioritariamente com outros partidos e não o PSOL, haja vista ter composto mandato da Rede em São Paulo ao longo dos anos de 2019 e 2020″.”
Que cagada do PSOL!
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13. China
Quando os chineses parecem ter uma política de drogas menos insana que a nossa:
““Usuários de drogas violam a lei, mas são vítimas também. Unamos nossos esforços para iluminar seus corações e mentes com o quente brilho do sol, para encorajá-los a retomar suas vidas e retornar ao caminho da alegria”. A mensagem, com o típico floreio da propaganda estatal chinesa, foi postada em janeiro de 2013 numa rede social por Wang Xiaodong, comissário político antidrogas do Partido Comunista na província de Guizhou. O significado das palavras ia além do simples discurso motivacional, no entanto, e a referência ao “brilho do sol” não era fortuita. Com população de 34 milhões de habitantes, modesta para padrões chineses, e economia baseada na exploração de produtos primários, a província no sudoeste do país foi a escolhida para sediar o Projeto Brilho do Sol, que simbolizou a mudança na estratégia do Partido Comunista para lidar com as drogas. Pela primeira vez, o foco deixou de ser apenas em repressão ao tráfico e internação compulsória de dependentes. Empresas locais passaram a receber descontos em impostos por aceitarem empregar usuários que estivessem passando por tratamento. Até agosto de 2020, segundo dados oficiais, o projeto havia beneficiado 53.120 dependentes químicos, com a participação de 127 empreendimentos. Num gesto ousado em um país em que o tema sempre carregou grande estigma, doses de metadona, droga usada para reduzir a dependência de heroína e demais opioides, começaram a ser fornecidas durante pausas no trabalho. “O Projeto Brilho do Sol obteve resultados admiráveis ao ajudar a usuários de drogas a encontrar empregos e voltar à sociedade”, diz a Comissão Nacional de Controle de Narcóticos, em entrevista por escrito à Folha. Desde então, o projeto foi replicado em 30 outras cidades e províncias.” [Folha]
Mas…
“Mas a nova orientação sobre tratamento de usuários não significa que o país tenha deixado de enxergar a questão das drogas pela ótica da segurança nacional, diz o professor Kalwan Kwan, que leciona criminologia na Universidade de Hong Kong e tem 30 anos de experiência lidando com dependentes de drogas no território e na China. “A China não mudou sua visão de que as drogas são inimigas do Estado. O que ocorreu é que, para os dependentes, novos serviços foram introduzidos. A droga hoje não é mais escondida como se fosse uma pandemia inconveniente, mas vista como um tipo de patologia social que requer tratamento”, disse Kwan em entrevista à Folha. O que possibilitou a mudança foi uma nova Lei Antidrogas, introduzida em 2008 pelo então presidente Hu Jintao. Até então, o assunto era tratado sob um paradigma enraizado havia 170 anos. “O uso e a oferta de drogas têm sido um tema sensível e de alta prioridade para sucessivos governos da China desde pelo menos as Guerras do Ópio, na metade do século 19”, diz relatório de 2017 do Consórcio Internacional de Políticas sobre Drogas, que reúne ONGs e centros de estudos de diversos países sobre o tema. As duas guerras (ocorridas entre 1839 e 1842 e entre 1856 e 1860) forçaram a China a abrir seu território para o fornecimento de ópio, droga mais popular do período, por imposição de potências europeias, sobretudo Inglaterra e França. A lei de 2008 marcou o fim da estratégia puramente repressiva. Segundo especialistas, a mudança no mercado global das drogas levou a que o modelo fosse repensado. Novas substâncias sintéticas, crescimento do comércio online e alterações nos hábitos de consumo por uma população jovem e com poder aquisitivo crescente, especialmente nas megalópoles chinesas, levaram à conclusão de que atacar o problema apenas pela repressão à oferta era contraproducente. “Nos últimos anos, em Hong Kong e na China, o consumo de drogas se tornou cada vez mais uma prática clandestina, com consumo em recintos fechados, casas e festas, o que torna mais difícil o trabalho de agentes da lei. A compra ocorre por meio de redes sociais, com enormes transações feitas via bancos eletrônicos. O padrão do uso de drogas mudou”, afirma Kwan. A nova legislação criou diferentes categorias de tratamento para os usuários de drogas e incluiu a possibilidade, antes inexistente, de internação voluntária.
Para isso, o dependente, espontaneamente, deve admitir o uso a um órgão de segurança e buscar uma instituição médica reconhecida pelo Estado. Nesse caso, será poupado de penalidades.Outra novidade foi o “tratamento comunitário”, em que há um certo grau de coerção envolvido. Dentro do princípio de que o problema é de interesse coletivo, a modalidade prevê a internação forçada por até três anos para quem for preso ou se recusar a se tratar espontaneamente. Teoricamente, o tratamento numa instituição é supervisionado pela “comunidade”, seja uma vila ou um bairro, mas na prática o dependente fica sob o controle da polícia. É ela que fiscaliza os passos da reabilitação e decide quando liberar o usuário ou não. Já casos mais graves, em que o tratamento comunitário é visto como insuficiente, são encaminhados para campos de internação compulsória. Segundo entidades de direitos humanos, esses campos têm diversas características semelhantes aos que fazem a “reabilitação” de prisioneiros com trabalhos forçados. O período de internação pode durar de 1 a 3 anos, e o dia a dia inclui exercícios físicos rigorosos, rotinas militares, aulas patrióticas e exercícios de “autocrítica” que lembram os impostos a intelectuais durante a Revolução Cultural, nas décadas de 1960 e 1970. O último relatório “Situação das Drogas na China”, divulgado em junho deste ano pelo governo, aponta 300 mil pessoas em tratamento comunitário e 220 mil em campos de internação compulsória no ano de 2019. O mesmo relatório estima em 2,14 milhões o número de usuários de drogas na China, o que corresponderia a apenas 0,15% de seu 1,39 bilhão de habitantes, um número provavelmente subestimado.”
E já que falamos em China, deu ruim para os alemães:
“A high-ranking German official suppressed a sensitive intelligence report in 2018 on China’s growing influence in Germany out of fear it would damage business ties with China, Axios has learned. Business interests have long shaped Germany’s relationship with China, to the detriment of human rights concerns and even national security. The highly sensitive report, completed in 2018, examined the Chinese government’s attempts to influence every level of German government, society and business, according to two former U.S. intelligence officials. It cast a particularly harsh light on the intimate ties between German business and the Chinese government. But before it could be widely disseminated within the German government, as had been intended, a high-ranking official intervened. German Chancellor Angela Merkel also saw the report, but few others did, said one official. “As a matter of principle, the German government does not comment on matters concerning intelligence findings or activities of the intelligence services,” a federal government spokesperson told Axios. The Federal Intelligence Service, Germany’s foreign intelligence agency, did not respond to a request for comment. German policy toward China has traditionally been driven by economic factors. “Germany depends on exports to a high degree, and that gives business a large influence. Business representatives talk to the government and are used to being listened to,” said Volker Stanzel, a former German ambassador to China, in an interview with Axios. “The Chinese Communist Party succeeded in globalizing its economy because it was able to join itself to foreign business interests,” said Stanzel.
Those business interests have tended to discourage their home governments from policies seen as harmful to economic ties with China. But Beijing has increasingly fused trade with politics, threatening punitive economic measures against companies and governments that criticize China’s human rights record, deny market access to Chinese companies like Huawei, or express support for Taiwan. German business interests, as well as the country’s top economics official Peter Altmaier, have thus tended to downplay China’s growing human rights violations and security challenges.” A prominent example: German auto giant Volkswagen operates a factory in Urumqi, the regional capital of Xinjiang, where the Chinese government has detained more than a million ethnic minorities in mass internment camps. Volkswagen CEO Herbert Diess attracted fierce criticism for his claim in April 2019 that he was “not aware” of the camps. “There has been a lot of self-censorship in Germany with regard to China,” said Noah Barkin, an expert on Europe-China relations at the Rhodium Group. “Merkel’s approach has been to criticize China behind closed doors, rather than in public.”
But things are starting to change in Germany and around Europe amid growing global scrutiny over China’s economic practices and human rights abuses. On a recent five-nation tour of Europe, Chinese Foreign Minister Wang Yi was assailed with pointed questions about China’s crackdown in Hong Kong, its mass internment camps, and concerns about Chinese telecom giant Huawei. Merkel’s trade-first approach to China is meeting resistance, and she may well be replaced next year by a more hawkish chancellor. “Germany has traditionally viewed China through an economic prism, not a security prism. That has really begun to change this year,” said Barkin. “Germans are coming to the realization that they need to establish red lines, that they need to push China more forcefully, and they need to emphasize human rights.” The 2018 report thus landed at a crucial time for Germany’s relationship with China — but before many powerful players were prepared to abandon their economics-first approach to the relationship.” [Axios]
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>>>> Flavinho Desmaio conquistando aliados, toda ajuda é pouco, né? “Depois de várias trocas de farpas com Jair Bolsonaro, o presidente da Ordem dos Advogados (OAB), Felipe Santa Cruz, tem se aproximado de seu filho “01”, o senador Flávio Bolsonaro. O bombeiro que controlou os ânimos e atuou para que as conversas começassem a fluir é o ministro das Comunicações, Fábio Faria. O assunto que mais tem ajudado a estreitar a relação é o Rio de Janeiro. A tentativa é diminuir a tensão política entre o estado, hoje conduzido pelo governador interino, Cláudio Castro, e o governo federal. Na semana passada, Santa Cruz também enviou uma mensagem ao senador elogiando a escolha do desembargador Kássio Nunes Marques para o Supremo Tribunal Federal (STF). Flávio agradeceu a mensagem com bandeirinhas do Brasil. Também está no horizonte uma conversa pessoalmente, mas ela ainda não foi marcada. – A OAB não é liderança da oposição. O que a gente quer é debater temas centrais como direitos humanos, meio ambiente e a defesa do estado democrático de direito – disse Santa Cruz à coluna.” [O Globo]
>>>> Ótima idéia do Todd Tomorrow: “O WhatsApp acusa a Yacows, agência de marketing alvo da CPMI (comissão parlamentar mista de inquérito) das Fake News no Congresso, de driblar decisão judicial para continuar fazendo disparos em massa por meio de uma empresa de fachada, a Message Flow. Após interpelação judicial, a Message Flow foi proibida pela Justiça no último dia 29 de “desenvolver, distribuir, promover, operar, vender e ofertar serviços de envio de mensagens em massa pelo WhatsApp”. Segundo despacho do juiz Eduardo Palma Pellegrinelli, em caso de descumprimento, a empresa e seus proprietários terão de pagar multa diária de R$ 50 mil. Na última sexta-feira (2), o site já estava fora do ar. De acordo com o Whats App, a Message Flow é, na realidade, uma tentativa de a Yacows burlar a lei. Reportagens da Folha revelaram que a Yacows e suas coligadas fizeram disparos em massa por WhatsApp com uso de CPF de terceiros durante a campanha eleitoral de 2018. Em abril deste ano, o WhatsApp processou a Yacows e suas coligadas, a Kiplix, Deep Marketing e Maut, por uso indevido da marca e por ferir os termos de uso da plataforma ao oferecer disparos em massa. A Justiça proibiu a empresa de oferecer esses serviços. Após a proibição, foi criado um site oferecendo o serviço por meio da mesma plataforma, a BulkServices, sob o nome Message Flow. A empresa que controla a Message Flow, a Unifour Marketing, foi criada três semanas após a ordem judicial contra a Yacows e tem como sócia-proprietária Andressa Campo Ferreira, ex-funcionária da Yacows. Em entrevista ao UOL, a dona afirmou que comprou a empresa do antigo proprietário, Lindolfo Alves Neto. Não foram encontrados documentos na Junta Comercial que comprovem que a venda foi realizada. A Justiça atendeu ao pedido do WhatsApp para incluir a Unifour e MessageFlow na decisão de proibição de serviços de abril. A reportagem entrou em contato quatro vezes com a Message Flow, informou que gostaria de falar com a gerência sobre os disparos em massa e deixou um número de telefone de contato, mas não obteve retorno. Das últimas vezes, as duas pessoas que atenderam o telefone desligaram assim que a reportagem se identificou e pediu para falar com Andressa Ferreira. Em ligação atendida por funcionária que se identificou como Antonia, gerente de contas da Message Flow, Bruno Maia, candidato a vereador em São Paulo pelo PDT com o nome Todd Tomorrow, pediu informações sobre ferramentas para chegar aos eleitores por meio do WhatsApp. A funcionária afirmou que enviaria, por email, uma proposta de teste gratuito. Ao ser indagada sobre a possibilidade de enviar mensagens para contatos de uma determinada região ou bairro, ela informou ser possível o uso de segmentação. “Sim, sim, também conseguimos, mas aí são ferramentas diferentes. A Message Flow entrega a mensagem de forma massiva, que, humanamente falando, é impossível contatar até, sei lá, 10 mil pessoas [para fazer isso]. Essa é a nossa ferramenta digital aqui para possibilitar esse contato.” “Já o [inaudível] é a ferramenta [com] que você vai conseguir prospectar um público de acordo com geolocalização, estado, cidade, bairro, idade, gênero, profissão e renda. [inaudível] assim você cria o seu banco de dados. Aí eu te mando também informações sobre isso por email”, disse uma funcionária da empresa, segundo áudio gravado pelo candidato e obtido pela Folha. O email enviado ao candidato, assinado por uma funcionária que se identifica como Antônia Mesquita, gerente de contas da empresa, informa que o Message Flow “é uma plataforma de engajamento via zap/sms, online e sem aluguel”. “Não usamos seu telefone para realizar a ação, usamos números randômicos para seus envios, o que evita banimento do aplicativo do seu zap e gastos com chips.” Da mensagem consta uma tabela de preços, que varia de R$ 600 por 5.000 envios (R$ 0,12) até R$ 23.400 por 300 mil envios, sem banco de dados, ou, para volumes acima de 400 mil, a consultar.” [Folha]
>>>> Vai dar merda! “Com dificuldades para encontrar animais para abate, os frigoríficos do Mato Grosso, principal Estado produtor de carne bovina do país, estão começando a decretar férias coletivas, apontou nesta segunda-feira (5/10) o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea). Segundo boletim de conjuntura econômica do instituto, “apesar de outubro ser um dos maiores giros de confinamento e possibilitar a maior oferta de animais, o volume esperado ainda é aquém da demanda” no Estado. Os pesquisadores apontam, entre outros fatores, o baixo nascimento de bezerros em 2017/2018 e os efeitos da pandemia de Covid-19 sobre o mercado. Se em fevereiro as escalas de abate no Estado atingiram a máxima do ano, de 7,05 dias, em março, com o início das medidas de isolamento social no Brasil e em outros países, houve queda de 17,24%, para 5,84 dias, atingindo a mínima de 5,22 dias em abril. Esse cenário, explica o Imea, indica a necessidade cada vez maior da indústria por animais. “Em setembro, a oferta ainda não deu sinais de forte recuperação e as escalas seguiram em decréscimo mensal, agora de 8,27% e média de 6,00 dias”, explica o instituto. Com pouca oferta e alta demanda, o indicador de preços calculado pelo instituto ficou em R$ 235,62 na última semana, alta de 2,03% ante o período anterior. Já a média do bezerro de ano ficou em R$ 2.075,15 por cabeça, valorização semanal de 4,24%. A alta ocorre mesmo com um aumento de 5,76% na oferta de bezerros, o que tende a elevar a disponibilidade de animais no futuro. Por ora, contudo, a previsão ainda é de escalas apertadas e pouca oferta de gado no Estado, segundo aponta o boletim. “Para os próximos meses, há indícios de uma constante do atual cenário, uma vez que a disponibilidade de animais segue restrita, o que, inclusive, poderá ser um movimento atípico para o período”, explica o Imea.” [Globo Rural]
>>>> Rádios e TVs sofrem muito! “Gratuito para os partidos políticos, o horário eleitoral que começa nesta sexta-feira (9) vai garantir às emissoras de rádio e de televisão um ressarcimento pelo tempo de exibição obrigatória nas suas programações. A renúncia fiscal para a exibição da propaganda política será de R$ 538 milhões. O montante estimado será abatido no Imposto de Renda de rádios e TVs, conforme previsto em lei. Na última década, a Receita deixou de cobrar mais de R$ 5 bilhões devido a essa renúncia fiscal concedida às emissoras. A isenção do tributo é calculada levando em consideração o que cada emissora prevê que receberia de receita publicitária no tempo em que a propaganda política é veiculada e o faturamento que ela teve no horário nos outros meses. As empresas apresentam os seus planos comerciais para balizar a isenção. Segundo a Receita, “o cálculo da renúncia é feito utilizando-se a alíquota efetiva do Imposto de Renda Pessoa Jurídica multiplicada pelo valor declarado pelas emissoras”. “Ela [renúncia] não serve para ressarcir as emissoras da receita que é perdida. É uma compensação fiscal sobre um valor já com desconto”, afirma Flávio Lara Resende, presidente da Abert (Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão). Na eleição municipal de 2020, o horário eleitoral vai ao ar de 9 de outubro a 12 de novembro, no primeiro turno, em dois espaços da grade das rádios ( 7h às 7h10 e 12h às 12h10) e das TVs (13h às 13h10 e 20h30 às 20h40). Além disso, haverá inserções menores durante a programação das emissoras nas duas mídias. O dirigente da Abert se queixa de outros efeitos da propaganda nas emissoras, que são concessões públicas. Ele argumenta que o bloco de 10 minutos tem como consequência a queda na audiência. “O programa eleitoral entra no horário nobre e a audiência despenca. O telespectador vai para outras plataformas, o que causa uma perda não só no periodo da propaganda política, mas também no restante da programação”, afirma Lara Resende. Há dois anos, medição do Ibope da primeira semana da propaganda eleitoral apontou queda na audiência das emissoras de televisão no país. Na semana anterior ao início do programa obrigatório, em agosto de 2018, a média no mercado nacional do primeiro horário, às 13h, foi de 32,7 pontos. Já na primeira semana com a propaganda, ficou em 24,2 pontos, uma queda de 26%. Cada ponto equivale a 693,7 mil espectadores em todo o Brasil. No horário noturno, das 20h30, a queda em 2018 foi menor em valores percentuais. A semana anterior à estreia da propaganda política registrou audiência de 50,9 pontos, somadas as cinco emissoras. Quando o horário eleitoral começou, foi a 39,6, uma queda de 22%. Naquela eleição, a Receita estimou uma renúncia fiscal de R$ 1 bilhão para as emissoras em razão da exibição do horário eleitoral, de agosto a novembro de 2018. O acesso gratuito dos partidos ao rádio e à TV foi garantido pela Constituição de 1988. Na época, não havia a previsão de compensação fiscal para as emissoras, o que passou a valer com a lei 9.504, de 1997, após pressão das emissoras de rádio e TV.” [Folha]
>>>> O chefe de gabinete do Frias tá cheio de trabalho importante na mesa…: “O chefe de gabinete da Secretaria Especial da Cultura, Gustavo Menna Barreto, tem sido o responsável por autorizar as publicações nas redes sociais das entidades vinculadas à pasta. No começo de setembro, o secretário Mario Frias informou aos órgãos da Cultura que todos os posts em redes sociais, sites e portais oficiais deverão ser previamente enviados ao secretário, para que ele avalie e, se for o caso, autorize o material. A pasta da Cultura diz que “o fluxo estabelecido tem como objetivo a busca pela padronização das publicações, levando em consideração apenas a questão da identidade visual” e que “não se trata de um controle do que é publicado ou censura”.” [Folha]
>>>> Ajuste no cu dos outros é refresco: “Empenhado em conseguir a aprovação do projeto de lei de ajuste fiscal , o governo João Doria (PSDB) deverá executar no mínimo R$ 500 milhões em emendas de deputados em 2021. O texto pode ser votado nesta segunda-feira (5) na Assembleia Legislativa de São Paulo. Como mostrou o Painel, as emendas têm sido utilizadas como moeda de negociação pela gestão tucana para que o projeto, que corta recursos de universidades e extingue autarquias, seja aprovado. A gestão Doria diz que a informação é falsa (veja abaixo). Cada deputado que votar pela aprovação do projeto terá o compromisso de que o governo executará R$ 20 milhões de emendas que propuserem ao orçamento no final do ano. Carlos Gianazi (PSOL), deputado de oposição, fez a denúncia no plenário da Assembleia Legislativa na terça-feira (29). Procurados pelo Painel, parlamentares da própria base do governador confirmaram ter recebido a proposta e explicaram como funcionaria. O governo já tem a obrigação legal de executar as chamadas emendas impositivas, de R$ 5 milhões por deputado. Os parlamentares também enviam sugestões de gastos acima desse limite dos R$ 5 milhões —apelidadas de “emendas voluntárias”. No entanto, essas emendas acima dos R$ 5 milhões raramente são executadas, mediante o argumento de que não há recursos disponíveis no caixa do governo. O compromisso apresentado aos deputados dispostos a votar a favor do projeto foi o de executar essas emendas no exercício do ano que vem até o teto de mais R$ 20 milhões. Ou seja, além dos R$ 5 milhões obrigatórios, a gestão Doria executaria mais R$ 20 milhões em projetos indicados por eles no orçamento de 2021, explicam os deputados. Para encerrar a fase de discussão do projeto e abrir votação, o governo precisará do quórum mínimo de 48 deputados. Na semana passada, conseguiu 47, após pressão conjunta de parlamentares de PSL, Novo, PSOL e PT, principalmente.” [Folha]
>>> Baita texto, vale ler na íntegra: “Tidjane Thiam tornou o Credit Suisse novamente lucrativo. Mas os suíços o rejeitaram como um estranho, e um escândalo repentino o derrubou. Em novembro passado, Urs Rohner, presidente do conselho do Credit Suisse, deu uma festa em um restaurante de Zurique para comemorar seu 60º aniversário. Entre o grande número de amigos, familiares e colegas de trabalho reunidos, dizem os participantes, havia um único convidado negro: Tidjane Thiam, o presidente do banco. As festividades tiveram como tema o Studio 54, com fantasias dos anos 1970 e animadores contratados. Thiam observou quando um artista negro subiu ao palco vestido como zelador e começou a dançar ao som da música enquanto varria o chão. Thiam pediu licença e saiu da sala. Sua companheira e outro casal em sua mesa, incluindo o executivo-chefe da empresa farmacêutica britânica GSK, o seguiram. Mais tarde eles voltaram à festa, apenas para serem novamente surpreendidos. Um grupo de amigos de Rohner subiu ao palco para apresentar um número musical, todos usando perucas afro. (Rohner não quis comentar os fatos, que foram descritos por três convidados.) Para Thiam, hoje com 58 anos, a festa foi apenas um de uma série de incidentes dolorosos que marcaram seus cinco anos à frente do Credit Suisse, quando ele era o único presidente negro no alto escalão dos bancos. Alguns momentos foram chocantes, outros perturbadores; a maioria tinha a ver com as tensões relacionadas a ser negro em uma indústria predominantemente branca, numa cidade de maioria branca avassaladora. Um poliglota alto e reservado, de óculos, Thiam fez o trabalho para o qual foi contratado: tornou o Credit Suisse lucrativo novamente após um longo declínio. Mas ele nunca teve que parar de lutar por aceitação e respeito, tanto dentro do banco quanto na Suíça em geral. Hoje, o número de chefes-executivos negros no topo do setor bancário voltou a zero. Em fevereiro, o conselho do Credit Suisse forçou a renúncia de Thiam depois que um escândalo de vigilância profundamente embaraçoso estourou sob sua chefia. Quando o número 2 de Thiam admitiu ter ordenado que investigadores espionassem os funcionários, o presidente se viu com poucos aliados e nenhuma força extra para sobreviver. Sua demissão atraiu notavelmente pouca atenção fora de Zurique, ocorrendo meses antes de um ajuste de contas global com viés sistêmico e a 6.000 quilômetros de Wall Street. Mas entrevistas com 11 pessoas que trabalharam em estreita colaboração com Thiam no Credit Suisse e cinco outros contatos próximos —incluindo clientes, amigos, familiares e investidores— sugerem que a cor da pele foi um fator sempre presente durante sua gestão e que ajudou a criar as condições para sua partida surpreendentemente rápida. Quer seja rotulado de racismo, xenofobia ou alguma outra forma de intolerância, o que está claro é que Thiam nunca deixou de ser visto na Suíça como alguém fora do lugar. O Credit Suisse não quis comentar. Após sua renúncia, Thiam deu uma entrevista coletiva na sede do banco. “A cada segundo, fiz o melhor que pude”, disse. “Eu sou quem eu sou. Não posso mudar quem sou.” Ele acrescentou: “É a essência da injustiça usar contra alguém o que ele é”.” [Folha]
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